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Basquetebol. Aspectos históricos e funcionais

Baloncesto. Aspectos históricos y funcionales

Basketball. Functional and historical aspects

 

Pesquisador, membro da equipe da USP, do Núcleo de Estudos, Ensino

e Pesquisa do Programa de Assistência Primária de Saúde Escolar, PROASE

(Brasil)

Prof. Dr. José Eduardo Costa de Oliveira

prof.zedu@usp.br

 

 

 

 

Resumo

          Na atualidade, e segundo a classificação de modalidades esportivas proposta por Hernandez Moreno (1998), o Basquetebol pode ser caracterizado como um esporte coletivo, de oposição e cooperação - onde cada equipe pode ter até 12 jogadores, mas, jogado cinco contra cinco, envolvendo ações simultâneas entre duas equipes (equipe atacante e defensora), que disputam um espaço/objetivo comum, proporcionando contato direto entre os participantes. Assim, na intencionalidade de discutir e analisar o Basquetebol, enquanto esporte mundialmente difundido, o presente texto trata o desporto através da perspectiva histórica do processo de criação da modalidade; de sua evolução; de algumas de suas ramificações e a sua organização no Brasil e no mundo. Numa perspectiva de uma análise conclusiva, o presente texto espera ter contribuído com o intercâmbio de conhecimentos e informações, específicos, sobre a modalidade em questão, ao analisar o processo histórico de criação do Basquetebol, de algumas de suas ramificações, e que também seja possível contribuir para o enriquecimento do material bibliográfico, disponível, sobre a temática e também que o mesmo possa orientar profissionais de Educação Física, estudantes, técnicos, atletas e ex-atletas, que se interessem no fomento ao estudo e à pesquisa sobre uma das modalidades esportivas mais deslumbrantes do esporte mundial, instigando outros profissionais e pesquisadores a discorrerem, com ainda mais minúcias, sobre os principais conceitos do Basquetebol.

          Unitermos: Basquetebol. Aspectos históricos. Evolução.

 

Abstract

          Currently, and according to the classification of sports proposed by Hernandez Moreno (1998), Basketball can be characterized as a sport collective opposition and cooperation - where each team can have up to 12 players, but played 5 on 5, involving simultaneous actions between two teams (team attacker and defender), vying for a space / common goal, providing direct contact between the participants. Thus, the intent to discuss and analyze Basketball, while widespread sports world, this article looks at the historical perspective of the sport through the process of creating the form, of its evolution, some of its branches and its organization in Brazil and worldwide. Perspective of a conclusive analysis, this article hopes to have contributed to the exchange of knowledge and information, specifically on the sport in question, to analyze the historical process of creation of Basketball, some of its ramifications, and it is also possible contribute to the enrichment of the bibliographic material available on the subject and also that it can guide physical education professionals, students, coaches, athletes and former athletes, who are interested in promoting the study and research on one of the sports more stunning the sports world, prompting other professionals and researchers talk about, with further details on the main concepts of basketball.

          Keywords: Basketball. Aspects history. Evolution.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O Basquetebol, termo que deriva do inglês basketball, e que tem como significado bola-ao-cesto, e conforme foi chamado pela mídia esportiva, bem como pela sociedade brasileira até o final da década de 70 no Brasil, até que houve o aportuguesamento do nome para Basquetebol.

    A referência feita à língua inglesa é alusiva ao fato do esporte ter sido criado nos Estados Unidos da América, sendo até hoje um dos representantes mais legítimos de toda a cultura esportiva norte-americana, bem como que os termos basket (cesto) e ball (bola), vinculam-se ao processo de criação do jogo, em 1891, pelo Professor de Educação Física canadense, mas atuante enquanto docente nos EUA (estados Unidos da América) – James Naismith.

    Na atualidade, e segundo a classificação de modalidades esportivas proposta por Hernandez Moreno (1998), o Basquetebol pode ser caracterizado como um esporte - coletivo, de oposição e cooperação - onde cada equipe pode ter até 12 jogadores, mas, jogado cinco contra cinco, envolvendo ações simultâneas entre duas equipes (equipe atacante e defensora), que disputam um espaço/objetivo comum, proporcionando contato direto entre os participantes.

    O objetivo principal do jogo é fazer pontos na equipe adversária (através da conversão de cestas), e, impedir que o adversário pontue, até que ao final do tempo de uma partida, uma das equipes termine um ponto, ou mais, à frente no placar, sendo ela declarada vencedora.

    Não obstante, o Basquetebol é composto por habilidades específicas (os fundamentos) que, em sua maioria, são contínuas ou intermitentes, onde companheiros de equipe, adversários, limites de tempo e espaço determinam uma imprevisibilidade, tornando-o um dos esportes mais dinâmicos e variados (FERREIRA e DE ROSE JÚNIOR, 2003).

    Organizado pela FIBA (Federação Internacional de Basquetebol), na contemporaneidade possui mais de cento e setenta países filiados, onde suas determinações valem para todos os países onde o Basquetebol é jogado, exceto para a liga profissional dos EUA e do Canadá: a NBANational Basketball Association, e sua dissidência feminina, a WNBAWoman National Basketball Association, que mantém regras próprias, um pouco diferentes das regras internacionais, numa expectativa é que as duas entidades se aproximem cada vez mais seus regulamentos, estando a FIBA, num verdadeiro processo de “NBAzação” de suas regras (aproximação das regras da FIBA, em relação às regras da NBA).

