efdeportes.com

Educação Inclusiva: um estudo acerca da Educação Física

La educación inclusiva: un estudio de la Educación Física

 

Especialista em Educação Física Escolar

com Ênfase em Esportes Individuais e Coletivos

pela Faculdade São Luiz de França

Jâmison Morais Vieira

jamison_ed.fisica@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A presente pesquisa trata-se de um estudo de revisão de literatura, teve como objetivo realizar uma revisão bibliográfica acerca da Educação Física para pessoas com necessidades educacionais especiais, mais não somente isso, como também, salientar as dificuldades encontradas pelos Professores de Educação Física no processo de inclusão. Para coleta de dados foi realizada uma pesquisa bibliográfica através de artigos, dissertações, teses, livros e revistas que tratasse a respectiva temática. Conclui-se que os estudos na área de Educação Física para pessoas com necessidades educacionais especiais ainda encontram-se em fase embrionária, no sentido de que, não há muitos estudos e os debates são muitos recentes, sendo uma das principais razões pelos quais muitos Professores de Educação Física, que hoje atuam nas escolas, não receberão na sua formação conteúdos que trata-se os problemas expostos em tela.

          Unitermos: Necessidades educacionais especiais. Educação Física. Formação de professores.

 

Abstract

          The present research is a study of literature review aimed to conduct a literature review concerning physical education for people with special educational needs, but not only that, but also highlight the difficulties encountered by Physical Education Teachers in inclusion process. For data collection was conducted through a literature search of articles, dissertations, theses, books and magazines that treat their subject. We conclude that studies in the area of ​​physical education for people with special educational needs are still in an embryonic stage, in the sense that there are not many studies and debates are many recent, being one of the main reasons for which many teachers Physical Education, now working in schools, will not receive in their training content that comes up in the problems exposed screen.

          Keywords: Special educational needs. Physical Education. Teacher training.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 172, Septiembre de 2012. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

1.     Introdução

    A literatura que trata da respectiva temática, nos trás a constatação de que, no Brasil, estudos relacionados a inclusão escolar de alunos com NEE, ainda se encontra em uma fase embrionária, no sentido de que, não há muitos estudos e os debates são muito recentes.

    O que estamos chamando a atenção é para a constatação de que, a discussão, bem como os estudos sobre a respectiva temática, são frutos de questões levantadas durante as décadas de 1980 e 1990. De modo que, tais debates se intensificaram em paralelo a criação de leis à nível Federal, para sermos mais específico, podemos citar a Constituição Federal de 1988 como marco inicial. Ganhando mais notoriedade, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB 9394/96, bem como a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994).

    Todavia, é necessário dizer que, não estamos apontando para uma falsa idéia de que, as leis expostas acima foram capazes de criar tal debate, como se tais leis fossem capazes de surgir como resposta a um problema que não existe, ou mesmo que não é debatido, mas sim que as discussões anteriores a estas leis, não surtiam efeito, ao menos em escolas vinculadas ao Estado, de modo que, a criação de leis, que teoricamente trariam para os Estados uma responsabilidade maior em relação ao ingresso de alunos com NEE, passou a operar de uma forma mais efetiva.

    Paralelo a intensificação destes debates, surgem outras questões, as quais estavam norteadas por uma preocupação voltada para a atuação do profissional de Educação Física, no seu campo de trabalho, bem como a sua instrução. Ou seja, se o profissional de fato estava preparado para lidar com as diversidades, e mesmo se o espaço pelo qual este desenvolverá seu trabalho possuía uma estrutura física adequada. Como resposta a estas inquietudes, surge o que poderíamos chamar de cursos de graduação com uma preocupação nova, voltada também para a capacitação destes profissionais.

2.     Materiais e métodos

    Para coleta de dados foi realizada uma pesquisa bibliográfica através de artigos, dissertações, teses, livros e revistas. Com isso pretendeu compreender quais fatores são preponderantes ao que se refere aos desafios encontrados pela Educação Física, no processo de inclusão, com o objetivo de “recolher e selecionar conhecimentos prévios e informações acerca de um problema ou hipótese, já organizado e trabalhado por outro autor” (Mattos, Júnior e Blecher, 2004, p.18). Sendo assim foram realizadas leituras referentes às políticas educacionais, voltadas para Educação Especial no Brasil, Educação Inclusiva, principais NEE, dos alunos inseridos no ensino regular, Educação Física Adaptada, e outras leituras sobre o cotidiano escolar de alunos com NEE, matriculados no ensino regular.

3.     Necessidades educacionais especiais

    E notório que o Professor independente da disciplina ministrada, já lecionou ou vai lecionar aulas para alunos com NEE, é importante que o mesmo tenha os conhecimentos básicos sobre o quadro clínico do seu aluno, tais como: idade, tipo de deficiência, se e transitório ou permanente, as funções estruturadas que estão prejudicadas. Diante disto Schirmer (apud BRASIL, 2006, p. 28), nós traz algumas contribuições para entendermos melhor os principais fatores que proporcionam a deficiência, seja esta física ou cognitiva “comprometimento do aparelho locomotor que compreende o Sistema Osteoarticular, o Sistema Muscular e o Sistema Nervoso.” Diante disso, compreendemos que, qualquer doença ou lesão que afetam qualquer um desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, pode produzir grandes limitações físicas de grau e gravidades variáveis, segundo os seguimentos corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida.

