Treinamento de força máxima e a
relação El entrenamiento de la fuerza máxima y la relación con las fases de desarrollo Maximum strength training and relationship with the stages of development |
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*Licenciado e Bacharel em Educação Física, Febe. Centro Universitário de Brusque Especialista em Fisiologia, Avaliação e Prescrição de Exercício Físico CCA, Centro de Ciências Avançadas, Balneário Camboriú, SC **Mestre em Ciências da Reabilitação Neuromotora pela Universidade Bandeirante de São Paulo, UNIBAN. Professora da Universidade do Vale do Itajaí, UNIVALI, SC |
Marcelo Loss Picolli* Elaine Cristina Rodrigues Farina** (Brasil) |
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Resumo O treinamento resistido com pesos tem sido efetivamente pesquisado, em função dos benefícios que este tipo de exercício físico pode refletir no organismo em qualquer idade. O presente trabalho pretende, através de uma revisão de literatura, apresentar o comportamento e a capacidade de gerar força máxima em relação às fases de desenvolvimento humano, discutindo as adaptações fisiológicas e demonstrando o posicionamento de entidades de referência, bem como, os aspectos que podem interferir na produção de força nos praticantes de modalidades que envolvam força máxima, como por exemplo, o levantamento básico (powerlifting) que pode ser praticado de forma competitiva a partir dos quatorze anos de idade sem limites etários superiores que impeçam a sua prática. A idade biológica do indivíduo deve ser observada e respeitada especialmente em jovens, pelo fato do sistema esquelético estar ainda em formação, ficando mais suscetível as lesões. Percebe-se que o conhecimento das alterações fisiológicas do atleta com o decorrer do tempo fornece dados relevantes para uma prescrição mais segura e eficiente, considerando suas características de cada fase de desenvolvimento. Unitermos: Treinamento. Força máxima. Levantamento básico.
Abstract Resistance training with weights has been effectively researched, according to the benefits that this type of exercise may reflect the body at any age. This paper intends, through a literature review, exhibit the behavior and ability to generate maximum strength in relation to stages of development, discussing the physiological adaptations and showing the positioning of reference entities, as well as aspects that can interfere with strength production in the practitioners of which involve maximum force, for example, the powerlifting that can be played competitively, from fourteen years of age with no upper age limits that prevent the practice. It is perceived that the knowledge of the physiological changes of the athlete with the passage of time provides information relevant to a more secure and efficient prescription, considering characteristics of each stage of development. The biological age of the individual should be observed especially in young where the skeletal system is in development and is more susceptible to injury. Keywords: Training. Maximum strength. Powerlifting.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 173, Octubre de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
Aproximadamente há duas décadas que o treinamento com pesos tem sido efetivamente pesquisado, em função dos benefícios que este tipo de exercício físico pode refletir no organismo em qualquer idade. As controvérsias eram muitas, principalmente em relação ao treinamento de força em crianças e, se realmente apresentavam um incremento significativo na força muscular.
Atualmente é claramente citado na literatura, sobre o favorecimento do treinamento de força para a melhora da aptidão física geral em crianças, adolescentes, adultos e principalmente em idosos com prescrição adequada. (CADORE et al., 2005; WEINECK, 2005; ACSM, 2007; SAMPAIO, VELOSO, 2001; DANTAS, 2010).
No entanto, poucos levantamentos foram feitos em relação à participação de adolescentes em esportes de força máxima. O levantamento básico (Powerlifting) é um exemplo de modalidade esportiva onde temos a participação competitiva a partir dos quatorze anos de idade (Quadro 1). Por este motivo, foi realizada uma revisão bibliográfica pertinente ao tema, para subsidiar as questões que podem influenciar a força máxima nas diferentes fases de desenvolvimento e assim favorecer aqueles que permeiam neste tipo de modalidade esportiva.
2. Revisão de literatura
O Levantamento de Potência que também é denominado Levantamento Básico ou Powerlifting tem como característica a expressão da força máxima nos movimentos de agachamento, supino e levantamento terra, enquanto o levantamento Olímpico (wheightlifting) tem como característica a força e potência muscular nos movimentos de arranco e arremeso.
