Significado de ser enfermeiro: percepção dos acadêmicos El significado de ser enfermero: la percepción de los estudiantes |
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Faculdades Unidas do Norte de Minas, FUNORTE e na Universidade Estadual de Montes Claros, UNIMONTES (Brasil) |
Henrique Andrade Barbosa Marcela Guimarães Fonseca Shirley Alves Alcântara |
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Resumo A enfermagem é uma ciência humana voltada ao cuidado do ser humano que abrange desde o estado de saúde até os estados de doença. Portanto a enfermagem deve ser compreendida como a arte das pessoas que convivem entre si e que se ocupam de cuidar de outras. Considera-se necessário conhecer como os alunos concebem sua futura profissão, partindo das experiências e conhecimentos que a graduação lhes proporciona. O objetivo desse estudo é conhecer o significado de ser enfermeiro na percepção dos acadêmicos em diferentes momentos de sua formação e confrontar com a realidade. Trata-se de um estudo exploratório descritivo sobre a percepção do estudante acerca do significado de ser enfermeiro. A pesquisa foi realizada nas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE e na Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, no período de setembro a outubro de 2010. Foi possível perceber que o ensino desempenha um papel decisivo na construção das concepções dos estudantes. Unitermos: Enfermagem. Acadêmico. Percepção.
Resumen La enfermería es una ciencia humana dedicada al cuidado del ser humano que va desde la salud a los estados de la enfermedad. Por lo tanto de enfermería debe ser entendido como el arte de las personas que conviven con y se ocupan del cuidado de otras personas. Es necesario conocer cómo los estudiantes conciben su futura profesión, aprovechando las experiencias y conocimientos que les proporciona la carrera. El objetivo de este estudio es conocer el significado de ser enfermero en la percepción de los estudiantes en distintos momentos de su formación y al enfrentarse con la realidad. Es un estudio exploratorio sobre la percepción de los estudiantes sobre el significado de ser enfermero. La investigación se llevó a cabo en las Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE y em la Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES en el período de septiembre a octubre de 2010. Fue posible percibir de que la formación juega un papel decisivo en la construcción de las concepciones de los alumnos. Palabras clave: Enfermería. Estudiante. Percepción.
Abstract Nursing is a human science dedicated to the care of the human being that ranges from health to disease states. Therefore nursing must be understood as the art of people living together and dealing with caring for others. It is necessary to know how students conceive of their future profession, drawing on experiences and knowledge that gives them a degree. The aim of this study is to know the meaning of being a nurse in the perception of academics in different moments of his training and confront reality. This is an exploratory study on the perception of students about the meaning of being a nurse. The survey was conducted in the United Colleges of Northern Mines - FUNORTE and the State University of Montes Claros - UNIMONTES in the period from September to October 2010. It was possible to realize that education plays a decisive role in the construction of students' conceptions. Keywords: Nursing. Scholar. Perception.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A imagem da enfermagem, conforme identificada pela sociedade, compõe-se de estereótipos, demonstrando desconhecimento sobre esse trabalho ou caráter depreciativo em relação à profissão. A figura do enfermeiro é identificada com distorções e, muitas vezes, com desvalorização social, e a falsa idéia de que é subalterna a outros profissionais, especialmente ao médico (NAUDERER; LIMA 2005).
No século XVI com a expulsão de religiosos católicos de mosteiros e conventos da Inglaterra desencadeou-se uma grande e prolongada crise nos hospitais e abrigos de pobres, doentes e órfãos, que eram por eles cuidados. A enfermagem passou então a ser praticada por mulheres analfabetas e pouco escrupulosas. Essa crise ficou conhecida como o período negro da enfermagem (OGUISSO, 2007).
Segundo Geovanini (2005), em razão da imagem negativa que a enfermagem trazia até então, era necessário que se reconstruísse um novo perfil profissional, porém ele deveria obedecer aos princípios impostos pela nova realidade social.
No século XVIII com a revolução industrial e o desenvolvimento das cidades, houve a necessidade de uma reorganização das instituições hospitalares e o médico foi posicionado como principal responsável por essa reordenação, o que explica as raízes do processo de disciplinarização e seus reflexos na enfermagem. Os hospitais militares foram os primeiros a se reorganizarem devido às questões econômicas a que os exércitos estavam afetados e sob o impacto das guerras imperialistas que lhe reduziam o número de soldados (POTTER; PERRY, 1998; GEOVANINI, 2005).
