efdeportes.com

Uso de bebidas alcoólicas entre universitários

El uso de bebidas alcohólicas en universitarios

Use of alcool among students

 

*Acadêmicas do Curso de Odontologia e jovens pesquisadoras do Programa de Iniciação 

Científica das Faculdades Unidas do Norte de Minas, FUNORTE. Montes Claros, MG

**Odontólogo. Doutorando em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). 

Professor Titular do Curso de Odontologia das Faculdades Unidas do Norte de Minas, FUNORTE. Montes Claros, MG

(Brasil)

Stéphany Ketllin Mendes Oliveira*

Mayane Moura Pereira*

Maria Aparecida Barbosa de Sá*

Daniel Antunes Freitas**

maya.odonto@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O álcool é hoje uma das substâncias psicoativas mais utilizadas pela população, sendo amplamente aceito. O seu uso como facilitador social traz muitas conseqüências: problemas de saúde, tanto física como psicológica, nas relações familiares, sociais e de emprego, acidentes domésticos, do trabalho e de trânsito, comportamento violento e auto-mutilação. Os problemas relacionados ao álcool estão entre os mais prementes na América Latina e em outros lugares. O consumo de álcool acima dos níveis permitidos está associado não só com os números de morbidade e mortalidade e altos custos sociais, mas também tem efeitos adversos graves sobre as famílias e a comunidade. No Brasil, dados estatísticos demonstram que o álcool é responsável por 47% dos acidentes de trânsito (principal causa de morte entre jovens), por 41% dos homicídios, por um número expressivo de assassinatos, brigas e suicídio. O objetivo deste artigo é apresentar uma revisão de literatura sobre o uso do álcool como um mediador social entre universitários.

          Unitermos: Álcool. Mediador social. Alcoolismo.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    O álcool é hoje uma das substâncias psicoativas mais utilizadas pela população sendo amplamente aceito. O seu uso como facilitador social traz muitas conseqüências: problemas de saúde, tanto física como psicológica, nas relações familiares, sociais e de emprego, acidentes domésticos, do trabalho e de trânsito, comportamento violento e auto-mutilação, também está relacionado ao desenvolvimento de epidemias, como acidente vascular cerebral, câncer e absentismo escolar, problemas interpessoais e comportamentos sexuais de risco. O consumo de álcool é também um fator de risco na gravidez, estado nutricional e dieta. Vários estudos têm demonstrado a responsabilidade do consumo excessivo de pelo insucesso entre estudantes universitários. (TOVAR, 2010)

    Os jovens aprendem que o álcool, pela simbologia que representa, ajuda a reduzir a tensão, a ansiedade, é fonte de prazer, mata a sede, dá força, facilita a digestão, é um medicamento, é alimento, aquece, estimula, os deixa mais encorajados e melhora as relações interpessoais. Estes falsos conceitos são herdados geracionalmente assumindo-se uma prática nos comportamentos dos jovens (CABRAL, 2007).

    O uso e a dependência de álcool é um fenômeno complexo e determinado por fatores genéticos, psicológicos e principalmente sociais. Estudos realizados em diferentes contextos socioculturais demonstram que na população de estudantes adolescentes e jovens o índice de consumo de álcool é significativo. (STAMM, 2007)

    O consumo de álcool acima dos níveis permitidos está associado não só com os números de morbidade e mortalidade e altos custos sociais, mas também tem efeitos adversos graves sobre as famílias e a comunidade. (TOVAR, 2010)

    Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo revisar a literatura abordando artigos acerca sobre o uso de bebidas alcoólicas entre universitários.

