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Crescimento físico e antropometria de participantes
do Programa Segundo Tempo da cidade de Palmitos, SC

Crecimiento físico y antropometría de los participantes del Programa Segundo Tiempo de la ciudad de Palmitos, SC

 

Universidade Comunitária da Região de Chapecó

Chapecó, Santa Catarina

(Brasil)

Adriani Cristiani Stanga

drika.07@unochapeco.edu.br

Maria Elizete Pozzobon

pozzobon@unochapeco.edu.br

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo objetivou analisar os níveis de crescimento físico e o perfil antropométrico dos participantes inseridos no Programa Segundo Tempo, da cidade de Palmitos (SC). Participaram da amostra 109 crianças e adolescentes de 07 a 16 anos, do sexo masculino e feminino. Avaliou-se 34 participantes do sexo feminino com média de idade em 10, 85 anos, 40,63 kg, estatura 144,5 cm, IMC 18,93 e %G 20,63. Dividiu-se o grupo feminino em, grupo 1: média de idade 9,09±1,3; 33,32±7,7 kg; 136,19±9,5 cm; IMC 17,71±2,6 kg/m² e %G 19,03±4,7 e grupo 2: média de idade em 13,7±1,4; 52,43±12,1 kg; 158,±5,5 cm; IMC 20,89±4,4 kg/m² e %G 23,22±4. Avaliou-se 75 participantes do sexo masculino com média de idade em 10,6 anos, 39,37 kg, estatura 143,08 cm, IMC 18,81 e %G 17,94. Dividiu-se o grupo masculino em grupo 3: média de idade 9,42±1,3; 35,93±11,5 kg; 138,3±9,4 cm; IMC 18,45±3,7 kg/m² e %G 17,63±4,8 e grupo 4: média de idade em 13,61±1,3; 48,21±10,4 kg; 155,±10,4 cm; IMC 19,73±3,7 kg/m² e %G 18,75±4,0. O nível de crescimento físico e o perfil antropométrico dos avaliados apresentou média classificada em satisfatória, tendo em vista que os grupos masculinos e femininos foram considerados eutróficos e o %G dos grupos ficaram classificados em nível ótimo.

          Unitermos: Crescimento físico. Antropometria. Programa Segundo Tempo.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 173, Octubre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A atividade física, dentre outros fatores, tem desempenhado um papel fundamental na manutenção para uma vida saudável. Para acompanhar esse processo, a utilização de variáveis antropométricas e verificação e crescimento físico de uma pessoa ou população, corrobora significativamente no parâmetro da condição física destes e, relacionado a essa situação, um parecer apurado sobre a situação em que se encontra (ou pode vir a se encontrar) a saúde dos indivíduos.

    Nessa seara, Gallahue e Donelly (2008, p.26) determinam crescimento físico como um processo associado com o aumento no tamanho estrutural, caracterizado por aumentos regulares na altura, peso e massa muscular durante a infância.

    Dentre as seqüências básicas e de acordo com padrões comuns, o desenvolvimento físico das crianças tende torná-las maiores com a idade, e seu crescimento desde o nascimento à maturidade, não é contínuo, nem regular (BEE, 2003, p.132).

    Frente às especificidades dos processos de desenvolvimento de infantes e púberes, Calmin; Franceschini, Priori (2005) consideram que as mudanças que ocorrem no crescimento, avaliadas pela antropometria, proporcionam estimativas do estado de saúde, relativo ao crescimento, ao desenvolvimento, à nutrição e às seqüelas mórbidas individuais ou de grupo, evidenciando processos fisiológicos que envolvem alterações no peso e na altura. Essas mudanças que ocorrem durante um período prolongado de tempo, denominadas tendências seculares, podem ser usadas para a vigilância nutricional.

    Contudo, o objetivo desse estudo foi analisar os níveis de crescimento físico, e o perfil antropométrico de participantes inseridos no Programa Segundo Tempo, da cidade de Palmitos (SC).

Procedimentos metodológicos

    Fez parte desse estudo, crianças e adolescentes na faixa etária de 07 a 16 anos, do sexo masculino e feminino, que frequentam o Programa Segundo Tempo de Palmitos (SC), com total de 109 participantes.

    A seleção da amostra procedeu-se de forma intencional com participação voluntária.

    Foram avaliadas 34 participantes do sexo feminino e 75 participantes do sexo masculino. O grupo 1 corresponde ao sexo feminino com idade de 7 a 11 anos e, grupo 2 corresponde ao sexo feminino com idade de 12 a 16 anos. O grupo 3 corresponde ao sexo masculino com idade de 7 a 11 anos e, o grupo 4 corresponde ao sexo masculino com idade de 12 a 16 anos.

    O estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade Comunitária da Região de Chapecó através do parecer 110/10. As coletas foram realizadas no 2º semestre de 2010.

    Para essa pesquisa foi utilizada a variável de crescimento físico, verificando a estatura em centímetros (cm) utilizando-se de um estadiômetro e, a variável de IMC em que foi mensurada a massa corporal em quilogramas (kg) com uma balança digital marca Health Scale, com capacidade para 150 kg e graduação em 100g, onde os dados obtidos foram comparados com as Curvas de Crescimento – segundo padronização da Organização Mundial da Saúde (2007) e curvas de crescimento físico desenvolvidos pelo NCHS e CDC (apud GUEDES e GUEDES, 2006, p.58).

