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Atividades rítmicas e expressivas e o deficiente intelectual

Actividades rítmicas y expresivas y discapacidad intelectual

Expressive and rhythmic activities and intellectual disability

 

*Profª. Especialista em Educação Física Escolar e Educação Especial: Deficiência Intelectual pelo 

Centro Universitário Claretiano de Batatais (SP). Docente da Rede Municipal de Ribeirão Preto, SP

**Profª. Especialista em Educação Especial pela Universidade de Franca (UNIFRAN). Especialista

em Docência no Ensino Superior nas Modalidades Presencial e EAD

pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais (SP). Docente dos Cursos

de Graduação e Pós-Graduação (Presencial e EAD) da mesma instituição

***Profª. Doutora em Educação Escolar pela Universidade Paulista

Júlio de Mesquita, UNESP, Araraquara. Graduou-se em Educação Física

pela Fundação Educacional São Carlos. Atualmente Docente do Centro

Universitário da Fundação Educacional de Barretos – UNIFEB

Márcia de Souza Medeiros*

f14medeiros@ig.com.br

Renata Andrea Fernandes Fantacini**

refantacini@hotmail.com

Luciana Renata Muzzeti Martinez***

lucianamuzzeti@ig.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Esse artigo suscita a importância de atividades rítmicas e expressivas como conteúdo de Educação Física escolar para o desenvolvimento global de pessoas com deficiência intelectual. A metodologia utilizada para elaboração deste foi à pesquisa bibliográfica e entrevista. O estudo mostrou que a Educação Física escolar faz parte do currículo escolar obrigatório na educação básica e possui conteúdos que podem ser usados como instrumentos pedagógicos no processo inclusivo de pessoas com Necessidades Educacionais Especiais, mais especificamente, deficiência Intelectual. Conclui-se nesta pesquisa que as atividades rítmicas e expressivas, como conteúdo da Educação Física Escolar promovem a participação dos educandos com deficiência intelectual nas aulas, estimulam o movimento, a conscientização do corpo, o desenvolvimento rítmico, psicomotor e afetivo. Por meio das atividades rítmicas e expressivas há interação com o meio sociocultural, mas a construção do conhecimento e desenvolvimento global do sujeito se da no seu ritmo próprio, independente de suas limitações físicas, sensoriais ou intelectuais.

          Unitermos: Deficiência intelectual. Educação Física. Atividades rítmicas e expressivas. Desenvolvimento global. Inclusão.

 

Abstract

          This article raises the importance of rhythmic and expressive activities as contents of Physical Education for the overall development of people with intellectual disabilities. The methodology for producing this was the literature search and interview. The study showed that physical education is part of the school curriculum in compulsory basic education and has content that can be used as educational tools in the process inclusive of people with Special Educational Needs, specifically intellectual disabilities. It was concluded in this study that the rhythmic and expressive activities, such as content of physical education promotes the participation of students with intellectual disabilities in the classroom, encourage movement, body awareness, rhythmic development, psychomotor and affective. Through the rhythmic and expressive activities for interaction with the socio-cultural environment, but the construction of knowledge and overall development of the subject is at their own pace, regardless of their physical limitations, sensory or intellectual.
          Keywords: Intellectual disabilities. Physical Education. Rhythmic and expressive activities. Global development. Inclusion.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O conceito atual de deficiência intelectual está direcionado para o desempenho global do indivíduo com ênfase no comportamento adaptativo e no funcionamento intelectual que se encontra abaixo da média comparado com a sociedade onde está inserido (LUKASSON apud ALMEIDA 2004, p.37).

    Pessoas com deficiência intelectual, de acordo com Emmel in: Palhares e Marins (2002, p. 143) apresentam déficits que “são manifestados por intermédio das habilidades: sensório-motoras, comunicação, auto-cuidado e interpessoais” precisando de estímulos que contribuam para o desenvolvimento de suas potencialidades e a interação com o meio em que vivem.

