Teste de Cooper de 12 minutos. Considerações e aplicações na polícia militar paulista El test de Cooper de 12 minutos. Consideraciones y aplicaciones en la policía militar de Sao Paulo Cooper test for 12 minutes. Considerations and applications in Sao Paulo military police |
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*Pós Graduado em Psicologia política aplicada á Atividade Física pela Universidade de São Paulo **Graduando em Ciências da Atividade Física pela Universidade de São Paulo ***Professor Doutor em Ciências da Atividade Física pela USP (Brasil) |
Eduardo Mosna Xavier* William Cloudes Galhardo** Marco Antonio Bettine de Almeida*** |
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Resumo O objetivo do estudo foi de analisar a aplicação do Teste Cooper de 12 minutos na Polícia Militar do Estado De São Paulo, avaliando não apenas seu teor quantitativo (pontuação que resulta numa do critério de avaliação do Teste de Aptidão Física – TAF/PM, como também os resultados gerados pro sua pontuação no estabelecimento de critérios importantes para a saúde do Policial Militar, como o VO2 máximo. Por fim, sugere formas de intervenção com o uso destas outras ferramentas recebidas pelo Teste de 12 minutos, objetivando melhorar não apenas o rendimento profissional, mas também a qualidade de vida do miliciano Unitermos: Cooper. 12 minutos. Saúde. Qualidade de vida.
Abstract The aim of this study was to analyze the application of the Cooper 12 minute test in the Military Police of São Paulo, evaluating not only its quantity theory (which results in a score of criteria for evaluating the physical fitness test - TAF / PM, as also generated results pro your score in the establishment of criteria important to the health of the Military Police, as the VO2 max. Finally, it suggests ways to intervene with the use of these other tools received by the Test of 12 minutes, aiming to improve not only performance professional, but also the quality of life of the militia. Keywords: Cooper. 12 minutes. Health. Quality of life.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 173, Octubre de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O Teste de Corrida de 12 minutos, empregado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, tem como propósito a aferição do desempenho aeróbico máximo do candidato ao ingresso, do aluno ou do Policial Militar em situação de serviço ativo (operacional ou administrativo). Para tanto, o Policial que se submete a esta metodologia de avaliação deverá correr ou caminhar o máximo possível, num local hermeticamente fechado, durante um lapso temporal de 12 minutos. A pista de aplicação deverá ter sua metragem conhecida, possibilitando, ao final do tempo, aferido a constatação da distância percorrida pelo Policial ou candidato testado. O resultado será comparado numa tabela de idade, possibilitando a atribuição de uma pontuação que varia de 00 á 100 pontos, conforme o resultado obtido. Esta avaliação será somada á outros testes específicos que, ao final, resultarão numa média para o Teste de Aptidão Física do candidato ou Policial Militar avaliado.
Entretanto, este Teste, empregado na Corporação desde a década de 1980, não foi concebido de forma aleatória e sem propósito. Foi oriundo de um estudo científico longitudinal e transversal1 realizado por Kennedy Cooper, em 1968. Este importante pesquisador na área de Atividade Física realizou um teste de campo com Militares da Força Aérea americana, descrevendo um procedimento avaliativo para mensurar a capacidade de rendimento máxima aeróbica daqueles que se dispuseram a realizar a prova sugerida.
Neste estudo, o referido autor teve como finalidade verificar o consumo máximo de oxigênio2 naqueles que realizaram sua aplicação. Adaptado do Teste de Balke3, o Teste de 12 minutos foi amplamente divulgado e aplicado na década de 1970, em virtude da facilidade em sua administração, baixo custo e pela possibilidade de várias pessoas serem avaliadas ao mesmo tempo.
Como visto, este Teste tem uma importante função, de uma magnitude bem mais ampla do que aplicada atualmente por nossa Instituição. A utilização dos resultados, substituindo-os em fórmulas que resultem na constatação (mesmo que superficial) do VO2 Max, poderá proporcionar ferramentas para que o Educador Físico venha a prescrever uma atividade (seja esportiva ou lúdica), de natureza aeróbica, compatível com a condição fisiológica do candidato e, principalmente, do Policial Militar que executou o Teste.
Em nossa realidade, onde os índices de sedentarismo na PMESP atingem proporções alarmantes e preocupantes, a utilização de um dado significativo para a prescrição e o acompanhamento de atividade física ao Policial Militar que se encontra nestas condições, poderá significar uma mudança de perfil físico e orgânico da Corporação, á médio e longo prazo.
