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Comparação dos níveis de aptidão física de alunas praticantes de dança do projeto Usina de Cidadania e meninas da escola municipal Professor Josué de Castro do município do Rio de Janeiro, RJ com os índices sugeridos pelo Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR)

Comparación entre los niveles de aptitud física de alumnas practicantes de danza del proyecto Usina de Ciudadanía y niñas de las 

escuela municipal Profesor Josué de Castro del municipio de Río de Janeiro, RJ con los índices sugeridos por el Proyecto Deportes Brasil

 

*Mestre em Educação Física (UNIMEP/SP)

Professor de Educação Física (SME/RJ)

**Especialista em Educação Física Escolar (UGF/RJ)

(Brasil)

Rubem Machado Filho*

Daniel Barbosa**

rubemfit@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Introdução. A dança pode ser identificada como uma forma de conhecimento que possibilita uma intervenção direcionada para a ampliação da expressividade dos sujeitos dado que ela permite ler a gestualidade humana como uma linguagem. A partir do Decreto nº 69.450, de 1971, a disciplina de Educação Física passou a ser responsável por trabalhar, desenvolver e aprimorar nos alunos as forças físicas, cívicas, psíquicas, morais e sociais, através dos seus conteúdos e técnicas. Metodologia. A população foi composta por meninas escolares de 11 anos de idade, pertencentes ao Ensino Fundamental de uma escola da Rede Municipal de Educação da cidade do Rio de Janeiro, RJ e alunas praticantes de dança de um projeto desportivo, também situado no município do Rio de Janeiro/RJ. Participaram do estudo 40 meninas (20 do projeto e 20 escolares). Os cálculos para determinação da média e do desvio padrão foram feitos através do programa Excel. Resultados. As meninas de ambos os grupos não evoluíram para classificação além de razoável quando os testes foram comparados com os sugeridos pelo projeto esporte Brasil (PROESP-BR).

          Unitermos: Dança. Aptidão física. Escolares.

 

Abstract

          Introduction. Dance can be identified as a form of knowledge that enables a targeted intervention for increasing the expressiveness of the subjects since it allows you to read the gestures as a human language. From the Decree No. 69450, 1971, the discipline of Physical Education became responsible for working to develop and improve the physical forces on students, civic, psychological, moral and social, through its content and techniques. Methodology. The population consisted of school girls 11 years old, belonging to an elementary school of the Municipal School of Education of the city of Rio de Janeiro, RJ practitioners and students of dance from a sporty design, also located in the municipality of Rio de Janeiro / RJ. The study included 40 girls (20 and 20 school project). The calculations for determining the average and standard deviation were made through the Excel program. Results. Girls in both groups did not evolve for classification as well as the tests were reasonable when compared with those suggested by the project sports Brazil (BR-PROESP).

          Keywords: Dance. Physical Fitness. School.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A dança pode ser identificada como uma forma de conhecimento que possibilita uma intervenção direcionada para a ampliação da expressividade dos sujeitos dado que ela permite ler a gestualidade humana como uma linguagem. Essa compreensão aproxima-se da concepção de movimento humano (BUYTENDIJK, 1977; TAMBOER, 1979). Movimentar é, então, conceituado como um comportamento pleno de sentido, como algo que acontece no interior de uma interdependência relacionada ao sentido (BUYTENDIJK et al., 1977). É ao lado do pensar e do falar, uma das muitas formas nas quais a relação entre o indivíduo e o mundo se manifesta.

    A partir do Decreto nº 69.450, de 1971, a disciplina de Educação Física passou a ser responsável por trabalhar, desenvolver e aprimorar nos alunos as forças físicas, cívicas, psíquicas, morais e sociais, através dos seus conteúdos e técnicas (PCN, 1998).

    A Educação Física escolar tem por finalidade introduzir e integrar o aluno corporalmente e em movimento, quando os alunos encontrarem nestas aulas a satisfação deste aprendizado e transportarem esse conhecimento para fora da escola, ter-se-á obtido o desejado sucesso (PERFEITO, 2008).