    O desenvolvimento das potencialidades dessas pessoas depende dos estimulo oferecidos pela família, apoio nas políticas públicas e no âmbito sociais, neste contexto dando destaque a Instituição Escolar. Nos estudos de Dessem e Polônia (2007, p.29) a escola em especial pode contribuir para inserção e inclusão da pessoa com deficiência intelectual na sociedade por atender suas necessidades relacionadas com as interações sociais, propiciando o desenvolvimento das diversas habilidades, resultando no desenvolvimento seu desenvolvimento global.

    A Educação Física é uma disciplina que contribui no processo de inclusão e faz parte do currículo obrigatório na educação básica como reza a Lei de Diretrizes e Base da Educação nº 9.394/96, art. 26 § 3º está "integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório na educação básica [...]" e tem por objetivo promover a participação de todos os alunos nas atividades educacionais, não havendo exclusão dos menos habilidosos conforme explícita a Lei 9.615 Cap. 3, Art. 3º § 1:

    “o desporto educacional, praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, evitando a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e sua formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer" (BRASIL, 1988).

    Neste processo inclusivo a Educação Física possui conteúdos que podem ser usados como instrumento pedagógico para o desenvolvimento global dos educandos e em especial, dos que possuem Necessidades Educacionais Especiais, mais especificamente, deficiência Intelectual.

    Este artigo procura destacar o conteúdo atividades rítmicas e expressivas, mostrando que determinados autores o apresenta como sendo fundamental para facilitar a participação dos educandos nas aulas, promover o desenvolvimento psicomotor e afetivo, independente de suas limitações físicas, sensoriais ou intelectuais.

Metodologia

Procedimentos para coletas de dados

    Foi realizada uma pesquisa qualitativa de campo. Segundo Minayo et.al. (1994, p.21) este tipo de pesquisa “responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado.”

    Fez parte da pesquisa profissionais da área da educação e saúde de uma Escola Publica, da região de Ribeirão Preto - SP.

    Esses profissionais foram escolhidos para o estudo por fazerem parte do quadro de funcionários da instituição de ensino e se dispuseram em exteriorizar suas reflexões. Foram entrevistadas uma Fisioterapeuta, uma Educadora Física, uma Monitora e uma Psicóloga.

    Optou–se pela entrevista porque possibilita maior liberdade das respostas para os educadores. Trata–se de um instrumento composto por questão aberta, onde os entrevistados direcionaram suas respostas basicamente a importância das atividades ritmadas e expressivas para o desenvolvimento de pessoas com deficiência Intelectual. As entrevistas foram realizadas após dois anos e quatro meses de desenvolvimento das atividades previstas com as mesmas profissionais da área de Educação física. A questão discutida entre os profissionais do Centro de Educação Especial foi:

    O conteúdo “atividades rítmicas e expressivas”, em que contribui para o desenvolvimento global do aluno com Deficiência Intelectual?

    A partir das respostas fornecidas pelos profissionais da educação e da saúde, buscou-se captar suas práticas, estilos, expectativas e representações em relação ao universo escolar e aos relacionamentos desenvolvidos pelos sujeitos que participam das atividades desenvolvidas na disciplina de Educação Física.

Desenvolvimento

    O conceito de deficiência intelectual sofreu alterações no período de 1908 a 2002 conforme descritas por Almeida (2004 p.33-48). Sendo o conceito apresentado em 2002 pela Associação Americana de Retardo Mental (AAMR) uma construção e ampliação da definição de 1992 determinando que:

    [...] limitações substanciais no funcionamento atual dos indivíduos, sendo caracterizado por um funcionamento intelectual significativamente abaixo da média, existindo concomitantemente com relativa associação a duas ou mais áreas de condutas adaptativas, [...] O retardo mental se manifesta antes dos 18 anos (LUKASSON apud ALMEIDA, 2004, p.37).

