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Aptidão física: uma revisão da literatura

La aptitud física: una revisión de la literatura

 

Mestre em Educação Física (UNIMEP/SP)

Professor de Educação Física (SME/RJ)

(Brasil)

Rubem Machado Filho

rubemfit@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Acredita-se que o estudo da aptidão física é de grande utilidade para os profissionais de educação física e da área saúde, para que os mesmos tenham informações relevantes sobre as características de uma determinada população, que irá encontrar em seu local de atuação.

          Unitermos: Aptidão física. Educação Física. Saúde.

 

Abstract

          It is believed that the study of physical fitness is very useful for professionals in physical education and health of the area, so that they have relevant information about the characteristics of a given population, you will find in the locale.

          Keywords: Physical fitness. Physical Education. Health.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 173, Octubre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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    Segundo Verardi et al. (2007) na atualidade a aptidão física divide-se em dois conceitos: saúde e desempenho motor. O primeiro refere-se a demandas energéticas que possibilitam desenvolver as atividades do cotidiano com vigor, proporcionando um menor risco de desenvolver doenças ou condições crônico-degenerativas. Tendo como componentes de mensuração influenciados pelas atividades físicas habituais: a resistência cardiorrespiratória (capacidade de continuar ou prosseguir em atividades extenuantes que envolvem grandes grupos musculares por período de tempo prolongado), aptidão músculo-esquelética (formada pela flexibilidade, força muscular e resistência muscular) e a composição corporal (índices de gordura corporal e distribuição da gordura subcutânea). No segundo temos a aptidão física relacionada às habilidades esportivas ou performance motora que contribuem para o desempenho das tarefas especificas, seja no trabalho ou nos esportes (NIEMAN, 1999; NAHAS 2001).

    Acredita-se que o estudo da aptidão física é de grande utilidade para os profissionais de educação física e da área saúde, para que os mesmos tenham informações relevantes sobre as características de uma determinada população, que irá encontrar em seu local de atuação. Desta forma possa evitar equívocos teóricos em sua ação diária, sendo também de grande importância para a área da saúde pública, devido ao fato de constatar variáveis que tendem a demonstrar as características de saúde da região em estudo (SILVA, SILVA JUNIOR E OLIVEIRA, 2005).

    Vitor et al. (2008) em um estudo objetivando considerar a influência do crescimento físico e da maturação sobre a aptidão física, após a realização de testes de capacidade aeróbica, potência de membros superiores e inferiores, resistência muscular abdominal, velocidade de deslocamento e flexibilidade, verificaram que todos os componentes da aptidão física apresentaram valores crescentes entre os estágios de maturação sexual dos 12 aos 16 anos, com exceção da resistência muscular abdominal que manteve seus valores constantes no grupo de 12 a 13 anos. A maturação sexual teve efeito significante na potência de membros superiores e inferiores, bem como na velocidade de deslocamento em ambos os grupos etários, na agilidade e flexibilidade para o grupo mais novo e na resistência muscular abdominal para o grupo mais velho. Conclui-se que, as capacidades motoras estudadas apresentaram evolução de acordo com a idade cronológica e nível de maturação biológica; acrescenta-se que a maturação biológica teve efeito significante para ambos os grupos (12/13 anos, 14/16 anos) sobre a potência de membros inferiores, potência de membros superiores e velocidade de deslocamento, desta forma é de grande relevância considerar o desenvolvimento da aptidão física por meio do desempenho motor relacionado ao crescimento físico e a maturação biológica.

    Pellegrinotti (1998) conceitua a aptidão física como a capacidade de durar, continuar, resistir ao stress e de persistir em uma atividade em que em circunstâncias difíceis uma pessoa destreinada desistiria.

    Para Darido, Rangel (2005) a aptidão física relacionada à saúde é a tradução do termo inglês Physical Fitness, denotando uma preocupação com o bem-estar geral das pessoas, e não apenas com a prevenção de doenças.

    Mascarenhas, Campos (2007) objetivando comparar a aptidão física em crianças e adolescentes de diferentes níveis de maturação sexual, entre 6 e 16 anos de idade, de ambos os sexos, participantes regulares de atividades desportivas, classificados conforme os estágios de maturação sexual, mediram as seguintes variáveis de aptidão física: flexibilidade, força de preensão manual, força explosiva, resistência muscular localizada, velocidade em 50m e consumo máximo de oxigênio absoluto e relativo à massa corpórea. Foram encontradas diferenças entre os estágios maturacionais, para ambos os sexos, nas seguintes variáveis: força de preensão manual, força explosiva, resistência muscular localizada, velocidade de 50m e VO2 máximo absoluto. Para as meninas foi também encontrada a diferença para a flexibilidade e vo2 máximo relativo. Eles concluíram que com base nos resultados, é marcante a diferença do nível de aptidão física com o avanço maturacional, se elevando determinantemente em ambos os sexos.

