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Proposta de ensino-aprendizagem e treinamento
do sistema tático 2.2 e da defesa individual no futsal

Propuesta de enseñanza-aprendizaje y entrenamiento del sistema táctico 2.2 y de la defensa individual en futsal

 

Universidade Federal do Ceará

NEPEC/UFC

(Brasil)

Prof. Ms. Otávio Nogueira Balzano

Alison Henry Martins da Silva

Ana Carla Abreu de Oliveira

Edilson Medeiros de Oliveira

otaviobalzano@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Nas últimas décadas o futsal tem mostrado uma evolução nos seus níveis de rendimento. A busca pelo cientificismo no treinamento esportivo tem sido uma procura constante de professores e treinadores, possibilitando que gradativamente profissionais abandonem a prática intuitiva e empírica. O método utilizado neste estudo é do tipo descritivo de cunho exploratório. Esse trabalho tem por objetivo mostrar a importância do desenvolvimento da dimensão tática na iniciação do Futsal, bem como uma proposta metodológica de ensino - aprendizagem - treinamento do sistema de ataque 2.2 e do sistema de marcação individual. O método pretende desenvolver as capacidades técnico-táticas exigidas em uma situação de jogo, levando em consideração a característica da modalidade e do público praticante. Neste sentido, criou-se uma seqüência de dezesseis jogos táticos, distribuídos numa ordem gradativa em relação ao nível de dificuldade e de complexidade, seguindo a idéia central da metodologia dos jogos em série. Com isso, oferecemos aos profissionais da área, uma nova leitura do treinamento tático para iniciantes no futsal.

          Unitermos: Futsal. Sistema 2.2. Jogos em série.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 172, Septiembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A evolução do nível tático-técnico no Futsal passa, inevitavelmente, por processos de ensino-aprendizagem e treinamento cada vez mais ajustados às exigências da modalidade e às necessidades de aperfeiçoamento dos praticantes. O Futsal é rico em situações imprevistas e configura-se a partir da dimensão tática, exigindo dos praticantes um alto grau de adaptabilidade e a capacidade de realizar uma boa escolha (Greco, 1998). Além disso, é preciso o domínio do gesto técnico a ser executado. Freire Silva & De Rose Junior (2005), sugerem-se que a faixa etária entre 9 aos 12 anos seja a mais adequada para a iniciação tática no Futsal, considerando-se que é a partir dela que os praticantes passam a possuir características motoras, cognitivas e afetivo-sociais que permitam uma aprendizagem adequada ao jogo. Esse trabalho tem por objetivo mostrar a importância do desenvolvimento da dimensão tática na iniciação no Futsal, bem como uma nova metodologia de ensino-aprendizagem e treinamento que possa desenvolver as capacidades técnico-táticas exigidas em uma situação de jogo, levando em consideração a característica da modalidade e do público praticante.

1.     Metodologia dos jogos táticos em série

    Os métodos de ensino devem proporcionar ao praticante o desenvolvimento harmônico de todos os componentes do rendimento inerentes à prática esportiva, as capacidades técnicas, táticas, coordenativas e psicológicas devem constituir uma unidade (Souza, 1999). O método dos jogos em série foi idealizado na década de oitenta pelos professores alemães Alberti e Rorthenberg, com jogos para os esportes coletivos (COUTINHO & SILVA, 2009). Segundo Tenroller (2006), este método tem como idéia básica “jogando aprende-se, antes de tudo, através dos próprios jogos”. A ênfase do método é o de atingir determinados objetivos através de uma série sistemática de jogos. A metodologia da série de jogos procura fornecer o ensino através de meios adequados que deverão proporcionar determinado conhecimento dos jogos. No primeiro plano de um aprendizado sempre se encontram três fatores: aperfeiçoamento da técnica motora; domínio do material do jogo; ensino do comportamento tático. Estes, segundo Greco (1997), são os objetivos principais do aprendizado dos jogos coletivos. De acordo com Alberti e Rorthenberg (1984), uma série metodológica é uma série de jogos ordenados com base em considerações que conduz a um determinado objetivo como o jogo final da respectiva série. Todos os jogos de uma série estão baseados em idéias semelhantes de jogo: existe uma idéia tática central dentro dos jogos, o jogo inicial de cada série é o mais simples; de jogo para jogo as suas possibilidades são aumentadas através de introdução de novos aspectos; o jogo final é realizado com as mais complicadas formas de atuação. Alberti e Rothenberg (1984) sugerem que alguns aspectos metodológicos devem ser observados para o ensino dos esportes coletivos, dentre eles:

