Introdução
O envelhecimento é um processo multifatorial, evidenciando mudanças
psicológicas, fisiológicas e sociais para o individuo. Segundo Palácios (2004
apud Santos, Andrade e Bueno, 2009) o envelhecimento não é um processo
unitário, não acontece de modo simultâneo em todo organismo e nem está
associado à existência de uma doença. Santos, Andrade e Bueno (2009, p.3)
relatam que:
O envelhecimento é um processo do desenvolvimento normal, envolvendo
alterações neurobiológicas estruturais, funcionais e químicas. Também
incidem sobre o organismo fatores ambientais e socioculturais – como
qualidade e estilo de vida, dieta, sedentarismo e exercício – intimamente
ligados ao envelhecimento sadio ou patológico.
Nesse sentido, ao avaliarmos o histórico de vida de grande parte dos idosos,
percebe-se que os mesmos negligenciaram os fatores citados por Santos, Andrade e
Bueno (2009) e, portanto, desenvolveram patologias tornando-os dependentes de
acompanhamento médico e, consequentemente, hospitalar com maior freqüência.
Mediante este primeiro atendimento dispensado ao idoso, verifica-se a
necessidade de um atendimento multidisciplinar extra-hospitalar buscando a
reabilitação de suas funções prejudicadas. Dentre esses atendimentos
multidisciplinares evidencia-se a educação física.
Com base nestas informações é importante que o próprio hospital faça o
encaminhamento para o atendimento na área da educação física, dessa forma, o
hospital necessita ter o conhecimento dos locais que possam oferecer esse tipo
de acolhimento.
Em razão destes fatores, observa-se a necessidade da realização de um
mapeamento dos locais de prática de atividade física em Porto Alegre que
ofereçam serviços de atenção especializada gratuita ao público a partir de
60 anos ou mais.
O encaminhamento do idoso para a prática de atividade física após atendimento
hospitalar é de extrema importância para vários aspectos, como os benefícios
fisiológicos para a saúde e a possível redução do uso de medicamentos e a
re-inclusão do idoso na sociedade, fazendo-se necessário pensar em políticas
públicas de atividade física que visem o atendimento especial ao idoso.
Objetivo
geral
Objetivos
específicos
Metodologia
O estudo é de caráter descritivo do tipo
exploratório, que segundo Neves (1996, p.1), na pesquisa descritiva, faz parte
a obtenção de dados descritivos mediante contato direto e interativo do
pesquisador com a situação objeto de estudo. Mattos, Rossetto Jr. e Blecher
(2004) complementam que se trata de observar, analisar e correlacionar fatos e
descrever características, propriedades e/ou relacionar as informações
obtidas.
O objetivo da pesquisa foi mapear os locais de prática de atividade física em
Porto Alegre que ofereçam serviços de atenção especializada gratuita ao
público a partir de 60 anos. O procedimento para a coleta das informações
deste estudo foi realizado em duas etapas. A primeira etapa ocorreu através da
identificação de locais que apresentam a proposta de atividade física em seu
quadro de atividades e sendo ela realizada por profissionais de Educação
Física junto a Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer (SME). A
segunda etapa da coleta das informações foi através da realização do
questionário ao profissional de Educação Física que ministra aulas para
indivíduos idosos com o objetivo de delinear o perfil destes locais de prática
de atividade física em Porto Alegre , no que se refere: localização;
quais os serviços prestados; objetivos dos
serviços; orientações metodológicas mediante o
atendimento da comunidade idosa; dias e horários
da semana ofertados; profissionais envolvidos; capacidade
de atendimento; e caracterização do espaço
físico quanto acessibilidade.
Os dados obtidos foram analisados, comparados e especificados de acordo com o
objetivo a ser atingido, sendo configurados nas seguintes categorias: locais
de prática; e perfil dos locais de prática.
Análise
e discussão dos dados
Categoria
I. Locais de prática
Após contato com a Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer (SME),
foram identificados os seguintes locais: CRAS – Restinga; CRAS – Norte; ESF
– Cruzeiro do Sul e Pelc Pronasci; CECOPAM; Ginásio Municipal Lupi Martins;
Parque Tamandaré; CEGEB - Centro Comunitário George Black; Parque
Alim Pedro; Parque Mascarenhas de Moraes; Parque Tenístico José Montaury;
Parque Ararigbóia; Parque Ramiro Souto; e Ginásio
Tesourinha.