Desde os seus primórdios, a enfermagem vem exercendo um trabalho acrítico, fruto de uma formação, em que o modelo de assistência era centrado na execução de tarefas e procedimentos rápidos e eficientes, comandado por rígida disciplina. Na sua trajetória histórica, sofreu diversas influências, que foram moldando seu perfil tendo absorvido de maneira mais marcante, aquelas advindas do paradigma religioso-militar. Institucionalizada na Inglaterra no século XIX, através de Florence Nightingale e no Brasil no início do século XX, teve sua origem determinada muito antes, no seio da comunidade tribal primitiva, expressa pelo ato instintivo de cuidar, o qual era garantia de conservação da própria espécie. Só a partir da institucionalização, seu saber foi organizado e sistematizado, dando origem à enfermagem moderna (GEOVANINI, 2005).
Com a institucionalização da enfermagem foi atribuído ao enfermeiro as ações burocráticas e administrativas envolvendo-o com inúmeros instrumentos normativos e regimentos que o afastaram progressivamente da assistência direta ao doente (GEOVANINI, 2005).
Em consonância, Filho (2004), destaca que o enfermeiro começa a ocupar-se com atividades gerenciais, para que o médico deixe esse exercício e se ocupe com uma assistência cada vez mais especializada, com vistas à qualidade dos cuidados administrados.
Embora o poder disciplinar, no novo hospital, seja acreditado ao médico, ele passou a delegar o exercício das funções controladoras do pessoal de enfermagem ao enfermeiro, que imbuído da falsa convicção de participar da esfera dominante foi subutilizado em beneficio da manutenção da ordem e da disciplina imprescindível à preservação do poder institucionalizado. Nas primeiras escolas de enfermagem, o médico era o único profissional de saúde qualificado para ensinar, cabendo, então, decidir quais das suas funções poderiam delegar aos enfermeiros (OGUISSO, 2007; GEOVANINI, 2005).
Segundo Lima (2005), a enfermagem é uma ciência humana, das pessoas e de experiências, voltada ao cuidado do ser humano, cujo campo de conhecimento, fundamentações e práticas abrange desde o estado de saúde até os estados de doença. Portanto a enfermagem deve ser compreendida como a arte das pessoas que convivem entre si e que se ocupam de cuidar de outras.
O estudante, quando ingressa no curso de graduação em enfermagem, traz consigo uma noção idealizada do que é ser enfermeiro. A enfermagem é estereotipada como sinônimo de prestação de cuidados sem mostrar à sociedade uma imagem do enfermeiro próxima daquela que os próprios profissionais têm de si mesmos.
Durante os estágios da graduação, o aluno vivencia situações que fogem à realidade da profissão, como o fato de prestar cuidados a um único paciente, alimentando a visão idealizada da assistência direta. Somente no final da graduação é que o aluno passa a ter uma noção mais real sobre o trabalho do enfermeiro, ficando sob sua responsabilidade um maior número de pacientes e algumas atividades de gerenciamento do cuidado.
Sendo assim, considera-se necessário conhecer como os alunos concebem sua futura profissão, partindo das experiências e conhecimentos que a graduação lhes proporciona.
Diante do exposto o problema deste estudo baseia-se em conhecer o significado de ser enfermeiro na percepção dos acadêmicos em diferentes momentos de sua formação e confrontar com a realidade.
Metodologia
Trata-se de um estudo exploratório descritivo sobre a percepção do estudante acerca do significado de ser enfermeiro. A pesquisa foi realizada nas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE e na Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, no período de setembro a outubro de 2010.
Os sujeitos do estudo foram os acadêmicos do primeiro, do quarto e do oitavo períodos de graduação em Enfermagem, regularmente matriculados nas respectivas instituições. Esses semestres foram escolhidos, pois representam momentos distintos do curso, no qual o acadêmico tem aprimoramento do seu conhecimento e de mundo e de sua profissão. A amostra foi composta por 30% dos acadêmicos de cada período, sendo escolhidos aleatoriamente.
