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Diferênças nos níveis de aptidão neuromuscular por posição de
jogo dos futebolistas da categoria sub-20 da equipe Sport
Club Campo Mourão, PR no inicio da pré-temporada 2011

Las diferencias en los niveles de aptitud neuromuscular por posición de juego de los jugadores de fútbol 

de la categoría sub-20 del equipo Sport Club Campo de Mourao, PR, en el inicio de la pretemporada 2011

 

*Graduado em Educação Física

**Mestre em Educação Física – UEM/PR

Professora da Faculdade Integrado de Campo Mourão, PR

(Brasil)

Renan Vieira Braz*

renan.braz@hotmail.com.br

Morgana Claudia da Silva**

morgana.silva@grupointegrado.br

 

 

 

 

Resumo

          O trabalho objetivou verificar as diferenças nos níveis de aptidão neuromuscular por posição de jogo dos futebolistas da categoria sub-20 da equipe Sport Club de Campo Mourão - PR no início da temporada de 2011. O presente trabalho se caracterizou por se uma pesquisa quantitativa de caráter descritivo. Fizeram parte da pesquisa 11 futebolistas da categoria sub-20 do Sport Club de Campo Mourão – PR. Utilizou-se para esta verificação de aptidão dos futebolistas o teste de flexibilidade, teste de salto de impulsão vertical, teste de Leger, teste de velocidade de deslocamento em 30 metros e o teste de Agilidade (quadrado 4mx4m). Ao findar o estudo verificou que há diferenças entre as capacidades estudadas dependendo da posição no campo de jogo, e que as funções de meia e ataque, apresentaram resultados levemente superiores perante as demais, talvez por serem as posições que necessitem de mais valências físicas diferentes para uma boa atuação em uma partida.

          Unitermos: Aptidão neuromuscular. Futebol. Categoria sub-20.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O futebol é um fenômeno mundial sendo praticado por mais de 200 milhões de pessoas em aproximadamente 204 países, até mesmo em regiões onde até pouco tempo ele era quase desconhecido. Nos Estados Unidos país considerado do basquetebol, beisebol e futebol americano, o futebol já vem ganhando mais espaço, sendo o esporte mais praticado por crianças de ambos os sexos até os 12 anos de idade de acordo com Barros e Guerra (2004). Para o futebol um bom desenvolvimento das aptidões neuromusculares é de suma importância, pois o futebol exige dos jogadores força, velocidade e capacidade de suportar alta intensidade sem queda de rendimento, sendo necessário também que se obedeça à risca todas as etapas deste processo de preparação (GOLOMAZOV e SHIRVA, 1997).

    A preparação física, dentro do treinamento desportivo, apresenta como principal finalidade o desenvolvimento das capacidades físicas. Para os esportes coletivos como o futebol, uma das principais capacidades é a força, que juntamente com a velocidade, determina a força explosiva/potência e/ou força rápida que se apresenta praticamente em todas as ações deste esporte. No treinamento esportivo existem três tipos de força a serem desenvolvidos: a força máxima; a força explosiva; e a resistência de força (ZAKHAROV e GOMES, 2003).

    Optou-se por uma pesquisa quantitativa de natureza descritiva, utilizando como população futebolistas da categoria Sub20 do Sport Club Campo Mourão - PR, e como amostra 11 futebolistas. Como instrumento foi utilizado cones; fita métrica da marca Cutman; pó de cal; cronometro da marca Oregon; ficha de avaliação; Cd com áudio Teste de Leger; Instrumento de Abalakov para medição da impulsão vertical; Banco de Wells. Todos os atletas se dispuseram em participar, e assinaram o termo de livre esclarecimento consentido. Os testes foram realizados da seguinte maneira: 1º Dia: Teste de flexibilidade; Teste de salto de impulsão vertical; 2º Dia: Teste de velocidade de deslocamento em 30 metros; Teste de Leger; 3º Dia: Teste de Agilidade (quadrado 4mx4m).

