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Educação Física Escolar: uma proposta de intervenção do
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, PIBID/UFAL

Educación Física Escolar: una propuesta de intervención del Programa Institucional de Becas de Iniciación a la Docencia, PIBID, UFAL

 

*Licenciado em Educação Física pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Pós-Graduado em Educação Física na Educação Básica (FIT’s/AL)

**Licenciado/a em Educação Física (UFAL)

***Licenciando em Educação Física (UFAL)

****Profª Drª do Departamento de Educação Física (UFAL)

Departamento de Educação Física

Universidade Federal de Alagoas, UFAL, Maceió - AL

(Brasil)

Flávio Anderson Pedrosa de Melo*

Elyssandra Oliveira da Silva**

Adonai Hilbert Pereira Seixas**

Cláudia Mayra Nascimento dos Santos**

Daiana Maciel de Moura***

Marcos André da Silva Santos***

Gilberto Francisco dos Santos***

Patrícia Cavalcanti Ayres Montenegro****

flavioedf06@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O presente trabalho apresenta o relato de experiência do subprojeto de Educação Física do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) na Escola Estadual Professor Moreira e Silva, em Maceió-AL. Tal programa tem entre seus objetivos oferecer experiências pedagógicas aos futuros professores dos cursos de licenciatura para incentivá-los na escolha da carreira docente, além de contribuir na melhoria da qualidade de ensino dessas escolas. Utilizamos para o subprojeto a pesquisa-ação. O presente relato de experiência desdobra-se em duas partes: numa breve descrição das atividades desenvolvidas pelos bolsistas de iniciação à docência e na exposição da pesquisa diagnóstica realizada com os discentes da referida escola. Participaram da pesquisa 2 representantes de cada turma, um total de 63 participantes. Para coleta de dados, utilizou-se uma questão norteadora para verificar a expectativa dos alunos sobre o subprojeto. Para análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo do tipo temática. Com a pesquisa conseguimos conhecer melhor a realidade da Educação Física na escola e, a partir disso, planejar as intervenções. Tivemos a oportunidade de exercitar a docência a partir da cooperação com os alunos, eles vivenciaram e obtiveram conhecimentos da disciplina antes não vistos.

          Unitermos: PIBID. Docência. Experiências pedagógicas.

 

Abstract

          This work presents the experience of physical education subproject of Institutional Grants Program of Teaching beginners (PIBID) at State School teacher Moreira e Silva, Macclesfield. This program has among its objectives offer pedagogical experiences to future teachers of undergraduate courses to encourage them to choose the teaching career in addition to contribute in improving the quality of teaching in these schools. We use for the subproject action research. This reporting experience unfolds in two parts: a brief description of the activities developed by scholars of introduction to teaching and exhibition of diagnostic research conducted with the students of that school. Participated in the survey 2 representatives from each class, a total of 63 participants. For data collection, used a guiding question to check students ' expectation about the subproject. For analysis of data was used to analyze the type's contents. With the survey we know better the reality of physical education in school and, from this, plan interventions. We had the opportunity to practice the teaching from cooperation with students; they experienced and obtained knowledge of the discipline before not seen.

          Keywords: PIBID. Teaching. Pedagogical experiences.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 173, Octubre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é uma ação conjunta do MEC/CAPES/FNDE que oferece bolsas para discentes de cursos de licenciaturas, para que estes tenham experiências pedagógicas em escolas públicas do ensino básico, contribuindo, assim, na sua formação e na melhoria da qualidade de ensino dessas escolas.

    Esse programa tem entre seus objetivos incentivar a valorização do magistério, ao incentivar os estudantes para a escolha da carreira docente. Além de inserir os licenciandos no cotidiano das escolas da rede pública estadual, proporcionando novas experiências metodológicas, tecnológicas e práticas, possibilitando inovação e interação entre as disciplinas e os futuros professores.

    O subprojeto de Educação Física PIBID/UFAL tem como coordenadora a Profª Drª Patrícia Ayres Cavalcanti Montenegro e no município de Maceió está ocorrendo em duas escolas da rede estadual de ensino. Esse subprojeto pretende inicialmente analisar e revelar aos discentes em formação o seu campo de intervenção, a real situação da disciplina Educação Física nas escolas alagoanas dos municípios de Maceió e Arapiraca, cidades sedes das maiores CEEs do Estado, no que diz respeito às condições físicas, materiais e os recursos humanos envolvidos nesta disciplina nas escolas. Além de desenvolver possibilidades de novas formas de intervenção nesta realidade a partir da reflexão das dificuldades encontradas pelo grupo formado entre professores da rede pública de ensino e os acadêmicos do curso de licenciatura em Educação Física da UFAL.