A pesquisa foi realizada a partir de um questionário em que o entrevistado respondeu textualmente a uma pergunta estruturada. O questionário não exigiu nenhum tipo de identificação, garantindo o anonimato preservado. Na apresentação dos resultados, os alunos são identificados por códigos: AP (acadêmico do primeiro período), AQ (acadêmico do quarto período) e AO (acadêmico do oitavo período), para identificar o período do participante, e E1 (entrevistado 1), E2 (entrevistado 2), E3 (entrevistado 3), e assim sucessivamente, para identificar a ordem das entrevistas.
Os participantes foram convidados a assinar uma autorização por meio de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido elaborado de acordo com as normas da sobredita resolução 196/96. O estudo foi apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE, e obteve aprovação conforme protocolo 175/10. A análise foi realizada através da categorização das respostas por período e afinidade, o que favoreceu a comparação.
Resultados e discussão
A enfermagem evoluiu, ao longo da sua história, agregando uma série de contradições e pressupostos acerca do seu saber-fazer específico, o que levou a diversas repercussões na sociedade sobre o seu trabalho. Como conseqüência dessas incertezas, a profissão de enfermagem, e particularmente o enfermeiro, encontra-se vulnerável a determinadas percepções a respeito da sua pratica, o que leva, muitas vezes, a distorção da imagem desta e até mesmo menosprezando essa pratica (ROCHA, 2009).
A análise e interpretação dos dados obtidos permitiram a construção de três categorias, representativas da concepção dos acadêmicos sobre o trabalho do enfermeiro: características humanitárias no trabalho do enfermeiro; conhecimento científico para o cuidar; o coordenar/administar/gerenciar no trabalho do enfermeiro. Todas as categorias foram evidenciadas nos três períodos estudados, a categoria predominante em todos os períodos estudados foi a primeira categoria, porém ressalta-se a diferença do enfoque nas respostas. A categoria menos citada foi a segunda categoria, com predomínio nos acadêmicos do oitavo período.
Categoria I. Características humanitárias no trabalho do enfermeiro
A característica humanitária da profissão foi evidenciada em todos os períodos pesquisados, porém com enfoques diferentes, em vista dos termos que os alunos de cada período utilizaram nas suas respostas. Essa concepção foi expressa com os termos "cuidar/cuidado" na maioria de suas respostas. Outros termos citados por eles foram "ser carinhoso e paciente”, “ter dedicação e vocação”, “amoroso, humano e ético”, “dedicação/atenção", e "humanismo". Esteve muito clara, em suas respostas, a idéia de doação para o cuidado e abnegação:
“É ser cuidador, é prestar cuidados em todas as ocasiões, seja ela qual for, é preciso também ter dedicação e vocação para tal profissão”.(AP-E1)
“(...) Ser enfermeiro é saber lidar com o coração, dedicação ser humano (...)”.(AP-E6)
“Ser enfermeiro em primeiro lugar é se preocupar com o próximo, ser solidário com o outro é saber compreender a necessidade de uma pessoa etc.” (AQ-E4)
“(...) O ser enfermeiro é ajudar o próximo nas suas necessidades (...)” (AQ-E3)
A concepção humanitária do enfermeiro pode ser atribuída à idealização da profissão. A maioria dos alunos ingressa no curso de graduação em Enfermagem com o pensamento de dedicar a sua vida para ajudar as pessoas, prevalecendo o idealismo como fator importante na escolha da profissão (OGUISSO et al., 2001). Os acadêmicos do oitavo período expressaram sua concepção sobre o caráter humanitário da profissão, em sua maioria, sem a idéia de abnegação e doação total, ao contrário dos alunos do primeiro e quarto períodos. No entanto, as características humanitárias também foram as mais citadas por aqueles acadêmicos. Sua maior preocupação é com o cuidado integral, holístico, baseia-se em cuidar do paciente como um ser humano completo:
“(...) Atendemos ao cliente de forma holística, em todas as suas dimensões, proporcionando um cuidado integral (...)”. (AO-E1)