    Dessa forma objetivou-se verificar as diferenças nos níveis de aptidão neuromuscular por posição de jogo dos futebolistas da categoria sub-20 da equipe Sport Club de Campo Mourão-PR no início da temporada de 2011.

Análise de dados

Gráfico 1. Demonstrativo referente ao teste de flexibilidade sentar e alcançar dos futebolistas da categoria sub-20

    O gráfico acima aponta os resultados obtidos em média por posição do campo de jogo do futebol no teste de flexibilidade sentar e alcançar, para a posição de goleiro a média de 37cm classificado como “Bom”, podemos inferir que para a posição de goleiro se exige uma maior amplitude de movimento para bolas longas e difíceis de serem defendidas, também se faz necessário um bom tempo de reação e grandes saltos, que são exigidos durante sua atuação em campo. Este resultado encontrado pode se da devido ao tipo de treinamento que os goleiros realizam, pois seu treinamento tem ações diferentes do que as outras posições em campo.

    Para a posição de zagueiros e volantes média que se refere a 27,5 cm, classificado como “Regular”. Em ambas as posições não se exigem uma flexibilidade muito apurada, a não ser para o fator de prevenir lesões e melhorar a amplitude de movimento. Na posição de lateral a média de 29,5 cm que se refere a “Regular”. Para os laterais já se exige uma flexibilidade um pouco maior que para os zagueiros e volantes, por ser uma posição que se exija uma mobilidade um pouco maior, por conta da intensa movimentação, exigindo assim certa agilidade nos movimentos como para os meias, estando totalmente ligada a boa flexibilidade. Já para a posição de meia a média de 32,5 cm, classificado como “Médio”. Esta é uma posição que exige certa flexibilidade devido a forte movimentação e utilização da agilidade que esta correlacionada com a flexibilidade para se ter um bom rendimento na mesma sendo de suma importância para a posição dos meias.

    Para a posição de atacante a média de 33 cm, classificado como “Regular” segundo a tabela classificação de Wells e Dillon (1952), essa também é uma posição que assim como os meios campistas, se exige muito da flexibilidade do atleta em prol da agilidade, para sua boa movimentação perante a defesa adversária, e também na prevenção de lesões, porém isso é valido para todos.

    Podemos apontar de maneira geral que toda equipe de futebolistas apresenta a capacidade de flexibilidade em níveis não apropriados para a função. Podemos destacar somente o resultado da função de goleiro que é classificada como boa, pois para Thiengo, Vitório e Ferreira (2006) para um goleiro ter bons resultados é muito importante e necessário além de treinar outras valências físicas o treinamento da flexibilidade. Devendo assim então buscar a maximização desta valência, tanto na forma estática quanto dinâmica, pois as defesas como a chamada de "X" e as defesas realizadas em bolas baixas, necessitam de uma boa amplitude de movimento. Os meias e atacantes aparecem com uma média flexibilidade, na qual a equipe responsável pela preparação física dos futebolistas deverão ter uma atenção maior pois estes atuam em uma posição de grande e constante movimentação no meio de campo e ataque respectivamente, utilizando-se muito da agilidade, e a mesma está associada há uma boa flexibilidade.

Gráfico 02. Demonstrativo referente ao teste de vertical dos futebolistas da categoria sub-20

    Encontramos a posição de goleiro com o pior resultado no teste, resultado de 42 cm com uma diferença grande de 16,5 cm para o melhor resultado. Esse teste é muito importante para a posição de goleiro, pois necessitam de uma boa condição para os saltos, explosão nos membros inferiores e para saltar melhor e mais longe possível, então o mesmo está muito abaixo das expectativas para a posição.