    E segundo o documento subsidiário à política de inclusão do Ministério da Educação e Cultura - MEC (2005, p. 13) esclarece que:

    Desde o ano de 1983, alguns importantes acréscimos foram feito sem relação à definição da AAMR. A partir dessa data, a Deficiência Mental passa a ser interpretada como um estado de funcionamento. Deixa de ser entendida como uma característica absoluta, expressa somente no indivíduo, para ser tomada como uma expressão da interação entre a pessoa com limitações no funcionamento intelectual e seu contexto. Nessa definição, também há um incremento na importância dos sistemas de apoio requeridos pelas pessoas com deficiência mental, uma questão que ganha ainda mais ênfase, a partir de 2002 (BRASIL, 2005, p. 13).

    As definições a cima apresentam o que caracteriza a pessoa com deficiência intelectual que é a limitação da capacidade intelectual e funcional inferior a média “apresentada como normal” no ambiente sociocultural em que está inserida. Essa limitação para Santos et al (2008) faz da pessoa com deficiência intelectual na Educação Especial “[...] a que desperta uma maior preocupação por parte dos educadores, que comumente questionam o seu potencial de aprendizagem e seu horizonte de inserção no ensino regular”.

    No entanto o governo brasileiro optou por uma reforma no sistema educacional visando à inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais nas escolas, essa reforma foi regulada pela Lei nº 9.394, Art.4º, § 3 “[...] preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1996).

    A educação inclusiva, segundo Booth & Ainscow (1998), é um processo e, tem por objetivo atender todos os educandos com uma “educação de qualidade” trabalhando as diferenças e respeitando suas necessidades individuais.

    As necessidades individuais dos educandos, neste caso em especial, das pessoas com deficiência intelectual para Ferreira (2010, p. 91-92) são diversas e estão vinculadas as defasagens intelectuais, físicas, sensoriais e sociais que precisam ser supridas para o desenvolvimento da aprendizagem.

    Assim sendo, todos os educandos, independente de suas limitações devem ter seu "potencial de aprendizagem" estimulado, visto que para Levit (1997, p. 18) "mesmo quando uma criança apresenta limitações, alguma habilidade ainda resta.

    Na área motora as defasagens estão relacionadas com o desenvolvimento do esquema corporal, organização espacial, temporal, lateralidade, equilíbrio, agilidade, locomoção e coordenação motora grossa e fina, como: andar, correr, saltar desenhar, escrever, manipular objetos que limitam a atuação social nas atividades diárias, de cognição e linguagem.

    É nesta perspectiva, da educação inclusiva, que o enfoque da Educação Física escolar tem se adequado com as mudanças ocorridas sistematicamente desde a década de 80 contribuindo para uma reflexão e discussão da prática pedagógica desta disciplina conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Física (1997, p. 23-24) visando à inclusão de todos educandos na prática da cultura corporal de movimento.

    Cultura corporal de movimento conforme citado acima é uma apropriação das informações acumuladas pela humanidade, que ao ser interiorizado pelo individuo se torna conhecimento, formando sua héxis corporal, ou seja, a expressão do corpo e seus movimentos.

    Portanto, devemos propor um processo de ensino/aprendizagem com objetivos e conteúdos interligados com "dimensões afetivas, cognitiva, motoras e socioculturais dos alunos". Os conteúdos devem ser apresentados em três categorias: conceitual, procedimental e atitudinal (PCNs, 1998, p.45).

    A especificidade da disciplina Educação Física escolar é o movimento, mas conceitos e valores deverão ser trabalhados durante as atividades e vivenciados nos conteúdos de modo concreto no cotidiano escolar.

    Essa vivência é clara quando se trabalha o conteúdo “atividades rítmicas e expressivas” no âmbito escolar, pois são atividades que promovem uma interação com o meio social e cultural através da conscientização do corpo, contribuindo para minimizar as defasagens na área motora, cognitiva e de comunicação. Esse trabalho de é importante para inclusão de todos, e, em especial de educandos com deficiência intelectual.

