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A Educação Infantil sobre a dinâmica dos jogos e brincadeiras

La Educación Inicial en la dinámica de los juegos y el jugar

 

*Graduanda/o de Licenciatura em Pedagogia

Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

**Mestre em Educação Física. Professor

da Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

(Brasil)

Xandros Ulisses*

xandrosu@yahoo.com.br

Fernanda Terroso*

ferterroso@yahoo.com.br

Ruhena Kelber Abrão**

kelberabrao@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Diante das dificuldades em interagir a educação das crianças ao processo de inserção social, foi desenvolvido uma pesquisa com base nas teorias e opiniões de diferentes autores como Brougère (1995) e Dorneles (2005), que relatam em suas obras as experiências e contribuições representadas, pelo estudo da cultura lúdica para o desenvolvimento cognitivo das crianças, através dos jogos e das brincadeiras.

          Unitermos: Educação. Jogos. Brincadeiras.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 174, Noviembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Este trabalho tem como objetivo desenvolver tópicos ligados à Educação Infantil sobre a dinâmica dos jogos e brincadeiras. Os assuntos abordados versam desde argumentos a teorias relacionando a disciplina de jogos e brincadeiras ao papel do professor em sala de aula. O presente artigo traz argumentos sobre processos que envolvem a interação da criança nos jogos e nas brincadeiras, bem como discute as vantagens e desvantagens desses jogos. Esta pesquisa toma como base, a teoria e a prática elaborada por autores do meio acadêmico como Brougère (1995) e Dorneles (2005), analisando as contribuições estabelecidas no seio das famílias já que essas são as primeiras a participar no processo educativo. O trabalho procura estabelecer uma relação entre o ato de brincar e o desenvolvimento sócio-cultural das crianças, bem como, apontar os fatores que contribuem para seu desenvolvimento, tentando relacioná-los as dinâmicas contidas, nos jogos e nas brincadeiras. A pesquisa procura comentar as reações despertadas por crianças, quando submetidas a brincadeiras que desenvolvam sua imaginação.

A construção da identidade através das brincadeiras

    Desde quando o indivíduo nasce ele começa a ser inserido no processo de socialização, isso ocorre através das próprias famílias com seus costumes, hábitos e condições sócio-econômicas. A inserção no meio social acontece gradativamente conforme a idade das crianças, nesse processo existem fatores importantes que contribuem para criança desenvolver uma linguagem própria. A partir das experiências vividas no ambiente a sua volta, a criança começa a compreender os significados das coisas, e passa a observar a fala e as atitudes dos adultos, passando a imitá-los.

    Nesse momento iniciam-se as novas descobertas, as crianças já são capazes de formular alguns conceitos sobre as pessoas e os objetos, bem como, estão construindo suas identidades a partir do olhar o outro. Quando a criança em suas brincadeiras imita os adultos, percebe-se que ela está aprendendo a seguir um padrão de conduta, ajudando-a futuramente a desempenhar um papel significativo na sociedade. Portanto, imitar as pessoas do seu meio de convívio é a primeira noção de brincadeira que ela desenvolve, logo em seguida, a criança começa a inserir-se em outros ambientes e novas brincadeiras vão surgindo ampliando sua cultura lúdica.

    De acordo com Brougère (1995, p.51): “Essa cultura lúdica não está fechada em torno de si mesma; ela integra elementos externos que influenciam a brincadeira: atitudes e capacidades, cultura e meio social. Os brinquedos se inserem nesse contexto.” A criança é a responsável em criar por intermédio dos brinquedos e das brincadeiras, situações que a fazem interagir com o meio no qual ela está inserida, fazendo disso uma forma de vivenciar experiências sem sofrer suas conseqüências.

    A cultura lúdica pode ser observada num simples brincar de uma menina com a boneca, ou do menino com o carrinho. Eles usam apenas um objeto brinquedo, mas criam situações, objetos e personagens imaginários diferentes de acordo com o meio sócio-cultural que vivem. Um exemplo desse cotidiano infantil pode ser analisado através das diferentes imaginações e atitudes que cada criança manifesta ao brincar com brinquedos iguais, se moram na zona rural ou na urbana, imaginando situações diversas na criação de sua diversão. Enquanto as da cidade podem mencionar grande fluxo de trânsito, corre-corre e violência; já as do campo, tratores, plantações, animais. Assim, são notáveis as influências e vivências da realidade de todas as crianças em suas próprias brincadeiras, ou seja, cada uma provavelmente irá criar sobre o que é de seu conhecimento.

