Efeitos de um programa de
caminhada Efectos de un programa de caminata en la capacidad de locomoción en personas mayores |
|||
*Graduanda/o do curso de Educação Física da UEPB **Graduado do curso de Educação Física da UEPB ***Professor do Curso de Educação Física da UEPB (Brasil) |
Temístocles Vicente Pereira Barros* Juliana Araújo Martins* Andrée Philippe Pimentel Coutinho** Manoel Freire de Oliveira Neto*** |
|
|
Resumo Hoje acontece uma transformação mundial, onde, em todo planeta o número de pessoas idosas cresce cada vez mais, e é de grande interesse estudar estratégias que façam com que essas pessoas idosas, vivam além de mais, melhor. O crescimento da população de idosos é um acontecimento mundial e ocorre em um nível sem precedentes (Pereira, Curioni & Veras, 2003). Dentre inúmeras opções de AF, uma das atividades mais populares e mais recomendadas em todo o mundo é a caminhada. Para os indivíduos idosos ela é altamente recomendada, pois, não requer equipamentos sofisticados, o risco de lesões é baixo e não acarreta ônus e compromisso com profissionais especializados. Lima (2002) diz que a caminhada é apontada como um dos exercícios aeróbicos mais adequados, especialmente para idosos e indivíduos portadores de doenças cardíacas e metabólicas como diabetes, obesidade e excesso de triglicérides no sangue. O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa, do tipo descritivo, configurando-se como estudo pré-experimental e desenhada como projeto antes - depois. Tendo como intenção avaliar os efeitos de um programa de caminhada sobre a capacidade de locomoção de idosos. O Universo da pesquisa se constitui por 50 idosos participantes do projeto universidade abertos à maturidade – UAMA da Universidade Estadual Da Paraíba. Foram selecionados 10 idosos, para participarem da presente pesquisa, 1 homem e 9 mulheres. A caminha foi feita de forma orientada pelos integrantes da pesquisa, cada sessão devia conter: Alongamentos Iniciais (5’ a 8’); Aquecimento (2’ a 5’); Caminhada (15’ a 35’); Relaxamento final (5’ a 8’). Para a coleta foi aplicado o teste “caminhar/correr 800 metros”, ou seja, dar duas voltas completas na pista de atletismo que tem 400 metros, tem como objetivo medir a capacidade do idoso locomover-se com eficiência para realizar atividades como ir ao mercado, fazer visitas a parentes e amigos, passear em parques. Individualmente tivemos resultados positivos onde: Individuo 1 fez os tempos 8’36/8’35’’, o individuo 2 8’43/8’,41’’, individuo 3 8’40/8’,36’’, individuo 4 9’14/9’,10’’, individuo 5 9’09’’/9’,06’’, indivíduo 6 10’23/10’,22’’, individuo 7 8’51’’/8’,49’’, individuo 8 10’32’’/10’29’’, individuo 9 14’45’’/14’42’’, individuo 10 10’59’’/10’56’’, todos estes respectivamente pré e pós programa de treinamento da caminhada. E a média do grupo foi: 10’15’’ e 10’12’’, pré e pós-treinamento da caminhada, respectivamente. Podemos assim, afirmar que a caminha melhora a capacidade de locomoção de idosos, podendo ter uma grande contribuição na vida cotidiana de idosos, pois caminhar é uma atividade essencial e indispensável nas atividades da vida diária (AVD’s). Palavras chave: Caminhada. Idosos. Capacidade de locomoção.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
Introdução
Hoje acontece uma transformação mundial, onde, em todo planeta o número de pessoas idosas cresce cada vez mais, e é de grande interesse estudar estratégias que façam com que essas pessoas idosas, vivam além de mais, melhor. O crescimento da população de idosos é um acontecimento mundial e ocorre em um nível sem precedentes (Pereira, Curioni & Veras, 2003). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2008), nos últimos anos, o Brasil vem apresentando um novo padrão demográfico que se caracteriza pela redução da taxa de crescimento populacional e por transformações profundas na composição de sua estrutura etária, com um significativo aumento do contingente de idosos. O crescimento da população de idosos em números absolutos e relativos é um fenômeno mundial e cresce sem precedentes. Em 1950 eram cerca de 204 milhões de idosos no mundo, e em 1998 esse número passou para 579 milhões de pessoas, um crescimento de mais de 8 milhões de idosos por ano. Sendo assim, as projeções indicam que em 2050 serão mais de 1.900 milhões de idosos.
