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Programa de atividades aquáticas para crianças de 2 a 4 anos Programa de actividades acuáticas para niños de 2 a 4 años Aquatic program of activities for children from 2 to 4 years |
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*Mestre em Ciências do Movimento Humano Universidade Federal de Santa Maria Universidade Comunitária da Região de Chapecó **Especialista em Educação Física Universidade Comunitária da Região de Chapecó |
Carla dos Reis Rezer* Larissa Wagner Zanella** (Brasil) |
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Resumo O objetivo do presente estudo foi analisar as contribuições de atividades aquáticas para o desenvolvimento motor de crianças na faixa etária de 2 a 4 anos, mais especificadamente identificar as possibilidades de atividades aquáticas para esta faixa etária; verificar as atividades vivenciadas pelas crianças no seu dia a dia; aplicar um programa de ensino de atividades aquáticas para esta faixa etária e relacionar o nível de desenvolvimento motor do início e do final da aplicação do programa. Os dados apresentados referentes aos padrões de habilidades motoras, das crianças com dois a quatro anos de ambos os sexos, onde uma criança encontra-se em estágio inicial e cinco encontram-se no estágio elementar. Unitermos: Atividades aquáticas. Desenvolvimento motor. Habilidades motoras.
Resumen
Abstract
The aim of this study was to analyze the contributions of water
activities for motor development of children aged 2-4 years, more specifically
identify the potential for water activities for this age group, check the
activities experienced by children in their day to days, apply a teaching
program of aquatic activities for this age group and to relate the level of
motor development from the beginning and end of program implementation. The data
presented at standard motor skills of children two to four years in both sexes,
where a child is in early stage and five are at the elementary stage.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Conforme Xavier Filho & Manoel (2002) os padrões de locomoção humana tem sido alvo de um sem número de pesquisas das mais diversas linhas de pensamento, em diferentes momentos da história do estudo do desenvolvimento motor humano. Em sua grande maioria, os estudos focalizaram a locomoção humana no ambiente terrestre. Pouco se conhece sobre a locomoção humana e seu desenvolvimento no ambiente aquático.
Para Tahara & Santiago (2006) a utilização do meio aquático não constitui exclusividade dos tempos atuais, uma vez que o homem da pré-história já se utilizava do ambiente aquático com muita freqüência. Hoje o interesse em relação às atividades na água aumentou entre estudiosos, professores e pesquisadores das diversas áreas de estudo, como exemplos a educação física e suas atividades físicas, a fisioterapia e suas terapias aquáticas, entre outras, bem como elevados índices de procura e aceitação pela população em geral.
Os primeiros anos de vida são de muitas aquisições motoras das crianças, estas aquisições permitem certa independência cada vez maior para explorar o ambiente que a rodeia, exploração que é fundamental para o seu desenvolvimento psíquico, sensorial e cognitivo. Até os quatro anos nadar significa, simplesmente, se deslocar no meio líquido, é preferível que as crianças brinquem na água e se acostume com o meio líquido antes de sair nadando. Nadar deixa a criança mais ágil e esperta e é o único exercício que estimula todas as partes do corpo, pois a água proporciona movimentos tridimensionais. A criança que pratica natação tem o sistema imunológico mais fortalecido, pois desde cedo ela é submetida a mudanças de temperatura, sua capacidade de desenvolver anticorpos aumenta e favorece sua resistência. Isso, porém, não quer dizer que a natação seja remédio para todos os males. Nadar tem uma função mais preventiva do que terapêutica.
No entanto, antes das aulas de natação se centrar nesses conteúdos é necessário que os alunos adquiram um conjunto de habilidades, comportamentos e conhecimentos específicos do meio aquático. Langendorfer e Bruya (1995) denominam esse processo de aquisição da "prontidão aquática", porque antes de se aprender as habilidades motoras específicas de cada atividade aquática, o indivíduo terá de apropriar-se de comportamentos, habilidades e conhecimentos que o preparem para as aquisições subseqüentes. Já Carvalho (1984; 1985; 1992) e Mota (1990) denominam esse processo de "adaptação ao meio aquático".
Ou seja, só após a adaptação ao meio aquático é que se inicia a aprendizagem das habilidades motoras específicas das diversas atividades aquáticas. Se usualmente se assumia que a adaptação ao meio aquático deveria ser realizada a partir do momento em que a criança passava a freqüentar o Ensino Pré-Escolar, ou seja, ao terceiro ano de vida; hoje em dia, freqüentemente, o processo de adaptação ao meio aquático ocorre bem mais cedo, ainda em bebê. Esse processo é realizado através das vulgarmente denominadas aulas de "Natação para Bebês".