    Ao utilizar esse método, o professor deverá ter fichas de registros dos desempenhos técnico/táticos observados, dos atletas e da equipe, para organizar novos jogos e a progressão dos mesmos. Para Balzano (2011) a série de jogos táticos fundamenta-se em desenvolver situações específicas do desporto Futsal. Criam-se alternativas onde a finalidade é repetir as ações criadas nas partidas por diversas vezes. Neste modelo o aluno/atleta executa e aprende os objetivos fundamentais do jogo, mas também, pratica o desporto e as suas relações, como: ataque e defesa. Este método pretende estimular nos alunos/atletas à inteligência tática, autonomia, responsabilidade, poder de decisão, percepção, antecipação, resolução dos problemas, criatividade e inclusão de uma forma dinâmica, motivadora e criativa. Desta maneira o aluno/atleta se faz importante para equipe, pois se torna peça integrante do todo. O jogo tático permite ao aluno/atleta a criatividade que é a verdadeira arte num desporto (LOPES, 2009). O mesmo estimula os jogadores a participar, pois se treina ações motoras e táticas jogando, com pressão de um adversário, próximo da situação real que acontece dentro de uma partida (BALZANO, 2011). Não podemos esquecer, para o método ter um bom resultado, é importante que paralelamente aos treinos práticos, se trabalhe o aspecto teórico do futsal com os conceitos táticos do desporto.

2.     Capacidades táticas

    A tática no futsal representa possibilidades de tomadas de decisão, baseadas em conhecimentos previamente adquiridos, que procuram resolver situações problemas que o atleta encontra em uma situação de jogo (SOUZA, 1999). A decisão sobre “o que fazer” e “por que fazer”, constituem elementos importantes de compreensão do jogo, possibilitando ao jogador se portar de maneira inteligente. O conhecimento dos princípios táticos individuais, grupo e coletivos, irão possibilitar maiores possibilidades de êxito durante as situações que se apresentam (SOUZA, 1999). A tática apresenta-se como uma forma de resolução de problemas que o atleta enfrenta em forma de jogo, através de um ato orientado, visando um objetivo específico (ABERNETHEY, 1991 apud SOUZA 1999). Greco (1997) apresenta uma classificação de tática relacionada às funções, esta diz respeito às ações do atleta na situação de ataque (com a bola) e defesa (sem a bola) e as capacidades, estas dizem respeito ao número de jogadores envolvidos nas ações individuais (um jogador), grupo (dois a três jogadores) e coletiva (mais de três jogadores).