O levantamento de peso é um esporte julgado pela quantidade de peso que um competidor pode manejar em qualquer tipo de levantamento. No decorrer da história, houve muitos tipos de teste de força e competições de levantamento. Hoje há dois tipos básicos de competições de levantamento de peso reconhecidos: O levantamento olímpico (envolvendo o arranco e o arremesso) e o levantamento de potência (com três provas: o levantamento terra, o supino e o agachamento). (SCHWARZENEGGER, 2001, p.49).
O conceito físico de força (force) refere-se a uma grandeza vetorial que possui magnitude (N) e direção. A força muscular (strength) é uma expressão que tem sido utilizada para definir a capacidade do músculo esquelético produzir tensão, força e torques máximos a uma determinada velocidade. (DANTAS; COUTINHO, 2010, p. 26).
Já a força máxima representa a maior força disponível, que o sistema neuromuscular pode mobilizar através de uma contração máxima voluntária. (WEINECK, 2006, p. 225). O aumento desta força ocorre somente por meio do método de carga máxima. Esse método só deve ser executado após um mínimo de dois/três anos de treinamento, por causa do “esforço mecânico” do treinamento e pelo uso de cargas máximas. Os ganhos ocorrerão graças ao aprendizado motor, em que os atletas instruem-se quanto à utilização e à coordenação, de forma mais eficiente, dos músculos envolvidos no treinamento. (BOMPA, 2000, p.38).
Uma questão importante no que diz respeito aos esportes que envolvem o levantamento de altas cargas é a idade de iniciação.
Faigenbaum (1993); Kraemer et al (1989) concordam que o treinamento com peso incrementa a força muscular em crianças, e isso ocorrre inicialmente pela adaptação neural, e que independentemente da idade o aumento do volume muscular ocorrerá, e que esse aumento alcança seus melhores resultados na adolecência. De acordo com Weineck (2005, p. 321), a treinabilidade da força pode ser observada em todas as faixas etárias. Crianças de cinco anos de idade (filhos de famílias de levantadores de peso) já podem apresentar níveis de hipertrofia muscular que normalmente só são observadas alguns anos depois.
Segundo Powers e Howley (2009, p. 507):
Ao se trabalhar com atletas jovens, o problema prático é a dificuldade de definir o que é pressão “excessiva”. Em outras palavras, qual é o volume de treinamento ideal para a obtenção das respostas fisiológicas desejadas ao treinamento sem causar problemas musculoesqueléticos? Atualmente não existe uma resposta simples a esta questão. É evidente a necessidade de pesquisas detalhadas nessa área para que sejam formuladas diretrizes para técnicos e treinadores de jovens envolvidos em esportes competitivos.
Dantas e Coutinho, (2010. p. 95):
Explicam que no passado atividades com pesos não eram recomendadas para crianças e adolescentes, portanto, treinar modalidades como o levantamento olímpico e o levantamento básico eram consideradas de grande risco músculo-esquelético principalmente do ponto de vista médico.
Felizmente, com a evolução do conhecimento científico e o profissionalismo relacionado aos esportes que envolvem força máxima, sabe-se que a possibilidade de riscos pode ser drasticamente reduzida, observando-se cuidados essenciais em relação ao treinamento de jovens atletas.
Sundaresan et al (2000) refletindo sobre o atual panorama do esporte competitivo, informa que a procura por identificar talentos esportivos tem inserido crianças em idade cada vez mais precoce no treinamento esportivo, deve-se ter atenção para os potenciais efeitos negativos do treinamento precoce e do exercício intenso sobre o bem-estar físico e psicológico desses jovens iniciantes.
Uma das razões essenciais para as diferenças de crianças e adolescentes, quando comparadas a adultos no que diz respeito a aspectos biológicos dentro do contexto esportivo, é o fato de que crianças e adolescentes ainda se encontram em crescimento, sendo que, devido a isso, surgem inúmeras alterações e particularidades de desenvolvimento no aspecto físico, psicológico e psicossocial, que determinam conseqüências para a atividade física ou esportiva e, portanto, para a capacidade de suportar diferentes cargas de treinamento. (WEINECK, 2005, p. 298).
Fleck; Kraemer (2006, p.294), respaldados pelos posicionamentos da National Strength and Conditioning Association, da American Orthopedic Society for Sports Medicine, e da American Academy of Pediatrics afirmam que, crianças podem beneficiar-se da participação em um programa de treinamento de força apropriadamente prescrito e supervisionado.
