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A falta de comprometimento do professor de educação
física gera a falta de motivação dos alunos da oitava série

La falta de compromiso del profesor de Educación Física genera la falta de motivación de los alumnos del octavo grado

Lack of commitment of physical education teacher creates the lack of motivation of students of the eighth series

 

*Autor **Orientadora

Faculdade Unida de Suzano, UNISUZ

Suzano, SP

(Brasil)

Emerson da Silva Rodrigues*

Profª. Ms. Maria Eugenia Zandonai Bov Assi**

emerson_0991@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo, originalmente parte de um TCC do curso de Educação Física da Faculdade Unida de Suzano, foi analisar o comprometimento do professor de educação física como um dos fatores da falta de motivação dos alunos da oitava série nas aulas de educação física. A pesquisa caracterizou-se como sendo comparativa. A amostra foi composta de 80 alunos de ambos os sexos, na faixa etária de 14 a 15 anos, das 8º Séries do ensino fundamental da Escola Estadual Eugênio Victório Deliberato do município de Itaquaquecetuba - SP. O instrumento de coleta de dados utilizado na pesquisa foi elaborado por Kobal (1996), com um questionário referente à identificação de motivos extrínsecos e intrínsecos. Na análise de dados foi verificada a média de cada item e também foi elaborado um gráfico final com média final dos dois tipos de motivação, assim comparando se os alunos estão desmotivados extrinsecamente ou intrinsecamente. Diante dessa identificação foi verificado que os alunos estão mais motivados extrinsecamente do que intrinsecamente.

          Unitermos: Aulas de Educação Física. Motivação. Adolescência.

 

Abstract

          This study, originally part of a work of completing the course of Physical Education, Faculty of Suzano Unida, was to analyze the involvement of physical education teacher as a factor of the lack of motivation among eighth graders in physical education classes. The research was characterized as comparative. The sample consisted of 80 students of both sexes, aged 14 to 15 years, from 8th-graders from Public School Eugenio Victório Deliberato the city of Itaquaquecetuba - SP. The data collection instrument used in this research was developed by Kobal (1996), with a questionnaire relating to the identification of extrinsic and intrinsic reasons. The analysis of data was verified the mean of each item was prepared and also a chart with average final end of the two types of motivation, so comparing whether students are extrinsically or intrinsically motivated. Given this identification was verified that more students are extrinsically motivated than intrinsically.

          Keywords: Physical Education classes. Motivation. Adolescence.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Na atualidade os adolescentes estão vivendo em um mundo que evoluiu bastante, os jovens se encantam com o avanço da tecnologia, alguns casos freqüentam a escola por obrigação e não por prazer.

    Os profissionais de educação física têm um desafio a mais na sua profissão, que é enfrentar os atrativos do mundo atual, onde as suas aulas, não oferecem esses mesmos atrativos, motivo pelo qual os alunos estão se afastando das aulas de educação física. (Araújo et al, 2008).

    Nas aulas de educação física do ensino fundamental II são quase sempre os mesmos conteúdos para as aulas do ensino médio, ou seja, essa igualdade de aprendizagens gera a rejeição para a efetiva participação dos alunos, porém, que existe uma variedade de atividades a serem aplicadas.

    Os alunos tomam uma decisão para se afastarem das aulas, por já terem sua opinião formada em relação as suas experiências anteriores diante das aulas de educação física, ou seja, nessas experiências passadas houve algum motivo que levou o aluno se afastar, quando o mesmo vive uma situação de insucesso, ou de alguma forma se sente excluído, isso se resulta em uma rejeição. Nessa situação cabe ao professor incluir novamente esse aluno, desta forma amenizar esse problema. (Darido, 2004).

    Darido et al (2001), relata que a educação física é como todas as outras disciplinas, responsável para a formação dos alunos, porém falando de educação física escolar, o professor é responsável para que seus alunos sejam capazes de participar de qualquer atividade adotando atitudes com respeito.

    Os PCN são um ótimo recurso para os professores, que por ventura tem seu principal objetivo de incluir, ou seja, a inclusão e participação de todos os alunos sejam dos menos habilidosos, dos que estão acima do peso, dos que usam óculos, com necessidades especiais, esses são apenas alguns exemplos que acontece muito nas aulas de educação física escolar.