Configurando as seguintes regiões de Porto Alegre:
-
Região
Centro
-
Parque
Ramiro Souto - Bairro Bom Fim
-
Ginásio
Tesourinha - Bairro Cidade Baixa,
-
Praça
Tamandaré - Bairro Petrópolis
-
Parque
Ararigbóia - Jardim Botânico
-
Parque
Tenístico José Montaury - Moinhos de Vento
-
Região
Humaitá, Navegantes, Ilhas
-
Região
Noroeste
-
Região
Glória / Cruzeiro / Cristal
Categoria
II. Perfis dos locais de prática
Para delineamento do perfil dos locais de prática acima mencionados, foram
questionados os seguintes itens: profissionais
envolvidos; localização; serviços prestados;
objetivos dos serviços; orientações
metodológicas mediante o atendimento da comunidade idosa;
dias e horários da semana ofertados; critérios
de inclusão dos participantes; capacidade de
atendimento; e caracterização do espaço físico
quanto acessibilidade.
Quadro
1. Profissionais Envolvidos e Formação dos Responsáveis
Fonte:
os autores (2010)
Referente aos profissionais envolvidos, percebe-se que o profissional da
Educação Física é a referência no atendimento de atividades físicas, na
qual ele surge como um especialista no movimento humano:
Tendo como propósito prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento da
educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e/ou
restabelecimento de níveis adequados de desenvolvimento e condicionamento
fisiocorporal dos seus beneficiários, visando à consecução do bem-estar e
da qualidade de vida, da consciência, da expressão e estética do movimento,
da prevenção de doenças, de acidentes, de problemas posturais (...), da
auto-estima, da cooperação, da solidariedade, da integração, das
relações sociais, observados os preceitos de responsabilidade, segurança,
qualidade técnica e ética no atendimento individual e coletivo (CONFEF,
2002).
O profissional de Educação Física tem a função de orientar o aluno sobre os
benefícios da atividade que ele está realizando, dar atenção individual a
cada aluno durante a prática do exercício, fazer as devidas correções quando
necessário e transmitir segurança ao mesmo. Sempre incentivando e motivando o
idoso a prática, prescrevendo atividades que tragam alegria e bem estar ao
mesmo.
O profissional também irá prescrever os exercícios sempre com muita atenção
para os idosos, considerando as limitações e, dessa forma, tornando o trabalho
agradável ao praticante.
Yanguas et al (1998, citado por Safons e Pereira, 2007), ressalta as ações do
educador físico: explicação verbal dos exercícios, onde o tom de voz
deve ser alto e as palavras devem ser bem vocalizadas, para assegurar a
compreensão. Utilizando uma linguagem inteligível, clara, concisa e motivante,
informar que exercício será realizado, que materiais ou equipamentos serão
utilizados e se o trabalho será individualizado ou em grupos; demonstração
dos exercícios, por parte do professor ou com ajuda de um aluno experiente;
realização dos exercícios pelos alunos, é preciso estar atento ao que
acontece a cada aluno, mas sem perder a noção do conjunto (nas atividades em
grupo); estimulação (reforço) durante a execução, através de
observações e elogios sinceros. Sempre desenvolver confiança, segurança e
alegria. Devendo respeitar os diferentes ritmos dos idosos, procurando
estimulá-los, mas evitando a superproteção; e correção, de forma
discreta e, preferencialmente, em grupos, evitar saudações e linguagem que
possamos ferir ou humilhar quaisquer alunos.
Quadro
2. Locais das atividades e caracterização do espaço
Fonte:
os autores (2010)
Quanto ao local de prática, deve-se observar aspectos que garantam a segurança
do idoso, no que diz respeito às normas exigidas para a garantia da segurança
do mesmo.
As dimensões do espaço devem ser adequadas para o número de pessoas
presentes, como também para o tipo de atividade a ser realizada e as
características das mesmas. Atenção quanto à iluminação, ventilação e
temperatura, devendo ser agradáveis todos estes aspectos, pois põem
desencadear mal-estar ao idoso conforme a saúde do mesmo.
O piso deve ser antiderrapante, sem desníveis e buracos, livre de objetos no
chão e tapetes soltos que possam facilitar tropeços ou provocar alguma queda
ou lesão nos idosos. Presença de rampas, corrimões e barras de apoio nas
dependências, escadas com pisos antiderrapantes e banheiros adaptados com
barras de apoio presentes no vaso sanitário bem como no box, portas que abrem
para fora e tapetes antiderrapantes no chão.
Quadro
3. Serviços prestados
Fonte:
os autores (2010)
Referente aos serviços prestados observa-se uma maior oferta nas atividades de
dança, caminhada orientada, yoga e ginástica.
A dança é uma atividade extremamente prazerosa e muito bem aceita pelos
idosos, na qual Mazo et al (2001, p.155) enfatiza que esta prática: “favorece
as recordações pessoais, apresenta uma riqueza de gestos e movimentos,
contribui para a expressividade e criatividade”. A autora ainda ressalta que a
dança é expressiva e comunicativa, conseguindo ser uma atividade prazerosa e
de grande interesse por parte dos idosos, podendo transformar sensações e
pensamentos em movimentos que se comunicam.
