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O parque ideal e as condições para a prática de atividades físicas,
em parques públicos municipais, da zona leste, da
cidade de São Paulo, Brasil

El parque ideal y las condiciones para la práctica de actividades físicas,
en parques públicos municipales, de la zona este de la ciudad de Sao Paulo

The park and ideal conditions for physical activity in municipal public parks, the area east of the city of São Paulo, Brazil

 

*Mestranda em Ciências, Escola de Artes, Ciências e Humanidades, USP

**Discentes. Ciências da Atividade Física, Escola

de Artes, Ciências e Humanidades, USP

***Orientador, Escola de Artes, Ciências

e Humanidades, Universidade de São Paulo

(Brasil)

Mônica Cardona* | Carlos Rodeguer**

Renato Costa** | André Azevedo**

Monique Basílio** | Flávio Costa**

Vitor Zaboroski** | Kelly Regina Camarão**

Prof. Dr. Marco Antonio Bettine de Almeida***

marcobettine@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O estudo teve por objetivo, realizar o levantamento das condições oferecidas para a prática de atividades físicas no tempo livre, em quatro parques públicos municipais, da Zona Leste da cidade de São Paulo, buscando também, compreender os parques públicos como importantes espaços para a promoção da saúde, por meio das atividades físicas, no tempo de lazer. O método escolhido para a análise foi o tipológico, tendo sido criado um modelo ideal de parque, para realizar a comparação com os parques avaliados. Ao comparar-se os locais visitados, com o tipo ideal criado para a avaliação, nenhum deles atingiu um conceito máximo em todos os quesitos, ficando a maioria num nível intermediário. Para a prática de atividades físicas, os maiores problemas encontrados foram: arborização insuficiente, equipamentos mal conservados e quantidade insuficiente de espaços e equipamentos, comparando-se com o número de habitantes das localidades em que estão situados.

          Unitermos: Parques públicos. Atividades físicas. Políticas públicas. Lazer.

 

Resumen

          El objetivo del presente estudio fue estudiar las condiciones que ofrece para la actividad física durante el tiempo libre en cuatro parques municipales de la zona este de Sao Paulo, en busca también de comprender los parques públicos como espacios importantes para la promoción la salud mediante la actividad física en el tiempo libre. El método elegido para el análisis fue el tipológico, después de haber creado un modelo ideal de parque, para hacer la comparación con los parques evaluados. Cuando se comparan los lugares visitados, con el tipo ideal creado para la evaluación, ninguno de ellos llegó a un concepto máximo en todos los aspectos, quedando la mayoría en un nivel intermedio. Para la actividad física, los mayores problemas fueron: la forestación insuficiente, equipamiento mal conservado, mantenimiento deficiente y cantidad insuficiente de espacios y equipos, en comparación con el número de habitantes de las localidades donde se ubican.

          Palabras clave: Parques públicos. Actividades físicas. Políticas recreativas.

 

Abstract

          The study aimed, to survey the conditions offered for physical activity during leisure time in four municipal parks, the East Zone of São Paulo, seeking also to understand the public parks as important spaces for promotion health through physical activity in leisure time. The method chosen for analysis was the typological, having created an ideal model of the park, to make the comparison with the parks assessed. When comparing the places visited, with the ideal type created for the assessment, none of them reached a maximum concept in all aspects, getting a majority at an intermediate level. For physical activity, the biggest problems were: forestation insufficient, poorly maintained equipment and insufficient amount of space and equipment, compared with the number of inhabitants of the localities where they are located.

          Keywords: Public parks. Physical activities. Leisure policies.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 172, Septiembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

Parques urbanos e a Cidade de São Paulo

    Os parques urbanos podem tanto funcionar como refúgios naturais nos conglomerados urbanos, como propiciar locais para o desenvolvimento de atividades físicas e culturais. Kliass (1993), em um trabalho muito importante e dos primeiros a apresentarem uma sistematização de dados sobre os parques de São Paulo, ao definir as funções dos parques urbanos na cidade, afirma que os mesmos responderam às demandas de equipamentos para as atividades de recreação e lazer, decorrentes da intensificação da expansão urbana e o ritmo de vida introduzido pelo tempo artificial, que alteraram o estilo de vida do homem contemporâneo. Para esta autora, os parques são espaços amenizadores das estruturas urbanas, funcionando como uma resposta ao modo de vida industrial e sua forma de espacialização.