    A intenção dos PCN é propor que o professor possa acabar com a exclusão, que infelizmente alguns alunos estão se afastando das aulas. Quando o professor pratica essa ação de inclusão? É quando o professor apóia, ajuda, estimula, incentiva e etc.

    Sempre respeitando as diferenças de cada aluno, independente da classe social, gênero, religião, opinião social, além desse ponto de vista, o professor também podem propor reflexões entre os alunos, falar sobre a discriminação, ética, preconceito e exclusão, a exclusão se divide em exclusão temporária e exclusão dos menos habilidosos.

    A exclusão temporária, por exemplo, em um simples jogo de queimada, sempre fica um aluno com dificuldade de pegar a bola e acaba sendo queimado e fica fora do jogo, o professor pode adaptar as regras fazendo com que todos participem, o mais correto é encontrar uma saída que favoreça o retorno do aluno no jogo.

    Uma simples variação que pode ajudar é fazer que aquele que foi queimado vá para zona de queimados “cemitério”, porém, ele está “vivo” no jogo, podendo ajudar seus companheiros.

    Outro exemplo, em um coletivo de futebol, times mistos de meninas e meninos, uma simples variação para as meninas conseguir participar no jogo, é falar para os alunos que apenas será válido o gol, se for por uma menina.

    Já a exclusão dos menos habilidosos é um fato que ocorre muito, quando o professor chama os alunos para a prática de atividades na quadra, alguns alunos que não tem certa habilidade, já se exclui dos outros, para evitar supostos comentários severos.

    Como alternativa para o professor amenizar esse problema, é procurar diversificar os conteúdos, deixar de lado um pouco o “quarteto fantástico” que é o futebol, voleibol, handebol e o basquetebol, mas procurar aplicar grandes jogos, atletismo, dança, ginástica, esporte não tão conhecido como o rugby, frisbee, badminton, frescobol, há um universo de conteúdos novos, é necessário que o professor desenvolva projetos de aplicação, e criatividade para adaptações.

    Outra proposta dos PCN é referente às dimensões dos conteúdos, ou seja, além de ensinar as modalidades esportivas, dança, ginástica, atletismo, lutas e etc. O aluno tem o direito de saber o por que que está executando aquele movimento (dimensões conceituais), os valores e atitudes que eles devem tomar (dimensões atitudinais), o como fazer os fundamentos e técnicas (dimensões procedimentais).

    Os PCN sugerem que as atividades, os conceitos e os procedimentos dos conteúdos sejam trabalhados nas aulas de educação física escolar, passando os conhecimentos para os alunos ficarem conscientes dos benefícios de tais modalidades esportivas, o porquê de praticar e aprender a se relacionar nesse meio e reconhecer os valores dessa prática esportiva.

    A maior parte dos alunos mostra interesse de participar nas aulas práticas, porém, alguns não têm motivação. Através de uma pesquisa feita pelos autores Cruz e Junior (2010), a não participação dos alunos podem ter vários motivos pela qual geram a falta de motivação, em certos momentos sofreram um constrangimento por colegas de turma e alguns casos o professor fez com que o aluno se sentisse constrangido, por ser incapaz de fazer algum tipo de exercício. Diante desses fatores esses alunos têm medo de se expor durante as aulas e acabam se afastando, mesmo que seja contra sua própria vontade.

    Os aspectos emocionais também são fatores que levam a não participação, no período de 12 até 18 anos é a fase que os adolescentes sofrem mudanças físicas, psicológicas e comportamentais.

    Nesse período de mudanças os adolescentes se encontram confusos, para alguns deles essa confusão se transformam em frustração e decepção e na maioria das vezes a família não sabem lidar nesse processo na vida desses adolescentes, o envolvimento familiar é fundamental para melhorar a auto - estima e a confiança. (Cruz e Junior, 2010)

    Nas diferentes disciplinas do currículo proposto, como Português, Matemática, História, Geografia, Educação Física e entre outras disciplinas, sempre um professor de determinada matéria fica marcado na vida do aluno, por ter auxiliado um pouco mais ou por maior afinidade, com o passar do tempo o aluno vai lembrar-se do professor que teve nos anos anteriores, seja positivamente ou negativamente.