    Assim, considerando o exposto e na intencionalidade de discutir e analisar o Basquetebol, enquanto esporte mundialmente difundido, o presente texto trata o desporto através da perspectiva histórica do processo de criação da modalidade; de sua evolução; de algumas de suas ramificações e a sua organização no Brasil e no mundo.

O histórico do basquetebol mundial

    No que tange a história oficial do Basquetebol, foi no ano de 1891, durante o longo e rigoroso inverno do Estado Norte-americano de Massachussets, no condado de Springfield, que, justamente as adversidades climáticas da região (neve, frio intenso e etc.), que inviabilizavam as práticas de esportes ao ar livre, e as aulas e Educação Física nas escolas de ensino básico e superior naquela região dos EUA, que constituiu o “estopim” principal para a criação do Basquetebol. Pois, naquela época, os esportes não contavam com aparatos tecnológicos da contemporaneidade, tais como a calefação de ambientes, o aquecimento de água nas piscinas, roupas especiais e etc. Desmotivando os alunos e inviabilizando a prática desportiva, portanto (CBB, 2012b).

    Assim, as atividades restringiam-se aos locais fechados (chamadas de atividades in door), e aos esportes como a ginástica e a algumas lutas.

    Foi então nesse cenário, que Luther Halsey Gullick, diretor do Springfield College, colégio internacional da Associação Cristã de Moços (ACM), convidou o professor James Naismith, para a missão de pensar numa solução para o problema das aulas de Educação Física que estavam ficando prejudicadas.

    Como não havia a possibilidade de alguma solução tecnológica para os problemas, a saída era pensar/inventar algum tipo de jogo - novo - que pudesse ser atrativo aos jovens e, principalmente, sem a violência, típica, do esporte mais popular naquela região/época: o Futebol Americano e que também pudesse também ser praticado no verão em áreas abertas.

    Depois de algumas reuniões com outros assistentes, discussões calorosas e pouquíssimas evoluções na direção da solução do problema, já exausto, o professor Naismith deparou-se com algo que, realmente, serviu como um start para um novo jogo!

    Após várias tentativas de esboçar, no papel, algo que fosse novo; todos atiravam os rascunhos, os erros, na forma de bolinhas de papel, diretamente no cesto de lixo. Assim, o professor se percebeu fazendo - algo simples, corriqueiro: atirando as bolinhas de papel num cesto - mas, novo para um jogo formal, coletivo e competitivo!

    Desta aparente banalidade partiu a idéia de que o jogo deveria ter um alvo fixo, um cesto, com algum grau de dificuldade, jogado com uma bola.

    A solução surgiu, portanto, nesse estalo de idéia, colocando o alvo (uma cesta de pêssegos – fruta comum naquela região fria dos EUA, e típica nas residências, por se tratar de uma região de cultivo desta fruta pelos moradores de Springfield e onde este apetrecho era comum nas residências dos munícipes).

    Assim, ele pendurou duas cestas de pêssegos, já bastante usadas, e fixadas por dois postes de madeira, a 3,00m de altura do solo, onde imaginava que nenhum jogador da defesa seria capaz de interceptar a bola, tal qual como um goleiro, que fosse arremessada para o alvo. Tamanha altura também dava certo grau de dificuldade ao jogo, como Naismith desejava desde o início (CBB, 2012b).

    Nascia, portanto, a primeira cesta de basquetebol da história!

1ª Cesta do Basquetebol. Cesto de figos preso a um poste de madeira a 3 metros 

de altura do solo, originária de 1891 (Imagem extraída e adaptada de CBB, 2012b)

    O professor James Naismith escreveu, também, as primeiras regras do esporte, contendo 13 itens e comunicou a seus alunos que haveria um novo esporte a ser praticado, se pondo a explicar as instruções, organizar as equipes e a conduzir e arbitrar as partidas.

    Na primeira partida da história do Basquetebol, havia dezoito alunos na aula. Naismith selecionou dois capitães (Eugene Libby e Duncan Patton) e pediu-lhes que escolhesse os lados da quadra e seus companheiros de equipe. Escolheu dois dos jogadores mais altos e jogou a bola para o alto. Era o início do primeiro jogo de basquete, em dezembro de 1891 (CBB, 2012b).

    Como esperado, o primeiro jogo foi marcado por muitas faltas, típicas da cultura daquela época, em razão da prática, comum, do futebol americano pelos alunos, que eram punidas colocando-se seu autor, na linha lateral da quadra, até que a próxima cesta fosse feita. Outra limitação fazia alusão à própria cesta: a cada vez que um arremesso era convertido, um jogador ou um auxiliar tinha que subir até a cesta, com uma escada, para pegar a bola e reiniciar o jogo.

    A solução encontrada foi que sem querer, alguns jogos mais tarde, após uma das bolas arremessadas a cesta romper seu fundo, um dos seus auxiliares deu-lhe a idéia de, também, cortar o fundo do outro cesto, permitindo a rápida continuação do jogo, logo após uma cesta ser convertida.

    A partir destes primeiros episódios da história do Basquetebol, a primeira partida oficial de foi realizada no ginásio Armory Hill, no dia 11 de março de 1892, em que os alunos venceram os professores pelo placar de cinco x um, na presença de cerca de duzentas pessoas (CBB, 2012b). Vide a figura abaixo:

Ginásio Armony Hill, local da primeira partida de Basquetebol

da História (Imagem extraída e adaptada de CBB, 2012b)

    Outra particularidade é a respeito da primeira bola de basquete, que foi confeccionada através da utilização de uma câmara de ar de uma bola de futebol (soccer), o que permitia que ela quicasse no solo. Inclusive, também segundo consta, foi à cor dessa câmara de ar, num tom típico, que mistura o marrom com o alaranjado, que deu origem à cor da bola oficial do basquetebol da atualidade!