Embora existam outros testes aeróbios que possibilitem uma melhor e mais eficiente mensuração dos limiares aeróbios, e conseqüentemente, a capacidade aeróbica do indivíduo, a falta de equipamentos tecnológicos em quantidade suficiente para atender á tudo o efetivo da Instituição direcionam a utilização do Teste Cooper. Ademais, o fato de não necessitar de um ergômetro para aplicação DAE um teste de capacidade máxima facilita a implementação e massificação do protocolo, já que a necessidade fica direcionada apenas á existência de um espaço com metragem conhecida para a aferição do referido Teste.
A necessidade da realização de uma aferição não invasiva e menos dispendiosa constituem os principais fatores que norteiam o uso desta metodologia pela Milícia Bandeirante. Tal fato também ocorre na maioria das equipes de futebol profissional, como bem aponta Silva et al (2005, pág. 234):
Embora muito utilizado por equipes esportivas de alto nível que, normalmente, disponibilizam de um fisiologista do exercício entre os membros da comissão técnica, a mensuração da capacidade aeróbia pelo Lan4, através dos métodos citados, exige a disponibilidade de equipamentos sofisticados além do elevado custo operacional por atleta, tornando sua utilização limitada. Como alternativa, um dos testes não invasivos mais empregados no meio esportivo é o de 12 minutos proposto por Cooper, que consiste em percorrer a maior distância possível nesse intervalo de tempo.
Desta forma, assim como as outras 03 provas do Teste de Aptidão Física da PMESP, o Teste Cooper de 12 minutos poderá fornecer subsídios que suplantam uma mera pontuação em relação ao rendimento atlético. Poderá, em conjunto com outras análises, gerar informações para que o Educador Físico possa exercer uma orientação mais completa ao indivíduo, fornecendo ferramentas técnicas e científicas para que este Policial militar mantenha ou, principalmente, adquira um Estilo de Vida que permita um melhor padrão e qualidade em suas atividades sociais e laborais.
O Teste de 12 minutos na PMESP
Segundo a D-4-PM (Diretriz para aplicação do teste de aptidão física [TAF] da polícia militar), o condicionamento físico adequado é essencial para o desempenho das funções profissionais de polícia, pois o policial se depara com situações em que a capacidade física é fator primordial para a solução aceitável de uma ocorrência, como por exemplo, correr atrás de marginais que acabaram de efetuar um roubo ou nadar satisfatoriamente a ponto de conseguir salvar uma pessoa que estiver se afogando.
Entretanto, em razão do elevado número de ocorrências atendidas diariamente e da escassez do efetivo, muitas vezes a instrução de educação física deixa de ser aplicada, as vezes por longos períodos de tempo. A prática de atividades físicas é essencial para qualquer pessoa, principalmente no mundo atual aonde a modernidade veio aliada ao sedentarismo, uma vez que surgem diariamente inúmeros equipamentos que acabam por diminuir a necessidade do ser humano de movimentar-se. Como exemplo podemos citar os aparelhos eletrônicos, as compras virtuais de produtos que são entregues em casa, inúmeros divertimentos passivos como o cinema e barzinhos, que acabaram substituindo os passeios em parques e áreas de lazer.
Para o profissional de polícia, a exigência de uma boa aptidão física é ainda maior, uma vez que sua própria atividade exige uma pessoa fisicamente treinada. Alem disso, a prática de atividade física também auxilia na diminuição do estresse, doença atualmente comum é que assola inúmeras pessoas. Auxilia também na diminuição da incidência de doenças crônicas tais como problemas cardiovasculares, diabetes, entre outras. Proporciona também um aumento das relações sociais saudáveis, uma vez que a maioria das atividades físicas, principalmente a prática esportiva, exige a participação de mais de uma pessoa.
Constata-se atualmente que o policial, enquanto está no período de formação (APMBB, ESSgt, ESSd) possui um bom nível de aptidão física, uma vez que a educação física está inserida no currículo desses cursos, sendo inclusive alvo de avaliação. Depois de formado, o policial acaba “esquecendo-se” de praticar atividades físicas, principalmente devido à dificuldade organizar seus afazeres diários tais como serviço policial, dedicação a família e, muitas vezes, atividades extra corporação. Aliado a isso, ocorre também uma diminuição da exigência física do policial, ficando este obrigado apenas a se submeter ao TAF anual. As OPMs, devido a grande demanda de serviço, acabam não disponibilizando horários para que seus policiais pratiquem alguma atividade física, ficando esta a critério do próprio policial em seu horário de folga.