    O compromisso do professor é essencial para a formação dos alunos, ele consegue marcar positivamente na vida dos alunos quando, atua com objetivos tais como, a formação, a preparação para a cidadania com valores éticos e morais, realização de aulas com qualidades, buscar atualizações para inovar as suas aulas, visando uma melhor formação.

    Vianna comenta que é comum ainda ouvir que o professor de educação física larga a turma no seu espaço de trabalho, deixando seus alunos sozinhos, sem ao menos um orientador.

    Essa falta de compromisso no trabalho de alguns professores de educação física, ministrando aulas sem qualidade, gera uma falta de respeito e a desvalorização por parte da escola, causando uma influência negativa nos alunos. É necessário que o professor deva buscar conteúdos diversificados para despertar a motivação. (Vianna et al, 2009)

    É importante que o professor seja o agente estimulador e criativo, com prazer para desenvolver as aulas com qualidade, superando a suposta falta de materiais para utilizar em suas aulas.

    “A educação física escolar não é meramente esportiva, seu objetivo é fornecer ao indivíduo possibilidades de adquirir controle e condição física que o eduquem fisicamente”. (Machado, 1997 apud Rubellita et al, 2011)

    O professor recém formado chega à escola, com muita vontade de colocar em prática tudo que aprendeu em alguns casos esse professor acaba pegando turmas que estão acostumadas com a mesma educação física desde as séries iniciais, com o passar do tempo esse professor modifica sua disposição e cai em uma conclusão que é uma tarefa bastante complicada de mudar a realidade, e acaba como mais um professor desmotivado. (Rubellita et al, 2011)

    Marzinek (2004 Apud Almeida et al, 2008) identificou que os conteúdos das aulas, na maioria das escolas são; futsal, voleibol, basquetebol e handebol, sendo os esportes mais populares no ensino fundamental e médio. Os autores ainda concluem que essas modalidades são as preferidas dos alunos, desde as séries iniciais. O ideal é que eles vivenciem outros esportes.

    Para Almeida et al (2008), os currículos das faculdades de educação física incluem disciplinas tais como, atividades expressivas, lutas, esportes alternativos, ginástica e entre outras disciplinas. Porém percebe-se que esses conteúdos são pouco utilizados, assim atrasando o conhecimento. Se essa diversificação for utilizada, os alunos seriam mais motivados de participar das aulas.

    Outra situação critica é que alguns professores trabalham com as modalidades que mais dominam e quando os alunos sugerem algo novo, o professor sempre coloca algum obstáculo como a falta de materiais ou de estrutura, às vezes com dificuldade de assumir que não possui conhecimento sobre o assunto e assim suas aulas permanecerá com os esportes tradicionais.

    Cavenaghi (2009) diz que os alunos quando chegam à adolescência, a sua motivação para aprender diminui, tornando um problema para o professor, em certos casos os alunos ficam fazendo atividades nas quais não são de seus interesses, assim pode causar reações de indisciplina com algum comportamento não-social.

    Nas séries finais do ensino fundamental alunos são desmotivados, tornando um desafio para a escola e também para o professor, os estudantes não estão mais cumprindo seus deveres, estão se distraindo facilmente, alguns enfrentam o professor e outros vão à escola apenas para ver os amigos. Esses casos costumam ocorrer quando o aluno avança de série, seu interesse de aprender diminui e começam a duvidar do seu potencial.

    Nas séries finais os conteúdos ficam mais complexos, e se o aluno desmotivado não tiver um apoio do professor com uma metodologia de ensino boa, com conteúdos diferentes e significativos para ele, ficará ainda mais difícil para aluno ter algum desempenho.

    Sendo assim, o papel do professor diante a esse problema desafiador é promover uma motivação positiva para incentivar esses alunos a ter vontade de aprender e acreditarem que são capazes. Os jovens de hoje quer mais é experiências novas, desafiadoras, independência, autonomia, sua opinião aceita e interações sociais.