Segundo Mazo et al (2004), com o processo natural de envelhecimento se verifica uma diminuição na capacidade funcional de cada sistema e, com o aparecimento das doenças crônico-degenerativas, prevalecem as incapacidades. Segundo os autores, esta baixa na capacidade funcional dos idosos pode ser acelerada ou retardada de acordo com fatores genéticos, bem como estilo de vida e ambiente. Afirma também Rebelatto (2006) que a terceira idade caracteriza-se entre outros aspectos, por um decréscimo do sistema neuromuscular, verificando uma perda da massa muscular, debilidade do sistema muscular, diminuição da flexibilidade, da força, da resistência e da mobilidade articular, fatores que por decorrência, determinam limitação da capacidade de coordenação e de controle do equilíbrio corporal estático e dinâmico. Portanto, envelhecimento ocorre varias mudanças negativas como aumento da massa gorda, diminuição da mobilidade articular, atrofia das fibras musculares, débito de equilíbrio e várias outras mudanças em decorrência da falta de atividade física.
Com o aumento da idade cronológica as pessoas se tornam menos ativas, já que suas capacidades físicas diminuem e, com as alterações psicológicas e sociais que se acentuam nesta idade, há ainda uma diminuição na prática da atividade física, que por conseqüência facilita o aparecimento de doenças crônicas, contribuindo ainda mais para um processo de envelhecimento de baixa qualidade. (MATSUDO et al, 2000).
Faz-se necessário, para ter um envelhecimento saudável, uma mudança no estilo de vida da população como um todo, mas, se falando de terceira idade, os autores Franchi e Júnior (2005) ressaltam que é importante que o idoso incorpore, em seu modo de vida, hábitos saudáveis através de informações e conteúdos que sejam capazes de modificar e acrescentar atitudes favoráveis para a manutenção e prevenção de sua saúde em seu significado mais abrangente (física, mental, emocional, social e espiritual).
Uma dos fatores que viabilizam e tornam o processo de envelhecimento saudável é a prática de atividades físicas (AF). Matsudo (2009) diz que, a atividade física regular na prevenção e controle das doenças crônicas não transmissíveis, melhor mobilidade, capacidade funcional e qualidade de vida durante o envelhecimento. Sendo assim, é de grande importância a prática de AF na vida de idosos, diz o autor em seu estudo Mota et al (2006), concluiu que os idosos ativos têm uma Qualidade de vida relacionada à saúde (HRQL) mais elevada do que os idosos que não participaram no programa de atividade física.
Dentre inúmeras opções de AF, uma das atividades mais populares e mais recomendadas em todo o mundo é a caminhada. Para os indivíduos idosos ela é altamente recomendada, pois, não requer equipamentos sofisticados, o risco de lesões é baixo e não acarreta ônus e compromisso com profissionais especializados. Lima (2002) diz que a caminhada é apontada como um dos exercícios aeróbicos mais adequados, especialmente para idosos e indivíduos portadores de doenças cardíacas e metabólicas como diabetes, obesidade e excesso de triglicérides no sangue.
De acordo com Ramos (1997) apud Sampaio (2007), dentre os benefícios da caminhada para o idoso, registram-se também no âmbito psicológico, pois ajudam na melhoria dos estados de humor como a depressão, raiva e confusão, tensão, vigor e clareza, além de possibilitar acréscimo da vitalidade.
Sampaio (2007) aponta que a caminhada apresenta vários benefícios individuais em relação a uma melhor qualidade de vida, saúde e bem-estar. E esses se traduzem igualmente em benefícios sociais, particularmente aqueles que se referem a menores custos com cuidados de saúde mediante uma atividade de baixo custo. A prática da caminhada é a terapia de menor custo para a prevenção de doenças e melhor saúde.