“(...) É buscar proporcionar melhor qualidade de vida para o outro (...)”. (AO-E3)
“É ter o privilégio de ajudar as pessoas de forma ampla e qualificada obtendo experiências singulares em distintas situações”. (AO-E5)
“(...) o enfermeiro exerce o cuidado mais próximo do cliente levando conforto físico e psicológico.” (AO-E10)
Categoria II. Conhecimento e capacitação para o cuidar
O conhecimento científico, apesar de ter sido a categoria menos mencionada, foi abordado como importante para exercer a profissão, em todos os períodos estudados. A categoria esteve associada à característica humanitária na maioria das respostas. Alguns alunos expressaram a importância do enfermeiro aliar a vocação aos conhecimentos técnicos ao exercer o cuidado, referindo que ser enfermeiro é:
“É o nobre ato de doar o tempo, o conhecimento técnico ao paciente (...)” (AP-E2)
“É ser paciente, atento, cuidadoso, pois o ser humano precisa ser cuidado com atenção e bases científicas.” (AQ-E2)
Os estudantes reconhecem a necessidade e a importância do conhecimento para exercer o cuidado, de forma a embasar as atividades no cotidiano do enfermeiro:
”Enfermeiro é aquele que é titular de diploma conferido por uma instituição de ensino nos termos da lei (...)” (AP-E5)
“É ter a capacidade de cuidar com conhecimento técnico adquirido durante a graduação ser enfermeiro é uma vocação que se tem para cuidar das pessoas e com autonomia.” (AP-E7)
“(...) Para ser enfermeiro é necessário ser graduado, bacharel em Enfermagem, e para ser melhor, bom é que faça uma especialização (...)” (AQ-E5)
“ (...) Dessa forma, é necessário conhecimento científico, paciência e o estabelecimento de boas relações com nossa equipe e com os clientes (...)” (AO-E1)
No século XVIII a enfermagem surge não mais como uma atividade empírica, desvinculada do saber especializado, mas como uma ocupação assalariada que vem atender a necessidade de mão de obra nos hospitais, constituindo-se como uma prática social institucionalizada e específica (GEOVANINI, 2005).
Ao somar conhecimentos de outras áreas, além da Biologia, Medicina, Fisiologia, a enfermagem procura ampliar o cuidado para entender melhor e desenvolver um plano de assistência, ainda que centrado na doença e no modelo bio-médico (CORBELLINI, 2007).
Categoria III. O Coordenar/administrar/gerenciar no trabalho do enfermeiro
Essa categoria foi identificada entre as respostas dos estudantes em todos os períodos, porém com predomínio nas respostas do oitavo período. Nas respostas dos acadêmicos do primeiro e quarto períodos, a administração do cuidado foi pouco referenciada. Mesmo assim, apontaram a importância de aliar o cuidado às atividades administrativas.
“(...) além de prestar assistência direta ou indireta ao paciente o enfermeiro também trabalha como educador, supervisor e gerenciador.” (AQ-E6)
“(...) cuidar do próximo, mas de modo indireto, na maioria dos casos, pois sua principal função é gerenciar as atividade voltadas para o cuidado, prestando assistência profissional e correta aos cliente (...)” (AQ-E8)
“(...) Ser Enfermeiro e saber planejar, organizar, coordenar, executar e avaliar os serviços da Enfermagem.” (AP-E3)
“(...) o enfermeiro tem habilidades não só na parte de cuidar, mas de gerenciar coordenar, administrar hospitais e unidades básicas de saúde (...)” (AP-E7)
Entre as respostas, também foi citado o trabalho junto à equipe de saúde, evidenciando a idéia do trabalho coletivo, o qual permite ao enfermeiro atuar na reabilitação do paciente, junto à equipe de saúde:
“Ser enfermeiro é ser um cuidador, líder, versátil, saber trabalhar em equipe, ter que educar constantemente, enfim, é ter que saber fazer de tudo muito bem.” (AQ-E7)
“É trabalhar promovendo a saúde é trabalhar para que o individuo tenha saúde, trabalhar na promoção, prevenção e recuperação da saúde.” (AP-E5)
Apesar de evidenciarem e reconhecerem as atividades administrativas como importantes no trabalho do enfermeiro, os alunos do primeiro e quarto períodos ainda o fazem de forma incipiente.