    Para Marzinek (2007), a motivação é classificada em intrínseca e extrínseca, a intrínseca é quando o aluno realiza a atividade por vontade própria, está relacionado ao conceito de “Eu gosto”. Já a motivação extrínseca se dá quando há um incentivo extra, sendo por colegas, pelo professor de educação física ou até mesmo por familiares, buscando motivar esse aluno para participar das atividades.

    A motivação extrínseca é dividida em três conceitos: recompensa, castigo e incentivo. A recompensa é algo que após um objetivo ser concluído, o aluno ganha algo, assim aumentando a vontade de participar novamente, ou seja, o indivíduo participa por algum interesse. O castigo se dá como críticas construtivas para que os alunos não deixem mais que certas condutas aconteçam novamente. O incentivo acontece quando há um agente externo para valorizar as ações, esses agentes são os colegas, professores, familiares e a escola.

Objetivo geral

  • Analisar a falta de motivação dos alunos.

Objetivos específicos

  • Analisar o comprometimento do professor de educação física como um dos fatores da falta de motivação dos alunos da oitava série nas aulas de educação física.

Metodologia

    A pesquisa será feita através de um questionário de identificação de motivos intrínsecos e extrínsecos durante as aulas de educação física, o questionário possui seis questões com 32 afirmações envolvendo esses motivos. Cada afirmação terá uma escala de coerência de 1 a 5. O instrumento de coleta de dados foi elaborado por Kobal (1996) e utilizado por Marzinek e Neto (2007).

Amostra

    A amostra foi constituída com 80 alunos, cursando a 8ª série do ensino fundamental da escola EE Eugênio Victório Deliberato, localizada na cidade de Itaquaquecetuba – SP, com idade entre 14 a 15 anos. Os participantes do estudo possuem uma rotina de aula de educação física duas vezes por semana.

Resultados e discussão

Tabela 1. Questionário – Motivação Extrínseca

    Na primeira questão “Participo das aulas de Educação Física por que” referente à motivação extrínseca, foram constatados resultados de uma média de concordância nos seguintes itens: “Faz parte do currículo da escola”, “Estou com meus amigos”, “Preciso tirar notas boas” e uma média de discordância no item “Meu rendimento é melhor que o de meus colegas”.

    Com esses resultados é válido ressaltar que os alunos participam das aulas, pelo fato que a educação física está no currículo da escola e “precisam tirar boas notas” na disciplina. Isso demonstra que esses alunos estão motivados extrinsecamente por algum interesse.

    Para Marzinek (2007), a motivação extrínseca se divide em três conceitos: recompensa, castigo e incentivo. No fato discutido, a recompensa é algo que após um objetivo ser concluído, o aluno ganha algo, assim aumentando a sua vontade de participar novamente, ou seja, o indivíduo participa por algum interesse.

    De acordo com Marzinek (2007) a disciplina de educação física escolar foi introduzida na escola, com intuito de desenvolver a aptidão física dos alunos e trabalhar as modalidades esportivas.

    Segundo os PCNs (1998) a Educação Física passou a ser considerada como a atividade que, por seus meios desenvolve e melhora as forças físicas, a moral e o social do aluno. O decreto deu ênfase à aptidão física, na organização das atividades, e a iniciação esportiva, a partir da quinta série, se tornou um dos eixos fundamentais de ensino; buscava-se também a descoberta de novos talentos que pudessem participar de competições para representar o país.

    Em relação ao item “estou com meus amigos”, Marzinek (2007), diz que o aluno se sente bem diante de uma atividade, quando tem uma boa participação durante a aula e está bem com seus amigos. Betti (1992 Apud Marzinek 2004) relata que o fato de estar entre amigos durante uma atividade é um fator decisivo, os alunos quando estão participando de uma atividade na qual estão em grupo, vai haver uma cooperação entre eles, já quando o aluno não está em nenhum grupo, pode acontecer que esse aluno se afaste do grupo em todas as aulas, para evitar algum tipo de brincadeira de mau gosto.