    Os primeiros parques assim denominados foram inspirados nos modelos paisagísticos que imperavam nos jardins ingleses e franceses do século 18, originados das ideias românticas de volta à natureza. Este modelo incorporava ao ambiente, extensos gramados e grupos de árvores ao redor de rios e lagos, modelados em linhas curvas e suaves colinas. A inserção de parques nas estruturas urbanas ganhou força na Europa no final do século XIX, principalmente na França e na Inglaterra.

    Concomitantemente a esse processo, deu-se nos Estados Unidos, o Movimento de Parques Americanos, que influenciou grandemente o desenho das cidades americanas, com a inclusão de parques nos planejamentos urbanísticos. São exemplos destas realizações, o Central Park, na cidade de Nova York, e em Boston, o parque linear ao longo do rio Charles (KLIASS, 1993).

    O primeiro parque urbano paulistano foi o Parque da Luz, aberto ao público para o lazer, em 1825, mas fundado em 1798, em razão de um decreto real com a finalidade de criar-se um Jardim Botânico.

    A transição do século XIX para o início do século XX foi fortemente assinalada pela intensificação da economia cafeeira, impulsionando a transformação do antigo burgo, na grande cidade que é São Paulo. Neste período, os parques de inspiração largamente francesa, eram criados como locais de cultura e pontos de encontro para a sociedade paulistana. Com estas características, surgiram parques como Jardim da Luz, Buenos Aires e Tenente Siqueira Campos (antigo Trianon), sendo o Ibirapuera o último grande parque criado dentro desta perspectiva (Sobrinho e Ribeiro, 2008). Parques como Piqueri e Carmo, foram criados a partir de remanescentes de grandes fazendas, chácaras e propriedades da elite paulistana.

Importância da atividade física no lazer

    A importância da realização de atividades físicas nos momentos de lazer tem sido consideravelmente divulgada, sendo até mesmo alvo de preocupação das autoridades de saúde pública, tendo em vista a busca de alternativas para disseminar essa prática em grandes populações. Utilizaremos aqui a definição de Caspersen (1985), pela qual é considerada atividade física, qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso.

    O conceito de lazer pode ser apresentado dentro da contraposição entre o tempo de trabalho e o descanso ou puramente um estado de espírito.

    Dumazedier (1979, p.34), define lazer como o conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, divertir-se, recrear-se, entreter-se ou informar-se, após desembaraçar-se das obrigações profissionais. Para Hoffmann o lazer é um “estado de ser”. Segundo ele:

    “Neste estado puro, o lazer é um sentimento em que todos estão de bem com o mundo, uma sensação de supremo contentamento, que pode provocar sentimentos de celebração e admiração, criatividade e descoberta, excitação e reflexão. As atividades do tempo livre podem nos ajudar a alcançar este estado. As atividades dos grandes grupamentos musculares propiciadas pelo esporte e pelo exercício, tem o potencial de alimentar e manter a disposição do “estado de ser” do lazer (Hoffman, 2002)”.

    Os avanços tecnológicos das civilizações modernas nos têm liberado de tarefas físicas intensas, tanto nas atividades ocupacionais, quanto domésticas. São ainda oferecidas inúmeras opções do chamado lazer passivo (a televisão e os jogos eletrônicos, por exemplo), que diminuíram intensamente o tempo em que praticamos o lazer ativo (esportes, dança, caminhadas, jogos ao ar livre, etc.).

