Análise da capacidade funcional
de membros Análisis de la capacidad funcional de miembros inferiores en personas mayores que usualmente realizan actividad física |
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*Bacharel em Educação Física. Universidade Federal de Viçosa Especialista em envelhecimento. Universidade Cândido Mendes Especialista em Atenção Básica e Saúde da Família. Universidade Federal de Minas Gerais Prefeitura Municipal de Ponte Nova. Minas Gerais **Bacharel em Educação Física. Universidade Federal de Viçosa |
Rogério Moreira Campos Júnior* Lucas Lopes Faraci** (Brasil) |
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Resumo O propósito do presente estudo foi analisar a capacidade funcional de membros inferiores em idosos que participam regularmente de grupos de atividades física. Foram avaliados 145 participantes do Projeto “Saúde em Movimento”, oferecido pela Secretaria Municipal de Saúde no município de Ponte Nova – MG, por meio do teste “Levantar da cadeira”. A média dos participantes foi de 8,6 repetições executadas corretamente, com desvio-padrão de 2,5 repetições. Pode se observar com os resultados obtidos uma nítida perda de força muscular em decorrência da idade, e pretende-se a partir de estudo procurar formas de retardar esse déficit. Unitermos: Envelhecimento. Capacidade funcional. Testes. Idosos. Membros inferiores. Resistência de força.
Abstract The purpose of this study was to analyze the functional capacity of the lower limbs in elderly people who regularly participate in physical activity groups. We assessed 145 participants of the "Saude em Movimento", offered by the Municipal Health Department in the municipality of Ponte Nova - MG, and the test chosen was the "Raise the chair test”. The participants' average was 8.6 repetitions performed correctly, with a standard deviation of 2.5 repetitions. It can be observed with the results a clear loss of muscle strength due to age, and we intend to study from finding ways to slow down this deficit. Keywords: Aging. Functional capacity tests. Elderly. Lower limbs. Strength endurance.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 173, Octubre de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
No Brasil , assim como em outros países, a expectativa de vida vem se elevando bruscamente, e o envelhecimento da população já se mostra uma realidade em nossa sociedade. Dentre outras inúmeras razões relevantes podemos destacar a evolução da ciência e a descoberta de métodos terapêuticos, além de técnicas de diagnostico cada vez mais precisas que atuam na cura e/ou controle de morbidades que no passado eram letais. Essa soma de fatores nos leva a um quadro de aumento da longevidade populacional (ALVES et.al., 2008).
Com o aumento da expectativa de vida e do número da população idosa mundial surgem as preocupações das autoridades de saúde com as melhorias das condições de vida desta população. Uma questão de fundamental importância em relação a essas melhorias é a manutenção ou até o aumento da capacidade funcional dos idosos, que tende a diminuir com o passar dos anos. Segundo TAVARES et al (2009), a perda da capacidade funcional pode ser decorrente dos seguintes aspectos: redução da acuidade visual, diminuição da força muscular (principalmente pela perda das fibras do tipo II), redução da flexibilidade, redução da propriocepção, do uso de algum medicamento prolongado, e da própria inatividade física, mesmo que seja em atividades da vida diária (AVD).
É importante a realização de testes que avaliem a capacidade funcional dos idosos de forma que, a partir destes, se possa fazer uma intervenção eficaz e individualizada para que cada paciente tenha o tratamento e a evolução que necessita. Dentre os diversos testes funcionais disponíveis temos o “Teste de Levantar da Cadeira”, que visa, principalmente, verificar a resistência de força dos membros inferiores. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi analisar a capacidade funcional de idosos através do “Teste de Levantar da Cadeira”.
2. Metodologia
2.1. Amostra
O estudo foi realizado com 145 integrantes do projeto “Saúde em Movimento”, projeto de práticas corporais do município de Ponte Nova – MG, distribuídos aleatoriamente entre os 11 polos onde as atividades são oferecidas. Os avaliados possuíam idade igual ou superior a sessenta anos e já eram participantes do projeto há, pelo menos, seis meses. Os testes foram aplicados por uma única equipe de aplicadores experientes, o que reduz as possibilidades de erros entre avaliadores na sua aplicação, nos meses de maio a julho de 2011.