Tomando como referencia os autores Rippes e Hess citados por Sampaio (2007) podemos registrar que caminhar é uma prática bastante simples e conveniente para a promoção da atividade física regular, representando atualmente um valioso meio utilizado pelos indivíduos nos tempos livres, de lazer e para a aquisição de melhor qualidade de vida.
Métodos
O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa, do tipo descritivo, configurando-se como estudo pré-experimental e desenhada como projeto antes - depois. Tendo como intenção avaliar os efeitos de um programa de caminhada sobre a capacidade de locomoção de idosos.
O Universo da pesquisa se constitui por 50 idosos participantes do projeto universidade abertos à maturidade – UAMA da Universidade Estadual da Paraíba. Foram selecionados 10 idosos, para participarem da presente pesquisa, 1 homem e 9 mulheres. Nossa amostra teve média de idade de 70.6, sendo a idade mínima 61 anos e a máxima 79 anos.
Os Participantes da pesquisa tinham de ter idade mínima de 60 anos, devidamente matriculados na UAMA, e deveriam apresentar exames médicos indicando que não havia limitações ou incapacidades de executar o treinamento da caminhada.
Para a pesquisa foram utilizados uma pista de atletismo de 400 metros, canetas, cronômetros, cones. A primeira etapa da coleta começa com a aplicação de um protocolo de anamnese contendo informações a serem preenchidas, como: nome, idade, sexo, e questionamento sobre a prática ou não de AF, como também foram exigidos e analisados os laudos médicos indicando que não havia problemas, limitações ou qualquer evidencia médica/clinica que os impedissem da prática da caminhada. O treinamento se deu com três sessões semanais de no mínimo 15’ e no máximo 35’, levando em consideração a individualidade biológica de cada idoso, e os possíveis riscos, a variação de tempo se dá justamente pelas condições físicas de cada idoso, onde um conseguia caminhar mais ou menos do que os outros, foi determinada essa faixa de mínimo máximo tempo para a execução das atividades. A caminha foi feita de forma orientada pelos integrantes da pesquisa, cada sessão devia conter: Alongamentos Iniciais (5’ a 8’); Aquecimento (2’ a 5’); Caminhada (15’ a 35’); Relaxamento final (5’ a 8’).
O programa de caminha teve duração de 10 semanas, sendo avaliados os idosos antes do treinamento e após o treinamento, para fazer uma comparação de possíveis mudanças, foi orientado aos idosos também, que não praticassem a caminhada em outros locais que não fossem com a orientação dos pesquisadores. Para a coleta foi aplicado o teste “caminhar/correr 800 metros”, ou seja, dar duas voltas completas na pista de atletismo que tem 400 metros, tem como objetivo medir a capacidade do idoso locomover-se com eficiência para realizar atividades como ir ao mercado, fazer visitas a parentes e amigos, passear em parques e apresenta como procedimentos e/ou exigências: o avaliado deve caminhar e/ou correr uma distância de 800 metros no menor tempo possível. O percurso deve ser construído de forma oval ou retangular, e suas margens devem ser delimitadas por cones. O início e o final do percurso devem ser demarcados com linhas no chão. O avaliado deve colocar-se em pé, atrás da linha que demarca o início do percurso e, ao sinal “Atenção! Já!”, iniciar a caminhada e/ou corrida até completar a distância determinada. O desempenho é medido em tempo (minutos e segundos necessários para a realização do percurso). O cronômetro deve ser acionado ao sinal “Atenção! Já!” e, interrompido quando o avaliado ultrapassar com ambos os pés a distância determinada.
A análise estatística dos dados foi realizada com o instrumento estatístico SPSS 17.0, foi usado também a ferramenta Excel 2007 para a formação de gráficos/tabelas.
Resultados
Abaixo temos a representação de média de idade dos idosos participantes da pesquisa, onde está representado também o sexo, com o numero total de 10 (dez) idosos, sendo 9 (nove) mulheres e 1 (um) homem.