Mazo et al (2001) complementa que os benefícios da dança são: melhorar a
auto-estima e auto-imagem; aumento da capacidade de expressão e comunicação;
memorização, atenção e concentração; assimilação de novas informações;
prevenção da senilidade precoce, esclerose vascular, debilitação física,
depressão e outras doenças degenerativas; contribuição para uma melhoria do
desempenho cognitivo e global do individuo envelhecido.
Referente à caminhada, seus movimentos fazem parte da atividade de vida diária
das pessoas, podendo ser realizada por pessoas iniciantes, com peso elevado,
doenças crônico-degenerativas, com doenças cardiocirculatórias e
respiratórias, entre outras. Seus resultados são benéficos sobre diversos
aspectos, segundo Mazo et al (2001): auxilio no aumento da massa magra e
redução de massa gordurosa, pois ajuda na queima de calorias, contribuindo
para a redução do peso; aumenta a eficiência dos pulmões; aumenta a
capacidade do coração e das veias para bombear sangue; prevenção de doenças
crônico-degenerativas; favorecer o envelhecimento com autonomia e capacidade
funcional; estimular a musculatura, fortalecendo membros inferiores, auxiliando
numa melhor sustentação da postura corporal; melhorar a coordenação dos
braços e pernas, a capacidade motora; proporcionar melhor contato social;
relaxar e auxiliar no combate à insônia.
A caminhada é de fácil aceitação, principalmente por pessoas idosas. Em
lugares onde não se dispõe de muito espaço, pode-se desenvolver este tipo de
atividade em lugares abertos, como parques próximos, o que fará com que a
pessoa desenvolva uma atividade estando muitas vezes em contato com a natureza.
Na modalidade da ginástica, Van (1995) aborda que a mesma pode consistir em
opção para melhorar a força, sendo freqüentemente a opção preferencial de
indivíduos idosos que procuram programas de exercícios. Além da possibilidade
de trabalhar grupamentos musculares específicos, trata-se de um tipo de
atividade que favorece a integração e socialização, o que aumenta as
probabilidades de adesão em longo prazo.
Referente a Natarája (2003), refere que a mesma contitui-se uma prática
fascinante, grandiosa, energizante, promotora da saúde física, mental e
espiritual.
Matsudo (2001), preconiza em sua literatura os inúmeros benefícios da prática
de atividade física para o idoso, onde se enquadra o Yoga, em relação aos
aspectos físicos, emocionais e sociais, resultando na melhora da autonomia
funcional, da saúde e da qualidade de vida dos mesmos.
Quadro
4. Objetivos das atividades
Fonte:
os autores (2010)
As contribuições de um programa de atividade física orientada direcionam-se
para a manutenção e melhoria das capacidades biológicas, psicológicas e
sociais de pessoas idosas.
Dessa forma, a atividade física proporciona ao idoso uma melhor qualidade de
vida, como também o reencontro com o seu corpo e com os outros a sua volta,
além de promover a auto-estima. A mesma é de fundamental importância para o
idoso, muitas vezes aumentando ainda mais a expectativa de vida e proporcionando
mais qualidade aos anos adquiridos. Como enfatiza Mazo et al (2001, p. 105):
O ser humano requer movimento, onde os resultados obtidos com um mínimo de
exercícios são grandes e os benefícios incalculáveis, principalmente em se
tratando do idoso. Talvez o maior benefício para manter uma boa aptidão
física seja a saúde e o grau de independência que ela proporciona.
Dentre os benefícios, podemos citar melhoria fisiológica em indivíduos com
doenças crônicas ou propensos a elas, aumento da autonomia para realização
de atividades de vida diária, redução de quedas e, por conseqüência,
redução de fraturas. E em relação aos fatores sociais podemos identificar
como maiores benefícios o declínio na solidão, busca por novos ideais na
vida, além de proporcionar as atividades em grupo, levando a reintegração no
mundo e a relação com pessoas diferentes.
Voser e Neto (2003 in TERRA e DORNELLES, 2003, p.321): “a atividade física
proporciona também aumento dos níveis de endorfinas, substancias que agem no
cérebro, proporcionando sensação de bem-estar e diminuindo os níveis de
estresses físico e emocional”.
Quadro
5. Capacidade de atendimento
Fonte:
os autores (2010)
Para a realização de um atendimento ao idoso com qualidade em turmas de
prática de atividade física, é necessário que os prestadores de serviço
tenham atenção quanto ao número de participantes por cada modalidade, pois
como já mencionado anteriormente, esta população apresenta algumas
particularidades que devem ser consideradas. Além de avaliar o espaço físico,
quantidade de materiais e número de profissionais envolvidos.
