Introdução
A prática da atividade física realizada de forma sistemática vem ganhando
adeptos a cada dia por apresentar grandes efeitos na melhoria da qualidade de
vida e atualmente apresentando grandes resultados no cenário científico. A
realização da rotina de exercícios realizados de forma controlada pode ser
considerada praticamente como consenso por profissionais da área de saúde
(Fontoura et al, 2005).
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença
que apresenta como quadro clínico a elevação crônica da pressão sistólica
e ou diastólica. (Brandão et al, 2003)
A pressão arterial diastólica aumenta até a sexta década de vida, a partir
daí começa a diminuir enquanto a sistólica continua a aumentar com a idade,
tornando-se a hipertensão sistólica isolada a forma mais comum de hipertensão
após os 60 anos. (Plavnik, 2003)
A hipertensão arterial sistêmica pode ser classificada em três tipos:
hipertensão sistólica isolada, hipertensão predominantemente diastólica e
hipertensão combinada, sistólica e diastólica.
A hipertensão arterial sistólica isolada apresenta rigidez da artéria aorta,
contudo, essa situação pode ser reduzida através do treinamento aeróbico
moderado a longo prazo. (Júnior et al, 2001)
A regulação da pressão arterial é uma das funções fisiológicas mais
complexas, que depende de ações integradas do sistema cardiovascular, renal,
neural e endócrino. O controle do sistema cardiovascular e da pressão arterial
é realizado pelos mecanismos neurogênicos e hormonais. (Villacorta et al,
1999)
O crescimento de indivíduos com idade superior aos sessenta anos, classificados
como idosos segundo a Lei nº 8.842, 1994 e por conseguinte a longevidade vem
aumentando em todo o mundo e também no Brasil. Este fenômeno pode ser
explicado por algumas mudanças no comportamento da população como cuidado com
a alimentação balanceada e hábitos de vida saudável como por exemplo
caminhadas orientadas (Silva et al, 2012).
O Brasil vem sofrendo mudanças no perfil demográfico em virtude de algumas
situações tais como o decréscimo na fecundidade total provocada pelo controle
da natalidade, o avanço científico e tecnológico e com isso um maior controle
das doenças através da medicina que por sua vez também consegue assim reduzir
a mortalidade infantil. (IBGE, 2009)
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2005) o envelhecer é
algo natural, individual, irreversível, não patológico e faz com que ocorra a
deteriorização do ser humano ao longo da vida. Sendo assim, para minimizar os
efeitos do tempo sobre a saúde deste indivíduo se faz extremamente importante
a prática do exercício para promover a qualidade de vida e evitar patologias
que normalmente acompanham o indivíduo idoso. Hoje a população idosa está
crescendo de forma mais acelerada quando comparada a outras faixas etárias.
O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito da caminhada orientada sobre
os valores da pressão arterial sistólica, diastólica e média em um período
de 16 semanas.
Métodos
O presente trabalho atendeu integralmente as normas para a realização de
pesquisa em seres humanos, Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde de
10/10/1996 (BRASIL, 1996) e da Resolução de Helsinki (1975) e teve seu projeto
de pesquisa submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos,
da Rede Euroamericana de Motricidade Humana.
A amostra do estudo foi composta por 29 idosas, praticantes de caminhada na Vila
Olímpica “Manoel José Gomes Tubino” e todas apresentando diagnóstico de
hipertensão arterial sistêmica controlada através de medicamentos e com
orientação médica e indicação para a prática da caminhada orientada, com
idade compreendida entre 60 a 79 anos.Todas as idosas participantes da pesquisa
foram submetidas a verificação da pressão arterial (PA) antes e após a
caminhada. O estudo é descritivo coorte longitudinal com follow-up de 16
semanas.A verificação da PA das idosas foi realizada antes de iniciar o
programa de caminhada orientada, durante e ao término do ciclo previsto como
período a ser avaliado.
A análise estatística foi realizada pelo programa SPSS 17.0 for Windows.
Foi utilizado o teste "t" de Student (p<0,05) para amostra pareada,
com análise da média e desvio padrão e os gráficos pelo programa Graph Pad
Prism versão 5.01.
Resultados
Os resultados são apresentados em forma de gráficos descrevendo os valores
encontrados pré e pós teste. Através dos resultados obtidos, observou-se que
a pressão arterial sistêmica de todo o grupo de avaliados apresentou melhora
tanto sistólica quanto na diastólica e ainda na pressão arterial média.
Figura
I. Na figura I foi verificada uma diminuição da pressão arterial
sistólica
Figura
II. Na figura II, também se verificou uma redução da pressão arterial
diastólica
Figura
III. Na figura III, conseqüentemente apresentou redução da pressão
arterial média.
Conclusão
Através do presente estudo concluímos que a prática da caminhada orientada
apresentou redução nos níveis de pressão arterial sistólica, diastólica e
média das idosas da Vila Olímpica Manoel José Gomes Tubino melhorando a
qualidade de vida, com isso, corroborando para futuros estudos relacionados aos
efeitos da prática da atividade física aeróbia e patologias relacionadas ao
coração.
Referências
-
BRANDÃO,
A.P.; BRANDÃO A.A.; MAGALHÃES, M.E.C.; POZZAN R. Epidemiologia da
hipertensão arterial. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo.
13(1):7-19 2003.
-
FONTOURA,
A.S.; FEIJÓ, C.; TRUCCOLO, A; ANTONIAZZI, R.; RAMOS, M. Efeitos de um
programa de caminhada em mulheres hipertensas. R. bras. Ci e Mov.
2005; 13(4): 79-84
-
INDICADORES
SOCIODEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE NO BRASIL; 2009.
-
JÚNIOR,
R.C.C.; CRAVO, S. LOPES, O. U. Hipertensão arterial: o que tem a dizer o
sistema nervoso. Revista Brasileira de Hipertensão v 8. 2001.
-
Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS) 2005.
-
PLAVNIK,
F.L.T.A.. Avaliação inicial do paciente hipertenso. Revista da
Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo; v. 13. 2003.
-
SILVA,
H.C., et al. Comparação dos efeitos da caminhada livre e
treinamento de ganho de força em membros inferiores gerando aumento do
consumo de oxigênio e melhorando a qualidade de vida em idosas da Vila
Olímpica ‘Professor Manoel José Gomes Tubino’. EFDeportes.com,
Revista Digital. Buenos Aires, Nº 170, 2012. http://www.efdeportes.com/efd170/efeitos-da-caminhada-e-forca-em-idosas.htm
-
VILLACORTA,
H. Revista da SOCERJ. v. 12, n. 1, p. 409-416.1999.
Outros artigos em
Portugués
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EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 17 · N° 173 | Buenos Aires,
Octubre de 2012
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