Conforme Dantas (2003, p. 403):
É importante considerar a idade biológica (fisiológica), que é caracterizada pelo nível de desenvolvimento físico, uma vez que a idade cronológica nem sempre coincide com a biológica.
Malina et al. (2005) afirmam que garotos com idade biológica avançada tendem a ter melhores respostas em força e velocidade quando comparados com garotos com idade biológica mais lenta e com a mesma idade cronológica.
A adolescência é o período mais difícil de definir em termos de idade cronológica, em razão da variação no tempo de seu início e término. A organização mundial de saúde define a idade de adolescência entre 10 e 18 anos, mas as faixas etárias entre 10 e 19 anos para meninas e 10 e 22 anos para meninos são mais apropriadas como limites para uma variação normal no início e no término da adolescência. Nesse período, os principais sistemas corporais se tornam adultos em estrutura e funcionalidade, ou seja, eles alcançam a maturidade. (MALINA; BAR-OR, 2009, p. 24).
Conforme McArdle et al. (2008, p. 905), o treinamento com exercícios aprimora as respostas fisiológicas em qualquer idade. Contudo, Garret; Kirkendall. (2003. p.374) alertam que o treinamento esportivo, por outro lado pode claramente exceder os limites da tolerância e causar danos.
Cohen; Abdalla (2003, p. 754), referindo-se a participação em esportes que envolvam quantidades significativas de força informam que alguns estudiosos recomendam a participação de atletas com idade superior a 16 anos. Quando os adolescentes atingem o estágio 5 de Tunner de desenvolvimento sexual secundário, já passaram por sua velocidade de crescimento máxima, quando as cartilagens epifisárias apresentam maior chance de lesões no treinamento de força.
Weineck (2006 p. 361) afirma que:
No desenvolvimento da força devem-se estar atento as peculiaridades do organismo em crescimento: a estrutura óssea de crianças e jovens e relativamente elástica em função do baixo teor de cálcio da mesma, por isso apresenta menos resistência a pressão e a curvatura (a calcificação total do sistema esquelético ocorre entre os 17 e 20 anos). A conseqüência disto e que o aparelho motor de crianças e jovens apresenta uma menos tolerância a cargas do que o aparelho motor de adultos.
Fleck; Kraemer (2006, p. 299) ressaltam que além do risco de sofrer os mesmos tipos de lesões que os adultos, a criança pré-púbere está sujeita a lesões na cartilagem de crescimento. A cartilagem de crescimento está localizada em três locais: na placa epifisária, ou placa de crescimento; na epífise, ou superfície articular; e na inserção da apófise, ou inserção tendínea.
Bompa (2002, p.38), referindo-se ao levantamento de peso, afirma que se o atleta iniciar a sua prática desportiva entre 14 e 15 anos, deverá iniciar o treinamento especializado entre 17 e 18 anos e terá os melhores resultados entre 23 e 27 anos de idade.
Para nortear uma prescrição de exercícios mais adequada a Academia Americana de Pediatria sugeriu algumas condutas:
1) O treinamento de força em pré púberes, púberes e adolescentes deve ser coordenado por profissionais experientes, capazes de não sobrecarregá-los com atividades que possam oferecer risco de lesões fisárias.
2) Até que mais informações tenham sido obtidas, as crianças devem manter-se afastadas do treinamento de força e fisiculturismo, bem como evitar o trabalho de carga máxima, ate que seja atingido o estágio de maturação de Tunner 5. (COHEN; ABDALLA, 2003, p. 765).
Ainda com o intuito de alertar sobre procedimentos de segurança e adequação ao treinamento de jovens, Sampaio e Veloso (2001, p. 143) afirmam:
1. O exercício programado para uma criança não equivale meramente a uma redução do exercício realizado pelo adulto. 2. A criança deve passar por exame ortopédico e orgânico antes de iniciar os exercícios. 3. Devem ser priorizadas atividades que utilizam o sistema aeróbio (corridas, caminhadas, ciclismo). 4. A busca da perfeição no exercício deve ser voluntária, nunca sob pressão dos pais e treinadores. 5. O exercício deve ser planejado em função da idade. 6. A intensidade de esforço em cada sessão deve aumentar progressivamente. 7. Dar ênfase a treinamento anaeróbio somente quando se tratar de competição em uma modalidade na qual este sistema seja predominante.