O Teste de Aptidão Física (TAF) a que todo policial se submete anualmente, alem de indicar se o policial está apto ou inapto fisicamente para exercer suas atividades, fornece também inúmeros dados que poderiam ser utilizados pelo profissional de educação física para formulas treinos específicos a fim de alcançar melhores resultados.
Uma prova existente no TAF capaz de fornecer inúmeras informações sobre a capacidade física do policial é a Corrida de 12 minutos. Este teste, conforme preconizado pela D-4-PM deve ser realizado respeitando-se as seguintes orientações:
Para realização do teste o avaliado deve ter feito sua ultima refeição com uma precedência mínima de 02 (duas) horas e aqueles que fumam devem abster-se 02(duas) horas antes e 02 (duas) horas depois da realização do teste.
O avaliado deve percorrer em uma pista de atletismo, ou em uma área demarcada, a maior distância possível em 12 (doze) minutos, sendo permitido andar durante o teste.
À medida do possível o ritmo das passadas deverá ser constante durante todo o percurso.
O número de avaliados em cada teste deverá estar entre 10(dez) e 30(trinta) examinados de cada vez.
O início do teste se fará sob a voz de comando “Atenção...Já!!!” acionando-se o cronômetro concomitantemente, e será dado um apito de orientação no décimo minuto, antes do apito final, e o término do teste se fará com o apito.
Anormalidades observadas com os candidatos, durante a aplicação dos testes, deverão ser registradas pelos examinadores e servirão de subsídios para o exame médico de saúde.
Os resultados para o TAF-1 serão fornecidos pela Comissão Examinadora logo após os exames, no mesmo dia, não cabendo recurso de qualquer natureza.
Uso das informações do Teste Cooper para a saúde e qualidade de vida do Policial Militar
O Teste Cooper, como explicitado anteriormente, foi desenvolvido para tentar atender uma ampla variedade populacional, podendo ser aplicados desde pessoas com baixo condicionamento físico até atletas de alta performance esportiva. Além disto, emprega um grande espaço amostral no tocante à fixa etária, sendo possível sua aplicação em pessoas com idades variando entre 10 e 70 anos de idade, de ambos os sexos.
Como visto no Capítulo anterior, o Teste Cooper permite um escalonamento tabelado que compara as variáveis idade e distância percorrida, atribuindo uma nota entre 0 e 100 pontos. Entretanto, os estudos realizados por Cooper permitiram a utilização dos resultados obtidos numa fórmula que permitia a aferição do VO2 máximo do sujeito que realizou a prova, na seguinte conformidade:
Figura 01. Fórmula do VO2 máx, segundo Cooper
A aplicação desta fórmula, onde a idade será refletida apenas na pontuação gerada, apresenta uma série de controversas científicas. A principal crítica faz menção a não utilização da massa corporal do indivíduo na aferição do VO2 máximo. De fato, o peso do indivíduo interfere diretamente em sua performance, independentemente da idade, podendo gerar uma falsa percepção de sua máxima captação de oxigênio.
Entretanto, em virtude da utilização deste Teste por mais de 30 anos, diversos estudos epidemiológicos e longitudinais realizados a partir da aplicação do Teste Cooper poderão fornecer subsídios ao Educador Físico para que, de posse do resultado obtido pela aplicação da fórmula acima citada, oferte uma orientação mais precisa e técnica ao indivíduo submetido à referida aferição.
Desta forma, a literatura aponta para que o resultado obtido através da aplicação da Fórmula Cooper orbite entre 33 ml (Kg.min)¹ para mulheres e 44 ml (Kg.min)¹ para homens. Segundo Glanner (2007, pág. 63) a adoção destas medidas ocorreu em virtude de, em níveis inferiores á estes preconizados, aumentarem significativamente a possibilidade de desenvolvimento de doenças que acelerem o processo de morbidade e de mortalidade:
Adotou-se como ponto de corte um VO2max igual ou maior que 44 ml/kg/min-1 e, 33 ml/kg/min-1 como recomendados para uma boa saúde, respectivamente, para homens e mulheres. Abaixo destes valores foi considerado como não-recomendado. Na literatura, são apresentados vários pontos de corte para o VO2max. Foram adotados estes por adequarem-se à faixa etária envolvida neste estudo, estarem acima dos valores críticos associados com o aumento de mortalidade por todas as causas, permitirem alguma margem de erro e, serem associados com desejados níveis de capacidade de trabalho físico.