    Este trabalho é um relato de experiência das atividades do subprojeto de Educação Física realizadas na Escola Estadual Professor Moreira e Silva, que faz parte do Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas – CEPA, Maceió- AL. Nessa escola estão presentes uma professora-tutora e sete bolsistas de iniciação à docência.

Metodologia

    Para o subprojeto de Educação Física PIBID/UFAL está sendo utilizada a metodologia da pesquisa-ação que segundo Thiollent (2007, p.16),

    [...] é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos em um modo cooperativo ou participativo.

    Estão participando das intervenções sete (07) bolsistas de iniciação à docência, atendendo o Ensino Fundamental (segundo ciclo) e Ensino Médio. Em um primeiro momento aconteceu no contra turno das aulas dos discentes, mas após aplicação das intervenções passou a existir a evasão dos alunos, devido, entre outros fatores, a distância de suas residências, o transporte e o fato de vários dos alunos trabalharem neste mesmo período. Sendo assim, percebemos a necessidade de realizar as intervenções durante as aulas da nossa tutora.

    O projeto visa, também, a formação de líderes e trabalho em grupo, utilizando-se de tecnologias da informação e comunicação (TIC) para pesquisas relacionadas a temas atuais e do cotidiano (temas transversais) e ainda vivenciando novas práticas motoras e possibilidades de interações entre outros conteúdos escolares.

    Contamos, ainda, com a divisão de etapas que foram fundamentais para guiar nosso trabalho:

  • Etapa 01 - Apropriação do referencial teórico pelos alunos bolsistas;

  • Etapa 02 - Pesquisar a realidade das escolas conveniadas;

  • Etapa 03 - Análise dos dados coletados durante o período de diagnóstico;

  • Etapa 04 - Criação e implementação de projetos;

  • Etapa 05 – Avaliação dos avanços e dificuldades conseguidas por uma nova prática pedagógica;

  • Etapa 06 - Elaboração de relatório final de atividade;

  • Etapa 07 - Socialização das ações desenvolvidas em seminários de culminância das atividades.

    Todas as etapas foram contempladas, e culminou com a apresentação das ações desenvolvidas no “I Encontro dos PIBID’s/UFAL- E-PIBID: A formação docente na UFAL e na escola”.

Atividades do subprojeto de Educação Física – PIBID/UFAL

    A intervenção se iniciou em abril do ano de 2010, apenas com a observação do espaço simbólico representado pela escola e o cotidiano que ali se construía nas práticas dos professores e alunos. Em seguida, buscou-se dar conhecimento aos alunos dos objetivos da intervenção, oferecendo a estes uma maior aproximação com os monitores, buscando uma integração positiva para os discentes. Neste momento, criou-se um movimento para a formação de lideranças na escola a partir de representantes eleitos por seus pares para construir uma possibilidade de intervenção que viesse a ser legítima para o grupo.

    Assim, foi realizado um diagnóstico com os alunos para verificar a real situação da disciplina e para mapearmos possibilidades de intervenção a partir da reflexão desta realidade. Conhecendo as dificuldades enfrentadas no local em relação à disciplina, o discurso mais representativo era o da falta de opções nas aulas de Educação Física, o descaso com a aula e a pouca participação dos discentes nas mesmas. Esta realidade os fazia construir um sentido de “esvaziamento” para as aulas.

    Percebeu-se, então, a necessidade de oferecermos diversos conteúdos da Educação Física que não estavam sendo contemplados nas aulas desta disciplina. Para possibilitar aos discentes novas vivências com conteúdos específicos da disciplina e temas transversais que ampliassem a compreensão dos alunos sobre o corpo e sobre o mover-se fazendo com que estes possam ter um novo olhar sobre a Educação Física, ressignificando-a. Então, a partir de uma assembléia com os representantes de todas as turmas e da análise dos questionários fora organizado um plano de ação para a intervenção na escola.