    Referente ao percentual de gordura (%G), realizou-se o somatório de dobras tríceps e subescapular, utilizando o plicômetro científico Cescorf com sensibilidade de 0,1mm, de acordo com o protocolo de LOHMAN (1986), %G = 1,35 (TR+SE)-0,012 (TR+SE) – C (PETROSKI, 1999, p.124).

    Os alunos foram avaliados aleatoriamente, voluntariamente e individualmente.

Tratamento estatístico

    Para análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva através da média, desvio padrão, mínimo e máximo.

Resultados e discussões

Tabela 01. Valores médios, desvio padrão, mínimo e máximo para variáveis Idade (anos), Massa Corporal (kg),

 Estatura (cm), IMC (kg/ m²), %G, Somatório DOC (mm), Tríceps (mm) e Subescapular (mm) em meninas (Grupo 1, n=21)

    Conforme tabela 01, a média da estatura do grupo encontra-se próximo à curvatura ideal (P50) considerado um grupo eutrófico, conforme as curvas de crescimento utilizadas como referenciais normativos associadas às medidas de estatura para idade, ocorrendo eutrofia também com o IMC , pois contempla-se no percentual de 3-85% (OMS, 2007).

    Quanto ao %G, o grupo encontra-se em nível ótimo, pois insere-se em percentual satisfatório (15-25%), segundo LOHMAN adaptado por PETROSKI (1999), sendo que, o somatório de dobras classificou-se como adequado.

    De acordo com a tabela 01, pode-se considerar que o grupo encontra-se em nível satisfatório quando comparados aos níveis padrões de saúde. Embora haja “tranquilidade” quanto essa constatação, ressalva-se que ainda existe a importância em estar monitorando o nível antropométrico e outras variáveis dos mesmos, a fim de garantir a permanência saudável dos avaliados.

    A WHO (1986) considera a antropometria como um importante método diagnóstico, utilizado em estudos populacionais e na prática clínica, fornecendo estimativa da prevalência e gravidade das alterações nutricionais. E destaca, que a avaliação antropométrica, mesmo quando restrita ao peso e estatura assumem grande importância no diagnóstico nutricional da criança. Isto se deve à sua facilidade de realização, objetividade da medida e possibilidade de comparação com um padrão de referencia de manuseio relativamente simples, principalmente em estudos populacionais (MACHADO, LUCAS, PIMENTEL et al., 2008).

Tabela 02. Valores médios, desvio padrão, mínimo e máximo, para variáveis Idade (anos), Massa Corporal (kg), 

Estatura (cm), IMC (kg/ m²) e %G, Somatório DOC (mm), Tríceps (mm) e Subescapular (mm) em meninas (Grupo 2, n=13)

    De acordo com a tabela 02, a média da estatura do grupo encontra-se próximo à curvatura ideal (P50) considerado um grupo eutrófico, conforme as curvas de crescimento utilizadas como referenciais normativos associadas às medidas de estatura para idade, ocorrendo eutrofia também com o IMC, pois contempla-se no percentual de 3-85% (OMS, 2007).

    Quanto ao %G, o grupo encontra-se em nível ótimo, pois insere-se em percentual satisfatório (15-25%), segundo LOHMAN adaptado por PETROSKI (1999), sendo que, o somatório de dobras classificou-se como adequado.

    Nieman (1999, p. 271) ressalva que, “se as crianças e os jovens são auxiliados a se manter ativos e magros, o risco de obesidade num período posterior da vida pode ser reduzido [...] se a criança evitar a obesidade, outros fatores de risco podem ser controlados mais facilmente”.

    É imprescindível levar em consideração os fatores genótipos relacionados ao crescimento físico, tendo em vista que tal fator controla o aparecimento, a duração e a intensidade do surto de crescimento (GALLAHUE E OZMUN, 2005, P. 350). No que tange ao fator fenótipo, ou seja, às condições ambientais ao qual o infante ou púbere encontra-se inserido, este tem influência sob o potencial da variável de crescimento.

Tabela 03. Valores médios, desvio padrão, mínimo e máximo para variáveis Idade (anos), Massa Corporal (kg), 

Estatura (cm), IMC (kg/ m²) e %G, Somatório DOC (mm), Tríceps (mm) e Subescapular (mm) em meninos (Grupo 3, n=54)

    Referente à tabela 03, a média da estatura do grupo encontra-se próximo à curvatura ideal (P50) considerado um grupo eutrófico, conforme as curvas de crescimento utilizadas como referenciais normativos associadas às medidas de estatura para idade, ocorrendo eutrofia também com o IMC, pois contempla-se no percentual de 3-85% (OMS, 2007).

    Quanto ao %G, o grupo encontra-se em nível ótimo, pois insere-se em percentual satisfatório (10-20%), segundo LOHMAN adaptado por PETROSKI (1999), sendo que, o somatório de dobras classificou-se como ótimo.