Os acadêmicos do oitavo período demonstraram uma concepção mais abrangente e detalhada acerca desse trabalho e das atividades administrativas presentes no mesmo. Priorizaram, em suas respostas, a assistência, se referindo ao cuidado humano como sendo a atividade do enfermeiro. Mas para que esse cuidado e a assistência prestada sejam qualificados, enfatizaram a importância da administração do cuidado:
“(...) Atualmente, nossa profissão não envolve apenas o cuidado, com a visão de caridade. Somos profissionais enfermeiros, coordenamos uma equipe de enfermagem, prestamos assistência de enfermagem (...)” (AO-E1)
“ (...) é ser capaz de entender, cuidar e ajudar ao próximo. É ter capacidade de trabalhar em equipe, coordenar e gerenciar (...)” (AO-E2)
“(...) É buscar proporcionar melhor qualidade de vida para o outro. É respeitar os outros. É liderar equipes, buscar o melhor para a população (...)” (AO-E3)
“É o cuidar. Proporcionar as pessoas uma assistência integral, continua e humanizada. Além de gerenciar essa mesma assistência.” (AO-E5)
“ (...) Ser enfermeiro é ser líder (...) é estar ligado de forma direta e indireta ao paciente, (...) Cuidado direto quando este o exerce e indireto quando uma equipe de sua responsabilidade o exerce.” (AO-E6)
“Ser enfermeiro é ter capacidade administrativa, técnica, gerencial e acima de tudo humanidade (...)” (AO-E11)
Um estudo evidenciou o predomínio da função gerencial no trabalho do enfermeiro, função essa exercida através da supervisão e controle do processo de trabalho. Apesar disso, os enfermeiros denotam pouca aceitação do caráter gerencial de seu trabalho, tendo como ideal de profissão a assistência direta ao paciente (LIMA, 1998). Outro estudo sobre a percepção dos enfermeiros de unidade de internação sobre gerência, constatou que os mesmos, em suas primeiras experiências profissionais, chegam com expectativas de trabalhar na assistência e se deparam, na prática, também com atividades burocráticas, o que acaba gerando conflitos (SETTE; COSTA, 1997)
Conclusão
Comparando as concepções dos alunos com resultados de estudos sobre o trabalho do enfermeiro, pode-se considerar que as respostas do oitavo período são as que mais se aproximam da prática concreta desse trabalho, ou seja, chefiar unidades, elaborar plano de atividades e escala de plantões, prever material e pessoal, supervisionar os serviços de enfermagem, revisar as medicações controladas, visitar os pacientes, além de outras atividades. O quarto e, principalmente, o primeiro período ainda possuem visões restritas. Mas, ainda assim a visão do enfermeiro assistencialista predomina em todos os períodos estudados. Considerando que as concepções dos acadêmicos sobre sua futura profissão traduzem as vivências que têm na graduação, pode-se afirmar que o ensino desempenha um papel decisivo na construção dessas concepções, devendo, desde cedo, aproximar os alunos da realidade da prática profissional.
Referências
CORBELLINI, VL. Fragmentos da História de Enfermagem: um saber que se cria na teia do processo de submissão teórica. Revista Brasileira de Enfermagem, mar-abr; 60(2), 172-177, 2007.
FILHO, WDL. O mito da subalternidade do trabalho da enfermagem à medicina. 2 ed. Pelotas: Editora e Gráfica Universitária, 2004.
GEOVANINI, T.. Uma abordagem dialética da enfermagem. In: GEOVANINI, T.; MOREIRA, A.; SCHOELLER, S. D.; MACHADO, W. C. A. História da Enfermagem versões e interpretações. 2 ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2005.
LIMA, M.A.D.S. O trabalho de enfermagem na produção de cuidados de saúde no modelo clínico. [tese]. Ribeirão Preto (SP): Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP; 1998.
LIMA, M. J. de. O que é a Enfermagem. 3 ed. São Paulo: Brasiliense,2005.
NAUDERER, T. M.; LIMA, M. A. D. da S.. Imagem da enfermeira: revisão da literatura. Revista Brasileira de Enfermagem, vol.58 no.1 Brasília Jan./Feb. 2005.
OGUISSO, T.. Trajetória histórica e legal da enfermagem. 2 ª ed. São Paulo: Manole, 2007.
POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Grande Tratado de Enfermagem Prática: Clinica e Prática Hospitalar. 3ª ed. São Paulo: Santos, 1998.
ROCHA, A. L. F.. Subalternidade da enfermagem à medicina: percepção dos enfermeiros de um hospital escola no ano de 2009. [tese]. Montes Claros (MG): Universidade Estadual de Montes Claros/UNIMONTES, 2010.
SETTE V.M; SILVA AX, COSTA M.C da, Schweber R, Echer IC. Percepção dos enfermeiros de unidade de internação sobre gerência. Revista Gaucha de Enfermagem, 18(1):54-62, 1997.
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