    A ideia inicial do projeto foi desenvolver as aulas no contra-turno. Porém, como já foi descrito, encontramos grandes dificuldades e decidimos realizar as intervenções durante as aulas da nossa tutora. E, com isso, notamos que com o passar das aulas a atuação dos alunos era mais intensa, participavam com maior entusiasmo. Os que antes resistiam não apresentavam qualquer comportamento negativo, pelo contrário, participavam sem criar qualquer tipo de resistência. Pudemos notar também que alguns alunos de outras turmas sentavam na arquibancada e nos observavam com olhares curiosos, talvez por estarem vendo pela primeira vez tal aula.

    Conseguimos, em pouco tempo, mostrar aos alunos uma pequena parcela da gama de práticas presentes no contexto da Educação Física escolar. E os alunos tem se mostrado satisfeitos e contentes com o subprojeto de Educação Física –PIBID/UFAL.

Pesquisa: Diagnóstico da expectativa dos discentes referente ao Subprojeto de Educação Física - PIBID/UFAL

    Como descrito anteriormente, essa pesquisa diagnóstica foi realizada antes de iniciar as atividades de intervenção com o intuito de verificar a expectativa dos discentes da Escola Estadual Moreira e Silva em relação ao subprojeto de Educação Física que seria realizado pelos monitores de iniciação à docência. Foram sujeitos dessa pesquisa 2 representantes de cada de uma das 42 turmas, sendo um do gênero masculino e outro feminino, escolhidos por eles, tendo um total de 63 participantes. Houve evasão por parte de alguns representantes.

    Para coletar os dados, utilizou-se uma questão norteadora para verificar a expectativa dos alunos/representantes de turma no que concerne à intervenção do subprojeto.

    Para análise de dados foi utilizada a análise de conteúdo, especificamente a temática e, a partir desta foram definidas a categorias. Sobre análise temática de conteúdo, Guerra (2006) afirma:

    São identificados os corpus centrais da entrevista a analisar em profundidade e, com recurso à identificação e à contagem de categorias e subcategorias, faz-se uma análise de conteúdo temática. Volta-se ao material original registrado na gravação e já transcrito, e recompõem-se os fragmentos do discurso dispersos ao longo do texto (p.83).

    Durante o tratamento dos dados foram estabelecidas a posteriori categorias que emergiram a partir da questão norteadora – O que você espera do subprojeto PIBID de Educação Física? – sendo elas: Projeto como estímulo à participação e ao conhecimento da Educação Física; Projeto como meio para melhorar as aulas de Educação Física com novas vivências corporais e Expectativas de êxito. Vejamos:

Projeto como estímulo à participação e ao conhecimento da Educação Física

    Dentre os pontos surgidos durante a análise das questões estava a de “Estimular o interesse pela Educação Física”, esta que retrata a expectativa dos discentes de que o projeto venha a estimular o interesse dos próprios alunos pela Educação Física.

    A Educação Física devido ao seu histórico tecnicista, esportivista enfrenta dificuldades uma vez que se criou um estigma que delimita a atuação do professor. Darido (2005) fala que a Educação Física passou por diversos momentos que interferiram significativamente no seu entendimento pela sociedade, onde sua identidade passou a ser discutida na década de 80, momento esse que fora marcado pelo retorno de profissionais da Educação Física de cursos de pós-graduação e mestrado em educação.

    Ainda nos dias atuais esse fator histórico reflete no entendimento da sociedade no que concernem as áreas de atuação do profissional de Educação Física e ainda o seu papel dentro do contexto escolar. Muitas vezes os próprios professores de Educação Física não a tratam como uma disciplina sistematizada, em que podem trabalhar novos conteúdos e temas que fazem parte do contexto social, da própria disciplina e interdisciplinares, ficando presos a uma prática sem objetivos, sem planejamento e sem o comprometimento de discutir os reais valores, importância e conceitos a cerca da Educação Física.

    Essa dificuldade de entendimento e ainda a limitação da Educação Física é recorrente também no contexto escolar, vejamos algumas falas dos discentes no que se refere ao ponto de vista e expectativa deles sobre a necessidade de estimular o interesse e o conhecimento pela Educação Física através do projeto:

    “Um projeto que dê a entender o que significa direito a Educação Física”. (A5)

    “Que ele venha nos ajudar a ter o conhecimento do que realmente é a Educação Física”. (A29)

    “Espero que os alunos aprendam que a Educação Física não é só brincar com uma bola na mão como muitos fazem”. (A50)

    “Despertar aos alunos um interesse maior, que seja uma estimulação”. (A17)

    Analisando as falas acima, nota-se que os alunos vêem a necessidade de um aprendizado mais aprofundado acerca da Educação Física e ainda uma maior participação por parte de alunos que se evadem das aulas.