McCardle et al. (2008, p. 523) norteiam o treinamento da seguinte forma:
07 anos ou menos – Introduzir a criança aos exercícios básicos com pouco ou nenhum peso; elaborar o conceito de uma sessão de treinamento; ensinar as técnicas do exercício; progredir de calistenia com utilização do peso corporal, exercícios com parceiros e exercícios levemente resistidos; manter o volume baixo.
08-10 anos – Aumentar gradualmente o numero de exercícios; praticar a técnica do exercício em todos os levantamentos; começar com uma carga progressiva e gradual dos exercícios; proporcionar exercícios simples; aumentar gradualmente o volume do treinamento; monitorar com extremo cuidado a tolerância ao estresse do exercício.
11-13 anos – Ensinar todas as técnicas básicas dos exercícios; prosseguir com uma carga progressiva de cada exercício, enfatizar as técnicas dos exercícios; introduzir exercícios mais avançados com pouca ou nenhuma resistência.
14-15 anos – Progredir para programas mais avançados para jovens no exercício de resistência; acrescentar componentes específicos para cada esporte; enfatizar as técnicas do exercício; aumentar o volume.
16 ou mais – Conduzir a criança para programas adultos de nível inicial depois que todo o conhecimento básico foi dominado e conseguindo um nível elementar de experiência com o treinamento.
O desporto que melhor caracteriza o envolvimento da força máxima é o Powerlifting. Segundo o livro de regras da I.P.F. (International Powerlifting Federation) a divisão de categorias por idade nesta modalidade, na categoria masculina faz-se conforme o quadro 1 a seguir:
Quadro 1. Divisão das categorias por idade do Powerlifting para atletas do sexo masculino
Fonte: livro de regras International Powerlifting Federation – IPF (2011, p. 3)
A idade mínima para a prática competitiva inicia aos 14 anos de idade, sendo que não existe restrição quanto à idade máxima do atleta. A categoria “Aberto” onde competem obrigatoriamente os atletas entre 24 a 39 anos e opcionalmente atletas com outras idades normalmente apresenta os resultados mais expressivos.
A prática regular do mesmo desporto durante vários anos, com uma intensidade adequada ao atleta, leva a ajustamentos específicos no organismo jovem, de acordo com o desporto praticado, criando-se premissas fisiológicas para um treinamento especializado posterior. (BOMPA, 2002, p.39). Os exercícios de preparação geral, normalmente na faixa etária de 07–12 anos muito utilizados na etapa preliminar para o enriquecimento do vocabulário motor e melhora na condição física geral do jovem atleta, especializando e credenciando os aspectos neuromotores e funcionais. Já os exercícios de preparação especial devem criar as condições para a especialização esportiva, levando-se em conta o formato biomecânico e metabólico relacionado com as exigências competitivas da modalidade. Este tipo de exercício é usado com freqüência na fase de especialização do atleta com início por volta dos 13–14 anos de idade. (GOMES, 2010, p.18).
Tamanini (2010) informa que a maior parte das funções fisiológicas apresenta seu pico de funcionamento aos 30 anos de idade e o declínio de muitos fatores ocorre em anos posteriores em uma taxa de 0,75 a 1% ao ano. Segundo Fleck; Kraemer (p. 310, 2006) sob condições normais, a força está maximizada entre os 20 e os 30 anos de idade, período após o qual permanece relativamente estável ou diminui.
Conforme Nóbrega et al. (1999):
Em relação ao sistema neuromuscular no homem alcança sua maturação plena entre 20 e 30 anos de idade. Entre as 3ª e 4ª décadas a força máxima permanece estável ou com reduções pouco significativas. Em torno dos 60 anos é observada uma redução da força máxima muscular entre 30 e 40%, o que corresponde a uma perda de força de cerca de 6% por década dos 35 aos 50 anos de idade e, a partir daí, 10% por década.
A alta intensidade do treinamento e a chance eminente de lesões pelo levantamento de cargas máximas levam-nos a questionar a longevidade do atleta em esportes de força, contudo cabe ressaltar que no estudo de Dickerman et al. (2000) que analisou a coluna vertebral de um recordista mundial de agachamento, com a marca de 469 kg, levou a redefinição dos limites de densidade óssea até então aceitos. Na ressonância magnética e tecnologia DEXA em raios X não revelaram qualquer evidência de herniação nos discos, ou de estenose. Sendo que, a densidade mineral óssea é a mais alta registrada historicamente, comprovando a relação existente entre força o teor mineral ósseo, e enfatizando a importância da boa técnica de execução e da capacidade de gerar níveis altos de pressão intra-abdominal para dissipar as forças que incidem sobre a coluna.