Revisão de literatura

    Em meados do século XIX o médico sueco Magnus Huss usou o termo "alcoolismo" para designar todo o grupo de doenças cuja causa foi o álcool. Até o momento foram exibidos inúmeros estudos que descreveram as conseqüências do alcoolismo e alguns aspectos sociológicos do álcool. O consumo de álcool tem sido reconhecido como um fator de integração social. É uma droga cuja facilidade de acesso e poderosos meios de propaganda que utiliza, tornou-se um verdadeiro problema social de quase todos os países e todas as idades. A maioria das pessoas acredita que, enquanto não se tornam alcoólatras típicos, as conseqüências de beber com freqüência, e em altas doses, não são alarmantes, mas os estragos do álcool podem ser graves e irreversíveis. (TOVAR, 2010)

    O primeiro episódio de contato e intoxicação com o álcool tende a ocorrer no período da adolescência, considerando que os períodos do ensino médio e ensino superior são uma janela de alto risco para danos e problemas relacionados ao álcool. A necessidade de se socializar e pertencer ao grupo faz com que o consumo de álcool aumente, e as pessoas não percebem que aos poucos estão ingerindo álcool em demasia. (STAMM, 2007)

    Existem vários estudos têm demonstrado a responsabilidade do consumo excessivo de álcool pelo insucesso entre estudantes universitários.

    Barroso (2004), num estudo realizado com universitários, encontrou como principais motivos do consumo de bebidas alcoólicas: 48,3% justificou o consumo devido ser fonte de prazer, 28,4% afirmou que ajuda a relaxar e desinibir, 23,3% afirmou que desfruta melhor das festas, dados estes coincidentes com os obtidos por outros autores.

    Breda (2000) ao estudar os motivos que levam os jovens ao consumo do álcool encontrou 35,5% que o faziam “por gosto e/ou prazer”, 31,5% “para melhor poder desfrutar das festas e da noite”, 17,5% ”para relaxar e/ou desinibir“, e 5,6% como “complemento alimentar”. Em suma, pelas conclusões dos estudos realizados depreende-se que o álcool faz parte da cultura juvenil como forma de socialização bebendo o jovem normalmente e quase exclusivamente nas celebrações, fins-de-semana e rituais acadêmicos.

    Outro estudo realizado em uma faculdade do Ceará mostrou que o álcool acarreta inúmeros problemas nas atividades acadêmicas, tais como notória falta de atenção, ausência, atrasos, saídas antecipadas das aulas, reclamações e sono durante as aulas. (FONSECA, 2002)

    O consumo de álcool pode variar em decorrência dos costumes sociais, das famílias ou dos hábitos adquiridos:

    Abuso de Álcool: indica a dependência psicológica, ou seja, a necessidade de consumir álcool para o funcionamento mental adequado. Segundo Perez (2000), o abuso é um padrão mal-adaptado de uso de substância levando a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, manifestado por um ou mais dos seguintes itens em um período de um ano:

  1. Uso recorrente de uma substância que dá origem ao descumprimento das obrigações no trabalho, escola ou em casa;

  2. Uso recorrente da substância em situações nas quais é fisicamente perigoso como dirigir bêbado ou continuar a beber muito, apesar de ter freqüentes "apagões";

  3. Repetidos problemas jurídicos relacionados com a substância como uma condenação por dirigir embriagado, acidentes de trânsito, abuso sexual, lesões corporais, etc.;

  4. Uso contínuo da substância, apesar de ter persistentes ou recorrentes problemas sociais ou problemas interpessoais causados ou agravados pelos efeitos da substância.

    Halgin e Krauss (2001) mencionaram a falta de cumprimento das obrigações, o uso de álcool em situações de perigo físico, problemas legais e interpessoais, como o padrão de alterações comportamentais que o abuso manifesta.

  • Efeitos imediatos: Em pequenas quantidades, o álcool tem efeito sedativo, levando a sentimentos de calor, conforto e relaxamento. Em quantidades maiores, o álcool pode levar o indivíduo a se sentir mais sociável, auto-confiante e desinibido. Algumas pessoas deixam de beber quando alcançam um humor positivo, no entanto, se um indivíduo continua a beber além deste ponto, os efeitos do álcool como droga depressora se torna mais evidente e aparecem sinais como sonolência, alterações na coordenação motora, irritabilidade, disforia. Beber em excesso afeta as funções vitais de uma pessoa e pode ser fatal a mistura de álcool com outras drogas.