    Portanto, o projeto deve estar na escola em auxilio às mudanças de uma realidade baseada numa prática restrita a uma parcela da cultura corporal, os esportes coletivos já conhecidos e praticados pelos alunos, trazendo novas possibilidades e podendo ainda empregar os demais conteúdos da Educação Física.

Projeto como meio para melhorar as aulas de Educação Física com novas vivências corporais

    Alguns alunos por meio de seu discurso evidenciaram que suas expectativas em relação ao subprojeto de Educação Física era que esse trouxesse vivências corporais que eles ainda não tiveram oportunidade de experimentar e, com isso, possibilitar a melhoria nas aulas dessa disciplina.

    É o que podemos evidenciar nas falas que seguem:

“Espero que eu aprenda novos tipos de esportes que eu não conheço” (A47)

“Espero que torne as aulas mais atrativas [...] com opção de atividades” (A28)

“Traga inovação pras aulas, pra mudar nossa rotina e que possa nos empolgar” (A60)

“Que melhore o ensino da Educação Física” (A31)

    A Educação Física, segundo Coletivo de Autores (1992), é uma prática pedagógica que reúne formas de atividades expressivas, como jogo, esporte, dança, ginástica, lutas que podemos chamar de cultura corporal. O ensino da Educação Física na escola deve possibilitar a aprendizagem de diversos conhecimentos sobre o movimento, considerando as três dimensões: procedimental (saber fazer), conceitual (saber sobre) e atitudinal (saber ser) (DARIDO, 2005). Pois, a partir desta aprendizagem, estaremos capacitando nosso aluno para empregar, de forma autônoma, seu potencial para mover-se, sabendo como, quando e porque realizar atividades ou habilidades motoras.

    Sabe-se, que a prática é algo essencial para a aprendizagem de uma habilidade, mas ela sozinha não basta. Pois a motivação para a aprendizagem e utilização de um procedimento depende da atribuição de significado e sentido em sua execução. É preciso que o aluno aprenda como, quando e porque se utilizar destes procedimentos, por isso é importante que além da dimensão procedimental sejam aprendidos outros saberes: conceituais e atitudinais.

    Além de trabalhar as três dimensões do conhecimento, o professor também deve incluir o seu aluno na elaboração das propostas de ensino e aprendizagem (planejamento participativo), que é o que os monitores de iniciação à docência estão utilizando no subprojeto de Educação Física. Por que assim o planejamento contempla a realidade social e pessoal do aluno, sua percepção de si e do outro, suas dúvidas e necessidades de compreensão dessa mesma realidade. Pois, como aborda os Parâmetros Curriculares Nacional

    A partir da inclusão, pode-se constituir um ambiente de aprendizagem significativa, que faça sentido para o aluno, no qual ele tenha a possibilidade de fazer escolhas, trocar informações, estabelecer questões e construir hipóteses na tentativa de respondê-las. (BRASIL, 1998, p. 46)

    Assim, professor e aluno podem construir juntos novos conhecimentos, além de ressignificar as estruturas de aprendizagem e ensino.

Expectativas de êxito

    Com relação à expectativa de êxito, alguns alunos por meio do discurso evidenciaram a expectativa que tem em relação ao sucesso do projeto, destacando sempre que já foram empregados diversos projetos em sua realidade escolar e em sua maioria estes não deram frutos ou os decepcionaram.