    Os dados da 2ª questão da motivação extrínseca, referentes à (tabela 1) revelam que houve concordância nos itens: “Esqueço das outras aulas”, “O professor e os meus colegas reconhecem minha atuação”, “Sinto-me integrado ao grupo”, “Minhas opiniões são aceitas”, “Saio-me melhor que meus colegas”. Com esses resultados conclui – se que, os alunos participam das aulas para esquecer sua rotina de disciplinas e usa a educação física para esquecer essa rotina. E também gostam quando se sentem integrados ao grupo, dando o melhor de si, para assim os colegas e seu professor reconheçam sua atuação.

    Darido (2004) relata que a educação física é vista pelos alunos também como momento de lazer, alguns alunos participam das aulas para esquecer sua rotina de disciplinas diária e tirar um pouco o foco do ambiente de sala de aula.

    Marzinek (2007) relata que os alunos quando estão motivados a participarem de uma atividade, com intuito de surpreender ou agradar alguém, esse aluno está motivado extrinsecamente, porém pode ser interpretado de duas formas, uma delas é quando o aluno gosta da modalidade ou atividade praticada e quando tem um momento que ele precisa sobre sair, para parecer melhor que os outros, esse aluno já tem sua motivação intrínseca, ou seja, gosta da modalidade, o colega do mesmo será um fator externo que vai fazer com que o aluno participe com mais motivação.

    Outra forma que pode ser interpretada, é quando o aluno não gosta de tal modalidade, mais participa apenas para parecer bom, ou para obter algum objetivo, sendo assim o aluno está motivado apenas extrinsecamente.

    Na Questão 3 item 2 “ Não simpatizo com o professor” resultou - se em uma média de concordância significativa, isso demonstra que é importante que o professor seja simpático, ou seja, dinâmico e tenha uma boa relação de professor – aluno, para que os mesmos tenham confiança no professor.

    Para Vianna et al (2009) o compromisso do professor de educação física é essencial para a formação dos alunos. Os alunos podem enxergar o professor de duas formas, sendo positivamente e negativamente. O professor fica marcado positivamente quando atua ministrando aulas com qualidade, passando novos conhecimentos para seus alunos e diversificando os conteúdos. Porém, quando o professor trabalha sem objetivos, será lembrado negativamente pelos alunos.

    Com esses resultados e de acordo com Vianna é importante que o professor seja estimulador, motivador e criativo para os alunos possam simpatizar com o professor para assim ter uma maior participação dos alunos em suas aulas.

    Na questão 3 “Não gosto das aulas de educação física quando: item 3 “ o professor compara meu rendimento com o de outro”, “Item 4 “ meus colegas zombam de minhas falhas”, item 5 “alguns colegas querem demonstrar que são melhores que os outros” e item 7 minhas falhas fazem com que eu não pareça bom para o professor”.

    Houve uma grande concordância de alunos que respondeu em todos os itens citados a cima. Esses são alguns fatores que acabam desmotivando o aluno de participar das aulas, que pode fazer com que o aluno sinta vergonha ou seja incapaz de fazer.

    Cruz e Junior (2010) relatam que a não participação dos alunos nas aulas de educação física tem vários motivos pela qual gerassem essa falta de motivação, em alguns casos sofreram algum tipo de constrangimento por colegas de turma ou até mesmo pelo professor, que fez com que se sentisse constrangido, por ser incapaz de fazer algum tipo de atividade.

    Segundo o autor, esses alunos que sofrem algum tipo de constrangimento, têm medo de se expor durantes às aulas, para evitar os mesmos constrangimentos, mesmo que seja pela sua própria vontade.

Tabela 2. Questionário – Motivação Intrínseca

    Na questão 4 “Participo das aulas de Educação Física. Por que:” foram obtidas médias de concordância em todos os itens:“Gosto de atividades físicas”, “As aulas me dão prazer”, “Gosto de aprender novas habilidades”, “Acho importante aumentar meus conhecimentos sobre esportes e outros conteúdos”, “Sinto-me saudável com as aulas”. Isso resulta que os alunos estão motivados intrinsecamente, gostam de atividades físicas, conteúdos mais diversificados, ou seja, gostam de vivenciar o novo.

