Caracterização do consumo e
conhecimento sobre o uso de suplementos Caracterización del consumo y conocimiento sobre el uso de suplementos nutricionales por parte de asistentes a un gimnasio en el municipio de Santo André, Sao Paulo |
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*Discentes do curso de Nutrição do Centro Universitário São Camilo **Nutricionista pós graduanda em Nutrição Esportiva pela Universidade Gama Filho e em Atividade Física, Exercício Físico e Aspectos Psicobiológicos pela Universidade Federal do Estado de São Paulo - UNIFESP ***Nutricionista Docente do curso de Nutrição do Centro Universitário São Camilo Mestre em Ciências Aplicadas à Cardiologia pela Universidade Federal do Estado de São Paulo, UNIFESP |
Adriana da Rocha Zanardo* Lais Barbosa Azevedo* Daniele Ramos Caparros** Alessandra Paula de Oliveira Nunes*** (Brasil) |
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Resumo Inicialmente o uso dos suplementos era voltado para a melhora do desempenho apenas de atletas profissionais, hoje em dia, se tornou uma ferramenta essencial para quem deseja melhorar a performance ou busca meios rápidos de alcançar a forma estética desejada. O objetivo do estudo foi caracterizar o consumo e o conhecimento sobre o uso de suplementos nutricionais por frequentadores de uma academia. Foram entrevistados por meio de um questionário 33 indivíduos entre 19 e 60 anos. Os suplementos mais consumidos pela população do estudo foram: whey protein, BCAA e maltodextrina, o que pode ser decorrente do objetivo de hipertrofia, observado na maioria dos entrevistados. Tendo em vista os suplementos consumidos e os objetivos aferidos, pode-se afirmar que os voluntários detêm de conhecimentos sobre os suplementos que ingerem. Unitermos: Suplemento nutricional. Academia. Atividade física.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 173, Octubre de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O melhor condicionamento físico e a estética imposta pela sociedade e a mídia, têm levado as pessoas de todas as idades a praticar algum tipo de exercício. Com isso, a aderência às academias é cada vez maior (MOYA et al., 2009; NASCIMENTO; JOÃO, 2009).
A academia de ginástica é um local onde a prática de exercícios físicos normalmente não tem vínculos profissionais com o esporte. É um ambiente onde a cobrança pelo perfil estereotipado, como o corpo magro, com baixo teor de gordura e elevada porcentagem de massa muscular, é muito grande (HIRSCHBRUCH; FISBERG; MOCHIZUKI, 2008).
Segundo Moya e colaboradores (2009), há indivíduos que frequentam as academias por motivos e fatores variados. Entretanto, são normalmente pessoas que querem alcançar suas metas no menor tempo possível e para isso exercitam-se de maneira exaustiva, e além do exercício e da dieta, utilizam de recursos auxiliares, como os suplementos alimentares (SZUCK; SALGUEIROSA; VENTURI, 2011; JESUS; SILVA, 2008).
A Anvisa (2010) define suplementos como “alimentos especialmente formulados para auxiliar os atletas a atender suas necessidades nutricionais específicas e auxiliar no desempenho do exercício”.
A venda de suplementos alimentares é cada vez maior nos EUA. No ano de 1996 este mercado ultrapassou 6,5 bilhões de dólares. Estima-se que o número aumentou consideravelmente nos dias de hoje. No Brasil os números não devem ser diferentes, já que em 2003 observou-se uso abusivo de suplementos alimentares entre atletas e praticantes de atividade física, e no ano de 2009 o crescimento do consumo foi contínuo, porém, com uma inspeção mais rigorosa das autoridades responsáveis pela regulamentação e fiscalização do comércio legal e ilegal destas substâncias em nosso país (ZIMBERG et al., 2012; HERNANDEZ; NAHAS, 2009).
O consumo de suplementos por praticantes de atividade física ainda não possui estudos conclusivos, principalmente pelo constante aparecimento de novos produtos no mercado (CARVALHO; ORSANO, 2010). Há inúmeros suplementos, diversas marcas para vários fins como aumentar o tecido muscular, minimizar os efeitos da fadiga e reduzir a gordura corporal. São apresentados aos consumidores como método de obter resultados “imediatos” (JESUS; SILVA, 2008; NASCIMENTO; JOÃO, 2009).