3.     Sistema tático 2.2

    Entende-se por sistema tático a distribuição ordenada dos jogadores em quadra nas situações de defesa e ataque (SAAD e COSTA, 2005). Segundo Voser (2001) e Ferreira (2001) o sistema tático 2.2 é considerado o pioneiro dos sistemas, este surgiu na década de 50, quando o futsal ainda chamava-se futebol de salão. De acordo com Santos Filho (1998), esse sistema é utilizado por equipes iniciantes, equipes colegiais e principalmente em categorias menores. Para Fonseca (2007) a utilização desse posicionamento nesses grupos iniciantes se dá pelo fato de ser um sistema de fácil compreensão pedagógica da ocupação dos espaços e da dinâmica do jogo. Além de ser um sistema que exige pouco condicionamento físico por não ter muita movimentação (trocas de posição). A estruturação desse sistema consiste em ter dois jogadores na meia quadra defensiva e dois jogadores na meia quadra ofensiva (Voser, 2001). De acordo com Fonseca (2007) por ser um sistema muito básico é pouco utilizado por equipes de rendimento, restrito a manobras táticas para enganar o adversário. Entretanto quando se tem um bom goleiro lançador e um pivô que domine a bola com facilidade ou mesmo quando a equipe esta em vantagem numérica esse sistema é de grande utilidade para todas as equipes, pois abre mais espaços na quadra o que facilita tabelas rápidas pelas alas e pelo meio, além de possibilitar enfiadas na diagonal e pelo lado para o pivô no centro da área do adversário (Valdericeda; Voser, 1994; 2001).

4.     Sistema de defesa marcação individual

    Este sistema caracteriza-se pela marcação direta entre dois jogadores. É uma marcação, onde cada jogador fica responsável pela marcação de um adversário. O posicionamento da equipe defensora é em função dos jogadores adversários. Esse sistema pode ser dividido em marcação sobre pressão e meia pressão. A marcação sobre pressão exige que o marcador exerça o combate direto ao adversário em qualquer setor da quadra, procurando evitar que o oponente receba a bola. Entende-se por meia pressão o combate no setor de ataque somente sobre o oponente que recebe ou que está de posse da bola, não sendo necessário o combate sobre o jogador que está sem bola, ficando o responsável por este jogador adversário mais retraído a fim de dar cobertura ao companheiro que efetua o combate direto sobre aquele que está com a bola, além de guarnecer o setor central da quadra. No setor defensivo a marcação é efetuada sobre pressão. Este tipo de marcação utiliza-se em equipes que este no processo de iniciação do futsal, pois cada jogador é responsável por um adversário, tornando-se mais fácil a compreensão para os iniciantes e a adequação do treinador a o porte físico e técnico dos jogadores adversários. (VOSER 2001; MUTTI, 2003; SAAD e COSTA 2005; FONSECA 2007; BALZANO 2010).

Principais erros na marcação

  • Perder o adversário do campo de visão.

  • Abordar o adversário desequilibrado.

  • Olhar sempre direcionado à bola.

  • Não baixar o centro de gravidade.

  • Aproximar quando o adversário estiver com a bola dominada (SAAD e COSTA, 2005).

5.     Programa de jogos táticos em série para o sistema 2.2 e marcação individual

    No futsal brasileiro o processo sistematizado de treinamento e seleção de potenciais atletas para as categorias de base das equipes profissionais de futsal se inicia na sua grande maioria na categoria sub 13 (mirim), entretanto nas escolinhas de esporte este processo começa por volta da categoria sub 9 (chamada de iniciantes). Neste sentido, foi criado um programa de dezesseis jogos táticos em série (do menos complexo ao mais complexo), com intuito de desenvolver o aprendizado das capacidades táticas individuais e de grupo, dentro do sistema de ataque 2.2 e do sistema de defesa individual. Este sistema como citado anteriormente, esta ligado ao período da formação (9 aos 11 anos) no futsal. A organização do programa de jogos táticos em série, para o ensino do sistema tático 2.2 e da marcação individual, tem como referência para montagem dos jogos, a divisão da quadra em setores, através de figuras geométricas.

1º jogo – Os quatro retângulos

  • Descrição – jogo de futsal, mas quadra é dividida em 4 quadrantes, onde teremos 2 fixos e 2 pivôs.

  • Variação - Um dos fixos pode jogar livre na quadra de defesa, e um dos pivôs pode jogar livre na quadra de ataque.

  • Objetivo Central – Dispor os jogadores em setores da quadra para que eles se familiarizem com as funções e as ações técnico/táticas dos pivôs e fixos.

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, receber, deslocamentos e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, 1 contra 1 e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - acompanhar, antecipar, aproximar, abordar, desarmar, afastar a bola e roubar a bola.