Realizaremos como exemplo, a substituição de dados fictícios na fórmula para uma melhor condução da análise do teste e da aplicação de seus resultados a partir da percepção de capacidade aeróbica máxima. Imaginemos um Policial Militar de 20 anos de idade que percorra a distância de 3.000 metros, usando seu esforço máximo, no Teste de Cooper:
Figura 02. Simulação de aplicação da Fórmula de Cooper
O resultado do VO2 máximo, obtido pelo Teste Cooper, em conjunto com a idade do indivíduo também pode ser utilizado em outros estudos científicos que favorecem a indicação de riscos no desenvolvimento de doenças. A Universidade da Califórnia, através do Laboratório de Performance Humana, elaborou uma tabela envolvendo os 02 retro citados fatores que permite, através do cruzamento de dados, aferir a possibilidade de um individua em idade laboral ativa, em desenvolver obesidade. Usando o exemplo acima citado (indivíduo de 20 anos, com VO2 Max de 55,47 ml), podemos precisar que:
Figura 03. Predição de VO2 Máx de Trabalhadores
Fonte: www.pt.sribd.com/doc/20511272/TABELA-PREDICAO-VO2-Max
Desta forma, como o resultado do indivíduo hipotético é inferior à 49,52 ml, ele possui menos de 4% de chance de desenvolver obesidade, caso mantenha um comportamento ativo. Portanto, no início da aplicação deste teste (sobretudo em Policiais Militares em formação), podemos utilizar o resultado para traçar previsões á respeito do comportamento físico do indivíduo à médio e longo prazo.
Ademais, ocorre a real necessidade de o Teste Cooper ser executado num nível de esforço máximo pelo praticante, de forma que a aferição do VO2 Max se aproxime da realidade fisiológica do miliciano submetido à aferição. Para tanto, vários estudos apontam que o papel motivador do próprio treinador físico contribui significativamente para uma sensível melhora na performance do indivíduo testado, permitindo que ele alcance um resultado melhor e, com isto, a pontuação obtida seja mais próxima de seu máximo. Caso, em contradição ao citado, o Educador Físico gere uma desmotivação, o efeito será inverso, ou seja, o resultado do Teste se afastará ainda mais da capacidade aeróbica máxima do Policial testado. Braz et al (2007, pág. 58), ao realizar uma pesquisa similar ao citado neste parágrafo com jovens futebolistas, afirmou com dados concretos:
Os resultados do presente estudo mostram que a punição e o comportamento negativo do treinador interferem no desempenho de jovens futebolistas quando realizam o teste de Cooper. Conseqüentemente, fica evidenciada a necessidade de análise do aspecto motivacional em qualquer atividade a ser inserida e praticada por jovens futebolistas.
É de fundamental importância apontarmos que é extremamente benéfica a realização de programas de atividade física utilizando a mensuração do nível de progresso a partir da utilização do Teste Cooper. Se, por um lado, a aferição tem apenas 90% de fidedignidade e descarta a massa corporal, por outro fornecerá sempre um dado comparativo de performance, o que poderá indicar ao Educado Físico uma melhora ou uma piora no rendimento cardiorrespiratório, possibilitando ajustes na metodologia do treinamento, baseado em dados científicos. O estudo realizado por Mourão et al (2007, pág. 09), apresentado no Gráfico abaixo, aponta que o programa de atividade física aplicado á um grupo de 23 bombeiros no estado de Minas Gerais resultou numa melhora do VO2 Max:
Figura 04. Resultados do consumo máximo de oxigênio nos dois momentos de avaliação
Fonte: Mourão et al (2008, pág. 09)
Desta forma, uma orientação do Educador Físico embasada tanto no resultado do Teste Cooper, como em estudos científicos realizados com a esta metodologia, bem como na utilização concomitante de outros prognósticos como análise do Estilo de Vida do indivíduo, podem gerar subsídios para uma adequada orientação á respeito de rotinas e hábitos a ser adotados por este futuro Policial Militar, evitando que o mesmo prossiga por um caminho que o guiará, inexoravelmente, ao sedentarismo.
Conclusão
A correta leitura e obtenção das informações proporcionadas pelo Teste Cooper poderá significar não apenas uma sensível melhora post4erior na performance atlética do indivíduo avaliado, como também propiciar uma consciência individual do real estado de saúde do Policial que se submete ao referendado protocolo. Desta forma, a prescrição de atividade física e de estilo de vida pelo Educador Físico que realizou o exame ultrapassa o teor do empirismo e da mera avaliação da pontuação, atingindo a mínima esfera técnica necessária para um diagnóstico mais completo e científico.