    Darido (2004) ressalta que os adolescentes gostam de situações que despertam interesse e que seja algo desafiador para eles, ou seja, quando o professor traz uma aula diferente para os alunos, eles terão uma motivação e maior interesse na aula.

    Já para Cavenaghi (2009) os alunos que estão desmotivados nas aulas, quando estão na adolescência, em alguns casos sua motivação diminui até de ir à escola e aprender novos conhecimentos, isso acontece também nas aulas de educação física, ou seja, os alunos se desmotivam facilmente.

    Para Cruz e Junior (2010) os aspectos emocionais, mudanças físicas e o comportamento são fatores que podem diminuir a motivação dos alunos diante das aulas.

    Na questão 5: Eu gosto das aulas de Educação Física. Quando: “Aprendo uma nova habilidade”, “Dedico-me ao máximo à atividade”, “Compreendo os benefícios das atividades propostas em aula”, “As atividades me dão prazer”, “O que eu aprendo me faz querer praticar mais”, mostra que os resultados ficaram em uma média de concordância muito significativa, os alunos tem a vontade de aprender, se dedicar, sentir – se bem durante a atividade, ou seja, estão participando das aulas pelo fato do gostar.

    Marzinek (2004) diz que quando um aluno faz algo espontaneamente demonstra que gosta de buscar e se dedicar, isso resulta na motivação intrínseca, que acontece quando o aluno realiza a atividade por vontade própria.

    Já aqueles que não concordaram provavelmente não gostam das aulas de educação física. Darido (2004) relata que nas aulas de educação física no ensino fundamental são quase sempre os mesmo conteúdos da 5º até a 8º série. Não tem uma diversificação de conteúdos, ou seja, essa igualdade de aprendizagens gera uma não participação de alguns alunos, sendo que existe uma variedade de novas atividades para serem aplicadas para cada série do ensino fundamental.

    Na questão 6 Não gosto das aulas de Educação Física.“Quando: Houve médias de concordância em todos os itens: “Não consigo realizar bem as atividades”, “Não sinto prazer na atividade proposta”, “Quase não tenho oportunidade de jogar”, “Exercito pouco o meu corpo”, “Não há tempo para praticar tudo o que eu gostaria”.

    Quando algum aluno sofre esse tipo constrangimento de não conseguir fazer correto à atividade, não sente prazer de fazer na aula, quando não tem muita participação ou quando não dá tempo para o mesmo ter proveito da aula, isso vai acabando com a motivação intrínseca do aluno. Assim pode acontecer que esse aluno se desmotive aos poucos.

    Marzinek (2004 apud Almeida 2008) os conteúdos nas aulas de educação física escolar, os professores estão aplicando suas aulas com coletivos, e os alunos já chegam com os times prontos, destacando aquele que tem mais habilidade, ou seja, os que têm menos habilidades quase não têm uma oportunidade de jogar, assim acaba desmotivando esses alunos.

    Rangel e Betti (1995) o professor deve buscar estratégias que despertem o interesse dos alunos pelas aulas, com a vivência de diferentes modalidades e que possam identificar-se com alguma, com isto contribuindo com sua participação na aula de incentivando uma modalidade esportiva.

    Darido (2004) relata que as modalidades esportivas, quando são bem trabalhadas de forma inclusiva e objetiva, poderão motivar aquele aluno que supostamente está desanimando de tal modalidade ou da própria aula de educação física.

    Para a autora uma boa metodologia e um professor motivado, pode fazer com que o aluno volte a gostar das aulas ou faça que o aluno que não gostava, comecem a gostar aos poucos de participar da aula.

Gráfico 1. Média Final de motivação extrínseca e intrínseca

    No gráfico final percebe – se com as médias da motivação extrínseca e intrínseca dos alunos, a motivação extrínseca está mais elevada que o da motivação intrínseca, com esses resultados, conclui-se que os alunos que participaram da pesquisa, estão mais motivados extrinsecamente do que intrinsecamente.