    Observa-se, na contemporaneidade, a influência da TV no universo lúdico da infância, ela interfere diretamente nas brincadeiras tanto dos meninos, como das meninas através de filmes, desenhos animados, programas infantis, comerciais e inclusive telenovelas. A partir do que as crianças assistem se transportam para aquele mundo fictício e reproduzem suas brincadeiras. Assumem papeis dos heróis, mocinhos, bandidos, das protagonistas dos programas e entre outros, isso dependerá da imagem que a personagem representará em seu mundo imaginário.

    O objeto tem o papel de despertar imagens que permitirão dar sentido a essas ações. O brinquedo é, assim, um fornecedor de representações manipuláveis, de imagens com volume: está aí, sem dúvida, a grande originalidade e especificidade do brinquedo que é trazer a terceira dimensão do mundo da representação (BROUGÈRE, 1995, p. 14).

    As brincadeiras proporcionam para cada criança novas experiências, e através dessas experiências as crianças criam novas possibilidades, pois uma brincadeira nunca é igual a outra a regra pode ser a mesma. Mas a cada ato de brincar, a criança irá criar novas possibilidades de estimular suas habilidades e aptidões, passando assim, a usá-las como ferramentas importantes no processo de desenvolvimento do conhecimento.

Os jogos e suas atribuições

    Desde sua criação, os jogos encontraram seu destaque no meio acadêmico, como meio de interagir os sujeitos as mais diferentes práticas de nosso cotidiano. Através dos jogos e brincadeiras, os professores encontram o ambiente necessário para o desenvolvimento de suas atividades, fazendo do jogo uma alternativa mais dinâmica para interagir com os grupos. Os jogos são ferramentas bastante úteis na hora de iniciar as atividades pedagógicas, pois promovem o que os profissionais chamam de “quebra gelo”, contribuindo para uma maior abrangência dos objetivos a serem alcançados nos planejamentos de aula, pois esses métodos vem agregar maior participação dos alunos às atividades sugeridas.

    Jogos são facilitadores para atividades a serem desenvolvidas em grupos, promovendo a socialização dos alunos que ainda não se conhecem bem. Algumas dessas atividades envolvendo jogos, possuem um propósito pré-estabelecido, como o de gerar confiança entre os participantes. A atividade proposta pelo professor, além de gerar a confraternização do grupo, faz com que cada participante desenvolva a confiança eu seu parceiro, fazendo da brincadeira uma forma de sintetizar esforço, energia, trabalho de equipe e acima de tudo confiança do grupo.

    A brincadeira tem o propósito de desenvolver a descontração do grupo, além de promover atividades físicas que melhorem o condicionamento físico dos alunos. Por meio das brincadeiras, os alunos se soltam, aquecem, descarregam as tensões físicas e superam desavenças pessoais. Os jogos são utilizados com fins acadêmicos para desenvolver a criatividade e o raciocínio de seus participantes. Boa parte das brincadeiras estimula o participante a descobrir quais são os seus limites e barreiras, e com isso superá-los. As brincadeiras além de gerarem um esforço físico de quem as prática, também desenvolve o equilíbrio motor e metal, por meio das atividades aeróbicas.

    O jogo tem valor educativo, na medida em que alia o prazer à condição de uma livre aprovação e de uma submissão autônoma às regras [...]. O valor do jogo tem implicações políticas e morais, indo bem além da simples distração [...]. O jogo passa a ser associado à formação do ser humano em sua plenitude (Apud ROUSSEAU, 1761. In: PIEROTTI, ano, p.10).

    As atividades esportivas tornam a vida de quem as prática saudável, pois recondiciona todas as funções do corpo, fazendo do praticante uma pessoa com hábitos saudáveis e acima de tudo, estabelece o equilíbrio de todas as funções psicomotoras. Compete aos professores fazer bom uso dessa ferramenta pedagógica, que estabelece a integração dos grupos, promovendo o desenvolvimento da criatividade, do raciocínio e do temperamento. Além de condicionar o aluno a respeitar os regulamentos de cada atividade esportiva e aos seus adversários, contribuindo para o desenvolvimento de suas habilidades cognitivas, poderá iniciá-lo a desenvolver suas habilidades em atividades esportivas de caráter profissional.