Ademais, a existência de outros protocolos, também de natureza não invasiva, deve levar a Instituição á repensar a utilização única e exclusiva do Teste Cooper para um rol de PM´s com variadas idades, condições de saúde e compleições físicas. O ideal é que o protocolo se sujeite as condições do praticante, e não o contrário, respeitando suas limitações e condições físicas e fisiológicas na realização do teste para avaliação do VO2 máximo.
Nas palavras de Farinatti e Monteiro (1992, pág. 47), “A medida é uma determinação de grandeza que se constitui no primeiro instrumento para obter informações sobre algo a ser pesquisado”. Desta forma, o Teste Cooper não pode se sujeitar apenas á fornecer uma pontuação ao Policial que realiza seu protocolo, deve ser capaz de ofertar uma informação que permita ao Educador Físico a realização de seu papel fundamental, qual seja, o de orientar o miliciano que se submete ao Teste sobre os cuidados necessários á sua qualidade de vida, através da prática orientada e disciplinada da atividade física em sua vida, sobretudo para aqueles que sem encontram em grupos de risco, como obesos, cardiopatas, diabéticos, entre outros.
Fica evidenciado não apenas a adoção plena de um protocolo que permita um “feedback” ao Policial Militar que executa uma prova num Teste Físico, como também a realização de outros testes que, apesar de não implicar em esforço físico, poderão gerar importantes informações para que o Educador Físico realize seu pleno papel institucional. Citamos, como exemplos, os testes de flexibilidade que, nas palavras de Silva et al (2000, pág. 16), “constitui um dos mais importantes componentes de aptidão física relacionada á saúde, já que vários estudo científicos são utilizado não apenas para medi-la, como também, proporcionar sua melhora”. A aplicação desta metodologia tem com intuito aferir o potencial máximo de extensão dos músculos, auxiliando a detecção de PM's que possuem um baixo alongamento para eventual programa preventivo, evitando o surgimento de lesões no exercício profissional.
Ademais, existem outras formas eficientes de se verificar não apenas a capacidade aeróbica do Policial Militar, como também analisar sua qualidade de vida de forma geral. A aplicação de anamneses, como o Questionário Internacional de Atividades Físicas (IPAQ) poderá fornecer elementos importantes para, em conjunto com o resultado do Teste Cooper, favorecer um melhor diagnóstico do miliciano submetido à aferição:
Vários estudos apontam a fidedignidade e também a validade de questionários, não só para estimar o NAF5, mas outros atributos como os distúrbios osteomusculares a dependência nicotínica, o uso de substâncias psicoativas, entre outros.
Assim, a utilização de uma série de meios disponíveis na Ciência dos Esportes e da Saúde podem significar uma utilização mais profunda e plena dos resultados obtidos pelo Teste Cooper de 12 minutos, tanto de sua pontuação como também no cálculo do VO2 Max. Apesar das falhas metodológicas existentes no referido método (como a desconsideração da massa corporal), a gama de estudos científicos realizados com base no Método Cooper podem contribuir decisivamente para que o Educador Físico realize, de forma efetiva, seu papel exigido pela Instituição, qual seja, de melhorar a qualidade de vida dos Policiais Militares do Estado de São Paulo.
Notas
Espécie de estudo epidemiológico, que tem como objetivo um estudo de acompanhamento de pessoas durante um longo período temporal, geralmente, pelo mínimo de 05 anos.
Abreviado por VO2 Max.
Teste realizado pelo referido autor, onde a aferição do VO2 máximo ocorre num período de 15 minutos.
Abreviatura para Limiar Anaeróbico, ou seja, protocolo utilizado para aferição de aptidão aeróbia, com o intuito de prescrever, com base em seus resultados, as intensidades de exercício adequadas para o treinamento físico.
Abreviatura para Nível de Atividade Física.
Referências bibliográficas
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FARINATTI. P.T.V. & MONTEIRO, W.D. Fisiologia e Avaliação Funcional. Rio de Janeiro: Editora Sprint, 1992.
GLANER, M.F. Concordância de Questionários de Atividade Física com a Capacidade Cardiorresperatória. Brasília: Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano,v. 09, n. 01, 2007.
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SILVA, A.S.R, SANTOS, F.N.C. SANTHIAGO, V & GOBATTO, C.A. Comparação entre métodos invasivos e não invasivos de determinação de capacidade aeróbia em atletas profissionais. São Carlos: Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 11, n. 04, Jul/Ago, 2005.
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