A falta de legislação rigorosa, que restrinja a compra de suplementos apenas com a apresentação de receituário de um profissional autorizado, associado à imagem do corpo perfeito e ao marketing dos suplementos parecem ser fatores que incentivam aumento do consumo (MOYA et al., 2009).
Inicialmente o uso dos suplementos era voltado para a melhora a desempenho apenas dos atletas profissionais, hoje em dia ele se tornou uma ferramenta essencial para quem deseja melhorar desempenho esportivo ou busca meios mais rápidos de alcançar a forma estética desejada (SARMENTO; BALLEIRO, ZARZUELA, 2009).
Seu uso cada vez mais comum, principalmente os suplementos proteicos-energéticos, é motivado na maioria das vezes pelo anseio ao ganho de massa muscular (GOMES et al., 2008).
São poucas as pessoas que usam os suplementos com recomendação de nutricionistas ou profissional habilitado como estabelece a lei 8.234. Normalmente utilizam por indicação do dono da academia, do profissional de Educação Física, de amigos ou por auto prescrição, podendo prejudicar-se com o uso indevido (SZUCK; SALGUEIROSA; VENTURI, 2011). Os consumidores devem ser conscientizados de que o consumo além dos níveis recomendados não aumentará a eficácia do produto (HERNANDEZ; NAHAS, 2009). Sem uma correta prescrição, o suplemento ao invés de proporcionar efeitos benéficos poderá causar efeitos prejudiciais à saúde do consumidor, podendo ser desde efeitos leves e reversíveis até extremamente graves (DOMINGUES; MARINS, 2007).
Tendo em visto o exposto, o objetivo do presente estudo foi caracterizar o consumo e o conhecimento sobre o uso de suplementos nutricionais por frequentadores de uma academia no município de Santo André no estado de São Paulo, Brasil.
Metodologia
Amostra experimental
A coleta de dados ocorreu entre os meses de abril e maio de 2012, sendo que foram entrevistados 33 indivíduos (25 do gênero masculino e 8 gênero do feminino), escolhidos de forma aleatória, entre 19 e 60 anos, frequentadores da academia de ginástica de um clube localizado no município de Santo André, SP. Como critérios de inclusão foram considerados indivíduos frequentadores da academia (independente de há quanto ou frequência de ida para o local), e que consumiam algum tipo de suplemento. O convite aos praticantes foi feito verbalmente e após esclarecimentos sobre a metodologia e os objetivos do trabalho, os mesmos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
Instrumento
Foi desenvolvido um instrumento de coleta de dados composto por um questionário com questões fechadas, sendo preenchido pelos avaliadores. O questionário continha questões pessoais (gênero, idade, grau de escolaridade); questões voltadas ao hábito da prática de exercício físico (frequência de prática e objetivo); e consumo atual de suplementos alimentares (tipo, tempo de uso, objetivo, indicação e julgamento da eficácia).
Coleta de dados
Os frequentadores da academia foram abordados diretamente de forma aleatória em diferentes horários e dias da semana.
Tabulação de dados
Após a coleta, os dados obtidos foram tabulados para serem posteriormente analisados em forma de gráficos.
Resultados
Em relação ao gênero, a amostra foi predominantemente composta por indivíduos do gênero masculino, representando cerca de 75,8% do total (n=33), contra 24,2% do gênero feminino.
Gráfico 1. Distribuição do nível de escolaridade da amostra. Santo André, 2012.
Aproximadamente 82% da amostra está cursando ou já concluiu o ensino superior (Gráfico 1), e não houve diferenças significativas no que diz respeito à idade, visto que o consumo de suplementos foi verificado em quase todas as idades da faixa etária determinada para o estudo, sendo que a média foi 30,75 anos.
Em relação frequência de ida a academia, foram referidos: 3% 2 vezes/semana, 9,1% 3 vezes/semana, 18,2 4 vezes/semana, 33,3% 5 vezes/semana, 30,6% 6 vezes/semana e 6,1% 7 vezes/semana.