    Posteriormente, a primeira bola oficial, foi feita pela A. C. Spalding & Brothers, de Chicopee Falls (Massachussets) ainda em 1891, e seu diâmetro era ligeiramente maior que o de uma bola de futebol. As primeiras cestas, já sem fundo, foram desenhadas por Lew Allen, de Connecticut, em 1892, e consistiam em cilindros de madeira com bordas de metal (CBB, 2012b).

    No ano seguinte, a Narraganset Machine & Co., teve a idéia de fazer um anel metálico com uma rede nele pendurada, aproximando do formato atual dos aros e das redinhas. Em 1895, as tabelas foram oficialmente introduzidas, evitando que os arremessos passassem direto, pela cesta, o que acabou por originar, também, a possibilidade da bola ricochetear na mesma e entrar na cesta. Algo muito utilizado pelos jogadores na atualidade (CBB, 2012b).

    Naismith não poderia imaginar a extensão do sucesso alcançado pelo esporte que inventara. Seu momento de glória veio quando o basquete foi incluído nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, e quando ele lançou ao alto a bola que iniciou o primeiro jogo de basquete nas Olimpíadas. Atualmente, o esporte é praticado por mais de trezentos milhões de pessoas no mundo inteiro, nos mais de cento e setenta países filiados à FIBA.

Naismith, com o time da Universidade de Kansas, onde foi técnico

por muitos anos (Imagem extraída e adaptada de CBB, 2012b)

O Basquetebol no Brasil

    A nação brasileira foi uma das primeiras a conhecer o desporto criado por Naismith, razão de outro Professor, Augusto Shaw, um norte-americano nascido na cidade de Clayville, Nova York, formado na Universidade de Yale, onde em 1892 tomou contato, pela primeira, vez com o Basquetebol (CBB, 2012b).

    Após estes fatos, em 1894, o professor Shaw, recebeu um convite para lecionar no tradicional Mackenzie College, em São Paulo, que na época era voltado ao ensino e alfabetização de norte-americanos – Mórmons - que migravam para o Brasil e para toda a América Latina, pregando esta religião. Junto com ele, o professor trouxe, além dos livros sobre história da arte, área de sua formação inicial e disciplina que iria lecionar no Mackenzie; uma bola de basquetebol o acompanhava.

    O novo desporto foi apresentado e aprovado, imediatamente, pelas mulheres, o que atrapalhou a propagação inicial do Basquetebol entre os rapazes, em face ao forte machismo da época. Para piorar, havia a forte concorrência do futebol, trazido em 1894 por Charles Miller, e que se tornou a grande coqueluche da época entre os homens (CBB, 2012b). Aos poucos, o entusiasmado em divulgar a cultura norte-americana no Brasil, Augusto Shaw, foi persuadindo seus alunos, de que o Basquetebol não era um jogo de mulheres e que poderia ser praticado por ambos os gêneros, sem problemas. Quebrada a resistência, ele conseguiu montar a primeira equipe do Mackenzie College, ainda em 1896.

    Uma foto, abaixo, exibe a primeira equipe organizada no Brasil por Augusto Shaw, com os integrantes: Horácio Nogueira e Edgar de Barros, Pedro Saturnino, Augusto Marques Guerra, Theodoro Joyce, José Almeida e Mário Eppinghauss (CBB, 2012b).

Foto de Augusto Shaw e da 1ª equipe de Basquetebol

no Brasil (Imagem extraída e adaptada de CBB, 2012b)

    Não obstante destes fatos, a aceitação nacional do novo esporte veio através do Professor Oscar Thompson, na Escola Nacional de São Paulo e Henry J. Sims, então diretor de Educação Física da Associação Cristã de Moços (ACM), do Rio de Janeiro, onde em 1912, no ginásio da Rua da Quitanda nº 47, no centro do Rio de Janeiro, aconteceram às primeiras partidas de Basquetebol no Brasil, entre a ACM e o Mackenzie, em São Paulo (CBB, 2012b).

    Apesar de São Paulo ter sido o berço do Basquetebol brasileiro, o Rio de Janeiro também teve sua importância na história.

    Em 1913, quando da visita da seleção chilena de futebol, a convite do América Futebol Clube/RJ, seus integrantes, membros da ACM de Santiago, passaram a frequentar o ginásio da Rua da Quitanda; e Henry Sims convenceu os dirigentes do América a introduzir o Basquetebol no clube da Rua Campos Salles, no bairro da Tijuca/RJ, como mais um dos esportes competitivos do clube.

    O primeiro jogo no Rio de Janeiro foi contra os chilenos, oferecendo uma equipe da ACM, com o uniforme do América, que triunfou pelo curioso placar de cinco a quatro 5 x 4. Assim, o América Futebol Clube foi o primeiro clube fluminense a adotar o Basquetebol.

    As primeiras regras, em português, foram traduzidas em 1915. Nesse ano, a ACM realizou o primeiro torneio da América do Sul, com a participação de seis equipes, onde o sucesso foi tão grande que a Liga Metropolitana de Sports Athléticos, responsável pelos esportes terrestres no Rio de Janeiro, resolveu adotar o basquete em 1916. O primeiro campeonato oficializado pela Liga foi em1919, com a vitória do Flamengo (CBB, 2012b).