    A aptidão física possui elementos relacionados á saúde e ao desempenho, sendo que a interação entre os componentes de aptidão relacionados á saúde e atividade física estão mais voltadas para as capacidades de resistência cardiorrespiratória, força, resistência muscular, flexibilidade e composição corporal. Concomitantemente a aptidão relacionada ao desempenho e a atividade física estão mais dirigidas ás capacidades de velocidade, coordenação, força explosiva, equilíbrio e agilidade (BOHEME, 1993; MATSUDO, 1998; GALLAHUE, 2000; SOUZA, 2002).

    O Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR) define-se como um observatório permanente dos indicadores de crescimento e desenvolvimento somatomotor e estatuto nutricional de crianças e jovens brasileiros entre 7 e 17 anos (GAYA; SILVA, 2007) .

    Este trabalho visa analisar e comparar os níveis de aptidão física de uma amostra de meninas escolares de uma escola pública municipal (Rio de Janeiro) praticantes regulares de aulas de educação física, com alunas praticantes de dança de um projeto desportivo (Rio de Janeiro) e ainda comparar os índices de ambos os grupos com os sugeridos pelo Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR).

Materiais e métodos

População e amostra

    A população foi composta por meninas escolares de 11 anos de idade, pertencentes ao Ensino Fundamental de uma escola da Rede Municipal de Educação da cidade do Rio de Janeiro /RJ e alunas praticantes de dança de um projeto desportivo, também situado no município do Rio de Janeiro/RJ. Participaram do estudo 40 meninas (20 do projeto e 20 escolares).

Instrumentos de coleta de dados

    Os instrumentos utilizados para a coleta dos dados das capacidades motoras foram os seguintes: O teste de “sentar e alcançar” (flexibilidade) foi realizado com auxílio de uma caixa de madeira, especialmente construída para essa finalidade, apresentando dimensões de 30,5 x 30,5 x 30,5 cm, tendo a parte superior plana com 56,5 cm de comprimento, na qual foi fixada a escala de medida apresentando uma amplitude de 0 a 56,5 cm; para o teste de salto em distancia parado (Força de Membros Inferiores) foi fixada no solo uma trena com aproximadamente três metros de comprimento, que serviu como escala de medida, onde o ponto zero coincidiu com a linha de partida para o salto; para a execução do teste do “quadrado” (agilidade) foi desenhado no chão um quadrado com 4 (quatro) metros de cada lado, em cada vértice foi colocado um cone de 50 cm de altura para delimitar os espaços; para o teste de velocidade foram utilizados um cronômetro e uma pista de 20 metros demarcada com três linhas paralelas no solo da seguinte forma: a primeira (linha de partida); a segunda, distante 20 metros da primeira (linha de cronometragem) e a terceira linha, marcada a um metro da segunda (linha de chegada). A terceira linha serve como referência de chegada para o aluno na tentativa de evitar que ele inicie a desaceleração antes de cruzar a linha de cronometragem. Dois cones para a sinalização da primeira e terceira linhas. De maneira geral, os participantes da pesquisa realizavam os testes da seguinte forma: primeiramente passavam por uma situação de experimento de cada teste, para posteriormente realizarem a tarefa propriamente dita. Em cada tarefa, as meninas realizavam três repetições no mesmo teste.

Procedimentos do estudo

    Para que as meninas participassem do estudo, foi necessária a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos pais ou responsáveis.

    A coleta dos dados e os testes foram realizados nos meses de abril, maio e junho de 2011, na quadra poliesportiva da escola, durante as aulas de Educação Física e no ginásio do projeto durante as atividades pertinentes à dança, sendo um total de 50 minutos atividades. As alunas da escola fizeram atividades regulares durante as aulas de educação física (jogos, estafetas, brinquedos cantados, etc.), as alunas do projeto de dança fizeram gestos e atividades correlatas à dança. Os avaliadores, devidamente treinados pelo pesquisador responsável pelo estudo eram estudantes do curso de graduação em Educação Física, integrantes do corpo de estagiários da supracitada escola.