Com relação ao tempo destinado ao treinamento, 39,4% responderam que treinavam entre 1h e 1h30min e 1h30min e 2h.
A questão que abordava os objetivos de treinamento era composta por alternativas que abriam margem para mais de uma resposta. Por essa razão, os dados foram tabulados na forma de gráfico (Gráfico 2).
Gráfico 2. Objetivos do exercício físico e seus respectivos valores de citação no estudo. Santo André, 2012
No que diz respeito ao uso de suplementos, foi possível verificar na população estudada o consumo de: maltodextrina, glutamina, albumina, creatina, caseína, pré-workout, bebidas esportivas, whey protein (proteína do soro do leite), arginina, carboidrato em gel, BCAA (aminoácidos de cadeia ramificada), óleo de cártamo, hipercalóricos, cafeína (Gráfico 3). Não foram citados por nenhum participante o consumo dos seguintes suplementos apresentados no questionário do estudo: carnitina, ervas, ribose e dextrose.
Gráfico 3. Suplementos relatados no estudo e seu respectivo número de consumidores. Santo André, 2012
Como é possível observar no gráfico, os suplementos mais consumidos pela população do estudo foram: whey protein (69,7%), BCAA (36,4%) e maltodextrina (33,3%), e os menos utilizados foram caseína (3%) e hipercalóricos (3%).
Pelo fato de haver uma diferença significativa entre o consumo de suplementos, as próximas análises serão baseadas nos três produtos mais consumidos, ou seja, whey protein, BCAA e maltodextrina.
Os entrevistados responderam qual era o(s) objetivo(s) da utilização do suplemento que referia tomar. Dessa maneira, verificou-se que o gênero masculino (45,5%) ingerem o whey protein com os seguintes objetivos: hipertrofia (66,7%), definição (40%), manutenção do peso (26,7%), qualidade de vida (20,0%), rendimento (20,0%), emagrecimento (6,7%) e outros (6,7%). Não foi relatado o consumo de whey protein com o objetivo de condicionamento físico e/ou cardiovascular (Gráfico 4).
Ainda tratando-se do gênero masculino, observou que os principais objetivos para o consumo de BCAA foram (n=8): hipertrofia (62,5%) e rendimento (50,0%). O item definição foi citado por 25,0% dos participantes, e emagrecimento, manutenção do peso, qualidade de vida, condicionamento físico e/ou cardiovascular não foram citados por nenhum indivíduo (Gráfico 4).
O consumo de maltodextrina foi relatado por 11 indivíduos do gênero masculino, e o principal objetivo foi rendimento (42,9%). Os objetivos manutenção do peso, definição, hipertrofia e outros tiveram a mesma porcentagem (14,3%), e nenhum participante relatou consumir o suplemento para emagrecimento, qualidade de vida e condicionamento físico e/ou cardiovascular (Gráfico 4).
Gráfico 4. Objetivos de consumo do gênero masculino dos suplementos whey protein, BCAA e maltodextrina. Santo André, 2012
O gênero feminino relatou ingerir whey protein (n=8) principalmente com o objetivo de hipertrofia (62,5%), sendo seguido de definição, rendimento e outros (25,0%). Não foram citados os objetivos emagrecimento, manutenção do peso, qualidade de vida e condicionamento físico e/ou cardiovascular (Gráfico 5).
O consumo de BCAA ocorreu por 4 mulheres, e o objetivo mais relatado foi definição (50,0%). Hipertrofia, rendimento, condicionamento físico e/ou cardiovascular e outros foram citados por 25,0% da amostra feminina. Não foram citados os objetivos emagrecimento, manutenção do peso e qualidade de vida (Gráfico 5).
Em relação à ingestão de maltodextrina, 100% da amostra feminina relataram consumir o suplemento para melhorar o rendimento. Os outros objetivos não foram citados por nenhuma participante (Gráfico 5).
Gráfico 5. Objetivos de consumo do gênero feminino dos suplementos whey protein, BCAA e maltodextrina. Santo André, 2012
Sobre as principais fontes de indicação dos suplementos em ambos os gêneros, foi possível observar que o produto whey protein (n=23) foi predominantemente consumido por autoindicação (43,5%), sendo seguido de indicação por nutricionista (30,4%), professor da academia (17,4%) e amigos (8,7%). Orientação por médico não foi relatado em nenhum dos três suplementos (Gráfico 6).