    A posição de zagueiro com média de 57 cm, ficando apenas 1,5 cm abaixo do melhor resultado, apresentando a segunda melhor média dentre as posições, o resultado deve-se a posição exigir que os mesmos tenham uma boa impulsão para ganhar bolas aéreas, perante o ataque adversário, em escanteios defensivos ou ofensivos, etc. A posição de lateral a com média de 49 cm, porém a posição dos mesmos não exige uma precisão elevada em saltos verticais, por ser uma posição mais de resistência, velocidade de chegada ao ataque e cobertura da defesa, trabalham mais pelos corredores do campo, dificilmente se utilizando a jogada área para disputar bolas de cabeça, porem ainda assim obtiveram um resultado melhor que o goleiro, sendo 2 cm melhor.

    A posição de volante aparece com a terceira melhor média dentre as posições com 56 cm, na qual esta posição também exija um bom aproveitamento nos saltos, embora em menos escala, pois o volante necessita do salto quando auxilia a defesa e o ataque quando necessário, e quando disputa a primeira bola alçada pela meta adversária para o meio campo. A posição de meia com média de 51 cm, porém assim como os laterais, não exigem durante as partidas uma precisão nos saltos, por ser uma posição mais de movimentação, armação das jogadas, onde o atleta precisa mais da velocidade, agilidade, utilizando dos saltos raramente para uma eventual subida para disputa de bola ofensiva na área adversária. A posição de atacante aparece com o melhor resultado dentre todas as posições, média de 58,5 cm, não surpreende o melhor resultado atingido pelos atacantes, pois a posição dos mesmos exige muito desta característica em específico para disputa de bola contra os zagueiros, bola área em ataques ofensivos, escanteios ofensivos e defensivos, disputa da primeira bola com os volantes adversários, quando a bola vem da meta de sua própria equipe, finalizações de cabeça, e etc.

    Porém, analisando todos os resultados expondo as relações entre posições, podemos apontar que todos os resultados são considerados ruins, pois segundo Madureira et al (1982), para um futebolista profissional sobressair-se no ele deverá demonstrar força explosiva no salto vertical, obtendo um índice aproximado entre 70-80 cm. Podemos apontar que o melhor resultado obteve 58,5 cm estando longe dessa marca, porém o autor deixa claro que é para atletas profissionais, em todo caso os futebolistas mesmo sendo da categoria sub-20 já deveriam estar em níveis mais próximos dos ideais, porém deve se levar em consideração, que quando foram realizados os testes os futebolistas estavam no início da temporada; ou seja, no período pré-competitivo.

Gráfico 03. Demonstrativo referente ao teste de velocidade de deslocamento em 30 metros dos futebolistas da categoria sub-20

    A posição de goleiro resultado médio de 4”37”’ segundos, apresentando alguns milésimos de segundos pior que o melhor resultado que foi 4”04”’ segundos. A posição de goleiro necessita, mesmo tendo um espaço curto de atuação, de uma boa velocidade de deslocamento, para quando numa situação de 1 contra 1, frente ao atacante, consiga sair com velocidade, interceptando a ação do mesmo, também para saídas rápidas em bolas aéreas, a qual o mesmo precisa dar um pique para dar um salto que intercepte a bola adversária. A posição de zagueiro aparece com a melhor média dentre todas as posições, com um resultado médio de 4”04”’ segundos, sendo a velocidade de deslocamento de suma importância para a posição de zaga, pois necessitam dessa característica para chegar com mais velocidade para executar um bote, uma antecipação, ou uma roubada de bola perante o seu adversário, etc. A posição de lateral com uma média de 4”12”’ segundos, onde os mesmos deveriam obter a melhor média nesse teste, apesar de não estarem muito longe do melhor resultado, porem a posição exige constante movimentação e velocidade para complementar a defesa e o ataque, de maneira continua, durante uma partida.