    Para descrever a aptidão física relacionada à saúde e os efeitos do crescimento e maturação sobre as variáveis analisadas, em crianças e adolescentes de ambos os sexos de escolas públicas municipais de Aracaju, com idades entre 10 e 14 anos, Araújo, Oliveira (2008) observaram as variáveis: massa corporal, estatura, flexibilidade, força/resistência muscular localizada e capacidade aeróbica. Os resultados evidenciaram baixas variações significativas quando comparados ambos os sexos, exceto aos 11,12 e 13 anos de idade, com relação à resistência abdominal, aos 12 anos, com relação à força/resistência de braços e a capacidade aeróbia (VO2 máximo) aos 10, 12 e 14 anos, todos em favor do sexo masculino. Com relação à interferência da maturação sexual, encontraram-se diferenças significativas somente na flexibilidade do sexo masculino e no VO2 máximo em ambos os sexos.

    Para Böhme (2003) o desenvolvimento da aptidão física, assim como do esporte nas suas diferentes formas de manifestação são objetivos a serem alcançados em programas de Educação Física e de esporte nos quais o indivíduo é submetido a um processo de treinamento. Para tanto, é necessário que o profissional de Educação Física ou Esporte tenha conhecimento destes conceitos e suas relações.

    Embora a importância da aptidão física seja mundialmente reconhecida, não existe na literatura da área uma definição de aptidão física que seja universalmente aceita.

    Os significados das palavras aptidão e física são: aptidão- qualidade do que é apto; capacidade, habilidade, disposição; conjunto de requisitos necessários para exercer algo; capacidade natural ou adquirida; física - que é corpóreo, material, relativo às leis da natureza. A combinação das duas palavras - aptidão física, no sentido etimológico das mesmas, leva ao conceito ou a uma associação de idéias no tocante à capacidade, habilidade, disposição material que conduz e indica que o indivíduo está apto corporalmente.

    Em 1988, na Conferência sobre Exercício, Aptidão e Saúde realizado em Toronto, Canadá, foi proposto um modelo que descreve de maneira esquemática as relações complexas entre a atividade física habitual, a aptidão física/fisiológica, a saúde, e outros fatores como a hereditariedade, o modo de vida, o meio ambiente e os atributos pessoais, que também afetam e determinam essas relações (Figura 1).

Figura 1. Relações complexas existentes entre atividade física habitual, aptidão física e saúde (BOUCHARD et al., 1990)

Referências bibliográficas

  • ARAÚJO, S. S.; OLIVEIRA, A. C. C. Aptidão Física em Escolares de Aracaju. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, Florianópolis, v.10, n.3, p. 271-276, 2008.

  • BÖHME, M. T. S. Relações entre aptidão física, esporte e treinamento esportivo. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v. 11, n. 3, p. 97-104, jul./set. 2003.

  • BOUCHARD, C.; SHEPHARD, R. J.; STEPHENS, T.; SUTTON, J. R.; MOPHERSON, B. D. Exercise, Fitness and Health. A Consensus of Current Knowledge. Champaign, Human Kinetics, 1990.

  • DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. Educação Física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

  • MASCARENHAS, L. P. G.; CAMPOS, W. Aptidão Física em Crianças e Adolescentes de Diferentes Estágios Maturacionais. Fit Perf J, Rio de Janeiro, v. 6, n. 5, p. 277-282, set/out 2007.

  • NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 2. ed. Londrina: Midiograf, 2001. p. 23 a 36.

  • NIEMAN, D. C. Exercício e saúde: como se prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. Tradução de Marcos Ikeda. São Paulo: Manole, 1999. p. 3 a 20.

  • PELLEGRINOTTI, I. L. Atividade física e esporte: A importância no contexto saúde do ser humano, Revista brasileira de atividade física e saúde, v. 3, n. 1, p. 22-28, 1998.

  • SILVA, R. J. S.; SILVA JÚNIOR, A. G.; OLIVEIRA, A. C. C. Crescimento em crianças e adolescentes: um estudo comparativo. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, Florianópolis, v. 7, n. 1, p. 12 a 20, jan./jun. 2005.

  • VERARDI, C. E. L. et al. Análise da Aptidão Física Relacionada à Saúde e ao Desempenho Motor em Crianças e Adolescentes da Cidade de Carneirinho-MG. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 6, n. 3, p. 127-134, 2007.

  • VITOR, F. M.; UEZU, R.; SILVA, F. B. S.; BÕHME, M. T. S. Aptidão física de jovens atletas do sexo masculino em relação à idade cronológica e estágio de maturação sexual. Revista Brasileira de Educação Física e Esportes., São Paulo, v.22, n.2, p.139-48, abr./jun. 2008.

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