BCAA (n=12) assim como whey protein, foi mais consumido por autoindicação (33,3%), tendo em seguida indicação por nutricionista (25,0%), amigos (16,7%), professor da academia (16,7%) e vendedor de loja (8,3%) (Gráfico 6).
O suplemento maltodextrina (n=11) foi orientado para a maioria dos participantes por nutricionista (45,5%). Professor da academia apareceu em 27,3% dos relatos, autoindicação 18,1% e vendedor de loja de suplementos 9,1%. Como já foi referido, não houve indicação de consumo por médico e por amigos (Gráfico 6).
Gráfico 6. Distribuição percentual das fontes de indicação para o consumo dos suplementos mais citados em ambos os gêneros. Santo André, 2012
O critério de seleção para compra dos suplementos mais utilizados pela amostra do estudo pode ser analisado no gráfico 7. Para o suplemento whey protein (n=23), 52,2% dos consumidores escolheram o produto pela marca e 47,8% por outros motivos (Gráfico 7).
Da mesma forma ocorreu com BCAA (n=12), o qual foi adquirido principalmente pela marca (75,0%), e por outras considerações (25,0%) Preço não foi citado para os suplementos whey protein e BCAA (Gráfico 7).
Maltodextrina foi selecionado por outros motivos (54,5%), marca (36,4%) e preço (9,1%) (Gráfico 7).
Gráfico 7. Critério de seleção para compra dos suplementos mais consumidos em ambos os gêneros. Santo André, 2012
Discussão
Constatou-se que o gênero masculino utiliza mais suplementos do que o gênero feminino, 75,8% e 24,2%, respectivamente. Este resultado vai ao encontro de outros estudos, como o de Paula e Scheid (2009) que mostram que os indivíduos do gênero masculino são os maiores consumidores de suplementos.
Foi verificado que o grau de escolaridade dos entrevistados foi semelhante ao de outros estudos, onde mais da metade da amostra está cursando ou já concluiu o ensino superior (Gráfico 1), em concordância com Barbeiro et al (2010) e Szuck, Salgueirosa e Venturi (2011).
No presente estudo, as idades variaram entre 18 e 60 anos, amostra semelhante ao estudo de Espínola, Costa e Navarro (2008), o qual variou entre 18 e 52 anos.
Um estudo realizado em Teresina, por Carvalho e Orsano (2010) mostrou que a frequência de ida a academia mais relatada foi de 5 vezes por semana e duração de 60 a 90 minutos, assim como em nosso estudo no qual a frequência foi de 5 a 6 vezes por semana e a duração foi de 1h e 1h30min e 1h30min e 2h. Levando em consideração este dado, pode-se sugerir que são indivíduos ativos e que tem suas necessidades nutricionais aumentadas, por essa razão é importante ter um profissional qualificado para avaliar essas necessidades bem como o uso ou não de suplementos.
A partir dos resultados, verifica-se um consumo elevado especialmente dos suplementos protéico-energéticos, o que pode ser decorrente do objetivo de hipertrofia, observado na maioria dos entrevistados (Gráfico 2). Esta relação entre o consumo de suplemento e o objetivo também foi encontrada por Brito e Liberali (2012) em um estudo realizado em uma academia na Bahia.
Como citado anteriormente, os principais objetivos do gênero masculino do consumo dos suplementos whey protein, BCAA e maltodextrina foram: hipertrofia, hipertrofia e rendimento, respectivamente. O estudo de Albino, Campos e Martins (2009) relatou que os maiores consumidores de suplementos são homens e os praticantes de musculação em virtude dos objetivos de ganho de massa muscular e desempenho físico. Foi possível chegar a essa conclusão por meio dos relatos dos participantes, os quais afirmaram usar suplementos para aumento de energia e desempenho, razão que pode justificar o maior consumo de aminoácidos e suplementos proteicos.