    A posição de volante com uma média de 4”13”’ segundos, apenas um pouco acima dos laterais, também sendo uma posição que necessite de uma boa velocidade de deslocamento, pois alem de executar um bote, uma antecipação, ou uma roubada de bola como os zagueiros, os volantes ainda chegam como elemento surpresa ao ataque. A posição de meia com um resultado médio de 4”09”’ segundos, mais uma posição que também necessita de boa velocidade de deslocamento, por ser o setor de criação, onde os meias tem que ser ágeis, velocidade nas arrancadas para chegar ao ataque, fugir da marcação. A posição de atacante aparece com um resultado médio de 4”16”’ segundos, também necessitando de uma boa velocidade de deslocamento, para antecipar jogadas, partir em velocidade para cima da defesa adversária, sendo uma posição que exige constante movimentação para se encontrar livre de marcação, usar a velocidade em contra-ataques.

    De maneira geral as posições como um todo, ficaram com resultados muito próximos, porém milésimos de segundos, ao chegar antes de outro jogador em uma jogada pode fazer toda diferença, sendo assim, o ataque poderia ter ido melhor, assim com os laterais. Segundo Golomazov e Shirva (1996) durante uma partida de futebol um jogador poderá dar até 100 arranques e acelerações em curtas e longas distâncias, na qual em curtas distâncias só se terá bom êxito se o atleta possuir de um alto nível de desenvolvimento das capacidades de velocidade e de força.

Gráfico 04. Demonstrativo referente ao teste de resistência de Leger dos futebolistas da categoria sub-20

    A posição de goleiro 60 voltas no teste, ficando 25 voltas atrás do melhor resultado, porém a posição do mesmo não exige uma resistência tão elevada, pois sua área de atuação é curta, não havendo um desgaste aeróbico tão elevado. A posição de zagueiro média de 74 voltas, ficando 11 voltas atrás do melhor resultado que foi de 85 voltas, a posição exige uma boa resistência, porém a faixa de atuação do mesmo não é muito prolongada, a zaga deve ter uma boa resistência física para ter bastante êxito durante os 90min principalmente durante a marcação contra o ataque adversário.

    A posição de lateral com resultado médio de 81,5 voltas, sendo essa uma característica importante para a posição, que cobre uma faixa extensa no campo de jogo, com várias idas e vindas ao campo de ataque e defesa, sempre tendo que se auxiliar no apoio ao ataque e a defesa exigindo uma boa resistência física dos futebolistas. A posição de volante com uma média de 63 voltas, na qual este é um resultado fraco perante as demais posições, e também pela importância da resistência para a posição do mesmo, sendo que o resultado deveria ser melhor em relação à sua importante função no campo de jogo, sendo ela de proteção a defesa e saída de bola para iniciação para a jogada de ataque, marcação aos homens de criação adversários e em muitos casos, marcação individual.

    A posição de meia aparece com o melhor resultado médio em relação a todas as posições, com uma média de 85 voltas, onde esse melhor resultado poderá ter aparecido por serem meias de criação, com características de grande e constante movimentação para fugir da marcação e criar oportunidades de gols para os atacantes, chegando constantemente próximo ao gol para executar diversas ações, e precisam estar com um bom preparo para suportar esse ritmo o jogo todo. A posição de atacante média de 85 voltas, os atacantes apresentaram o resultado de uma média de 75 voltas. Estes jogadores em relação a sua função deveriam ter apresentado resultados pouco melhores por também terem características de movimentação para fugir da marcação, chegando várias vezes ao gol para finalização, e serem jogadores que precisam ter uma boa resistência para chegarem em melhores condições para uma boa finalização, onde o cansaço não iria influenciar na qualidade do arremate, caso o preparo estivesse em boas condições.