    Os dados das capacidades motoras foram coletados por meio de uma ficha de registro de dados, preenchida pelos pesquisadores de acordo com o resultado obtido pelas escolares e pelas alunas do projeto. Os testes foram realizados antes e após os treinamentos específicos de cada grupo. Para a realização da bateria de testes as meninas foram organizadas em grupos de cinco componentes em forma de circuito.

    Os cálculos para determinação da média e do desvio padrão foram feitos através do programa Excel.

Resultados e discussão

    As tabelas 1, 2, 3 e 4 apresentam os resultados das comparações dos índices de aptidão física entre as escolares do município do Rio de Janeiro e as meninas do projeto de danças e as comparações de ambos os grupos com os índices sugeridos pelo projeto esporte Brasil (PROESP-BR). A tabela 1 aponta que no teste de sentar e alcançar, o resultado das escolares quando comparados com as meninas do projeto foi inferior e quando ambos foram comparados com os índices sugeridos pelo PROESP-BR foram fracos. Na tabela 2 que aponta as comparações nos testes de força explosiva de membros inferiores o resultado das meninas escolares quando comparado com as do projeto também foi inferior, ambos os grupos quando foram comparados com o PROESP-BR foram considerados fracos. A tabela 3 mostrou que no teste de agilidade as meninas do projeto novamente foram superiores em comparação com as escolares, mostrou também que ambos os grupos estão num nível fraco em comparação com o PROESP-BR. O resultado do teste de velocidade (tabela 4) foi superior para as meninas do projeto quando comparado com as escolares, quando comparados ao PROESP-BR, o resultado das meninas do projeto foi fraco e o das meninas da escola muito fraco.

    Segundo Ferreira, Ledesma (2008) avaliaram o nível de flexibilidade de escolares de 11 anos de idade e concluíram que os níveis de flexibilidade encontrados foram baixos para a respectiva população (valores médios de 25 cm para meninas) o que pode estar ocorrendo por estímulos insuficientes ou uma prática ineficiente. Os dados do presente estudo corroboram com os autores citados.

    De acordo com Oliveira, Gallagher (1997) afirmam que a força é um processo diretamente vinculado ao crescimento e maturação. Nesse sentido os resultados do presente estudo, quanto às meninas do projeto foram melhores que as escolares no salto horizontal, pode-se atribuir ao processo de crescimento em razão da faixa etária utilizada e no aprimoramento da habilidade de saltar em conseqüência da prática dos vários tipos e estilos de dança. Corroborando que essa afirmação está o estudo de (BRAGA et al., 2008).

    A agilidade é a capacidade de maior destaque na faixa etária dos seis aos doze anos de idade (MATSUDO, 1992). Nessa direção o teste de agilidade está bem adaptado para a faixa etária escolhida. Ao observar os grupos, nota-se vantagem em relação às meninas do projeto, pois é esse grupo que possuía maior programação de diferentes habilidades esportivas, exigindo das voluntárias grandes movimentações de mudanças de direções. Estudo de Oliveira, Gallagher (1997) afirma essas características.

    Os dados do presente estudo apontam que as meninas não evoluíram para classificações além de razoável, quando se compara os resultados com a tabela do PROESP-BR. O mesmo ocorrendo com os resultados encontrados por Souza et al., (2009) que analisaram 40 crianças e a classificação foi razoável.

    Conclui-se, a partir destes achados, que as meninas escolares da cidade do Rio de Janeiro e as meninas do projeto de dança, não evoluíram para classificação além de razoável quando os testes foram comparados com os sugeridos pelo projeto esporte Brasil (PROESP-BR).

Referências bibliográficas

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