  • Efeitos a longo prazo: Em parte, os efeitos adversos do álcool a longo prazo podem ser atribuídos ao fator tolerância. Quanto mais uma pessoa consome álcool, mais álcool e necessário para alcançar o efeito desejado.

    O álcool afeta todos os órgãos e sistemas do corpo humano, seja direta ou indiretamente. O uso de álcool a longo prazo pode causar danos cerebrais permanentes com sintomas de demência, desmaio, alucinações e danos às partes periféricas do sistema nervoso.

    A morte confirmada a partir do uso de álcool a longo prazo e freqüentemente associada com doença hepática.

    No Brasil, dados estatísticos demonstram que o álcool é responsável por 47% dos acidentes de trânsito (principal causa de morte entre jovens), por 41% dos homicídios, por um número expressivo de assassinatos, brigas e suicídio (COTRIM, 2002). Outros apontamentos estatísticos indicam que aproximadamente 84% dos brasileiros fazem uso ocasional de bebida alcoólica; 21% a consomem diariamente e 19% têm uma embriaguês alcoólica semanal (VAISSMAN, 2004).

    O abuso de substâncias psicoativas legais e ilegais é reconhecido mundialmente como um problema real que afeta negativamente a humanidade como um todo, por seus impactos sobre a economia, o desempenho profissional e acadêmico, o estado de saúde, a vida social e familiar do consumidor individual (TOVAR, 2010).

Considerações finais

    O uso excessivo de bebidas alcoólicas é uma preocupação mundial; a influência deste hábito na vida coletiva e individual acarreta problemas que interferem sobremaneira nas questões sociais.

Referencias bibliográficas

  • BARROSO, Teresa. Álcool e comportamentos de risco em jovens estudantes. In Actas do 5º Congresso Nacional de Psicologia da Saúde., Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian. 2004.

  • BREDA, J. Bebidas alcoólicas em jovens escolares: um estudo sobre consumos, conhecimentos e atitudes. Boletim do Centro Regional de Alcoologia Coimbra. 2000. v.4, p. 6-8.

  • CABRAL, Lídia do Rosário; FARATE, Carlos Manoel da Cruz; DUARTE, João Carvalho. Representações sociais sobre o álcool em estudantes do ensino superior, Revista Referência, n,4, v.2. Jun. 2007.

  • COTRIM, B.C Drogas: mitos e verdades. 7 ed. São Paulo: Ática, 2002.

  • FONSECA, A.G. Drogas: não caia nessa! 6 ed. São Paulo: Aparecida, 2002.

  • HALGIN, Richard P. KRAUSS, Whitbourne Susan. Psicología De La Anormalidad. Perspectiva Clínica Sobre Desordenes Psicológicos. 4ª ed. McGraw Hill Interamericana, 491p. 2001.

  • PÉREZ MA, PIZÓN Pérez H. Alcohol, tobacco, and other psychoactive drug use among high school students in Bogotá, Colombia. J Sch Health 2000; v.70, p. 377-80, 2000.

  • STAMM, Mariestela; BRESSAN, Liamari. Consumo de álcool entre estudantes do curso de enfermagem de um município do oeste catarinense. Revista Ciência Cuidado e Saúde, v.6, n.3, p. 319-324, Jul/set. 2007.

  • TOVAR, Luísa Leonor Arévalo; CABALLERO, Antonio José Diaz; MARTINEZ, Farith Damián González; PALLARES, Miguel Angel Simancas. Consumo de bebidas alcohólicas y factores relacionados en estudiantes de odontologia. Rev Clín Med Fam, v.3, n.2, p. 93- 98, 2010.

  • VAISSMAN, M. Alcoolismo no trabalho. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2004.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 174 | Buenos Aires, Noviembre de 2012
© 1997-2012 Derechos reservados