    De maneira geral, as duas posições que obtiveram os melhores resultados: função dos meias e laterais, devido estas necessitarem de mais resistência, em todo caso, os laterais deveriam ser superiores aos meias. É claro que as demais posições ficaram muito abaixo do resultado esperado, principalmente os volantes, pois de maneira geral todas as posições deveria estar mais próximas enquanto aos resultados médios, sobressaindo uma posição ou outra. A resistência é de igualitária importância para todos suportarem a intensidade dos 90 minutos em uma partida de futebol. Para Golomazov e Shirva (1996), a resistência acaba sendo a capacidade básica do futebol, tendo a mesma um grande grau de participação e influencia no desempenho do atleta no campo de jogo, pois sem resistência o rendimento cai, e as demais valências físicas também caem junto.

Gráfico 05. Demonstrativo referente ao teste de agilidade do quadrado dos futebolistas da categoria sub-20

    A posição de goleiro aparece com o pior resultado médio dentre as posições avaliadas: média de 7”41”’ segundos. Para goleiros é necessária um pouco de agilidade, boa velocidade de movimentação de pernas e braços, para que sempre com auxílio da flexibilidade, ajude no deslocamento rápido do mesmo. A posição de zagueiro aparece com o surpreendente melhor resultado perante as demais posições com um resultado médio de 6”74”’ segundos, sendo uma característica não muito requisitada para posição, porém um zagueiro ágil juntamente com as demais características que um zagueiro deve ter, acaba propiciando a ele se tornar um grande zagueiro no aspecto físico, se enquadrando em aspecto mais moderno da posição.

    A posição de lateral média de 7”13”’ segundos, na qual atualmente um lateral ágil levará vantagem em cima do marcador adversário, criando jogadas de perigo. A posição de volante resultado médio de 7”08”’ segundos, sendo um pouco melhor que os laterais, porém a posição do mesmo não exige um nível de agilidade tão elevado. A posição de meia aparece com o segundo melhor resultado médio, com uma média de 6”76”’segundos, na qual a agilidade para um meio campo é de suma importância, para ludibriar um adversário em drible, em uma jogada de corpo, abrindo mais espaços do campo de jogo para uma eventual criação de jogada de gol, pois os meias são considerados como o “motor, “cérebros” de uma equipe, sem eles a equipe raras vezes funciona.

    A posição de atacante aparece em terceiro lugar, ficando com média pouco acima dos meio campistas, média de 6”96”’ segundos, e assim como para os meias, a agilidade é importante para os atacante, praticamente com os mesmos motivos que os meias, podendo ludibriar o adversário em um drible ou finta de corpo, um drible na frente da área para ficar em condições de finalização.

    De maneira geral os meias e atacantes apresentaram bons resultados no que se refere à capacidade da agilidade perante as outras posições, com exceção da zaga que surpreendeu e ficou com o melhor resultado geral. De uma maneira geral os resultados apresentados pelos futebolistas por posições apresentaram níveis esperados pelo pesquisador, em todo caso os laterais poderiam ter tido resultados melhores que os volantes, e claro os meias e atacantes melhores que a zaga.

Tabela 01. Demonstrativo referente ao resultado dos testes por posição

    A tabela acima aponta a relação dos testes por posição de campo de jogo, apresentando a mensuração do melhor resultado de cada posição dos jogadores dentre os cinco testes propostos. De maneira geral os níveis das capacidades dos futebolistas são próximos. Ao analisar a tabela pode-se destacar negativamente o goleiro com 4 piores resultados dentre 5 testes e, apontar que de maneira geral os meias e os atacantes sobressaíram um pouco perante os demais, ficando sempre com bons resultados, com o melhor ou próximos do melhor, apresentando pouca vantagem para os meias perante os atacantes, porem o resultado de ambas as posições deve-se ao fato de serem as posições que necessitem de mais valências físicas diferentes para uma boa atuação em uma partida, e por serem os atletas por vezes mais visados e decisivos no campo de jogo.

Considerações finais

    A hipótese apresentada pela pesquisa foi confirmada, em relação às capacidades de aptidão neuromuscular os futebolistas apresentaram resultados diferentes de acordo com a posição da categoria sub-20 do Sport Club Campo Mourão-PR.