    Em 1922, foi convocada a primeira seleção brasileira, para comemorar o Centenário do Brasil nos Jogos Latino-Americanos, um torneio continental, em dois turnos, entre as seleções do Brasil, Argentina e Uruguai. O Brasil sagrou-se campeão, sob a direção de Fred Brown,

    Em 1930, com a participação do Brasil, foi realizado em Montevidéu, o primeiro Campeonato Sul-Americano de Basquete (CBB, 2012b).

    Em 1933 houve uma divergência no esporte nacional, quando os clubes que adotaram o profissionalismo do futebol criaram entidades especializadas dos vários desportos. Nasceu assim a Federação Brasileira de Basketball, fundada a 25 de dezembro de 1933, no Rio de Janeiro, e em 1941, passou ao nome atual, CBB - Confederação Brasileira de Basketball (CBB, 2012b).

A organização do basquetebol no mundo

    Este tópico que se apresenta, tratará dos processos de organização do Basquetebol no mundo e no Brasil, suas dissidências, tais como o basquete olímpico, jogado em todo o planeta, e regido pela FIBA, exceto nos Estados Unidos e no Canadá; o Basquetebol profissional dos Estados Unidos, conhecido através das ligas profissionais americanas, como a NBA e a WNBA, conforme já fora citado, e suas ramificações que se fortaleceram, exponencialmente, nos últimos anos, a exemplo do Basquetebol de rua, conhecido como Streetball.

    Assim, no que diz respeito à organização do Basquetebol mundial, o olímpico, como é comumente chamado; o mesmo teve seu início na história, dirigido, inicialmente, pela Federação Internacional de Handball (CBB, 2012b).

    No entanto, o Basquetebol emancipou-se em 1932, ao ser fundada em Lausanne, a Federação Internacional de Basquetebol Amador (FIBA). Naquela época, o “A” da sigla FIBA, representava a palavra “amador”, fazendo alusão a não profissionalidade do desporto no mundo. Atualmente, a sigla FIBA significa Federação Internacional de Basquetebol e o mesmo “A”, permaneceu, mas, significando, apenas, a continuidade da palavra Basquetebol, em face ao profissionalismo que vários esportes atingiram no final do século XX e início do XXI, mesmo que as leis trabalhistas assim ainda não reconheçam.

    A FIBA teve sua sede em Roma, até a entrada da Itália na segunda guerra mundial, transferindo-se para Berna (Suíça), estando, atualmente, sediada instalada em Munique/Alemanha.

    Sua administração era composta de um Bureau Central, formado por um presidente, cinco vice-presidentes (um por continente), um secretário-geral, um secretário-adjunto, um tesoureiro e vários membros avulsos, onde de quatro em quatro anos, reúne-se o Congresso Internacional, e eleições são convocadas, definindo-se os novos dirigentes (CBB, 2012b).

    São subordinadas a FIBA, a liga Sul-americana e Basquetebol, ou Associación del Básquetbol Sudamericano (ABASU), que por sua vez, rege o desporto em toda a América do Sul.

    Subordinadas a ABASU, estão às confederações nacionais, ou seja, aquelas que regem o desporto em cada país no mundo, mas, que aqui se refere à CBB – Confederação Brasileira de Basquetebol, que rege o Basquetebol de todo o país e suas respectivas federações ou Estados, a exemplo da FPB – Federação Paulista de Basquetebol, que rege o desporto em todo o Estado de São Paulo, com equivalentes em todos os Estados da União, e, por fim, as liga regionais, que regem o desporto em cada região específica, a exemplo da ARB-RP Associação Ribeirãopretana de Basquetebol, local de residência e atuação profissional e de pesquisa do autor do presente texto; criada em agosto de 1991 com o objetivo de proporcionar às equipes da região de Ribeirão Preto, desenvolverem o Basquetebol, proporcionando a cada equipe, a cada técnico e a cada atleta, demonstrar sua capacidade técnica e tática em um campeonato de alto nível como é o nosso e atualmente foca seus objetivos nas categorias de base, procurando incentivar a prática do esporte e a descoberta de novos talentos (ARB-RP, 2012).

A FIBA - Federação Internacional de Basquetebol

    Depois do que já fora exposto sobre a hierarquia das confederações que comandam o Basquetebol mundial, bem como em face ao crescimento exponencial do basquete, o principal estímulo ao esporte foi dado pela Federação Internacional de Esportes Atléticos (IAAF), que era a entidade articuladora do movimento olímpico no início do século XX (CBB, 2012b).

    No entanto, a grande diferença das regras do basquete, em relação às dos outros esportes, dificultava sua convivência, dentro da mesma entidade, com outras modalidades essencialmente individuais, como o atletismo, por exemplo.

    Em seu Congresso Anual, em Haya (1926), a IAAF resolveu criar uma comissão para estudar a possibilidade de integrar, sob uma mesma gestão, o Basquete e o Handebol, no entanto, em comissões separadas e durante a Olimpíada de Amsterdã, IAAF convidou representações de vários países para tentar iniciar a concepção de uma entidade, específica, para os esportes com bola, mas ainda sob sua gerência (CBB, 2012b).

    Na data de quatro de agosto de 1928, foi fundada a Federação Internacional de Handebol Amador (IAHF), que incorporava todos os desportos jogados, apenas, com as mãos, de onde insurgiram três subcomissões: a de handebol indoor, a de handebol de quadra e a do Basquetebol, que por sua vez, era de essencialmente técnico, composta por dois franceses, um canadense e um americano, constituindo-se da primeira entidade de Basquetebol da história criada.

    Posteriormente a estes acontecimentos, nos anos de 1929, foi criada a Liga de Basquetebol de Genebra/Suíça, que depois fora convertida na Liga Suíça de Basquetebol, utilizando-se das instalações da ACM em Genebra (CBB, 2012b).

