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Nível de flexibilidade em praticantes de musculação

Nivel de flexibilidad en practicantes de musculación

 

*Mestrado em Avaliação em Atividade Física Universidade de Trás-os-Montes

e Alto Douro, UTAD, Portugal / Faculdades Integradas do Norte de Minas-FUNORTE

**Grupo de Pesquisa do Centro de Educação a Distância

da Universidade Estadual de Montes Claros-CEAD/UNIMONTES

***Bacharelando em Farmácia Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros-FIPMoc

Bolsista de Iniciação Científica pela Fundação de Amparo à Pesquisa

do Estado de Minas Gerais-FAPEMIG

(Brasil)

Vivianne Margareth Chaves Pereira Reis* **

Kelly Adriana Prates Oliveira*

Umberto Bezerra*

Érica Patrícia Jorge Oliveira*

Paulo Renato Marinho*

Ricardo Bacchi*

Ronilson Ferreira Freitas** ***

ronnypharma@bol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo teve como objetivo identificar o perfil do nível de flexibilidade dos praticantes de musculação da cidade de Macaúbas - BA. A amostra foi composta por 20 praticantes de musculação do sexo masculino com idades entre 18 e 25 anos que praticavam somente esta modalidade de atividade. Para mensuração da flexibilidade foi utilizado o flexiteste, um método de avaliação passiva de oito movimentos articulares corporais. Cada um dos movimentos é medido em uma escala crescente de números inteiros que varia de 0 a 4, perfazendo um total de cinco valores possíveis. Para a classificação do nível de flexibilidade foi utilizado a tabela flexíndice conforme protocolo de Costa, (2002). Após a mensuração e a análise dos dados, ficou evidenciado um fato renegado pelo censo comum: mais de 50% dos indivíduos testados apresentou flexibilidade e amplitude de movimento acima da média, sendo que somente um indivíduo apresentou a flexibilidade como pequena. Concluiu-se então que a prática da musculação em jovens adultos na cidade de Macaúbas - BA não reduziu os níveis de flexibilidade do indivíduo, mas sim melhoraram de forma significativa a mobilidade articular e a amplitude de seus movimentos.

          Unitermos: Flexibilidade. Musculação. Adultos. Flexiteste.

 

Abstract

          This study aimed to identify the profile of the level of flexibility of bodybuilders city of Macaubas-BA. The sample was composed by 20 bodybuilders males aged between 18 and 25 years who practiced only this type of activity. To measure the flexibility flexitest was used, a method of evaluation of eight passive joint movements body. Each of the movements is measured on a scale of integer numbers ranging from 0 to 4, a total of five possible values. To classify the level of flexibility was used as the table Flexindex protocol Costa (2002). After measurement and data analysis, a fact evidenced by the census renegade common: more than 50% of those tested showed flexibility and range of motion above average, and only one individual showed how little flexibility. It was concluded that the practice of weight in young adults in the city of Macaubas-BA did not decrease the flexibility of the individual, but significantly improved joint mobility and range of motion.

          Keywords: Flexibility. Strength training. Adult. Flexitest.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Toda atividade física desenvolve certo nível de flexibilidade, inclusive, isso acontece também na musculação (ALTIERI, 2004). Sabe-se que a flexibilidade exerce um papel importante para o aperfeiçoamento motor, para o aumento da amplitude dos arcos articulares, para a eficiência mecânica e na profilaxia de lesões (DANTAS; SOARES, 2001; REBELATTO et al., 2006), e que a flexibilidade é um fator importante na melhora da qualidade de vida e, conseqüentemente, surgiu à necessidade identificar na musculação o nível de flexibilidade de seus praticantes.

    Dentre as vertentes atuais em atividade física, a musculação não é uma e sim multiforme (LAMBERT, 1990), portanto ela não deveria ser simplesmente adicionada a este ou aquele programa de treinamento, mas sim incorporada no condicionamento físico global. Este condicionamento inclui seis qualidades físicas trabalhadas na musculação: coordenação, força, velocidade, resistência, endurance e, como tema central deste estudo, a flexibilidade. A origem da flexibilidade como um método de treinamento é desconhecido (ALTER, 1999; SÁ, BACHION, MENEZES, 2012). Imagina-se que os antigos gregos usavam algum tipo de treinamento de flexibilidade que permitia que eles dançassem, realizassem acrobacias e lutassem com grande facilidade (ALTER, 1999). Através desses treinamentos a flexibilidade pôde ser incluída nos diferentes tipos de ginástica grega: a medicinal, a terapêutica, profilática, marcial e a atlética.

    Para Farinatti (2000) a flexibilidade é um componente importante da aptidão física podendo ser definida como a maior amplitude fisiológica de movimento para a execução de um gesto qualquer. Ela pode ser dividida em duas categorias distintas – estática e dinâmica. Em linhas gerais a estática se refere à amplitude máxima da articulação, enquanto a dinâmica se denomina como sendo a rapidez com que se atinge uma amplitude máxima de movimento e, ativa ou passiva, na qual a flexibilidade ativa se refere à amplitude da articulação conseguida através da ação voluntária do indivíduo que a realiza, enquanto a passiva se denomina como a amplitude da articulação conseguida com a participação de forças externas, por exemplo, outra pessoa (ACHOUR JUNIOR, 1998; LOOKS et al, 2012).