    • Grupo – induzir atacante com bola a zonas menos perigosas.

    • Coletiva – sistema de marcação individual e pressão no homem da bola.

2º jogo – Os quatro triângulos

  • Descrição – jogo de futsal, mas a quadra é dividida em 4 setores em forma de triângulo, na defesa dividimos na diagonal onde ficam 1 fixo mais atrás e 1 ala mais na frente e no ataque dividimos também na diagonal com 1 ala mais atrás e 1 pivô na frente.

  • Variação – os jogadores podem freqüentar mais de um setor.

  • Objetivo Central – Partindo do jogo anterior, mas nesta atividade a função de ala surge para auxiliar o pivô e o fixo.

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, receber, deslocamentos e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, 1 contra 1 e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - acompanhar, antecipar, aproximar, abordar, desarmar, afastar a bola e roubar a bola.

    • Grupo – induzir atacante com bola a zonas menos perigosas.

    • Coletiva – sistema de marcação individual e pressão no homem da bola.

3º jogo – Os quatro setores na horizontal

  • Descrição – jogo de futsal, mas a quadra é dividida em 4 setores na horizontal, sendo que em cada setor, só pode ficar um jogador de cada equipe, não pode mudar de setor. Variação - um jogador pode ocupar dois setores.

  • Objetivo Central – objetivo próximo ao jogo anterior, mas neste jogo, os atletas apreendem o deslocamento na horizontal, ocupando o lado direito e esquerdo da quadra.

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, conduzir, receber, deslocamentos e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, 1 contra 1, corta luz, saída em paralela e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2 e contra ataque

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - acompanhar, antecipar, aproximar, abordar, desarmar, afastar a bola, jogar na frente do pivô e roubar a bola.

    • Grupo – induzir atacante com bola a zonas menos perigosas.

    • Coletiva – sistema de marcação individual e pressão no homem da bola.

4º jogo – Os dois setores na horizontal

  • Descrição – jogo de futsal, mas a quadra é dividida em dois setores na horizontal em defesa e ataque, onde os jogadores realizarão as funções de fixo e pivô, não podendo mudar de setor.

  • Variação – os jogadores de defesa só podem dar 2 toques na bola, e os de ataque devem receber os passes rasteiros com a sola.

  • Objetivo Central – Mais dinâmico que o jogo anterior, agora dois jogadores podem interagir no mesmo espaço horizontal (defesa e ataque), possibilitando novas alternativas táticas de grupo.

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, receber, jogar na frente ou atrás do fixo e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, bloqueio, cortina, pisada e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - acompanhar, antecipar, aproximar, abordar, desarmar, afastar a bola, jogar atrás ou na frente do pivô e roubar a bola.

    • Grupo – cobertura, trocar a marcação, dobrar a marcação e induzir atacante com bola a zonas menos perigosas.

    • Coletiva – sistema de marcação individual e pressão no homem da bola.

5º jogo – Os dois setores na vertical

  • Descrição – jogo de futsal, mas a quadra é dividida em dois setores na vertical em direita e esquerda, onde os jogadores realizarão as funções de alas, fixo e pivô, não podendo mudar de setor.

  • Variação - um jogador de cada time joga livre pela quadra.

  • Objetivo Central – o trabalho principal neste jogo é o de promover o jogo de infiltrações pelos lados da quadra. Os atletas realizarão as funções de alas, pois com a divisão na vertical, possibilita-se o deslocamento da defesa para o ataque dos jogadores.

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, conduzir, receber, deslocamentos e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, 1 contra 1, saída em paralela, ultrapassagens e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2 e contra ataque.

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - marcar à distância, acompanhar, antecipar, aproximar, abordar, desarmar, afastar a bola e roubar a bola.

    • Grupo – flutuação, trocar a marcação, fechar linha de passe em profundidade, dobrar a marcação, cobertura e induzir atacante com bola a zonas menos perigosas.

