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Ações didáticas e pedagógico-musicais nas aulas de Educação Física influenciando no desenvolvimento da criança. Um estudo bibliográfico

Acciones didácticas y pedagógico-musicales en las clases de Educación Física
que influyen en el desarrollo del niño. Un estudio bibliográfico

 

*Especialista em Bases Fisiológicas do Treinamento de Força

pela Gama Filho. Especialista em Treinamento Desportivo pela UNOESC

Professora do curso de Educação Física

da Unoesc, campus de São Miguel do Oeste/SC

**Mestre em Ciência do Movimento Humano pela Universidade Federal

de Santa Maria, RS. Professora Adjunta da Universidade do Oeste

de Santa Catarina (UNOESC), Campus de São Miguel do Oeste/SC

***Mestre em Cineantropometria e Desempenho Humano pela UFSC

Professora do curso de Educação Física

da Unoesc, campus de São Miguel do Oeste/SC

****Mestre em Ciências do movimento Humano. Universidade autônoma

de Asuncion. Professor do curso de Educação Física

da Unoesc, campus de São Miguel do Oeste/SC

*****Especialista em Educação Física com Concentração em Treinamento

Desportivo pela UNOESC. Professor do curso de Educação Física

da Unoesc, campus de São Miguel do Oeste/SC

******Especialista em Educação Física com Concentração em Atividade Física

e Saúde pela UNOESC. Professora da Academia Universitária

da Unoesc, campus de São Miguel do Oeste/SC

Elis Regina Frigeri*

elis.frigeri@unoesc.edu.br

Andréa Jaqueline Prates Ribeiro**

andrea.ribeiro@unoesc.edu.br

Sandra Fachineto***

sandra.fachineto@unoesc.edu.br

Eliéser Felipe Livinalli****

elieserlivinalli@hotmail.com

Sandro Claro Pedrozo*****

sandro.pedrozo@unoesc.edu.br

Fátima Bisutti******

fatima.bisutti@unoesc.edu.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo é uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo. Para a elaboração deste trabalho utilizou-se de pesquisas bibliográficas, principalmente de artigos científicos disponibilizados em meios eletrônicos e de livros. Conforme a literatura pesquisada percebe-se que cada vez mais os professores de Educação Física devem buscar aperfeiçoamento apresentando boas propostas de ensino-aprendizagem, visando os benefícios que uma aula bem estruturada pode oferecer aos alunos. Atividades que envolvem a música tornam as aulas um processo de ensino aprendizagem que capacita o individuo a refletir sobre suas possibilidades corporais e, com autonomia, exercê-las de maneira social, culturalmente significativa e adequada.

          Unitermos: Educação Física. Música. Desenvolvimento.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Acreditando na importância das aulas de Educação Física no ambiente escolar percebe-se que a mesma deve possibilitar a transformação daqueles que a frequentam, fazendo com que os indivíduos ganhem autonomia para as atividades do dia-a-dia. (MOREIRA 2004, p.20).

    Concordando Soares et al. (1992, p. 50), salientam que a Educação Física é uma prática pedagógica que no âmbito escolar tematiza formas de atividades expressivas corporais, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. É um processo de ensino aprendizagem que capacita o individuo refletir sobre suas possibilidades corporais e, com autonomia, exercê-las de maneira social e culturalmente significativa e adequada.

    Por isso é necessário que, cada vez mais, os profissionais da área busquem aperfeiçoamento, apresentando boas propostas de ensino-aprendizagem visando os benefícios que uma aula bem estruturada pode oferecer ao educando.

    Segundo Freire (1997), uma boa proposta é aquela que facilita o desenvolvimento onde a criança vacila diante das dificuldades, mas se sente motivada, com seus recursos atuais, a superá-las, garantindo as estruturas necessárias para níveis mais elevados do conhecimento.

    Freire (1997), ainda salienta que a Educação Física não é apenas educação do ou pelo movimento: é educação de corpo inteiro, entendendo-se, por isso, um corpo em relação com outros corpos e objetos, no espaço. Educar corporalmente uma pessoa não significa provê-la de movimentos qualitativamente melhores, apenas. Significa também educá-la para não se movimentar, sendo necessário para isso promoverem-se tensões e relaxamentos, fazer e não fazer.

    Sabendo que o professor de Educação Física possui muitos recursos para promover essa ação didática de forma responsável e significativa é que percebe-se hoje, mais uma ferramenta pedagógica que pode auxiliar no processo de desenvolvimento do aluno, a música.

    A música pode auxiliar a desenvolver e aperfeiçoar outras áreas de conhecimento como a alfabetização, o raciocínio lógico matemático, a socialização, entre outras áreas que a Educação Física pode contribuir durante suas ações didáticos- pedagógicas.