A dinâmica pedagógicas no campo do conhecimento

    A educação tem passando por mudanças significativas no contexto histórico, decorrentes das constantes modificações nas diretrizes que regem o sistema de ensino. As mudanças ocorridas na educação, mostram duas concepções diferentes. A primeira remete a consciência de que os currículos não são conteúdos prontos a serem passados aos alunos. Já a segunda, nos revela o currículo sendo uma prática classificatória de seleção de conhecimentos, saberes e valores produzidos num contexto social, político e cultural.

    Através de pesquisas passamos a entender um pouco do cotidiano desempenhado pelas escolas e por outros grupos sociais, também fica evidente que nem sempre houve uma interação bem sucedida entre professor e aluno com relação a troca de conhecimentos em sala de aula. Nesse contexto, através dos jogos e das brincadeiras, foi criado um meio pelo qual professor e aluno passaram a interagir no ambiente escolar. Os jogos e brincadeiras apresentam situações em que a criança realiza, constrói e a partir disso se apropria dos mais diferentes conhecimentos, assim o brincar assume um papel didático muito importante no desenvolvimento e deve ser explorado pelos educadores.

    O professor precisa oferecer instrumentos aos alunos que lhes permita encontrar as respostas necessárias para seu crescimento sócio-cultural. O professor tem como finalidade específica na educação, ser o mediador do conhecimento. Para isso se realizar, é necessário assumir diferentes posturas para que haja a viabilização do conhecimento em ambas direções. O educador ao assumir o papel de canal do conhecimento, deve ter em mente que suas atitudes influenciarão no desenvolvimento de seus alunos, bem como nas atitudes que alguns tomaram no futuro. A sociedade espera desses profissionais motivação para transformar o que é abstrato em concreto, ou seja, o conhecimento adquirido em prática.

    A reflexão sobre a educação num contexto geral, evidenciou que à medida que se discutia os significados e atribuições do currículo para a formação tanto de professores como de alunos, não se dava ênfase aos assuntos a serem ensinados em sala de aula. Portanto, a representação mais significativa disso, pode ser relatada pela dificuldade em articular teoria-prática.

    Com a revisão dos princípios pedagógico-curriculares, o ensino não estabelece um comparativo adequado das disciplinas com os problemas vivenciados na prática. Devemos retomar o interesse por disciplinas que contenham em suas raízes significados, críticas e questionamentos. O ensinamento é um processo demorado, e não deve ser feito sem promover a interação entre escola e vida, pois o desenvolvimento do ser humano depende tanto do conhecimento quanto da cultura.

Considerações

    Nessa perspectiva, percebemos que o processo educativo é muito complexo por conter variáveis tanto pedagógicas quanto sociais. Entende-se que esse processo não deve ser analisado sem promover a interação entre escola e vida, pois o desenvolvimento do ser humano depende tanto do conhecimento quanto da cultura. O aluno precisa encontrar na escola espaços e ambientes educativos estimulantes ao desenvolvimento de sua aprendizagem e articulação dos seus conhecimentos, o permitindo encontrar condições favoráveis para desenvolver-se.

    A escola precisa encontrar maneiras para desenvolver projetos inovadores que possibilitem a interação entre professores e alunos, além de promover meios para o desenvolvimento de seus trabalhos da melhor forma possível. Só assim, teremos num futuro próximo pessoas dispostas a contribuir para uma sociedade mais democrática, justa e igualitária. Não devemos esquecer que para tudo isso se torne real, é necessário focarmos nossa prioridade não nos conteúdos a serem passados e sim na construção de sujeitos participantes do processo educativo.

Referências

  • BROUGÉRE, Gilles. Brinquedo e Cultura. São Paulo: editora Cortez, 1995.

  • DORNELLES, Leni Vieira. Infâncias que nos escapam: Da criança de rua à criança cyber. Petrópolis, RJ, editora Vozes, 2005.

  • FRIEDMANN, Adriana. O direito de brincar: a brinquedoteca. São Paulo, Ed. Scritta/Abrinq, 1996.

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