    • Coletiva – sistema de marcação individual e pressão no homem da bola.

6º jogo – Os dois setores na diagonal

  • Descrição – jogo de futsal, mas a quadra é dividida em dois setores na diagonal em direita e esquerda, onde os jogadores realizarão as funções de alas, fixo e pivô, não podendo mudar de setor. Esta divisão torna a amplitude da quadra maior na defesa e menor no ataque dependendo do setor em que o jogador está colocado.

  • Variação – um dos jogadores de cada equipe pode jogar livre pela quadra.

  • Objetivo Central – próximo ao jogo anterior, mas o principal objetivo é a visualização e adaptação aos limites da quadra. Pois de acordo com a disposição da quadra, para alguns jogadores o espaço defensivo vai ser maior que espaço ofensivo. Desta forma, o aprendizado do posicionamento na quadra torna-se importante.

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, conduzir, receber, deslocamentos e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, 1 contra 1, saída em paralela, ultrapassagens e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2 e contra ataque.

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - marcar à distância, acompanhar, antecipar, aproximar, abordar, desarmar, afastar a bola e roubar a bola.

    • Grupo – flutuação, trocar a marcação, dobrar a marcação cobertura, fechar linha de passe em profundidade e induzir atacante com bola a zonas menos perigosas.

    • Coletiva – sistema de marcação individual e pressão no homem da bola.

7º jogo – Os dois retângulos na defesa e um retângulo no ataque

  • Descrição – jogo de futsal, mas quadra é dividida em 3 setores, na defesa dividimos na vertical onde ficam 2 fixos, um pela direita outro pela esquerda e no ataque quadra livre com 1 pivô e 1 ala.

  • Variação – inverter a divisão dos setores, um setor na defesa e dois setores no ataque.

  • Objetivo Central – Nesta etapa do trabalho começa uma interação entre os jogos, os atletas levam para os novos jogos o aprendizado dos jogos anteriores. No jogo sete existe a mescla do jogo um com o jogo quatro. Desta maneira o principal aspecto trabalhado são as funções de acordo com o limite da quadra dos fixos e a interação do ala com o pivô no ataque.

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, receber, deslocamentos e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, 1 contra 1, bloqueio, cortina, ultrapassagem e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2.

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - acompanhar, antecipar, aproximar, abordar, desarmar, afastar a bola, trocar a marcação e roubar a bola.

    • Grupo – trocar a marcação, dobrar a marcação, cobertura e induzir atacante com bola a zonas menos perigosas.

    • Coletiva – sistema de marcação individual e pressão no homem da bola.

8º jogo – Os dois retângulos na esquerda e um retângulo na direita

  • Descrição – jogo de futsal, mas quadra é dividida em 3 setores, na direita a quadra é livre para dois alas atuarem, e na esquerda dividimos na horizontal onde ficam 1 pivô e 1 fixo de cada equipe.

  • Variação – Inverter a divisão dos setores, um na esquerda e dois na direita.

  • Objetivo Central – Nesta etapa do trabalho continuamos a interação entre os jogos, os atletas levam a bagagem adquirida para os próximos jogos das atividades anteriores. No jogo oito existe a mescla do jogo um com o jogo cinco. Desta maneira o principal aspecto trabalhado são as funções de acordo com o limite da quadra do fixo e do pivô e a interação entre os dois alas na lateral da quadra.

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, receber, deslocamentos e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, 1 contra 1, bloqueio, ultrapassagens, cortina e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2.

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - acompanhar, antecipar, aproximar, abordar, desarmar, afastar a bola, trocar a marcação e roubar a bola.

    • Grupo – trocar a marcação, dobrar a marcação, cobertura, induzir atacante com bola a zonas menos perigosas e fechar linha de passe em profundidade.

    • Coletiva – sistema de marcação individual e pressão no homem da bola.