    “Estes meios de poupar esforço, apesar de proporcionarem conforto e maior produtividade, não diminuem a necessidade de exercitarmos regularmente nosso organismo para que os males do sedentarismo não prejudiquem nosso estado geral de atividade física e mental, reduzindo a capacidade de realizar tarefas rotineiras e qualidade de nossas vidas, a médio e longo prazo.” (Nahas, 2010, p.26).

    A atividade física regular pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, câncer do cólon e da mama, prevenir a osteoporose e auxiliar na manutenção de um peso saudável. Dados da Organização Mundial de Saúde (WHO, 2005), apontam que, 80% dos casos de doenças coronarianas, 90% dos casos de diabetes tipo 2 e 30% dos casos de câncer, poderiam ser evitados com mudanças nos hábitos alimentares, mudanças nos níveis de atividade física e o não uso de produtos derivados do tabaco.

    Dentro deste contexto, Zaitune (2010), alerta para a necessidade de políticas públicas que direcionem e incentivem ações mais “ativas”, como a prática de exercícios e de esporte se contrapondo, por exemplo, às atividades passivas como o assistir à televisão, no espaço de tempo do lazer.

    Porém, para democratizar o lazer e as atividades físicas nos parques é importante ofertar oportunidades. A falta de animação sociocultural e conservação dos parques configuram-se como fatores inibidores das oportunidades de lazer e atividade física. Segundo Bramante (2009, citado por Silva Jr. e Nunes) na maioria dos investimentos para recreação e lazer, cerca de 80% acabam sendo destinados para a construção de recursos físicos, fazendo com que pouco reste para a manutenção e menos ainda para a animação.

    A animação cultural interessa a pessoas e organizações, que no exercício das suas atividades utilizam a animação como instrumento de mobilização e capacitação das pessoas e entidades para a ação coletiva, organizada e sustentada. Além de propiciar a compreensão da importância da animação, as atividades devem sustentar um processo de capacitação dos responsáveis e quadros técnicos ligados à condução e intervenções.

    Quando se oferta uma programação gratuita, além de trazer as pessoas para os parques, observa-se também um maior envolvimento na utilização e na conservação, além de valorizar os espaços e a própria comunidade.

Perfil demográfico da Zona Leste de São Paulo

    A zona leste de São Paulo possui 3,8 milhões de habitantes, ou seja, um terço da população da cidade, vive em uma área que corresponde a 22% do território do município, informa Nassif (2008). Já o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região leste, está na média de 0,478, sendo considerado baixo (Portal da Prefeitura de São Paulo, 2008).

    O IDH é um índice criado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), tendo sido amplamente utilizado para aferir o nível de desenvolvimento econômico e social de diferentes países e permitir comparações entre eles. É construído a partir de três componentes básicos: renda, longevidade e educação. Com base no IDH, os países, estados ou municípios, são classificados em três níveis de desenvolvimento: IDH baixo (até 0,499), IDH médio (0,500 a 0,799) e IDH alto (igual ou superior a 0,800). As instituições encarregadas do cálculo, dependendo da necessidade, adaptam as variáveis, em função da disponibilidade de dados.

    No caso da cidade de São Paulo, o cálculo do IDH intramunicipal levou em conta as seguintes variáveis, para cada um de seus 96 distritos: rendimento do chefe da família; taxa de mortalidade infantil; taxa de alfabetização, combinada com a média de anos de estudos, ambas referentes ao chefe da família (Portal da Prefeitura de São Paulo, 2008).

Informações sobre os parques e os bairros visitados

Parque do Carmo. Distrito Parque do Carmo

    Situado no distrito de mesmo nome, o Parque do Carmo possui uma área de 1.500.000 m² e pertence à região administrada pela subprefeitura de Itaquera. Essa subprefeitura tem uma área de 55.32 Km², com uma população de 525.337 habitantes, densidade demográfica de 9.766,99 Hab/Km² e IDH por volta de 0,45.