Com base nesta contextualização o objetivo do presente estudo foi analisar as contribuições de atividades aquáticas para o desenvolvimento motor de crianças na faixa etária de 2 a 4 anos, mais especificadamente identificar as possibilidades de atividades aquáticas para esta faixa etária; verificar as atividades vivenciadas pelas crianças no seu dia a dia; aplicar um programa de ensino de atividades aquáticas para esta faixa etária e relacionar o nível de desenvolvimento motor do início e do final da aplicação do programa.
Método
Foi utilizada a Matriz analítica de desenvolvimento de habilidades motoras fundamentais (Gallahue & Ozmun, 2005) a fim de verificar o estágio de desenvolvimento motor das crianças de 2 a 4 anos, nas habilidades de equilíbrio dinâmico, corrida, saltito, lançar e chutar; onde foi relacionado o nível de desenvolvimento motor do início e do final da aplicação do programa. Foi necessário aplicar um questionário para os pais para identificar as atividades vivenciadas pelas crianças no seu dia a dia. Foram realizadas observações durante a aplicação da matriz, onde procuramos registrar o estágio de desenvolvimento das crianças. Durante o período de aplicação do trabalho foram realizadas duas observações: uma observação pré e uma pós realização do programa; realizado em um espaço de dois meses (março e abril de 2008) com aulas de uma hora em três dias por semana.
O programa consistiu em desenvolvimento de atividades freqüentes no planejamento das aulas da professora dentro do ambiente aquático, são na maioria atividades lúdicas com ênfase no aprendizado do nado crawl e nado costas; constituído por atividades e brincadeiras que englobam as habilidades de mergulho, flutuação, propulsão, respiração, saltos, movimento de pernas e braços.
Resultados
Todas as crianças freqüentam escola no período vespertino com quatro horas em média, onde possuem 15min. de intervalo no meio da tarde e após o período é destinado a atividades livres no pátio da escola (grama, areia, parque). Contam com aula de educação física uma vez por semana e o período livre no parque é mesclado com duas turmas em conjunto de maternal e pré I. Referente à habitação duas famílias residem em apartamento possuindo praça pública próxima de casa e parque do condomínio para que as crianças brinquem e duas famílias responderam que residem em casa com pátio para realização de brincadeiras das crianças. As atividades as crianças gostam de fazer em momentos livres é jogar bola, andar de bicicleta, bambolês, pular, brincar com areia. Nenhuma das crianças mantinha atividade física fora do ambiente aquático e escolar.
Quanto aos estágios de desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais foram selecionados
Equilíbrio Estático (equilíbrio em um só pé)
No pré-teste de equilíbrio estático três crianças apresentaram o nível elementar, onde conseguiram elevar a perna que não está suportando o peso a uma posição bem próxima à perna de apoio, não conseguiram equilibrar-se de olhos fechados e executaram melhor o movimento na perna dominante. Somente uma criança apresentou o nível inicial, onde apresentou excesso de compensação com os braços (em forma de asas), equilibrou-se com apoio externo e tinha os olhos direcionados para os pés.
No momento de teste pós programa todas as crianças ficaram no mínimo um minuto em equilíbrio estático; onde todos puderam elevar a perna que não suporta o peso próxima ao corpo e usar os braços para equilibrarem-se, mas puderam colar um braço na lateral do corpo.
Corrida
No pré-teste de corrida todos os indivíduos encontraram-se no estágio elementar, onde possuíam impulso com os dois pés e pouso com um dos pés; fase de vôo, mas sem controle, os braços foram usados sem eficiência para o equilíbrio, nesta fase os sujeitos apresentaram movimento rígido e hesitante.
No pós teste as crianças ainda encontraram-se em estágio elementar, porém com certo desenvolvimento dos movimento apresentaram nesta fase certo molejo na execução da atividade conseguindo correr sem necessitar de um apoio final, porém não alcançaram ainda o estágio de desenvolvimento maduro.
Saltito
Na fase de teste inicial de saltito encontramos todos os indivíduos em estágio elementar de movimento onde possuem ritmo moderado, os braços se colocam levemente para as laterais para auxiliar o equilíbrio e o movimento parece entrecortado e rígido. Na fase de teste pós programa, três crianças alcançaram o estágio maduro, a perna de trás pousa ao lado ou atrás da perna de condução e os braços não são necessários para o equilíbrio podendo ser usados para outros fins.
Arremesso
Nesta fase de pré-teste uma criança apresentou estágio inicial de movimento sendo que as suas ações foram feitas a partir do cotovelo, a ação parecia um empurrão, o tronco se manteve perpendicular ao alvo e mostrou uma pequena ação de giro durante o arremesso. As demais crianças apresentaram estágio elementar onde a bola é segurada atrás da cabeça, o braço é inclinado para frente acima do ombro e o tronco é flexionado para frente com movimento do braço para frente. Na fase pós teste todas as crianças encontraram-se em estágio elementar.