    No processo de musicalização Oliveira (2001), salienta que não podemos nos esquecer de que as crianças, quando brincam, usam sons espontaneamente, criam músicas, e essa atitude, se não é incentivada, tende a desaparecer com o tempo. Quando atingem uma certa idade, geralmente depois que se inserem no ensino fundamental, por volta dos seis ou sete anos, as crianças passam a sentir vergonha de se expressar por meio de sons, pois há escolas que não incentivam essa prática. Ao contrário, priorizam o silêncio, o que faz com que as crianças calem-se, deixando de utilizar sons para se expressarem.

    Inúmeras são as estratégias como a música pode ser levada para a escola nas aulas de Educação Física, certos são os benefícios como a de formação de seres humanos mais sensíveis, críticos e reflexivos.

    Diante do exposto, este estudo tem por objetivo pesquisar sobre os benefícios que a música pode oferecer como estratégia pedagógica a ser utilizada nas aulas de Educação Física.

Metodologia

    Por tratar-se de uma revisão bibliográfica, este estudo teve por característica desenvolver uma pesquisa qualitativa sobre a temática da música nas aulas de Educação Física.

Revisão

    Musicalizar significa desenvolver o senso musical das crianças, sua sensibilidade, expressão, ritmo, “ouvido musical”, isso é, inseri-la no mundo musical, sonoro. O processo de musicalização tem como objetivo fazer com que a criança torne-se um ouvinte sensível de música, com um amplo universo sonoro. (OLIVEIRA, 2001).

    A trajetória da educação musical na sociedade brasileira certamente influencia as concepções vigentes para essa área. Hoje em dia convivemos com uma sociedade que, na sua maioria, tem sido privada de qualquer tipo de educação musical formal. Quem não viveu uma experiência significativa em termos de educação musical dificilmente solicitará esse componente para as futuras gerações, porque não entende de que forma essas experiências podem contribuir para a vida das pessoas. (EISNER, 1999 apud FIGUEIREDO, 2005).

    Eisner (2001, apud FIGUEIREDO, 2005) comenta que “o público, em geral, não pensa em música como um produto de complexas formas de pensamento. Em termos de prioridades educacionais, a música é vista como bonita, mas não necessária”. E, de acordo com Lehman (2002, apud FIGUEIREDO, 2005), “o papel fundamental que a música desempenha com relação à indústria de entretenimento e na cultura popular às vezes cega as pessoas com relação ao papel essencial da música na educação”.

     Muitas brincadeiras cantadas podem ser caracterizadas como formas de expressão do corpo que integram o folclore, especialmente o infantil, sendo representadas pela associação de musicalidade e movimento. Escravo de Jó, Terezinha de Jesus, Marcha soldado, Capelinha de melão e Ciranda-cirandinha são algumas cantigas que, associadas a formas diferenciadas do "movimentar-se", caracterizam-se como brincadeiras cantadas de importante contribuição educacional. (LARA et al, 2005).

    Nesse sentido, Penna (1990, apud LOUREIRO, 2004) considera que o mais importante é que o professor, consciente de seus objetivos e dos fundamentos de sua prática –onde a música deve ser encarada como uma produção e um meio educativo para a formação mais ampla do indivíduo – assuma os riscos – a dificuldade e a insegurança – de construir o seu caminho do dia-a-dia, em constante reavaliação.

    Para Saborit e Valdés (2009) a música para o aspecto físico permite e incentiva as habilidades das crianças no aspecto motor, coordenação e todas as funções físicas, num contexto de relações interpessoais.

    Os mesmos autores ainda comentam sobre a importância em ser trabalhado com a música na escola, para desenvolver a coordenação motora com o movimento de associação e de dissociação, o equilíbrio, caminhadas, etc. Desenvolver a discriminação auditiva aprender sons e ruídos, lembrando, reproduzindo. Adquirir competências e os meios de expressão corporal, instrumental, gráficos, melódico.

    A música tem uma influência muito grande no movimento. E há quem diga que o movimento e a música caminham juntos. A música é um fenômeno corporal de grande receptividade. (VERDERI, 1998).

    Para Loureiro (2004) a escola, através da educação musical, pode ajudar o aluno a enxergar a realidade além da qual ele vive e ajudá-lo a desconfiar da mídia, criticando-a. Entretanto, é preciso saber como proceder para oportunizar o desenvolvimento do espírito crítico e analítico do aluno, pois a música faz parte da cultura, é uma manifestação cultural. Então, na escola, para desenvolver o espírito do aluno, essa visão mais ampla, a educação musical é muito importante, pegar o cotidiano do aluno, a música das garagens, das bandas, a música que o aluno traz de casa para a sala de aula e propor atividades de movimento. No pouco espaço que temos, precisamos batalhar, não para impor nada, mas para mostrar apresentar novas propostas e vivencias sem preconceito. De acordo com Snyders (1994 apud OLIVEIRA, 2001), a escola deve proporcionar, além de preparação para o futuro, alegria para o presente, e esse é um dos papéis da música na escola.