    É nesse mesmo cenário, histórico para o Basquetebol, que surge a figura de Renato William Jones, um inglês, que veio a se tornar um dos principais defensores do esporte, onde em 1931, Jones encontra-se com o secretário da IAHF, German Hassler, na intenção de discutir a emancipação do Basquetebol. Não obtendo resultado.

    No entanto, em 1932, Elmer Berry, diretor da Escola de Educação Física da ACM, convocou a primeira Conferência Internacional de Basquetebol, contando com a presença do próprio Berry, de William Jones, e representantes de países como a Argentina, a Grécia, a Itália, a Letônia, Portugal, Romênia, Suíça e Tchecoslováquia, além de observadores da Hungria e Bulgária, sendo que ao final, surgia a Federação Internacional de Basketball Amador, hoje a atual FIBA, naquela época, presidida pelo suíço Leon Buffard e secretariada por William Jones (CBB, 2012b).

    Faltava, no entanto, o reconhecimento da IAHF, para que fosse legitimada, a criação de uma entidade que pudesse responsabilizar-se, especificamente, pelo Basquetebol mundial, onde os patronos da independência do basquetebol pretendiam algo que transcendesse, apenas, a criação de uma entidade, ou seja: queriam transformar o esporte em modalidade olímpica oficial, não mais como esporte de demonstração, como ocorrera nos Jogos de Saint Louis, em 1904. Mas, para tanto, seria necessário à independência total da FIBA, bem como o seu reconhecimento pelo COI - Comitê Olímpico Internacional (CBB, 2012b).

    Em 1932, após diversas reuniões, os franceses resolvem criar sua própria Federação de Basquetebol, desvinculando-a da Federação de Atletismo francesa e, em 1933, solicitam sua filiação à FIBA, sendo imediatamente aceitos, sendo que esta adesão francesa à FIBA resultou na consolidação da independência da entidade.

    Fruto destes aspectos, em 1º de setembro de 1932, foi assinado um protocolo que conferiu, oficialmente, a autonomia à FIBA, assinado por Tadeusz Kuchar e Karl Von Halt, pela IAHF, e William Jones e o Conde da San Marzano, pela FIBA e logo em 19 de outubro do mesmo anos, a Federação Argentina pede ao Comitê Organizador das Olimpíadas de Berlim, que realizar-se em 1936, a inclusão do Basquetebol no programa da competição (CBB, 2012b).

    No entanto, isto só ocorreu depois que o COI (Comitê Olímpico Internacional) reconheceu, oficialmente, a independência da FIBA, em 28 de fevereiro de 1935, durante sua 33ª Sessão realizada em Oslo/Noruega. Começava assim, a caminhada olímpica do Basquetebol, mas, as mulheres, no entanto, só puderam participar a partir de 1976, na Olimpíada de Montreal/Canadá.

    Desde sua fundação, a FIBA - Federação Internacional de Basketball já teve três sedes, sendo Roma/Itália a primeira, onde em 1940 mudou-se para Berna/Suíça, e em 1956 alocou-se, de forma definitiva, na cidade de Munique/Alemanha e, como curiosidade, já fora gerida por um brasileiro - Antônio dos Reis Carneiro, de 1960 a 1968 (CBB, 2012b).

A organização do basquetebol no Brasil

    Na data de 1933, foi fundada a CBB - Confederação Brasileira de Basketball, que posteriormente foi denominada de FBB - Federação Brasileira de Basketball, onde algum tempo depois teve seu nome, novamente, alterado para Confederação Brasileira de Basquetebol, quando passou a ser o órgão regulador das diversas federações estaduais existentes no Brasil (CBB, 2012b).

    A época de sua criação, a CBB tinha como principal objetivo tornar o Basquetebol um esporte mais independente, sendo que na atualidade, é ela quem rege e organiza as Seleções Brasileiras. Masculinas e femininas e em todas as categorias, sendo, também, é responsável pela realização do Campeonato Nacional, delegando os campeonatos regionais a cargo das federações estaduais, como a Federação de Basquete do Rio de Janeiro, de São Paulo e etc.

    As entidades estaduais apesar de serem subordinadas a CBB podem estipular algumas normas próprias para suas competições, tais como a regulamentação de patrocínios, datas, calendários, mas, desde que obedeçam a regulamentação oficial das regras internacionais, como por exemplo, no Rio de Janeiro, São Paulo e etc.

    Cita-se, como exemplos de entidades Estaduais, as diferentes Federações, como: a FPB – Federação Paulista de Basquetebol; a FBERJ – Federação de Basquetebol do Estado do Rio e Janeiro; a FMB – Federação Mineira de Basquetebol, a Gaúcha, a Baiana, e assim sucessivamente em todos os Estados da União, onde alguma federação, responde pelo Basquetebol de seu próprio Estado (CBB, 2012b).

A NBA - National Basketball Association

    Nesse outro tópico, discutiremos os aspectos principais da poderosa liga norte-americana, a NBA. Entidade, que na atualidade perfaz uma das ligas mais organizadas do planeta, bem como uma das mais rentáveis, capaz de sobreviver sem o uso de patrocínios nas camisetas dos jogadores, e, que rege exclusivamente o Basquetebol dos EUA e do Canadá; possuindo regras exclusivas, onde as equipes apenas disputam o campeonato nacional da NBA e da WNBA. Trata-se de um campeonato "fechado" para os norte-americanos e canadenses.