9º jogo – Os dois setores na horizontal – um fixo de uma equipe livre na quadra e o pivô da outra equipe livre na quadra

  • Descrição – jogo de futsal, mas a quadra é dividida em dois setores na horizontal em defesa e ataque, onde os jogadores realizarão as funções de fixo e pivô. O fixo de uma equipe e o pivô da outra equipe pode jogar livre pela quadra.

  • Objetivo Central – Mais dinâmico que o jogo quatro, neste jogo a idéia central a ser trabalhada é a possibilidade de um atleta de cada equipe se deslocar nos setores da quadra (ataque e defesa) e criar a superioridade numérica no setor, chegando ao ataque através de infiltrações.

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, receber, jogar na frente ou atrás do fixo e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, bloqueio, cortina, pisada e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2 e contra ataque

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - acompanhar, antecipar, aproximar, abordar, desarmar, afastar a bola, jogar atrás ou na frente do pivô e roubar a bola.

    • Grupo – cobertura, trocar a marcação, dobrar a marcação, induzir atacante com bola a zonas menos perigosas e fechar linha de passe em profundidade.

    • Coletiva – sistema de marcação individual e pressão no homem da bola.

10º jogo - Os dois setores na horizontal – quem passa a bola para o ataque pode mudar de setor

  • Descrição – jogo de futsal, mas a quadra é dividida em dois setores na horizontal em defesa e ataque, onde os jogadores realizarão as funções de fixo e pivô, só podendo mudar de setor o jogador que passa a bola para a quadra de ataque, e um companheiro de equipe consiga dominá-la. A partir desta ação o jogador que passou a bola, pode jogar na quadra de defesa e de ataque, até que a bola saia em arremesso de meta.

  • Objetivo Central – Mais dinâmico que o jogo quatro e que o nove, neste jogo a idéia central a ser trabalhada é a possibilidade de mais de um atleta criar a vantagem numérica nos setores de ataque e defesa, através de um bom passe.

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, receber, mudança de direção, jogar na frente ou atrás do fixo e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, bloqueio, cortina, pisada e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2 e contra ataque

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - acompanhar, antecipar, aproximar, abordar, desarmar, afastar a bola, jogar atrás ou na frente do pivô e roubar a bola.

    • Grupo – cobertura, trocar a marcação, flutuar, dobrar a marcação e induzir atacante com bola a zonas menos perigosas.

    • Coletiva – sistema de marcação individual e pressão no homem da bola.

11º jogo – O setor do meio livre – passe nas portas

  • Descrição – jogo de futsal, mas quadra é dividida em 3 setores na horizontal, no setor central (4 metros de largura) nenhum jogador pode entrar. Neste setor, estão colocados 4 cones que serão os locais de passagem da bola na quadra de defesa para a quadra de ataque. A distância entre os cones é de 4 metros (duas passagens). Caso a bola não passe pelas porteiras, será cobrado um tiro lateral contra a equipe infratora. Em cada meia quadra, ficará os dois fixos e os dois pivôs de cada equipe.

  • Variação – quem passou na defesa pode ocupar o setor de ataque.

  • Objetivo Central – Mais complexo que o jogo quatro, neste jogo a idéia central a ser trabalhada é a precisão na transição de bola da defesa para o ataque.

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, receber, jogar na frente ou atrás do fixo e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, bloqueio, cortina, pisada e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2 e contra ataque

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - acompanhar, marcação à distância, antecipar, aproximar, abordar, desarmar, afastar a bola, jogar atrás ou na frente do pivô e roubar a bola.

    • Grupo – cobertura, trocar a marcação, dobrar a marcação e induzir atacante com bola a zonas menos perigosas.

    • Coletiva – sistema de marcação individual e pressão no homem da bola.

12º jogo – O meio vazio

  • Descrição – jogo de futsal, mas no meio da quadra existe uma marcação em forma de retângulo (8 metros de comprimento / 6 metros de largura), neste espaço os jogadores não podem transitar, apenas a bola. Com esta zona limitando a ação dos jogadores, existe a tendência das equipes se posicionarem no sistema 2.2.