Resultados similares foram encontrados no estudo de Espínola, Costa e Navarro (2008), os quais relataram que atualmente a procura crescente por suplementos com o objetivo de hipertrofia muscular reflete o desejo dos frequentadores de academia em obter este resultado, pois foi o motivo mais citado para práticas de atividade física.
De acordo com a literatura, sabe-se que os preparados protéicos são os suplementos alimentares mais consumidos, principalmente as proteínas do soro do leite e albumina. As proteínas do soro do leite, também conhecidas como whey protein, são obtidas após a extração da caseína do leite desnatado e possui alto valor nutricional, grande quantidade de aminoácidos essenciais e de cadeia ramificada, alto teor de cálcio e peptídeos bioativos do soro. Seus efeitos biológicos resultam em aumento da síntese proteica muscular, redução de gordura corporal em função do alto teor de cálcio e alta concentração de glutationa, fazendo com que a ação dos antioxidantes diminua no músculo esquelético e a insulina plasmática aumente, favorecendo a captação de aminoácidos para o interior da célula muscular (ALVES; LIMA, 2007).
Portanto, pode-se afirmar que os participantes do gênero masculino têm conhecimento dos efeitos das substâncias que tomam, pois os objetivos de consumo mais citados estão de acordo com os efeitos que os suplementos podem gerar. Porém vale ressaltar que as necessidades de proteínas para aumento de massa muscular dependem de fatores genéticos, intensidade e frequência do exercício, repouso após o treino, e de outros fatores dietéticos, como a ingestão adequada de carboidratos (ESPÍNOLA; COSTA; NAVARRO, 2008).
Em relação aos participantes do gênero feminino, seus principais objetivos para a utilização dos suplementos whey protein, BCAA e maltodextrina foram: hipertrofia, definição e rendimento, respectivamente. O estudo de Hirschbruch, Fisberg e Mochizuki (2008) mostrou que o principal objetivo das mulheres é o controle de peso em razão da supervalorização da magreza e da forma física. Cantori, Sardie e Navarro (2009), afirmaram que o ganho de massa muscular é indicado por 58,3% dos voluntários que ingerem suplementos protéicos. Além disso, o suplemento maltodextrina em seu estudo foi o segundo mais consumido, e com a finalidade de aprimorar o rendimento.
Considerando que cada vez mais pesquisadores relatam os benefícios do desempenho quando o atleta consome carboidratos antes e durante a prática de exercícios, é possível concluir que as voluntárias detêm de conhecimentos sobre os suplementos que ingerem tendo em vista que os mesmos estão relacionados com os objetivos referidos.
A utilização de suplemento decorre principalmente por autoindicação (Gráfico 6), ou seja, sem respaldo técnico para conduta. Distinto de outros estudos onde a indicação do suplemento foi feita, na maioria das vezes, por professores de Educação Física (ALVES; NAVARRO, 2010; NACIF et al., 2006).
O critério de escolha mais citado pelos participantes foi a marca (Gráfico 7), sendo que alguns voluntários alegaram usar este critério pois as marcas mais conhecidas são as que fornecem o melhor resultado. A literatura neste quesito é escassa, pois não foi encontrado nenhum estudo que relatasse sobre o critério de escolha.
Por meio dos dados apresentados, é possível que afirmar a prescrição de suplementos se diferenciou de outros estudos a qual era predominantemente feita por professores de Educação Física, e no presente trabalho, a autoindicação foi a mais relatada. O profissional nutricionista foi o segundo mais aferido, porém, vale ressaltar a importância do trabalho deste profissional para orientar essa população sobre a forma adequada de realizar a suplementação, se realmente esta prática for necessária.
Conclusão
Pode-se concluir que homens e mulheres do presente estudo consomem suplementos de acordo com seus objetivos, mostrando que eles têm um conhecimento prévio sobre o assunto. O uso de suplementos nas academias é uma realidade nos dias de hoje, por essa razão é necessário conscientizar a população sobre a o consumo de forma segura, ou seja, por meio de prescrição de profissionais capacitados – médicos ou nutricionistas – para que não haja riscos à saúde de quem deseja melhorar a forma física, o desempenho ou a qualidade de vida.
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