Parque Chico Mendes. Distrito Vila Curuçá

    O Parque Chico Mendes possui uma área de 61.600 m² e está localizado no bairro de Vila Curuçá, pertencente à subprefeitura de Itaim Paulista. Essa subprefeitura possui uma área de 21.72 Km², população de 399.140 habitantes, 18.226,76, densidade demográfica de 18.226,76 Hab/Km² e IDH na faixa de 0,40 a 0,45.

Parque do Piqueri. Distrito Tatuapé

    O parque do Piqueri possui uma área de 97.200 Km² e está situado no bairro do Tatuapé, que pertence à subprefeitura da Mooca. Essa subprefeitura possui uma área de 35.92 Km², com uma população de 286,598 habitantes, densidade demográfica de 7.086,15 Hab/Km² e IDH por volta de 0,50.

Parque Santa Amélia. Distrito Itaim Paulista

    Com 30.000 m² de dimensão, o parque localiza-se no extremo leste do município, localidade pertencente à subprefeitura de Itaim Paulista, no distrito de mesma denominação. Essa subprefeitura possui uma área de 21.72 Km², população de 399.140 habitantes, densidade demográfica de 18.226,76 Hab/Km² e IDH na faixa de 0,40 a 0,45.

Parque Lydia Natalizio Diogo. Distrito Vila Prudente

    O parque possui uma área de 60.000 m². Localizado no distrito de Vila Prudente, pertencente à subprefeitura de Vila Prudente, tem uma área de 32.65 Km², uma população de 520,670 habitantes, densidade demográfica de 15.128,11 Hab/Km² e IDH da região entre 0,45 e 0,50.

Metodologia

    A fim de serem estabelecidos os critérios de adequabilidade dos parques visitados, foi utilizado o método tipológico, empregado por Max Weber, por meio do qual, para comparar fenômenos sociais complexos, o pesquisador constrói tipos ou modelos ideais, a partir da análise das principais características do fenômeno.

    A essência do objeto criado como tipo ideal, não é sua existência real, mas servir para análise e compreensão de casos concretos. “O tipo ideal, segundo Weber, diferencia-se do conceito, porque não se contenta com selecionar a realidade, mas também a enriquece. O papel do cientista consiste em ampliar certas qualidades e fazer ressaltar certos aspectos do fenômeno que se pretende analisar (Marconi e Lakatos, 2010)”.

    A partir das características de dois parques que reuniam componentes importantes para a realização da avaliação, foi criado um “Parque Ideal”, reunindo as qualidades desejáveis em relação a espaço e equipamentos disponíveis. Para estabelecer esses pré-requisitos, foram reunidos elementos do Parque Ibirapuera, localizado na cidade de São Paulo, no Brasil e o Central Park, situado em Nova Iorque, nos EUA.

Parque Ideal

Protocolo de avaliação

    Os aspectos gerais dos parques foram avaliados por uma escala de 1 a 5, procurando estabelecer um critério padrão de avaliação. A classificação foi definida da seguinte forma:

1.     Péssimo

  • Não tem equipamentos para atividade física ou poucos equipamentos, muito deteriorados.

  • Espaço inadequado.

2.     Ruim

  • Espaço inadequado.

  • Equipamentos mal conservados e/ou em pouca quantidade.

3.     Regular

  • Equipamentos em quantidade adequada e em estado razoável de conservação.

4.     Bom

  • Espaço adequado.

  • Equipamentos em bom estado de conservação.

5.     Ótimo

  • Espaço adequado.

  • Equipamentos em quantidade adequada e em ótimo estado de conservação.

    Quanto à avaliação dos espaços e equipamentos para atividades físicas foi necessário subdividir os itens, para melhor avaliação, por conta das diferenças entre os parques, com avaliação de também de 1 a 5.

Equipamentos:

  • Quantidade ( )

  • Conservação ( )

  • Diversidade: ( )

  • Equipamentos de ginástica ( )

  • Quadras poliesportivas ( )

  • Playground ( )

  • Pista de corrida / Caminhada ( )

Resultados

Parque do Carmo. Distrito Parque do Carmo

    O parque do Carmo está localizado em uma região bem arborizada e preservada, possuindo um bom aspecto paisagístico. Em toda extensão do parque existem árvores de grande porte e foi feito um grande trabalho de reflorestamento, além de serem realizadas ações de manutenção nos jardins e locais arborizados.