    Vejamos isso nas falas que seguem:

“Que de fato vá pra frente e não acabe pelo meio como muitos projetos iniciados na rede pública” (A13)

“Espero que não seja igual aos outros projetos. Pois já tivemos muitos projetos e fica só no papel” (A41)

“Que não seja mais um dos que vem para o nosso colégio e não resolve nada” (A52)

    Os seres humanos podem ser considerados seres expectantes, pois criam expectativas sobre coisas que podem acontecer, sobre aquilo que não conhecem e sobre o que está para acontecer. Os alunos, como seres humanos, também criam expectativas quanto ao processo educacional, podendo ser essas expectativas positivas ou negativas. Pelos discursos é possível identificarmos a representação que já se cristalizou no imaginário do grupo sobre a inutilidade dos projetos implantados pela escola. Pelo menos para os alunos, eles não chegam a perceber ganhos a partir dos projetos desenvolvidos pela escola. Levando-se em consideração que a escola participa de vários projetos de diferentes ministérios em âmbito federal, é uma constatação importante estes depoimentos dos alunos. Não adianta que as boas idéias entrem pela escola adentro sem criar primeiramente uma expectativa de sucesso nos alunos, de participação, de integração e, principalmente, de compromisso com as necessidades dos alunos. Os alunos acabam se acostumando com coisas que aparecem para “ficarem só no papel”, pessoas que entram e saem da vida escolar sem nunca terem entrado na vida deles. Esta é uma realidade que pudemos constatar no dia-a-dia que passamos a compartilhar na escola.

Considerações sobre a pesquisa diagnóstica

    Com essa pesquisa diagnóstica conseguimos conhecer melhor a realidade da Educação Física nessa escola. Percebemos que muitos alunos não participavam e não se interessavam pelas aulas dessa disciplina. Com o projeto de Educação Física PIBID/UFAL, os alunos esperam que os monitores mostrem o que realmente é a Educação Física, trazendo novas vivências corporais e, com isso, ajude a melhorar as aulas de Educação Física e a estimular a participação nelas.

    A partir disso, os bolsistas de iniciação à docência puderam ter um norte para iniciar de fato o projeto na escola, com a preocupação de buscar o que os alunos têm curiosidade de aprender, e entender o sentido que dão a estas práticas na escola para que este não seja mais um projeto importante apenas para os pesquisadores.

Considerações finais

    A Escola Estadual Moreira e Silva acolheu-nos bem. Na 1ª etapa fizemos uma pesquisa diagnóstica, descrita neste trabalho, para levantamento de informações que nos ajudassem a intervir nessa realidade de forma produtiva. Com isso, trouxemos o alunado para trabalhar conosco, assim como deve ser em uma intervenção que tem como objetivo a pesquisa-ação. Num segundo momento tivemos como objetivo oferecer uma possibilidade de resignificação desta disciplina no imaginário dos alunos. Segundo suas próprias falas, queriam uma Educação Física “diferente”, trabalhando conteúdos que se encontravam dentro do contexto da disciplina, mas que não eram abordados nas aulas dessa escola.

    O aprendizado obtido foi de grande relevância para todos os monitores, uma vez que pudemos exercitar a docência a partir de uma atitude cooperativa com os alunos. Experimentar essa proposta metodológica nos parecia arriscado, no entanto, pudemos perceber ao longo do processo que oferece resultados mais duradouros e maior conscientização dos alunos sobre nosso papel como educadores e da importância da disciplina no currículo escolar. Acreditamos também ter sido de suma importância para o alunado participante, uma vez que vivenciaram e obtiveram conhecimentos da disciplina antes não vistos, experimentaram uma possibilidade de gestão participativa na organização da disciplina podendo atender às suas expectativas.

    O PIBID possibilita ainda oportunidade de reflexão para a equipe pedagógica da escola, principalmente para o professor envolvido como tutor. Pois, as inovações metodológicas utilizadas para o planejamento das ações mostra que é possível compartilhar responsabilidades e interesses com o alunado e que a disciplina Educação Física sofre grande influência do interesse do seu professor dentro da escola na produção de representações junto ao alunado. Aprendemos assim que precisamos sempre saber primeiro onde queremos chegar para traçarmos qualquer estratégia de intervenção bem sucedida.

Referências

  • BRASIL. Ministério da educação e do desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais, Educação Física, terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1998.

  • COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992.

  • DARIDO, S.; RANGEL, I. Educação Física na Escola: Implicações para a prática pedagógica.Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2005.

  • ______. Os conteúdos da educação física escolar: influências, tendências, dificuldades e possibilidades. Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1 (suplemento), p. 05-25, 2001.

  • GUERRA, I. Pesquisa Qualitativa e Análise de Conteúdo: Sentidos e formas de uso. Principia: Ed. Estoril, 2006.

  • THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 2007.

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