    A liga começou com onze times em 1946, sendo chamada de BAA - Basketball Association of América (Associação de Basquetebol da América), possuindo, apenas, duas divisões: Leste e Oeste, onde naquela década, o basquetebol profissional norte-americano, ainda não era tão popular, quanto na atualidade, assim, logo em sua segunda temporada, em 1947, onde o fracasso da liga parecia eminente, incluindo-se a evasão de quatro equipes da liga: Cleveland Rebels, Detroit Falcons, Pittsburgh Ironmen e Toronto Huskies, e, para piorar, no começo dos anos 50, outras equipes, também, começaram a se retirar da liga (NBA, 2012).

    Fruto destes aspectos, em 1954, a liga chegou a ter, apenas, oito equipes e duas divisões, e, quando parecia que o fundo do posso teria chegado, surge um super-pivô, com 2,05 metros de estatura, um padrão muito lato para a época, chamado George Mikan, que revolucionou a liga, como uma média de 23,8 pontos por partida, tendo sido vencedor de cinco títulos com o Minneapoles Lakers.

    Assim, outros supercraques começaram a aparecer, ainda na década de 50, como Boby Cousy e Paul Arizin. No entanto, o ídolo que alcançou a maior inserção midiática na época, foi nos anos de 56, onde surge um dos maiores atletas de todos os tempos, o pivô Bill Russell, um dos maiores expoentes da liga até os dias atuais, sendo que, em 59 e 66, aparecem mais dois supercraques: Elgin Baylor, Oscar Robertson e o pivô Wilt Chamberlain, onde este último, em dois de março de 1962, realizou um feito inédito, num jogo vencido pelo Philadelphia Warriors, contra o New York Knicks, por 169-147, onde Wilt anotou a maior marca da história da NBA: 100 pontos numa partida!

Foto de Wilt Chamberlain – 100 pontos numa única partida

(Imagem extraída e adaptada de Google, 2012a)

    Na final da década de 80 e início de 90, outros grandes astros surgiram e também contribuíram, e em muito, para que a NBA “explodisse”, enquanto fenômeno mundial esportivo, particularmente, com o advento da Olimpíada de Barcelona/Espanha/1992, onde foi permitida, pela primeira vez, a entrada dos profissionais nos jogos, e que originou no mundialmente e historicamente famoso - Drean Team - (time dos sonhos norte-americano) de Basquetebol.

    Cita-se, enquanto componentes desse time dos sonhos, jogadores como: 4 - Christian Laettner - Duke University; 5 - David Robinson - San Antonio Spurs; 6 - Patrick Ewing - New York Knicks; 7 - Larry Bird - Boston Celtics; 8 - Scottie Pippen - Chicago Bulls; 9 - Michael Jordan - Chicago Bulls; 10 - Clyde Drexler - Portland Trail Blazers; 11 - Karl Malone - Utah Jazz; 12 - John Stockton - Utah Jazz; 13 - Chris Mullin - Golden State Warriors; 14 - Charles Barkley - Phoenix Suns; 15 - Magic Johnson - Los Angeles Lakers e o Técnico - Chuck Daly, do Detroit Pistons. Vide foto abaixo:

Foto do Dream Team dos Estados Unidos da América – Olimpíada de Barcelona/1992

(Imagem extraída e adaptada do Jornal do Esporte, 2012)

    Era tudo o que a mídia precisava, para transformar a liga numa verdadeira “máquina” de produzir craques, dinheiro e celebridades mundiais (NBA, 2012).

    A partir destes acontecimentos, a liga passou por outras diversas mudanças estruturais e administrativas, ocorrendo a sua expansão, em 1995, para o Canadá, com a entrada das equipes do Toronto Raptors e do Vancouver Grizzlies, bem como a expansão e fizeram a liga ter vinte e nove equipes e quatro divisões, e, talvez, como uma das mais significativas, a criação da sua Liga Feminina de Basquetebol – a WNBA - Woman National Basketball Association (NBA, 2012).

    Na atualidade, 2012, o campeonato compreende em trinta franquias (equipes), sendo vinte e nove estadunidenses e um canadense, divididos em duas conferências (Leste e Oeste), onde estas, por suas vez, também se dividem em três subdivisões.

    Portanto, além da NBA constituir-se de uma das entidades esportiva mais organizada do mundo, talvez a maior, mais rentável e melhor organizada, superando outras entidades mundiais, tais com a FIA do automobilismo, a FIFA do futebol, entre outras; possui também, algumas diferenças, no que tange as suas regras, em comparação ao Basquetebol olímpico, da FIBA, e são elas, em suma: peso e tamanho da bola (menor e mais leve); tamanho da quadra (maior); arbitragem (critérios de marcação de faltas e do contato físico dos jogadores); tempo de jogo (quatro tempos de 12 minutos cada); os três segundos de defesa; o limite de faltas pessoais e coletivas (6), pedidos de tempo técnico; bola-ao-alto; interceptação de arremessos, entre outras.

    O campeonato é disputado na sua temporada regular, com início em meados de outubro, e segue até meados de abril do ano seguinte, e onde cada equipe time joga oitenta e dois jogos, contra todos os outros, e, classificando as equipes para um sistema Playoffs (jogos finais), que perfazem séries, "melhor-de-sete", compostas por oito equipes em cada conferência, onde o primeiro colocado de cada conferência enfrenta o último, o segundo o penúltimo, o terceiro o antepenúltimo e assim sucessivamente.