  • Variação – os jogadores só poderão dar 2 toques na bola.

  • Objetivo Central – Nesta fase do treinamento, os jogos começam á ficar mais dinâmicos, próximos da realidade do jogo formal. Pois os atletas já reconhecem, jogam no sistema 2.2 e também marcam de maneira individual. A idéia principal nesta atividade é utilizar os passes pelo centro e lateral da quadra, com deslocamentos, infiltrações pelos lados da quadra e jogo de pivô.

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, conduzir, receber, deslocamentos com mudança de direção, jogar na frente ou atrás do fixo e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, saída em diagonal e paralela, corta luz, bloqueio, cortina, 1 contra 1, pisada e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2 e contra ataque

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - acompanhar, antecipar, aproximar, marcar a distância, abordar, desarmar, afastar a bola, jogar atrás ou na frente do pivô e roubar a bola.

    • Grupo – cobertura, trocar a marcação, flutuar, fechar linha de passe em profundidade, dobrar a marcação e induzir atacante com bola a zonas menos perigosas.

    • Coletiva – sistema de marcação individual, pressão no homem da bola e marcação com o meio aberto.

13º jogo – A rede de vôlei no meio

  • Descrição – jogo de futsal normal, mas com uma rede de vôlei no meio da quadra. O passe deve ser por cima da rede ou pelo lado dos postes. Os jogadores jogam livres pela quadra. Com a colocação da rede de vôlei no meio da quadra, existe a tendência das equipes se posicionarem no sistema 2.2.

  • Variação - dois podem passar a bola por baixo da rede.

  • Objetivo Central – Este jogo é tão dinâmico como a atividade anterior, mas torna-se mais complexo pela utilização da rede de voleibol. Além dos deslocamentos e infiltrações laterais, o tipo de passe para atacar e a recepção de bolas altas, tornam-se mais um objetivo a ser treinado e alcançado pelos atletas.

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, conduzir, receber, deslocamentos com mudança de direção, jogar na frente ou atrás do fixo e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, saída em paralela, corta luz, bloqueio, cortina, 1 contra 1, pisada e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2 e contra ataque

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - acompanhar, antecipar, aproximar, marcar a distância, abordar, desarmar, afastar a bola, jogar atrás ou na frente do pivô e roubar a bola.

    • Grupo – cobertura, trocar a marcação, flutuar, fechar linha de passe em profundidade, dobrar a marcação e induzir atacante com bola a zonas menos perigosas.

    • Coletiva – sistema de marcação individual, marcação com meio aberto e pressão no homem da bola.

14º jogo – Só pode marcar um adversário

  • Descrição – jogo de futsal, mas cada jogador só pode marcar um adversário. Se algum atleta marcar outro adversário que não foi designado, terá um tiro livre contra sua equipe. Cada gol que acontece o jogador responsável pela marcação, deve dar uma volta correndo na quadra. Dentro da sua área de meta os jogadores podem marcar qualquer adversário.

  • Variação – na quadra de defesa o jogador pode marcar qualquer adversário.

  • Objetivo Central – Este jogo é muito dinâmico, muito perto do jogo formal de futsal, seu objetivo principal é estimular as capacidades táticas de defesa. No ataque o objetivo é desmarcar-se do adversário (fintas).

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, conduzir, receber, deslocamentos com mudança de direção, jogar na frente ou atrás do fixo e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, saída em paralela e diagonal, corta luz, bloqueio, cortina, 1 contra 1, pisada e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2 e contra ataque

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - acompanhar, antecipar, aproximar, abordar, desarmar, afastar a bola, jogar atrás ou na frente do pivô e roubar a bola.

    • Grupo – cobertura, flutuar, fechar linha de passe em profundidade e induzir atacante com bola a zonas menos perigosas.

    • Coletiva – sistema de marcação individual, marcação com meio aberto e pressão no homem da bola.

