Características antropométricas
de praticantes Características antropométricas de practicantes de actividades acuáticas de Toledo, PR |
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Docentes do curso de Educação Física da Universidade Paranaense, UNIPAR Campus Toledo, PR (Brasil) |
Dcheimy Janayna Baessa Aline Miranda Strapasson |
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Resumo O objetivo deste estudo foi analisar as características antropométricas de praticantes de atividades aquáticas no município de Toledo-PR. Os resultados obtidos foram analisados através de referências bibliográficas que foram de grande relevância na pesquisa como método de análise, e o tratamento dos dados obtidos através da verificação da composição corporal foi utilizado a Tática Drinkwater (Drinkwater & Ross, 1980) que visa o fracionamento da massa corporal total (MCT) em quatro compartimentos: massa gorda; massa óssea, massa muscular; e massa residual, concluindo com a descrição das dimensões físicas dos avaliados por meio da caracterização antropométrica e, então, acessamos a importância relativa dessas dimensões corporais. Essa análise ajudou a quantificar a importância das estruturas corporais características e sugerir vantagens funcionais para os praticantes de atividades aquáticas. Unitermos: Atividades aquáticas. Antropometria. Composição corporal.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 173, Octubre de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Os fatores de risco para a saúde têm aumentado em ritmo acelerado, devido a atual condição de vida, na qual a jornada de trabalho é mais intensa, há uma maior incidência do sedentarismo, menos tempo para o lazer, má alimentação, o transtorno de suportarem altos níveis de estresse, além de hábitos prejudiciais a saúde, como tabagismo, alcoolismo e noites mal dormidas. Em decorrência desses hábitos nada saudáveis, surgem também as distorções em relação ao corpo ideal sustentada e desvirtuada pela mídia.
E é nesse contexto que a atividade física entra como alternativa para melhorar o nível de qualidade vida dessas pessoas. Em busca da saúde, considerando fatores como o emagrecimento, melhora ou recuperação de doenças e anomalias, lazer e a elevação da auto-estima.
No exercício físico, neste trabalho representado pelas atividades aquáticas (hidroginástica, hidrojump e natação - acompanhada do biribol e basquete aquático como atividades complementares) os objetivos não são diferentes e foi baseada nessas necessidades que foi feito essa pesquisa.
O objetivo deste estudo foi analisar as características antropométricas de praticantes de atividades aquáticas no município de Toledo-PR.
2. Fundamentação teórica
2.1. Antropometria
A avaliação física deve preceder todo e qualquer tipo de programa de exercícios físicos. É de fundamental importância e não existe programa de exercícios físicos sérios, sem esta parte inicial. É essencial, não só para que sejam verificados possíveis problemas de saúde de ordem geral, bem como, para verificar a evolução do indivíduo no pós-teste. Guedes e Guedes (1998, p.200), afirmam que “uma prescrição de exercícios físicos, segura e efetiva, esta alicerçada em informações prévias que possa traduzir o estado presente do individuo”.
Segundo Gobbo et al. (2002, p.08), “muitas dessas características antropométricas são moduladas pela hereditariedade, pelo treinamento físico, por aspectos nutricionais, dentre outros fatores que podem contribuir acentuadamente”.
Dentre as preocupações em relação à avaliação antropométrica, a verificação da gordura corporal, variável que apresenta grande relação com fatores de risco, é a mais focada, levando em consideração que, como afirmado na coleta de dados, a saúde é o grande objetivo dos adeptos aos projetos de prática de atividades aquáticas, podemos confirmar através da seguinte afirmação que
é provável que os maiores riscos à saúde cardiovascular e metabólica, associados à composição corporal, estejam mais intimamente ligados à distribuição de gordura corporal do que aos altos níveis de gordura corporal em si ou aos excessos de massa. A massa, a massa relativa e o índice de composição corporal (IMC) são todos indicadores de massa e amplamente valiosos, uma vez que refletem a gordura total (NORTON; OLDS, 2005, p. 349).
Para toda coleta deve-se utilizar uma forma de tratamento de dados. A Tática de Drinkwater (DRINKWATER; ROSS, 1980) é tida como francionamento da Massa Corpora Total em quatro compartimentos, sendo Massa Gorda, Massa Muscular, Massa Óssea e Massa Residual. E assim garante uma maior confiabilidade em relação à sua validade.
Uma vez calculadas as massas dos quatro compartimentos e somando-as, esperamos encontrar um valor próximo da massa corporal do individuo, aceitando-se convencionalmente um erro máximo de 5%, sendo que quando encontramos erros superiores a este percentual, podemos supor que houve erro de medida ou que a técnica não é adequada para o individuo avaliado (COSTA, 1999, p. 45).