    No processo de musicalização Oliveira (2001), salienta que não podemos nos esquecer de que as crianças, quando brincam, usam sons espontaneamente, criam músicas, e essa atitude, se não é incentivada, tende a desaparecer com o tempo. Ao contrário, prioriza o silêncio, o que faz com que as crianças calem-se, deixem de utilizar sons para se expressar. Portanto, não podemos dizer que a musicalização serve para transformar as crianças em seres musicais, apenas precisamos incentivá-las a continuar usando e criando sons.

    Segundo Soler e Vidal (2010) para as crianças, cantar é uma necessidade e é um ato espontâneo que constrói a capacidade de expressão artística e emocional, contribuindo para o desenvolvimento global da sua personalidade em três dimensões: física, intelectual e emocional.

    A musicalização ajuda a desenvolver a capacidade de concentração imediata, de persistência e de dar resposta à constante variedade de estímulos; e assim, facilita a aprendizagem ao manter em atividade os neurônios cerebrais. (SCHERER; PEREIRA, 2009).

    Nas aulas de Educação Física uma proposta para desenvolver atividades com música é trabalhá-las de forma lúdica, pois segundo Oliveira (2001), a criança deve sentir prazer em frequentar as aulas onde a música de alguma maneira esteja presente, usar a criatividade. Porém, precisamos tomar cuidado para que as crianças não considerem as aulas de música somente como divertimento, descontração o que fará com que elas deixem de aceitar o direcionamento do professor.

    Abordando os efeitos da música no campo afetivo, estudos recentes ampliam ainda mais nosso conhecimento a respeito. Zatorre, da Universidade de McGill (Canadá) e Blood, do Massachusetts General Hospital (EUA) (2001 apud Nogueira, 2003), desenvolveram uma pesquisa que buscou analisar os efeitos no cérebro de pessoas que ouviam músicas, as quais segundo as mesmas lhes causavam profunda emoção. Verificaram que ao ouvir estas músicas, as pessoas acionaram exatamente as mesmas partes do cérebro que têm relação com estados de euforia. Segundo os autores, isso confere à música uma grande relevância biológica, relacionando-a aos circuitos cerebrais ligados ao prazer.

    Nogueira (2003) também fala sobre o desenvolvimento através da música dizendo que ela também traz efeitos muito significativos no campo da maturação social da criança. É por meio do repertório musical que nos iniciamos como membros de determinado grupo social. Além disso, a música também é importante do ponto de vista da maturação individual, isto é, do aprendizado das regras sociais por parte da criança.

    As brincadeiras cantadas fundem musicalidade, dança, dramatização, mímica e jogos, (dependendo do enfoque a ser priorizado em cada atividade), representando um conhecimento de grande contribuição à vida de movimento da criança. (LARA; PIMENTEL; RIBEIRO, 2005).

    Tacuchian (1981 apud, OLIVEIRA, 2001, p. 101) afirma que devemos trabalhar com músicas de várias culturas, mas priorizar sempre a música brasileira, que é muito rica histórica e culturalmente. Em relação às cantigas de roda, é importante destacar a riqueza de possibilidades de trabalho com essas atividades. De acordo com Rodrigues (apud AYOUB, 2000, apud OLIVEIRA, 2001), as cantigas de roda, geralmente realizadas em círculo, além de todas as suas variações rítmicas, favorecem a participação de todos e o desenvolvimento de um sentido de grupo e de uma identidade cultural, que são reforçados pelas inter-relações que ocorrem durante o canto em conjunto.

    Segundo Almeida (2001 apud, OLIVEIRA, 2001), a cultura é um ‘saber-fazer’ e a escola tem sido um saber-usar, ou seja, algumas pessoas, que são poucas, fazem a cultura (as artes em geral, por exemplo) e a escola tem apenas executado mecanismos prontos, formando alunos acríticos e que só sabem pensar mecanicamente. Essa é uma das causas da desqualificação do professor, que passa a ser considerado como um “instrumentista desatualizado”.

Considerações finais

    Através dos estudos discutidos no presente artigo, pode-se verificar a importância da utilização da música como instrumento didático-pedagógico na nas aulas de Educação Física, pois quando o professor, consciente de seus objetivos e dos fundamentos de sua prática percebe na música uma produção e um meio educativo, o aluno, de forma espontânea, desenvolve-se tanto no aspecto motor como cognitivo, social e afetivo.

Referências bibliográficas

Outros artigos em Portugués

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