Abaixo a tabela que demonstra os resultados obtidos pelos idosos (Teste de caminhar/correr 800 metros), antes e depois do programa de treinamento da caminhada proposto, estão apresentados de forma individual e de forma coletiva com a média total. Vemos que individualmente e coletivamente tivemos resultados positivos.
Discussão e conclusão
Ao término da coleta de dados pudemos identificar uma melhora nos tempos do teste aplicado nos idosos em questão. Individualmente tivemos resultados positivos onde: Individuo 1 fez os tempos 8’36/8’35’’, o individuo 2 8’43/8’,41’’, individuo 3 8’40/8’,36’’, individuo 4 9’14/9’,10’’, individuo 5 9’09’’/9’,06’’, indivíduo 6 10’23/10’,22’’, individuo 7 8’51’’/8’,49’’, individuo 8 10’32’’/10’29’’, individuo 9 14’45’’/14’42’’, individuo 10 10’59’’/10’56’’, todos estes respectivamente pré e pós programa de treinamento da caminhada. E a média do grupo foi: 10’15’’ e 10’12’’, pré e pós-treinamento da caminhada, respectivamente.
Podemos concluir, então, que o treinamento da caminha é eficaz no que se trata de melhorar a locomoção de idosos, podendo ver claramente em nossos resultados que houve modificações positivas, tanto individualmente, apesar de o treinamento da caminhada ser mais eficaz para uns do que para outros e seguindo essa lógica uns tiveram resultados melhores do que outros, e coletivamente, pois, a média de tempo do pré e pós-treinamento da caminhada foi diminuída, apesar de não ter sido uma diminuição muito grande, mas, no que se trata do público idoso, podemos considerar um grande resultados, pois, sabemos das dificuldades que existem em se ter resultados com idosos, por estarem constantemente em declínio fisiológico das capacidades funcionais, como também, das limitações que são características da terceira idade. Podemos assim, afirmar que a caminha melhora a capacidade de locomoção de idosos, podendo ter uma grande contribuição na vida cotidiana de idosos, pois caminhar é uma atividade essencial e indispensável nas atividades da vida diária (AVD’s).
Referências
FRANCHI, K.; JUNIOR, R. Atividade Física: Uma necessidade para boa saúde na terceira idade. RBPS 2005; 18 (3) : 152-156.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Perfil dos idosos responsáveis pelos domicílios no Brasil 2000. [citado 2008 out 15]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/perfilidoso/perfidosos2000.pdf.
LIMA, D. F. Caminhada: teoria e prática. 3. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.
MATSUDO, S. M.; MATSUDO, V. K. R.; BARROS NETO, T. L. Impacto do envelhecimento nas variáveis antropométricas, neuromotoras e metabólicas da aptidão física. Revista Brasileira de Ciências do Movimento, v. 8, n. 4, 2000.
MATSUDO, S.M.M. ENVELHECIMENTO, ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE. Boletim do Instituto de Saúde – BIS, abril, 2009.
MAZO, G. Z.; LOPES, M. A.; BENEDETTI, T. B. Atividade física e o idoso. 2ª edição. Porto Alegre: Sulina, 2004.
MOTA, J., et. al. Atividade física e qualidade de vida associada à saúde em idosos participantes e não participantes em programas regulares de atividade física. Rev. bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v.20, n.3, p.219-25, jul./set. 2006 • 219.
PEREIRA, R. S., CURIONI, C. C., & VERAS, R. (2003). Perfil demográfico da população idosa no Brasil e no Rio de Janeiro em 2002. Textos sobre Envelhecimento, 6(1), 43-59.
REBELATTO JUNIOR, C. J. I., OREJUELA JUNIOR, P. J.C. Influência de um programa de atividade física de longa duração sobre a força muscular manual e a flexibilidade corporal de mulheres idosas. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 10, n. 1, p. 127-132, 2006.
SAMPAIO, A. Os benefícios da caminhada na qualidade de vida dos adultos. (Dissertação de Licenciatura) - Faculdade de Desporto da Universidade de Porto, 2007.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 17 · N° 174 | Buenos Aires,
Noviembre de 2012 |