E é a partir de uma boa e confiável avaliação antropométrica que se estrutura todo um programa de treinamento.
2.2. Atividades Aquáticas
A prática regular de exercícios físicos vem sendo considerada como um dos métodos mais eficazes tanto para a prevenção de doenças, quanto para a manutenção e promoção da saúde. Essa eficácia, para ser alcançada, deve obedecer a certos fundamentos do treinamento físico, deixando assim, de ser uma atividade meramente usual para tornar-se uma prática organizada, com objetivos pré-definidos. Assim a atividade física passa a ser denominada exercício físico, obedecendo aos fundamentos do treinamento desportivo, os quais podem ser divididos principalmente em intensidade, freqüência e duração.
Bento, Casagrande e Lick (2006) esclarecem que a atividade física regular é importante na prevenção de diversas doenças e também auxilia no controle do peso e diminuição da gordura corporal, pois existe uma associação entre o excesso de gordura corporal e inúmeras doenças da era moderna como: doenças cardiovasculares, renais, digestivas, diabetes, problemas hepáticos e ortopédicos.
Frente ao grande repertório de exercícios físicos para o movimento humano, as atividades aquáticas, com destaque para a natação, foi reconhecida na antigüidade pelos gregos, como uma das melhores formas de promover o desenvolvimento físico. Segundo Guedes e Guedes,
a natação apresenta duas características que podem ser especialmente interessantes ao programas de controle de peso corporal. Primeiro, o efeito da flutuabilidade no meio aquático reduz a sobrecarga articular e a segunda característica favorável é o calor especifico e a termocondutividade mais elevada da água, o que aumenta a capacidade de dissipação do calor corporal produzido pelo exercício físico e oferece oportunidade de suportar trabalho muscular em níveis mais elevados que na terra. (1998, p.210).
Outra atividade que vem ganhando gradativamente o espaço nas academias, como forma de manutenção da saúde e lazer, é a hidroginástica, atividade que utiliza acompanhamento musical, pode ser feita com ou sem utilização de materiais, que tenham como objetivo a sobrecarga. Uma das suas grandes vantagens é que o praticante não precisa, necessariamente, saber nadar.
Para Guedes e Guedes (1998) a hidroginástica é representada por exercícios realizados com o indivíduo parcialmente submerso na água, diversos movimentos de calistenía, caminha e saltos, realizados com menor sobrecarga articular.
3. Metodologia
Para realização desta pesquisa foram convidados todos os alunos adultos, compreendidos acima de 18 anos, de uma academia de atividades aquáticas de Toledo-PR. A participação foi por adesão ao projeto. A pesquisa foi realizada com n=32 indivíduos, com média de idade de 39,4 anos (dp 14,5), sendo 84,4% do gênero feminino e 15,6% do gênero masculino, destes, 59,4% dos avaliados praticavam Natação, 28,1% Hidroginástica e 21,9% Hidrojump, esclarecendo que alguns dos voluntários avaliados praticam duas das atividades oferecidas.
Os dados foram coletados através da aplicação de anamnese e avaliação antropométrica, na qual foi utilizado a Tática Drinkwater (DRINKWATER; ROSS, 1980) que visa o fracionamento da massa corporal total (MCT) em quatro compartimentos: massa gorda; massa óssea, massa muscular; e massa residual. Foram mensurados: Peso, estatura, 06 dobras cutâneas, 04 perímetros e 08 diâmetros, aferidos com:
01 balança digital da marca Plenna, com precisão de 100g;
01 Estadiômetro de madeira;
01 Trena antropométrica metálica da marca Sanny®;
01 Adipômetro da marca Cardiomed, Modelo Cescorf, com precisão de 0,01 mm.
01 Paquímetro ósseo pequeno da marca WCS®;
01 Paquímetro ósseo grande da marca WCS®.
Todos os indivíduos foram avaliados descalços, vestindo apenas trajes de banho (sunga e biquíni).
4. Resultados e discussão
Das variáveis que referenciavam aos objetivos da prática da atividade 100% afirmaram como sendo a saúde, o lazer foi a opção de 50% e a estética 37,5% dos avaliados, e não houve nenhum apontamento a favor do condicionamento (treinamento) como sendo importante.
Outra verificação foi em relação ao fato dos avaliados praticarem outras atividades físicas que não as aquáticas. 62,5% afirmaram e apontaram como atividades extras praticadas: caminhada, corrida, musculação, dança, futebol, balé e jump de sala. Os outros 37,5% praticam apenas as atividades aquáticas.