15º jogo – Jogo das quatro traves no fundo

  • Descrição – jogo normal de futsal, mas com quatro traves na quadra. Duas traves na linha de fundo de cada equipe, com distância de 8m entre elas. Os jogadores jogam livre pela quadra. O fato de cada equipe ter que proteger duas traves e atacar outras duas, pode existir a tendência de se posicionarem no sistema 2.2. OBS. cada equipe com dois goleiros.

  • Variação – apenas os jogadores de ataque podem fazer gols.

  • Objetivo Central – A idéia central a ser treinada neste momento é o jogo em conjunto de ataque e defesa. Estabelecemos a preocupação e a responsabilidade no atleta, do momento de atacar e defender.

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, conduzir, receber, deslocamentos com mudança de direção, jogar na frente ou atrás do fixo e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, saída em paralela e diagonal, corta luz, bloqueio, cortina, 1 contra 1, pisada e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2 e contra ataque

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - acompanhar, antecipar, aproximar, marcar a distância, abordar, desarmar, afastar a bola, jogar atrás ou na frente do pivô e roubar a bola.

    • Grupo – cobertura, flutuar, fechar linha de passe em profundidade, trocar marcação, dobrar marcação e induzir atacante com bola a zonas menos perigosas.

    • Coletiva – sistema de marcação individual e pressão no homem da bola.

16º jogo – As quatro traves – duas no meio

  • Descrição – jogo de futsal, mas com duas traves extras. Estas situadas no meio da quadra, uma de costa para outra. O pivô e o fixo só jogam em meia quadra (ataque e defesa), os alas podem correr por toda a quadra. Vale gol na trave do fundo e na trave do meio, no lado onde à equipe esta atacando.

  • Variação – todos os jogadores jogam livres pela quadra.

  • Objetivo Central – Este é o jogo mais ativo no programa. A idéia central a ser treinada neste momento é o jogo em conjunto de ataque e defesa. Começa a organização e o trabalho mental nos atletas, dos momentos dinâmicos de ataque e defesa do futsal.

  • Capacidades de Ataque

    • Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, conduzir, receber, deslocamentos com mudança de direção, jogar na frente ou atrás do fixo e proteger.

    • Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, saída em paralela e diagonal, corta luz, bloqueio, cortina, 1 contra 1, pisada e 2º pau.

    • Coletiva – sistema 2.2 e contra ataque

  • Capacidades de Defesa

    • Individuais - acompanhar, antecipar, aproximar, abordar, desarmar, afastar a bola, jogar atrás ou na frente do pivô e roubar a bola.

    • Grupo – cobertura, flutuar, fechar linha de passe em profundidade, trocar marcação, dobrar marcação e induzir atacante com bola a zonas menos perigosas.

    • Coletiva – sistema de marcação individual e pressão no homem da bola.

6.     Considerações finais

    O presente estudo apresentou uma proposta metodológica de ensino - aprendizagem - treinamento do desporto futsal, tendo como referência o método dos jogos em série. O objetivo deste trabalho é auxiliar os profissionais que trabalham nas equipes de formação do futsal. Pois percebemos que muitos desses profissionais exercem sua profissão de maneira antiquada, empírica e intuitiva. Neste trabalho, foram propostos dezesseis jogos táticos com ênfase no sistema tático 2.2 e na marcação individual. Pois concordamos com a literatura que na iniciação, os sistemas de ataque 2.2 e o de defesa individual são os menos complexos e de fácil execução. A idéia é que o ensino da tática nas categorias de base seja gradativo, trabalhando no atleta “o que fazer” nas determinadas situações de jogo (conhecimento tático). Consideramos que o método dos jogos táticos em série de ensino - aprendizagem - treinamento do futsal, por estar próximo da realidade do jogo, apresenta - se como mais adequado para desenvolver as capacidades táticas necessárias, na formação de atletas inteligentes e autônomos para o desporto.

Referências

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 172 | Buenos Aires, Septiembre de 2012
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