    Alguns itens que foram obtidos com mais relevância na motivação extrínseca mostraram que os alunos participam das aulas por alguns interesses, por intuito de obter boas notas, por ser obrigado a ir à escola e a disciplina de educação física estar no currículo, para estarem com os seus amigos, alguns casos os alunos estão motivados para participar da aula para obter melhor destaque que o colega ou para melhorar seu rendimento, para demonstrar sua capacidade para o professor durante alguma atividade, para usar a educação física para esquecer a rotina das outras disciplinas.

    Para Kobal (1996) o indivíduo que realiza uma determinada tarefa visando uma recompensa exterior, está extrinsecamente motivado. O autor dá um exemplo (Em uma aula ou jogo de Basquetebol, o aluno pode participar da aula, não pelo prazer de participar, mas sim pelo fato de sobressair-se melhor em relação aos colegas, para mostrar a sua boa participação para o professor ou aos seus pais).

    Marzinek (2004) a participação dos alunos é por necessidade de boas notas, e a disciplina está no currículo escolar, isso demonstra estarem motivados para a prática das aulas de Educação Física.

    Kobal (1996) a influência da relação professor/aluno na motivação para a aprendizagem é de suma importância, para ter uma boa participação e motivação dos alunos nas aulas.

    Na motivação intrínseca, a média foi inferior em relação à média da motivação extrínseca, ou seja, os alunos estão mais desmotivados intrinsecamente. Para Marzinek (2004), a motivação intrínseca se dá quando o jovem realiza a atividade física por vontade própria.

    Com a média de motivação intrínseca está inferior a outra, isso não significa que todos os alunos não têm vontade de participar da aula, mais eles estão mais preocupados em fatores externos. Porém, esses alunos podem ter um índice mais elevado se houvesse um fator externo no caso o professor, que motivasse – os, para assim poder aumentar o gosto, a participação e a vontade própria para participar das aulas de educação física escolar.

    Para Darido (2004) os alunos gostam de novos desafios e situações que possam motivar seus interesses, para assim começarem a gostarem de alguma modalidade ou continuem gostando da mesma.

    A igualdade de aprendizagens gera uma não participação de alguns alunos, sendo que existe uma variedade de novas atividades para serem aplicadas para cada série do ensino fundamental.

Considerações finais

    O intuito deste estudo foi verificar através de trinta e dois itens que avaliaram a motivação extrínseca e intrínseca, por qual tipo de motivação os alunos estavam mais motivados para a prática das aulas de Educação Física no ensino fundamental.

    Com os resultados obtidos percebe-se que os alunos estão mais motivados para a prática das aulas de educação física, por intuito de obter boas notas, por ser obrigado a ir à escola e a disciplina de educação física estar no currículo, para estarem com os seus amigos, alguns casos os alunos estão motivados para participar da aula para sobre sair melhor que o próprio colega ou para melhorar seu rendimento para parecer bom para o professor durante alguma atividade, para usar a educação física para esquecer a rotina das outras disciplinas, ou seja, os alunos participam por algum interesse externo.

    A pesquisa aponta e conclui que os alunos estão mais motivados extrinsecamente do que intrinsecamente.

    De fato os alunos estão pouco motivados intrinsecamente, de acordo com a pesquisa e com os resultados, nessa fase da adolescência os mesmos se desmotivam fácil e tem outros interesses ou talvez não tivesse um fator externo que motivasse os alunos extrinsecamente, sendo pela sociedade onde vivem, pelo âmbito escolar, pelos pais, pelo próprio professor que é um dos fatores importantes na motivação dos alunos nas aulas, durante as aulas e na vida dos alunos para que eles possam gostar da atividade física.

    Portando os alunos estão mais motivados extrinsecamente do que intrinsecamente, é valido dizer que o professor tem um papel importante para motivar aqueles alunos que tem o mínimo de interesse com tal modalidade, fazendo com que os mesmos comecem a aumentar sua motivação intrínseca.

    Através deste estudo, pode-se considerar que a motivação intrínseca, parte da opinião do aluno de gostar ou não gostar, porém muitos deles não têm certo interesse, outros não têm ao menos uma modalidade preferida, assim cabe ao professor trabalhar nesses aspectos para incentivar os alunos com diversas modalidades esportivas e ir além incentivá-los para uma prática esportiva, visando o bem estar e saúde através do esporte.

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