    Há várias formas de medir a flexibilidade, com relação ao método de medidas lineares, tem como exemplo, “sentar-e-alcançar” de Wells, o método adimensional caracterizado por interpretar os movimentos articulares, por exemplo, o flexiteste de Araújo e Pável, e por último o método angular que se observa à angulação formada entre dois segmentos. Este tipo de medida chama-se goniômetria (MARINS, 1998). Por isso a flexibilidade é o tema central desse estudo onde o objetivo foi identificar e analisar estatisticamente o nível da flexibilidade dos praticantes de musculação que residem na cidade de Macaúbas - BA.

Metodologia

    Este é um estudo do tipo experimental, com testes apropriados para medição dos elementos essenciais sob investigação e análise estatística. Serviram de amostra 20 praticantes de musculação do sexo masculino com idades entre 18 e 25 anos, resididos na cidade de Macaúbas - BA e que praticavam somente esta modalidade de atividade.

    Foi utilizado para a coleta de dados o flexiteste adaptado com oito movimentos divididos em três grupos para avaliação da flexibilidade. Mediante a autorização do professor e do proprietário da academia houve a aplicação do flexiteste para graduar o nível de flexibilidade da amostra. Os resultados obtidos foram analisados através da utilização das médias dos dados coletados e da comparação entre as mesmas. Para a análise dos dados coletados através do flexiteste foi utilizada a tabela de classificação do flexindice conforme exposto na Tabela 1.0:

Classificação do Flexindice

    O Flexiteste adaptado constitui um método de avaliação passiva de oito movimentos articulares corporais, sendo três movimentos para membros superiores, 02 movimentos para tronco e três movimentos para membros inferiores. Movimento 1: Movimento realizado através da adução a partir da adução de 180º no ombro. Movimento 2: Movimento realizado através da extensão posterior do ombro. Movimento 3: Movimento realizado através da extensão mais adução posterior do tronco. Movimento 4: Movimento realizado através da flexão do tronco. Movimento 5: Movimento realizado através da flexão lateral do tronco. Movimento 6: Movimento realizado através da flexão do quadril. Movimento 7: Movimento realizado através extensão do quadril. Movimento 8: Movimento realizado através abdução do quadril.

    Cada um dos movimentos é medido em uma escala crescente de números inteiros que varia de 0 a 4, perfazendo um total de cinco valores possíveis. Através da comparação de mapas é possível identificar a amplitude de o movimento articular obtido. Para a realização da medida, compara-se a amplitude passiva máxima obtida com as figuras dos mapas de avaliação do Flexiteste (FERNANDES FILHO, 2003).

Tratamento dos dados

    Para o tratamento dos dados foi utilizado o cálculo das médias dos resultados obtidos através da coleta de dados. Analisaram-se as médias para verificar o nível de flexibilidade através do flexindice além de comparar a média geral com a média dos grupos musculares que mais se destacaram. Essas médias foram expressas através de gráficos.

Cuidados éticos

    O teste aconteceu de forma anônima com objetivo de resguardar e evitar qualquer tipo de constrangimento ou lesão aos sujeitos que constituem a amostra.

Resultados e discussão

    De acordo com a análise estatística dos gráficos 1.0 e 1.1 foi possível verificar os seguintes resultados:

Gráfico 1.0. Classificação do nível de flexibilidade (Flexindice)

 

Gráfico 1.1. Comparação entre as médias do tronco, MMSS, MMII e média geral

    No que diz respeito aos níveis de flexibilidade dos praticantes de musculação (Gráfico 1.0), verificou-se que da amostra analisada 40% dos indivíduos obtiveram níveis de flexibilidade entre 17 e 20 pontos, o que quer dizer uma classificação Média (+), ou seja, esses indivíduos possuem um nível satisfatório de flexibilidade. Complementando esta análise, 35% dos indivíduos estudados obtiveram, segundo a Tabela 1.0, entre 21 e 24 pontos o que indica uma classificação Grande, ou seja, possuem um nível de flexibilidade acima do esperado. Através dessa primeira análise podemos verificar que 75% dos praticantes de musculação possuem níveis de flexibilidade considerados Médio (+) a Grande, 20% com níveis Muito Grande e os 5% restantes com níveis Pequeno (+). Não foi encontrado entre os praticantes níveis inferiores consideradas Pequena (-) e Muito Pequena. Diferente do que muitos acham o treinamento resistido não diminui a flexibilidade do indivíduo, mas sim, mantêm os níveis existentes ou melhoram estes níveis. Segundo Trash e Kelly (1987) citados por Primo (2004), concluíram que um programa de treinamento com pesos não prejudica a flexibilidade e pode até aumentar a amplitude de determinados movimentos.

    Além dos níveis de flexibilidade, analisamos e comparamos as médias dos grupos musculares mais flexíveis com relação à média geral da amostra. Foi encontrado, segundo o Gráfico 1.1, que a média geral dos praticantes de musculação aproximou-se do nível Grande, segundo a Tabela 1.0. Pode-se dizer então que, a prática da musculação ao contrário do que se pensa, tem trazido muito benefício aos seus praticantes. No entanto, a análise das médias dos grupos musculares constatou-se que os Membros Inferiores obtiveram um maior nível de flexibilidade com relação ao Tronco e aos Membros Superiores (Gráfico 1.1).

Conclusão

    Através dos dados obtidos podemos afirmar que a prática da musculação não reduz os níveis de flexibilidade do indivíduo e sim melhoram de forma significativa a mobilidade articular e amplitude de movimento do praticante. Conclui-se então, que os praticantes de musculação da cidade de Macaúbas - BA possuem níveis de flexibilidade satisfatórios e, até mesmo, alguns acima do esperado.

Referências bibliográficas

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