    A importância dos conteúdos da Educação Física para o desenvolvimento motor e social dos educandos que participam das aulas no Centro de Educação Especial e Ensino Fundamental é relatado pela Fisioterapeuta:

    O trabalho rítmico e expressivo desenvolvido nas aulas de Educação Física contribuiu para o desenvolvimento global dos alunos com Deficiência Intelectual, como observei que desenvolveram uma melhor desenvoltura nos movimentos, em alguns uma diminuição da timidez, pois muitos que não participavam das aulas agora estão participando e se apresentando nos eventos.

    No aspecto físico, ainda, houve uma melhora da coordenação motora geral, principalmente de pernas e braços, noção espacial e dissociação de cintura. Observo também, as professoras trabalhando ritmos diferenciados, o que contribui para o aumento capital cultural desses alunos por meio da vivência das várias formas de se movimentar (FISIOTERAPEUTA).

    Nas atividades rítmicas e expressivas estão presentes várias possibilidades de movimentação, em que são enfatizadas atividades de consciência corporal, expressão corporal por meio das ginásticas, danças, alongamento e relaxamento, folclore, cantigas e brincadeiras de roda, parlendas, mímicas; percepção espaço-temporal como pular corda e brincar de roda. Segundo Marques (2001, p. 82) expressão corporal são manifestações do corpo e permitem que a pessoa “[...] descubra seu vocabulário pessoal de movimento [...]”.

    Por serem trabalhadas ritmicamente as atividades desenvolvidas no âmbito escolar pode contribuir para o aumento da motivação, aprimoramento das capacidades físicas como força, flexibilidade, velocidade, coordenação, equilíbrio, percepção rítmica e descontração (ARTAXO & MONTEIRO, 2000).

    A professora de Educação Física entrevistada avaliou o desenvolvimento dos educandos que foram expostos as atividades rítmicas nessa mesma direção, como se observa abaixo:

    “O conteúdo atividades rítmicas e expressivas associado com a música se mostrou muito eficiente. A música é um instrumento motivador e pode ser inserido em diversas atividades. Os movimentos corporais são facilmente aprendidos quando trabalhados com auxílio da música. O trabalho rítmico e expressivo contribui para memorização, aumento do repertório motor e participação da pessoa com deficiência independente de suas limitações físicas sensoriais e intelectuais” (EDUCADORA FÍSICA).

    Ao se explorar os movimentos e expressões da cultura corporal de movimento os educandos, em especial os com necessidades educacionais especiais, estão aprendendo de uma forma concreta e tendem a superar seus próprios limites (JEWETT & MULLAN, 1977).

    Para Holle (1979, p. 17) "a experiência com crianças [...] demonstrou que quando um movimento anteriormente não utilizado pode ser posto em prática, existe uma possibilidade de que este movimento possa tornar-se parte do movimento diários da criança de um modo natural [...]”.

    Nessa mesma direção Scriptori (2008) destaca que os conhecimentos intelectuais estão relacionados ao movimento. A inteligência e o raciocínio estão por trás do corpo. O corpo executa as informações que o cérebro envia, para executar o movimento, ou seja, as ações corporais estão voltadas para o intelectual.

    De acordo com Piaget (1975) a relação entre a consciência corporal e o desenvolvimento da inteligência pode ser desenvolvida nas atividades rítmicas expressivas, pois, segundo ele, o conhecimento vem da ação do sujeito sobre o objeto.

    É também durante o desenvolvimento de atividades rítmicas e expressivas que aspectos motores, psicomotores envolvendo orientação espaço-temporal, esquema corporal, equilíbrio, lateralidade, coordenação, linguagem são trabalhados e passam por um processo de interiorização da "motricidade intencional" do domínio dos diversos aspectos do movimento do educando (MELLO IN: PALHARES E MARINS, 2002, p. 210).