Chutar
No pré-teste o movimento de chute foi classificado como elementar em todas as crianças, que apresentaram o movimento preparatório para trás centrado no joelho; a perna do chute tendeu a manter-se inclinada durante o chute e um ou mais passos deliberados foram dados em direção à bola. No pós teste as crianças encontraram-se no estágio elementar.
Discussão
Os resultados obtidos foram baseados nos níveis de desenvolvimento proposto por Gallahue, sendo divididos em estágios iniciais, elementar e maduro.
No grupo foram cadastradas seis crianças correspondendo à população total de crianças que freqüentam aulas de natação com idade de dois a quatro anos, de ambos os sexos. Os dados apresentados referentes aos padrões de habilidades motoras, das crianças com dois a quatro anos de ambos os sexos, onde uma criança encontra-se em estágio inicial avançado; e cinco encontram-se no estágio elementar.
O objetivo geral desta pesquisa foi analisar as contribuições de atividades aquáticas para o desenvolvimento motor de crianças na faixa etária de 2 a 4 anos. Os dados coletados e posteriormente analisados mostraram que maioria das crianças está normalmente incluída na faixa de aquisições que promovem a habilidade motora e encontravam-se no estágio adequado para sua idade cronológica.
Segundo Stabelini (2004) e Godoy (1999), independente do ambiente, o estímulo deve ser adequado, sendo primordial que tanto na família como na escola, o importante é a criança receber orientações adequadas. Os dados encontrados nesta pesquisa evidenciou que as crianças possuem um ambiente estimulante e saudável e com orientação adequada para que possam desenvolver a motricidade, emoção e pensamento lógico. Paim (2003) e Oliveira (2001), descrevem que o desenvolvimento motor está relacionado com experiências individuais de cada criança e o tipo de estímulo vivenciado poderá proporcionar melhor desempenho das habilidades motoras que são divididas em estágios inicial, elementar e maduro representado pelos movimentos fundamentais de equilíbrio estático, corrida, arremesso, saltito e chute. As crianças avaliadas com idade entre dois e quatro anos, quanto ao padrão de habilidade motora, deveriam estar no estagio elementar desenvolvendo controle nas habilidades rítmicas dos movimentos de coordenação motora grossa e é o que foi encontrado nesta pesquisa.
Conclusão
As habilidades motoras ocorrem em conjunto com a progressão das idéias, atitudes e dependendo da ocorrência de vários fatores como, constituição genética, influência ambiental, social, cultural e estimulação (STABELINI, 2004; REZENDE, 2005). Para o desenvolvimento adequado da habilidade motora é necessário a aquisição de relacionamento entre informação sensorial e ação motora (BARELA, 1999). O desenvolvimento ocorre num ritmo resultante da interação entre herança genética e fatores ambientais. As crianças biologicamente saudáveis pode sofrer influência negativa de fatores , como a ausência dos pais; a utilização de brinquedos inadequados para faixa etária; local onde a criança é mantida em idades precoces da infância; a falta de orientação pedagógica e de socialização extra-familiar e a baixa condição sócio-econômica familiar (BARROS, 2000).
O desenvolvimento motor está relacionado com experiências e vivências individuais de cada criança. Quanto maior o número de experiências da criança em seu ambiente natural, melhor será o desenvolvimento nas tarefas cotidianas (PAIM, 2003). Atualmente aceita-se que o crescimento é condicionado pela herança genética, mas é fortemente influenciado pelo ambiente, não apenas fisicamente, mas também socialmente, principalmente no que se refere às doenças e a desnutrição (ZEFERINO, 2003). Embora seja útil reconhecer a influência dos fatores genéticos, é de grande importância reconhecer que os fatores ambientais são mais relevante, pois o desenvolvimento motor vai depender das condições ambientais e de estímulos que essa criança será submetida (CARVALHO, 1983).
O atraso motor esta relacionado ao déficit de aprendizagem escolar (ROSA NETO, 2005). As crianças que tem seus movimentos restringidos por falta de oportunidades de interagir com o ambiente e por receberem menor estímulos, vão ter seu desenvolvimento motor prejudicado (MATOS, 1983). A idade para surgimento de novas habilidades muda, pois a evolução é determinada tanto por fatores genéticos como ambientais e orientações adequadas. Assim, a criança que recebe um estímulo adequado e orientado mais rápido terá a aquisição das habilidades motoras mais precocemente (PESSOA, 2003; CAMPOS, 2005).
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