    Frente a esses dados, as mudanças que ocorrem no crescimento, avaliadas pela antropometria, proporcionam estimativas do estado de saúde, relativo ao crescimento, ao desenvolvimento, à nutrição e às seqüelas mórbidas individuais ou de grupo, evidenciando processos fisiológicos que envolvem alterações no peso e na altura. Essas mudanças que ocorrem durante um período prolongado de tempo, denominadas tendências seculares, podem ser usadas para a vigilância nutricional (CALMIN; FRANSECHINI; PRIORI 2005).

Tabela 04. Valores médios, desvio padrão, mínimo e máximo para variáveis Idade (anos), Massa Corporal (kg), 

Estatura (cm), IMC (kg/ m²) e %G, Somatório DOC (mm), Tríceps (mm) e Subescapular (mm) em meninos (Grupo 4, n=21)

    De acordo com a tabela 04, a média da estatura do grupo masculino 4 encontra-se próximo à curvatura ideal (P50) considerado um grupo eutrófico, conforme as curvas de crescimento utilizadas como referenciais normativos associadas às medidas de estatura para idade, ocorrendo eutrofia também com o IMC, pois contempla-se no percentual de 3-85% (OMS, 2007).

    Quanto ao %G, o grupo encontra-se em nível ótimo, pois insere-se em percentual satisfatório (10-20%), segundo LOHMAN adaptado por PETROSKI (1999), sendo que, o somatório de dobras classificou-se como ótimo.

    Estudos que envolvem avaliação antropométrica, especialmente a massa corporal, têm sido a forma mais utilizada para a avaliação do estado nutricional e a regulação do crescimento em crianças e adolescentes podendo através deste método, ser detectados casos de subnutrição ou obesidade precoce (FARIAS e SALVADOR, 2005).

    Deste modo, corroborando com essa máxima Guedes e Guedes (1997) salientam para a necessidade em apresentar evidências ou atitudes que afastem ao máximo os fatores de risco que possam provocar doenças. Ao se admitir que muitos sintomas de algumas doenças são consequências de estágios mais avançados de maus hábitos de saúde, não se pode considerar, por exemplo, que crianças e adolescentes, ao apresentarem índices de crescimento aquém do esperado, ou quantidades de gordura não compatíveis com os limites admissíveis, possam demonstrar um status de saúde satisfatório apenas porque, no momento, não estariam apresentando nenhum sintoma de qualquer tipo de doença.

Conclusões

    Os resultados obtidos em função dos objetivos permitem as seguintes conclusões:

  • O nível de crescimento físico das crianças e adolescentes que participam do Programa Segundo Tempo encontram-se adequadas, de acordo com os parâmetros referenciados pelas Curvas de Crescimento da NCHS (National Center for Health Statistics) CDC (Centers for Disease Control and Prevetion) apud GUEDES e GUEDES (2006).

  • O IMC dos avaliados apresentou média classificada em satisfatória, em que todos os grupos foram considerados eutróficos, conforme os parâmetros desenvolvidos pela OMS (2007).

  • Em relação ao %G os grupos ficaram classificados em nível ótimo, de acordo com a classificação de LOHMAN (apud PETROSKI, 1999, p. 124).

Referências

  • BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. Trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. 9 ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.

  • CALMIN, Bianka; FRANCISCHINI, Sylvia do Carmo Castro; PRIORI, Silvia Eloiza. Tendência secular do crescimento em adolescentes do sexo masculino: ganho estatural e ponderal, estado nutricional e sua relação com a escolaridade. Departamento de Nutrição e Saúde. Campus da Universidade Federal de Viçosa. Viçosa-MG, 2005.

  • FARIAS, Edson dos Santos; SALVADOR, Maria R. D. Antropometria, Composição Corporal e Atividade Física de Escolares. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. 2005;7(1):21-29. Disponível em: www.periodicos.ufsc.br/index.php/rbcdh/article/download/

  • GALLAHUE, David L.; DONNELLY, Frances Cleland. Educação física desenvolvimentista para todas as crianças. 4 ed. São Paulo: Phorte, 2008.

  • GALLAHUE, David L.; OZMUN, John C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3 ed. São Paulo: Phorte, 2005.

  • GUEDES, Dartagnan Pinto; GUEDES, Joana Elizabete Ribeiro Pinto. Manual prático para avaliação em Educação Física. 1 ed. São Paulo: Manole, 2006.

  • MACHADO, Carla C. B., LUCAS, Adriana., PIMENTEL, Áurea O.L., et al. Avaliação antropométrica de crianças de uma creche de Trindade, Goiás. Vita et Sanitas, Trindade/Go, v. 2, n . 02, 2008.

  • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE – OMS (2007). Disponível em: nutricao.saude.gov.br/sisvan.php?conteudo=curvas_cresc_oms

  • NIEMAN, David C. Exercício e saúde: como prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. 1 ed. São Paulo: Manole, 1999.

  • PETROSKI, Edio Luiz. Antropometria: técnicas e padronizações. Porto Alegre: Palloti, 1999.

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