    A Psicóloga entrevistada observou que os educando passaram a adquirir uma melhora nos aspectos psicomotores com as atividades Rítmicas e Expressivas, como pode ser constatado em seu discurso:

    "A Educação Física é um elemento cativante que faz com que o aluno atinja um estado completo de bem estar físico, mental e social. O corpo humano é a base existencial da pessoa e a aprendizagem motora afeta toda sua vida nos aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Para o aluno com deficiência intelectual as atividades rítmicas e expressivas servem para estimular aptidões sensoriais, neuromusculares e corporais; comportamento emocional, social e comunicação" (PSICÓLOGA).

    Assim, através da atenção do educando direcionada no processo de aprendizado para execução do movimento, proporciona uma reavaliação da ação do mesmo em relação com o meio ambiente. Nota-se que este tipo de atividade tende a promover a autonomia pessoal dos educandos com deficiência intelectual. Falando sobre a importância das atividades ritmadas para o desenvolvimento global do indivíduo Mello (2002) cita Le Boluch (1990) e diz:

    As experiências vivenciadas de forma rítmica não se desenvolvem apenas no plano motor, mas também no plano da linguagem e do pensamento, desenvolvendo o aparelho motor-fonador e a relação com a tomada de informação sonora (MELLO in: PALHARES E MARINS, 2002, p. 217)

    Nas palavras da monitora entrevistada a autonomia do educando por meio das atividades rítmicas expressivas contribuem para formação global dele, como pode ser percebido em seu depoimento:

    Contribui em tudo, é claro que depende muito do profissional que está desenvolvendo tal atividade.

    É nato querer saber, aprender, sentir, fazer e o ser humano busca isso, só que conforme ele vai crescendo dependendo do meio em que vive sua auto-estima cai, não importa se tem Deficiência Intelectual ou não.

    Acredito que as atividades rítmicas e expressivas podem melhorar a auto- estima do aluno. Permitindo que ele possa expressar e conhecer novas formas de comunicação. Importante ressaltar que a expressão rítmica possibilita formas de interação e socialização entre os envolvidos (MONITORA).

    Portanto as atividades ritmadas e expressivas podem ser trabalhadas com todos os educandos, levando em conta que cada um tem seu tempo de aprendizado e destaca-se que essa ação se dá numa interação que não permite apenas a construção do conhecimento, mas o desenvolvimento global do sujeito, conforme destaca Rosa Neto (2002, p.16), "[...], pois cada uma tem um ritmo próprio não só pela originalidade, mas também pela maturação dos centros nervosos que não é idêntica, nem com o mesmo grau, em cada uma das crianças".

Considerações finais

    De acordo com a pesquisa realizada, as atividades rítmicas e expressivas, como conteúdo da disciplina de Educação Física escolar são importantes para o desenvolvimento global de todos os educandos com e sem deficiência intelectual, pois serve como estimulo gerador do movimento, do desenvolvimento rítmico, do gosto pela música, da linguagem, do conhecimento do corpo e suas possibilidades, promovendo assim a habilidade de interação com o meio social e cultural através da conscientização do corpo.

    Assim sendo, é por meio das atividades rítmicas e expressivas as habilidades motoras, espaço/ temporais, cognitivas, sociais são trabalhadas e tendem a facilitar o processo inclusivo de todos educandos nas atividades além de, contribuir para que o movimento aprendido passe a fazer parte da vida diária deles de forma natural. Pois durante as atividades os movimentos são demonstração do que a construção cognitiva permite fazer, ou seja, o esquema motor construído pelo indivíduo.

    No entanto, para que pessoas com deficiência intelectual tirem proveito do conteúdo “atividades rítmicas e expressivas” e progridam na busca de autonomia, o educador precisará dividir o trabalho em tarefas curtas, concretas e aumentar as dificuldades gradualmente, sendo necessário levar em conta o tempo de aprendizado de cada um, para que não só haja construção do conhecimento, mas o desenvolvimento global do sujeito.

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