    Os jogos são realizados de tal maneira, que os dois primeiros colocados na cidade da equipe de melhor campanha, seguido por dois jogos na cidade da outra equipe. Caso faça-se necessário, outras partidas serão disputadas, alternadamente, entre as cidades, sendo a equipe de melhor campanha a favorecida, até qu se chegue aso dois finalista, das duas conferências, Leste e Oeste, que também se enfretarão numa final de "melhor-de-sete" jogos, onde os dois primeiros jogos são na cidade do time de melhor campanha geral, seguido por três jogos na cidade do outro time, e por fim, volta-se a cidade do time de melhor campanha para mais dois jogos, até que se sagre a equipe campeã da temporada.

Equipes da NBA na temporada 2012/13:

    Na Conferência Leste, estão presentes tres divisões: a Divisão do Atlântico – com o Boston Celtics; Brooklyn Nets; New York Knicks; Philadelphia 76ers e Toronto Raptors; a Divisão Central – com Chicago Bulls; Cleveland Cavaliers; Detroit Pistons; Indiana Pacers e Milwaukee Bucks e a Divisão Sudestecom Atlanta Hawks; Charlote Bobcats; Orlando Magic e Washington Wizards.

    Na Conferência Oeste, estão presentes outras três, a Divisão Noroeste – com Denver Nuggets; Minnesota Timberwolves; Portland Trail Blazers; Oklahoma City Thunders e Utah Jazz; a Divisão do Pacífico – com Golden State Warriors; Los Angeles Lakers; Los Angeles Clippers; Phoenix Suns e Sacramento Kings e a Divisão Sudoeste – com Dallas Maveriks; Houston Rockets; Memphis Grizzlies; New Orleans Hornets e San Antonio Spurs.

    Outra particularidade da Liga Norte-americana faz alusão ao sistema de Draft, que é um processo de alocação de jogadores em equipes de uma liga esportiva profissional. Esse sistema é comum, principalmente em países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão, e acontece, geralmente, antes do início da temporada, onde cada equipe, alternadamente, escolhe um jogador que deseja contratar, seguindo-se a ordem de preferência, das equipes de pior desempenho na última temporada, que contam, portanto, com uma prioridade nas escolhas, na intenção de manter-se um equilíbrio constante das competições e evitar a hegemonia de alguma equipe.

    Outra vantagem do draft, é que ele evita que as equipes entrem em “guerra” por um determinado jogador, através de ofertas diferentes de salários (as chamadas bidding wars). Essa guerra pela contratação acaba fazendo com que os clubes gastem um valor muito alto com o salário dos atletas. Em contraparttida, o sistema de draft acaba impossibilitando as equipes de terem categorias de base, onde a principal fonte de novos atletas acaba sendo as escolas e universidades, ou times de ligas menores semi-profissionais.

    O draft foi inventado por Bert Bell, comissionário da NFL (National Football Ligue), em 1935, como uma medida de manter os times na liga, já que alguns se mostravam insatisfeitos pela dominação de outros, sendo adotado pela NBA em 1947, e é realizado no verão americano, consistindo em, apenas, em duas rodadas. Os trinta jogadores escolhidos na 1ª rodada ganham contrato de dois anos na NBA. A partir de 2006 foi definido que os jogadores só poderiam ser escolhidos após um ano de término do ensino médio (high school), como uma medida para encorajar a contratação de jogadores universitários.

WNBA – Women National Basketball Association

    A Women National Basketball Association (WNBA) é a liga profissional de basquete feminino dos Estados Unidos, que, teve sua gênese no dia 24 de abril de 1996, onde o Conselho de Governadores da NBA aprovou a idéia de uma liga nacional de basquete feminino. Assim a WNBA então iniciou sua primeira temporada em junho de 1997.

    No dia 7 de agosto, Val Ackerman foi eleito o primeiro presidente da WNBA. Logo no dia 30 de outubro, oito equipes foram anunciadas para a temporada inaugural, e, tal qual na NBA, a WNBA também foi dividida em duas conferências. A Conferência do Leste e a Conferência do Oeste.

    Muitas das equipes são ligadas a NBA e jogam nas mesmas arenas, e têm suas regras, idênticas às do Basquetebol Masculino. Atualmente, aliga feminina é composta por doze equipes (WNBA, 2012).

    Equipes da WNBA na temporada 2012/13: Na Conferência Leste – Atlanta Dream; Chicago Sky; Connecticut Sun; Indiana Feyer; New York Liberty e Washington Mystics.

    Na Conferência Oeste: Los Angeles Sparks; Minnesota Lynx; Phoenix Mercury; San Antonio Silver; Seattle Storm e Tulsa Shock.

O Streetball

    Nesse item, adentraremos ao universo das ramificações do Basquetebol atual - o conhecido Streetball - ou como é chamado em algumas localidades, dependendo da variação cultural que o reconhece: o “basquete de rua”.

    No que tange a história do - streetball - tudo começou nos Estados Unidos, particularmente, no interior de uma das mais famosas penitenciarias do mundo, hoje já desativada e utilizada, apenas, como ponto turísitico de visitação – a prisão de Alcatraz!

    Alcatraz é uma ilha localizada no meio da Baía de São Francisco, na Califórnia, Estados Unidos. Inicialmente foi utilizada como base militar, e somente mais tarde foi convertida em uma prisão de segurança máxima. Atualmente, é operado pelo National Park Service, junto com a Área de Recreação Golden Gate.

    Foi nesse cenário que o Streetball foi criado!

    O Basquetebol, tradicional, era o esporte favorito dos presos, naquela época, no interior do presídio, e, quando os mesmos se reuniam para os jogos, a aglomeração de dez jogadores, ao mesmo tempo, para jogar Basquete, sempre foi motivo de preocupação dos policiais e dirigentes do presídio, em face da grande periculosidade, e, portanto, possibilidade de motins e fugas.