    Em relação aos níveis de aptidão neuromuscular de acordo com as posições podemos apontar:

  1. Força: os futebolistas se encontram em níveis desiguais, é uma capacidade a ser melhor trabalhada, principalmente em relação à posição do goleiro, na qual se exige muito do salto. As demais posições ficaram próximas, de maneira geral todos se encontram muito abaixo dos resultados ideais para uma equipe.

  2. Flexibilidade: as posições ficaram com resultados próximos, estando classificadas sempre entre “regular” para “médio”, com exceção da posição de goleiro, que obteve o melhor resultado e esteve classificado como “bom”, desta forma cumprindo a expectativa de que seria a posição com melhor resultado, visto a importância da flexibilidade para a mesma, porém deve-se ressaltar que a flexibilidade é de igualitária importância para todas as posições, e os resultados dos demais deveriam ser mais próximos ao da posição de goleiro, visto que essa não uma valência muito trabalhada de maneira ideal nos treinos, pelo que se acompanha nos dias de hoje.

  3. Resistência: com exceção para a posição de goleiro que tem pouca movimentação, os resultados ficaram a desejar, como o caso dos volantes, que ficaram bem atrás, e de certa forma até mesmo os dos atacantes, que precisam ter uma boa resistência para após uma arrancada chegarem com boa compostura perante o goleiro e poder finalizar da melhor maneira possível.

  4. Velocidade de deslocamento: de maneira geral, ficaram com resultados muito próximos, porém milésimos de segundos, um jogador chegar antes em uma jogada faz toda a diferença, sendo assim o ataque poderia ter ido melhor, assim, como os laterais.

  5. Agilidade: para os meias e atacantes foram bem no teste perante as outras posições, com exceção da zaga que surpreendeu e ficou com o melhor resultado geral, mas em todo caso cada posição ficou naquilo que era esperado, onde os laterais poderiam ter ido um pouco melhor que os volantes, e claro os meias e atacantes melhores que os zagueiros. Desta maneira, podemos apontar que de maneira geral os meias e os atacantes sobressaíram um pouco perante os demais, ficando sempre com bons resultados, com o melhor ou próximos do melhor, apresentando pouca vantagem para os meias perante os atacantes, porem o resultado de ambas as posições deve-se ao fato de serem as posições que necessitem de mais valências físicas diferentes para uma boa atuação em uma partida, e por serem os atletas por vezes mais visados e decisivos no campo de jogo.

Referências

  • BARROS, T.; GUERRA, I. Ciência do Futebol. Barueri: Manole, 2004.

  • GOLOMAZOV, S.; SHIRVA, B. Futebol: Treinamento de qualidade de movimento para atletas jovens. São Paulo: Editora Aratebi Lta, 1996.

  • GOMES, A. C. Treinamento Desportivo: Estruturação e Periodização. Porto Alegre: Artmed, 2002.

  • MADUREIRA, G; FIGUEIREDO, P.R; GUIMARÃES, J. N. F. Aconselhamento Médio: funcional no futebol. Rio de Janeiro: Ars Cvrando, 1982.

  • POLLOCK, M. L.; WILMORE, J. K. Exercícios na saúde e na doença: avaliação e prescrição para prevenção e reabilitação. 2.ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1993.

  • PONTES et al. Comparação dos níveis de flexibilidade em futebolistas durante o período de 16 semanas de treinamento. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOMECÂNICA, 11., 2005, João Pessoa. Anais... São Paulo: Sociedade Brasileira de Biomecânica, 2005.

  • THIENGO, C. R.; VITÓRIO, R..; FERREIRA, L. A. O Goleiro de Handebol. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 100, 2006. http://www.efdeportes.com/efd100/goleiro.htm

  • ZAKHAROV, A.; GOMES, A. C. Ciência do treinamento desportivo. Rio de Janeiro: Palestra Sport, 2003.

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