    No quesito segurança, o parque apresenta vulnerabilidade, devido a sua grande extensão (1.500.000 m²) e pequeno número de guardas, visto que existem várias entradas e somente na entrada principal havia indivíduos responsáveis pela segurança.

    Foi observada difícil acessibilidade para deficientes físicos e ausência de instalações e adaptações para os usuários portadores de deficiência.

    A limpeza foi um item bem pontuado. Observou-se um grande número de funcionários mantendo limpas as vias de caminhada, os banheiros e as dependências em geral.

    Por não haver uma grande diversidade dos equipamentos para atividade física, o parque deixa a desejar neste quesito, apesar da grande extensão e boa qualidade da pista para corrida e caminhada, há poucos equipamentos e os existentes estavam em péssimo estado de conservação. O parque não possui quadras poliesportivas e os campos estão em locais não apropriados para a prática do esporte, pois a área é inclinada e irregular.

    Quanto à sinalização, existe uma deficiência em relação à sinalização interna, não há placas indicando a distância e nem placas de localização, porém a sinalização externa era de boa qualidade e em número suficiente para os usuários que desejam chegar ao parque.

Parque Chico Mendes. Distrito Vila Curuçá

    O parque Chico Mendes está localizado em uma área onde existe uma nascente de água, por isso há uma pequena reserva ecológica protegida pela segurança do parque e pela segurança ambiental, fato que torna o local bem arborizado, além de existir um pequeno lago contribuindo para o frescor do ambiente.

    Quanto à segurança do parque, há uma razoável estrutura, visto que o parque tem uma pequena dimensão. Os guardas estão presentes somente na portaria e o restante do local não é vigiado. As árvores de grande porte deixam o ambiente ligeiramente sem luz, porém há muros altos e cercas de arame em toda a sua extensão.

    Não há estrutura de acessibilidade para o usuário portador de deficiência, os banheiros apesar de grandes, não possuem rampas e nem boxes especiais.

    Foi observado que o parque não tem uma boa rotina de limpeza, não havia muitos funcionários desempenhando a função, a pista de caminhada estava suja com galhos, folhas e lixo. O parque possui espaços e equipamentos para atividades físicas precários, devido à má conservação e falta de manutenção dos mesmos. O piso das quadras estava desgastado e a estrutura metálica enferrujada. Apesar da razoável diversidade dos equipamentos de ginástica, alguns se encontravam quebrados e outros com dimensões inadequadas.

    Na parte interna do parque havia pouca sinalização e era mal conservada, proporcionando uma comunicação confusa e ineficaz. Externamente havia poucas placas indicando a localização do parque.

Parque do Piqueri. Distrito Tatuapé

    O parque possui um ambiente fresco, com aspecto visualmente agradável. É muito bem arborizado, com árvores altas e diversidade de plantas.

    Foram visualizados apenas dois guardas fazendo segurança na entrada e não foi observada nenhuma ronda. A acessibilidade para deficientes é ruim, com ausência de instalações e adaptações para os usuários com essas características.

    A limpeza do local é impecável.

    Há uma pista para caminhadas que circunda todo o parque. Também há quadras poliesportivas em estado de conservação regular, poucos equipamentos para ginástica e em estado razoável de conservação.

    Há placas de sinalização em pequena quantidade e em má conservação.

Parque Santa Amélia. Distrito Itaim Paulista

    Em relação à ambiência e paisagismo, o parque é visualmente agradável e possui um espaço razoável para o número de frequentadores, porém não possui muitas árvores de grande porte que possam gerar sombras, dificultando a prática de atividade física e lazer em dias de extremo sol.

    Há seguranças, porém, mesmo o parque sendo pequeno, eles ficam concentrados apenas na portaria e não há câmeras e rondas, levando em consideração que existem outras entradas distribuídas pelo parque.