    A solução encontrada pela administração do presídio foi reduzir o número de jogadores, vislumbrando, diminuir também, os riscos de aglomerações de problemas correlacionados.

    De início, os jogos foram reduzidos para três contra três. No entanto, seis jogadores juntos, ao mesmo tempo, ainda continuavam gerando brigas, desentendimentos e problemas para a segurança local.

    Dessa forma, outra solução, ainda mais drástica, foi novamente tomada pela administração do presídio: a redução do número de jogadores para dois. Ou seja: um contra um!

    As regras, que já haviam sido adaptadas, pelos presos, para o jogo de trincas, foram também, redimensionadas e os presos acabaram por criar uma competição – de basquetebol – onde um jogador enfrentava outro, numa competição direta, entre ataque e defesa!

    Nascia, assim, o Streetball e suas variações!

    Portanto, o Streetball é uma variação do basquetebol jogado em quadras abertas, sendo - streetball – mais uma palavra da língua inglesa, que significa "jogo de rua", ou seja, o desporto é basicamente um "basquete de rua".

    No streetball, os jogadores chamados ballers, em vez de ter um rumo à cesta e chegar mais rápido a ela, por meio da velocidade, usam freestyles com as mãos - chamadas handles ou moves, de forma menos competitiva e mais lenta.

    Amantes do streetball preocupam-se, principalmente, em dar show, e nem tanto em marcar pontos. Vence o jogo, não somente quem domina o placar, ams, também quem consegue, de alguma maneira, “humilhar” o adversário com dribles desconsertantes.

    Com regras menos rígidas do que o basquete de quadra, o basquete de rua pode ser jogado com qualquer tipo de formação; desde o um contra um, até o cinco contra cinco. No entanto, entre as disputas mais comuns está o três contra três, que é o torneio mais conhecido no Brasil.

    Assim, o atleta de basquete de rua, mais caracterizado pela disputa individual, tem que ter, entre outras qualidades, alegria e jinga. A qualquer momento, um atleta de rua pode levar uma jogada inesperada e, para isso, ele precisa do fair play. O basquete de rua já é uma realidade no Brasil, mas faltam ainda alguns passos para alcançar a projeção que tem nos EUA, como ofertas de patrocínio e espaço para divulgação do esporte.

    O Streetball no mundo – é o carro-chefe da marca esporttiva AND1 – que promove desde o ano 2000, turnês anuais com uma verdadeira seleção de fenômenos do basquete de rua, onde cita-se alguns dos grandes jogadores de Streetball da historia mundial, nomes como: Philip Champion - Hot Sauce; Grayson Boucher - The Professor; Aaron Owens - AO;
Rafer Alston - Skip 2 my Lou; Jamar Davis - The Pharmacis; John Humphrey – The Helicopter;
Tom Connors - Con-man.

Considerações finais

    Face ao que foi exposto, numa perspectiva de uma análise conclusiva, o presente texto espera ter contribuído com o intercâmbio de conhecimentos e informações, específicos, sobre a modalidade em questão, ao analisar o processo histórico de criação do Basquetebol, de algumas de suas ramificações, e que também seja possível contribuir para o enriquecimento do material bibliográfico, disponível, sobre a temática e também que o mesmo possa orientar profissionais de Educação Física, estudantes, técnicos, atletas e ex-atletas, que se interessem no fomento ao estudo e à pesquisa sobre uma das modalidades esportivas mais deslumbrantes do esporte mundial, instigando outros profissionais e pesquisadores a discorrerem, com ainda mais minúcias, sobre os principais conceitos do Basquetebol.

Referências bibliográficas

  • ASSOCIAÇÃO RIBEIRÃOPRETANA DE BASQUETEBOL. Regulamento Oficial 2012. Disponível em http://www.arbrp.esp.br. Acesso em 14/07/12.

  • CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASQUETEBOL. Regras oficiais 2010. Disponível em http://www.cbb.com.br. 2010. Acesso em 24/06/2012a.

  • ____. O Histórico do Basquetebol. Disponível em http://www.cbb.com.br. 2012. Acesso em 24/06/2012b.

  • FERREIRA, A. E. X; DE ROSE JÚNIOR, D. Basquetebol: técnicas e táticas: uma abordagem didático-pedagógica. São Paulo: E.P.U: Editora Pedagógica e Universitária da USP, 2003.

  • JORNAL DO ESPORTE. Foto do Dream Team Norte-americano da Olimpíada de Barcelona de 1992. Disponível em http://jornaleirosdoesporte.com/2012/01/19/eua-anuncia-pre-lista-e-possivel-dream-team-para-as-olimpiadas/. Acesso em 16/07/012.

  • NATIONAL BASKETBALL ASSOCIATION. História da NBA. Disponível em http://www.nba.com/brasil/historia_da_wnba.html, Acesso em 15/07/2012.

  • PESQUISA GOOGLE. Fotos de Wilt Chamberlain. Disponível em: http://www.google.com.br/search?q=foto+de+Wilt+Chamberlain&hl=pt-BR&prmd=imvnso&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=XyEEULikPKer6QG27dnNBg&sqi=2&ved=0CFUQsAQ&biw=1366&bih=617. Acesso em 16/07/012a.

  • WOMEN NATIONAL BASKETBALL ASSOCIATION. História da WNBA. Disponível em http://www.nba.com/brasil/historia_da_wnba.html, Acesso em 15/07/2012.

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