Quadro
6. Avaliação do idoso anterior à inclusão na AFI
Fonte:
os autores (2010)
O processo de envelhecimento está diretamente ligado ao estilo de vida de cada
indivíduo, em relação a isso Safons e Pereira (2007, p.9) abordam que o idoso
é:
um corpo que não teve acesso à educação física escolar na infância e
adolescência (nem no ensino noturno, que boa parte freqüentou, normalmente
não foram ministradas aulas de educação física) e na idade adulta este
corpo não teve tempo para se exercitar, nem para o jogo, o esporte ou o
lazer.
Um corpo que aos sessenta anos espoliado, cansado, frágil e apresenta um
repertório pequeno de movimentos (só faz bem os movimentos relacionados ao
trabalho).
Nesse sentido, percebe-se a importância da realização de uma avaliação, a
fim de que se conheça o aluno e as suas características. Ao encontro disso,
Safons e Pereira (2007) reforça a importância da realização da anamnese, em
que o envelhecimento sendo marcado por perdas funcionais, faz-se necessário o
conhecimento destas informações.
Santos e Knijnik (2006) afirmam que grande parte do declínio da capacidade
física dos idosos deve-se ao tédio, à inatividade e à expectativa de
enfermidade, nesse sentido, o envelhecimento é um
processo que ocorre com diferenças de um indivíduo para outro, podendo ocorrer
o envelhecimento de alguns órgãos e tecidos em diferentes velocidades em uma
mesma pessoa, conforme a genética e o histórico de vida da pessoa. Safons e
Pereira (2007) e Néri (2003) complementam que o processo de envelhecimento é
lento e gradativo, ocorre de diferentes maneiras para diferentes pessoas, de
acordo com as influências genéticas, sociais, históricas e psicológicas do
curso da vida.
Considerações
finais
O envelhecimento faz parte do processo contínuo da vida, no entanto, envelhecer
com qualidade e ativamente está atrelado a fatores intrínsecos e extrínsecos
da cultura do indivíduo, sendo uma destas contribuições, o lazer e a
atividade física.
A atividade física traz inúmeros benefícios para a saúde, na qual Pitanga
(2002) evidencia a atividade física como um importante promotor da saúde e
está relacionada com fatores que podem modificar a predisposição do individuo
em desenvolver doenças, principalmente as doenças crônico-degenerativas. A
atividade física pode também proporcionar mudanças no comportamento,
relacionando-se com a melhoria do sistema imunológico.
No que diz respeito ao envelhecimento, esses efeitos da atividade física não
são diferentes. Matsudo (2002) aponta que os benefícios se estendem ao nível
antropométrico, na composição corporal, nível neuromuscular, nas variáveis
motoras, nível cardiovascular e respiratório, nos aspectos metabólicos e no
estilo de vida ativo, como também se estendem ao âmbito fisiológico e o
nível social e psicológico. Como também, muitos idosos procuram uma atividade
física por estarem carentes e necessitarem de companhia e atenção,
sentimentos que refletem na auto-estima e auto-imagem.
Nesse sentido, Porto Alegre, hoje, apresenta inúmeros locais de atendimento ao
idoso. Em sua grande maioria, os locais são públicos, sendo eles antigos
centros comunitários e agora intitulados como Centros de Referência de
Assistência Social (CRAS), estes, por sua vez, divididos conforme a divisão
distrital de Porto Alegre, ou seja, em oito regiões.
Verificou-se que, como os centros de comunidade passaram a ser um Centro de
Referência de Assistência Social, o caráter dos atendimentos sofreram
alterações, sendo mais focados na assistência social, na qual alguns locais
deixaram de oferecer a prática de atividades físicas. Também, a partir dos
dados coletados, foi possível observar uma grande demanda de idosos
participando, sendo o sexo feminino representando o maior número de praticantes
e o turno da manhã, tendo como preferência para a prática.
Algo importante a ser relatado, é a presença de Grupos de Convivência,
encontrados em alguns serviços e que se tornaram uma atividade importante para
o idoso se manter ativo na sociedade (segunda a fala da coordenadora do CRAS –
Norte) e na região Glória/Cruzeiro/Cristal, existe uma parceria entre a ESF
(Estratégia de saúde da Família) e o projeto Pelc – Pronasci (Programa
Esporte e Lazer da Cidade – Programa Nacional de Segurança), que trabalham de
forma conjunta com o Grupo Raio de sol, de idosos, um trabalho que é
intersetorial (SME e SMS) e multiprofissional, pois junto com o educador físico
os idosos são acompanhados pelo agente de saúde e pala equipe na ESF,
ressaltando a importância do trabalho conjunto voltado à saúde do idoso.
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Portugués
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