    A acessibilidade é ruim, há grandes depressões e muitos declives no terreno, com algumas escadas e calçadas quebradas, dificultando o trajeto por toda a área. Há banheiros para deficiente físico, mas não há outras adaptações para deficientes no local.

    O parque e os banheiros são limpos, há funcionários trabalhando constantemente para manter a organização e limpeza.

    O parque possui alguns equipamentos para atividades físicas (como barras, prancha de abdominais) novos, porém as duas quadras estão em mal estado de conservação, denotando falta de manutenção das mesmas.

Parque Lydia Natalizio Diogo. Distrito Vila Prudente

    O parque Lydia Natalizio Diogo apresenta apenas uma parte de seu terreno arborizada adequadamente e em outra parte do terreno, há apenas algumas mudas de árvores. Por essa razão o local torna-se muito quente, dificultando a prática de atividades físicas.

    Como nos outros parques visitados, oram vistos guardas apenas na entrada principal.

    Há disponibilidade de rampas de acesso no seu interior e banheiros dando suporte à acessibilidade de deficientes.

    A limpeza foi um ponto forte na avaliação, apresentando aspecto limpo e organizado.

    Possui estruturas e equipamentos aparentemente novos em toda a sua área, sendo eles: pista de corrida asfaltada e com terra, playground, equipamentos de ginástica de madeira e aparelhos de ginástica voltados para idosos.

    A sinalização interna era precária, principalmente as indicações de uso dos aparelhos voltados para idosos.

Considerações finais

    Os parques urbanos são de suma importância para o relacionamento social e reprodução dos acontecimentos cotidianos. Por ser um local arborizado, sem estabelecimentos comerciais, muitas pessoas o utilizam como meio de evasão dos problemas relacionados à vida na cidade, como o estresse gerado pelo trânsito, a poluição, etc.

    Como o parque é um espaço público, toda a atividade feita nele pode ser ouvida e vista por todos os freqüentadores, oferecendo a possibilidade de motivar as pessoas a praticar algo novo, que desconhecem ou não sabiam onde encontrar, isso se aplicaria à pratica da atividade física.

    Para a utilização do parque é necessário que o mesmo esteja em boas condições de uso, como por exemplo: higiene adequada dos sanitários; cuidado com barreiras arquitetônicas (árvores impedindo o trajeto), equipamentos em bom estado, distribuição de lixeiras, bebedouros e sombra.

    A acessibilidade é necessária para que todos possam utilizar o local, principalmente a parcela da população que sofre algum tipo de deficiência. Se no parque não há os requisitos necessários, muitas pessoas estão perdendo um direito adquirido como cidadãos.

    Tendo em vista todas estas questões, pudemos observar em nossas visitas, que não é possível generalizar as conclusões, pois cada parque apresenta particularidades positivas e negativas, que necessitam de uma abordagem individualizada. Porém, ao compararmos todos os locais visitados, com o tipo ideal criado para a avaliação, nenhum deles atingiu um conceito máximo em todos os quesitos, ficando a maioria num nível intermediário.

    Para a prática de atividade física, os maiores problemas encontrados foram: arborização insuficiente; equipamentos mal conservados; quantidade insuficiente de espaço e equipamentos, comparando-se com o número de habitantes das localidades em que estão situados.

    As condições oferecidas para a realização de atividades físicas, nos parques visitados, são insuficientes para a obtenção de um bom nível de adesão dos usuários a essa prática, sendo importante o desenvolvimento e implementação de políticas públicas, que contemplem investimentos na adequação de espaços e equipamentos para prática de atividades físicas, em espaços públicos como os parques, bem como de pessoal qualificado para a orientação dos usuários (animação cultural). Essas ações surtirão efeito se além disso, forem priorizados pelo setor público, investimento em projetos ampliando as áreas verdes e cobertura vegetal da cidade, cumprindo funções sociais, ambientais e valorizando as necessidades da população.

Referências bibliográficas

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