2.2. Procedimento
O avaliado iniciava o teste sentado na cadeira, com os pés ligeiramente afastados, costas retas e braços cruzados contra o peito (figura 1). Ao sinal, o avaliado levantava-se ficando totalmente em pé e só então retornava à posição sentada. O avaliado era encorajado a realizar o máximo possível de repetições no intervalo de 30 segundos, e a pontuação era obtida pelo numero total de execuções corretas nesse intervalo.
Figura 1. Imagem meramente ilustrativa
3. Resultados
Para o número de repetições foi realizada a média simples e o desvio padrão. Foi encontrado o valor de 8,6 repetições como média, com desvio padrão de 2,5 repetições entre os participantes (figura 2). O resultado dentre as faixas etárias (Grupo 1: 60 a 69 anos; Grupo 2: 70 a 79 anos: Grupo 3: acima de 80 anos) também se encontra listado (Figura 3). Por fim, realizou-se a dispersão dos resultados, acrescida da Linha de Tendência dos resultados em relação à idade dos participantes (figura 4).
Figura 2
Figura 3
Figura 4
4. Discussão
Os resultados nos mostram uma tendência de diminuição, com o passar dos anos, do desempenho dos idosos no teste de levantar da cadeira. Podemos perceber que a média geral em torno dos 60 anos, que é a menor idade da amostra, foi de 9 repetições, e em relação à idade mais avançada dos avaliados, que foi de 90 anos, temos uma media de 6 repetições. O resultado mais expressivo foi de 17 repetições, alcançado por um avaliado com a idade de 63 anos. Já o resultado menos expressivo foi de 3 repetições, alcançado por 3 avaliados com idades respectivas de 63, 72 e 82 anos de idade. Esses resultados nos comprovam que o envelhecimento, por si só, não diminui a capacidade funcional dos idosos, visto que o melhor e o pior resultado foram de avaliados de mesma idade, 63 anos.
Uma situação do dia a dia ligada ao presente estudo é a facilidade de ter que subir ou descer escadas, devido ao fato de envolver a mesma musculatura e também apresentar uma biomecânica semelhante ao teste realizado neste estudo. Com relação a essa situação Nakatani et al (2009) aponta que 12,4% da sua população estudada apresentava dificuldade em realizar tal tarefa.
Nunes et al (2006) ao realizar o teste de levantar da cadeira em 3 diferentes amostras (praticantes de caminhada, praticantes de hidroginástica e praticantes de Lian Gong) constatou que entre esses 3 grupos estudados, os praticantes de caminhada obtiveram o melhor desenvolvimento, podendo associar assim ao maior uso da musculatura dos membros inferiores (a mesma solicitada durante o teste de levantar da cadeira) durante a prática da caminhada, em relação aos outros dois grupos, embora eles também trabalhem essa musculatura, porém, com menor volume.
5. Conclusão
Conclui-se que, com o avançar dos anos, a amostra apresentou um declínio na capacidade funcional de levantar da cadeira, fato esse já relatado em outros estudos de mesma natureza, como em Barbager et al (1992). Esse resultado já era até certo ponto esperado, haja vista o fato em que, à medida que envelhece, a população, em geral, possui uma tendência a diminuir o nível de atividade física, comprometendo assim seu desempenho físico nos testes desta natureza.
É importante ressaltar que, mesmo com o “teste funcional de levantar-se da cadeira” sendo um valioso instrumento de analise da capacidade funcional, para uma analise mais precisa e relevante sobre as condições funcionais dos idosos é necessário observar uma série de fatores, dentre eles estão a realização das atividades básicas da vida diária (AVD), das atividades intermediárias da vida diária (AVID), das atividades avançadas da vida diária (AVAD), se esses idosos sofreram internação nos últimos meses, se eles possuem algum cuidador e o quanto este atua no dia a dia, se recorrem com freqüência a unidade básica de saúde e o respaldo dessa unidade, dentre outros fatores.
Referências
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