Na análise dos fatores de risco para a saúde em nível de histórico familiar de doenças, os avaliados apontaram como sendo o mais incidente as Doenças Cardíacas com 46,9% dos apontamentos, seguido pelo Câncer com 34,4% e a Diabetes, 31,2%.
No quadro 1, serão apresentadas as informações referentes aos dados antropométricos dos avaliados, de ambos os gêneros.
Verificou-se a Estatura (cm), que para o sexo feminino foi de 164,3 cm e para o sexo masculino, 174 cm. Em relação ao peso (Kg) foram encontrados 60,5 Kg e 76,9 Kg, para os sexos feminino e masculino, respectivamente. Esses dados foram demonstrados através do Gráfico 1.
Gráfico 1. Referente à estatura e peso dos gêneros feminino e masculino
Conforme demonstrado no Gráfico 2, os resultados das características gerais encontrados para o sexo feminino foram de 95,2% para a Massa Corporal Total, apresentando os valores dos componentes que justificaram esse valor, sendo: Massa Gorda 21,6%; Massa Muscular 34,5%; Massa Óssea 13,1%; e Massa Residual com 26%.
Gráfico 2. Referente aos dados da massa corporal total e seus compartimentos do gênero feminino
No Gráfico 3, é visualizado os valores referentes às características gerais dos praticantes de atividades aquáticas do sexo masculino. Este grupo apresentou considerável variação nos resultados em relação ao grupo feminino, sendo: Massa Corporal Total 95,2%; Massa Gorda 15%; Massa Muscular 40%; Massa Óssea 13,4%; e Massa Residual 26,8%.
Gráfico 3. Referente aos dados da massa corporal total e seus compartimentos do gênero masculino
Em análise feita aos resultados explanados nos Gráficos nº 2 e 3, constatou-se considerável diferença encontrada nos valores que representa as variáveis mensuradas. Em relação à Massa Corporal Total foi encontrado o mesmo valor para os dois grupos, estando o mesmo num patamar desejado, já que essa tática de avaliação aceita um erro máximo de 5%, comprovando que a técnica que tem como referência o enquadramento de indivíduos unissex e arbitrária.
Em relação à Massa Gorda é possível verificar uma diferença de 6,6% entre os dois sexos, considerando que o sexo feminino tem maior concentração de tecido adiposo. Segundo Maglischo,
o estrogênio desenvolve características sexuais secundárias na mulher. Em decorrência dessas alterações, a mulher média, quando comparada ao homem médio, tem 13 cm menos de altura e é 14 a 18 Kg mais leve. Seu peso corporal magro é inferior em cerca de 18 a 22 Kg e tem mais 3 a 6 Kg de gordura (1999, p.254).
Outra variável que apresentou diferença significativa entre os sexos foi a da Massa Muscular, 5,5%. , também justificada pelas diferenças anatômicas entre os sexos. Já nas outras duas variáveis, Massa Óssea e Massa Residual a diferença não foi significativa.
5. Conclusão
Obtivemos através das coletas de dados descrição das dimensões físicas dos avaliados por meio da caracterização antropométrica e, então, acessamos a importância relativa dessas dimensões corporais. Essa análise ajudou a quantificar a importância das estruturas corporais características e sugerir vantagens funcionais para os praticantes de atividades aquáticas.
Espera-se que essa pesquisa possa ser aprofundada e que mais estudos sejam desenvolvidos acerca da importância das atividades aquáticas no contexto da saúde, além da visualização das modificações das variáveis da composição corporal, possivelmente, modificadas pela prática de atividades aquáticas.
Bibliografia
BENTO, P.C.B, CASAGRANDE, C.M.Z., LICK, V.L.C. Adiposidade, padrão de distribuição de gordura e níveis de atividade física em atletas de natação com mais de 50 anos. XIII Simpósio de Educação Física e Desportos do Sul do Brasil, 09 A 12 de agosto de 2001.
COSTA, Roberto Fernando da. Avaliação da Composição Corporal. Santos-SP, FGA Multimídia, 1999. CD-ROM.
GOBBO, L.A., PAPST, R.R., CARVALHO, F.O., SOUZA, C.F.,CUATTRIN, S.A. e CYRINO, E.S. Perfil antropométrico da seleção brasileira de canoagem. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, V.10(1)07-12, 2002.
GUEDES, D.P.GUEDES, E.R.P. Controle do Peso Corporal – Composição Corporal, Atividade Física e Nutrição. Londrina – PR: Midiograf, 1998.
MAGLISCHO, Ernest W. Nadando Ainda mais Rápido. 1ª ed. Brasileira. São Paulo – SP: Manole, 1999.
NORTON, K. OLDS, T. Antropométrica. Porto Alegre – SC: Artmed, 2005.
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