Alguns estudos têm demonstrado uma forte relação da densidade mineral óssea com variáveis ligadas a saúde, como a força e a composição corporal, sugerindo que, independentemente da atividade física praticada, indivíduos com maior força muscular e maior massa magra, podem possuir maior densidade mineral óssea. (CADORE et al., 2005).
Refletindo sobre a crescente participação de atletas veteranos em esportes competitivos Nina; Assunpção (2008) afirmam que nesse aspecto o esporte máster apresenta-se como uma alternativa diferenciada de observação do processo de envelhecimento, na medida em que o universo esportivo alicerça-se em valores relacionados à competição, à superação de limites, a comparação de rendimentos, a um agonismo que renuncia à acomodação comportamento estreitamente ligado a quem envelhece.
A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (2001) com base na literatura médica e na opinião de especialistas, trás algumas recomendações a atletas veteranos.
O indivíduo acima de 35 anos que pretenda praticar exercícios de caráter competitivo deverá submeter-se periodicamente a uma avaliação médica especializada, de modo a identificar e corrigir condições clínicas que possam representar risco durante o exercício, prejudicar o desempenho ou mesmo contra-indicar a prática de esportes;
Os profissionais que trabalham com atletas veteranos (técnicos, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, etc.) devem enfatizar o aspecto de saúde no cotidiano de treinamentos, estimulando uma maior conscientização dos atletas de que para competir com segurança é necessário primeiramente estar em excelente condição de saúde;
As entidades organizadoras de competições entre atletas veteranos devem considerar as peculiaridades fisiológicas da faixa etária quando da elaboração do calendário, levando em conta a época do ano, o horário, os locais dos eventos e as condições climáticas e ambientais; e também assegurar a infra-estrutura adequada para a reversão de qualquer tipo de emergência médica durante as competições.
Klitgaard (1990 apud Carvalho e Soares, 2004) concluiu que apenas os idosos halterofilistas apresentaram adaptações significativas relativamente aos sedentários, sendo os seus valores aproximados do grupo controle de jovens. De igual modo, somente os idosos halterofilistas apresentaram um perfil da tropomiosina (relação β/α) idêntico aos jovens sedentários. Estes resultados apontam para uma especificidade dos efeitos do treino de força na função muscular, sugerindo que o treino de resistência cardiovascular, por natação ou corrida, não atenua os declínios funcionais, morfológicos e contrácteis associados ao envelhecimento.
O estudo apresentado por Anton et al. (2004) com Basistas e Levantadores Olímpicos demonstra que o declínio de força com a idade acontece em menor escala no Supino (Bench Press). E também torna visível que o powerlifting é um esporte que pode ser praticado em caráter competitivo até idades avançadas, figura 1.
Figura 1. Resultados Americanos de Powerlifting e Wheightlifting conforme a faixa etária
3. Metodologia
Para a confecção deste trabalho utilizou-se a referência de diversos livros disponíveis na biblioteca da FEBE – Centro Universitário de Brusque e da Univali – Universidade do Vale do Itajaí, (Campus de Itajaí) bem como uma busca pertinente ao tema nos sites Google, Google acadêmico, Scielo e Pubmed. Após a seleção de bibliografias, e o fichamento das leituras, iniciou-se a redação do trabalho.
4. Considerações finais
A força máxima sofre alterações durante o decorrer da vida, as características etárias do atleta influenciam fortemente neste quesito. A fase de desenvolvimento é um fator significativo, no entanto, deve-se considerar a idade biológica do indivíduo tratando-se de prescrição de treinamento, especialmente em jovens onde o sistema esquelético está em formação e fica mais suscetível a lesões. Os posicionamentos das entidades de referência citadas neste trabalho servem como parâmetro para uma prescrição mais adequada. No entanto, poucos levantamentos foram feitos em relação à participação de adolescentes em esportes de força máxima de forma competitiva, recomendamos novos estudos referente à participação de jovens em competições como o levantamento básico.
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