    O comprometimento das funções físicas ocorre com a falta de um membro (amputação), sua má-formação ou deformação (alterações que acometem o sistema muscular e esquelético), já as alterações funcionais motoras são alterações no sistema Nervoso Central, nesses casos e possível observar alterações no tônus muscular ((hipertonia1, hipotonia2, atividades tônicas reflexas, movimentos involuntários e incoordenados), (SCHIRMER, 2007).

3.1.     Educação Especial no Brasil

    A literatura corrente nos indica que, ao menos ao nível global, em especial nos países centrais, o processo educacional voltado para a inclusão de alunos com NEE, vem se tornando crescente a partir da década de 1950 (Sassaki, 1997). De acordo com Aguiar (2002; 2004 apud Aguiar 2005), no Brasil, este mesmo processo iniciou-se a partir da Constituição federal de 1988, com movimentos em busca da implantação de uma escola inclusiva para todos os alunos, sejam eles “normais” ou “especiais”. Diante disso, Bonfim e Souza (2010) nos traz alguns recursos para um maior entendimento do que tal constituição esboçará em relação a este modelo de ensino. O mesmo afirma que “de acordo com o artigo 208 da Constituição Federal de 1988 estabelece que todos os alunos, mesmo os portadores de deficiências severas, devem ser incluídos preferencialmente na rede regular” (Idem, p. 7).

    A partir da Declaração de Salamanca de 1994, iniciou nas escolas brasileiras, um momento de reflexão sobre o que e está incluindo. Diante disto Nunes (2006, p. 39 apud Rodrigues, 2005, p.53), traz importantes contribuições quando diz que “estar incluído é muito mais do que uma presença física: é um sentimento e uma prática mútua de pertença à escola e a criança, isto é, o jovem deve sentir que pertence à escola e a escola sentir que é responsável por ele”. A escola passou a refletir sobre as suas contribuições processo ensino e aprendizagem desses alunos com NEE, tais como: proporcionar as competências necessárias na vida diária; proporcionar uma formação nas áreas que correspondem às expectativas e exigências sociais e de comunicação da vida adulta e desenvolvendo experiências em situações reais, fora da escola.

    Conforme exposto no trecho acima, iniciou-se inúmero de estudos com o objetivo de diagnosticar as principais barreiras encontradas na implantação da uma educação inclusiva de qualidade como: acessibilidade arquitetônica; curso de formação continuada na área de educação inclusiva para os professores; apoio da família; diminuir o numero de alunos por sala; apoio da sociedade; apoio financeiro dos governantes; recursos didáticos e pedagógicos específicos para atender as necessidades individuais de cada aluno e assim facilitar o processo ensino e aprendizagem, sem esses itens básicos seria uma utopia3 falar de educação inclusiva. (LEONARDO, 2009; AMARO, 2006; AGUIAR, 2005; NUNES, 2006; BURKLE, 2010; SCHIRMER, 2007; SANTANA, 2005).

3.2.     Educação Física adaptada

    Quanto à área Educação Física, sobretudo o surgimento da Educação Física adaptada Aguiar (apud FREITAS, 2002, p. 27), considera que foi a partir da “resolução numero 03/87, do conselho federal de Educação, que prevê a atuação do professor de Educação Física com o portador de deficiência física e outras necessidades especiais.” Diante disto percebe-se que esta e uma das razões pelas quais muitos dos professores de Educação Física, que hoje atuam nas escolas, não receberam na sua formação conteúdos pertinentes a Educação Física Adaptada.

    Estudos realizados por Nunes (2006) e Toscano (2007), nós trás algumas contribuições para entender melhor quais os principais dificuldades encontrados pelos professores de Educação Física, na aplicabilidade da Educação Física Adaptada, tais como: caracterizar cada tipo de NEE; realização das aulas práticas; organização das aulas; proporcionar o conhecimento dos alunos com NEE, e como manejar eficazmente as diversidades em sala de aula.

    A Educação Física adaptada, e uma área da Educação Física que desenvolve estudos relacionados à motricidade humana, a mesma tem como objetivo o desenvolvimento global dos alunos com NEE, tais como, o intelecto da capacidade de criar, resolver e adaptarem-se as situações do dia a dia.

    E notório que antes de iniciar um trabalho de Educação Física Adaptada, o professor deve tomar algumas medidas de segurança, tais como, analisar o tipo de necessidade especial que o aluno tem, pois existem diferentes tipos de graus, de limitação; orientação médica; supervisão de um especialista em fisioterapia; um neurologista; psicomotricista ou psicólogo. Garantidas as condições de segurança, o professor pode fazer adaptações, criar situações de modo a possibilitar a participação dos mesmos.

4.     Considerações finais

    Com efeito, o debate proposto partiu da idéia de que, tais políticas estão em grande medida vinculadas a realidades outras. De modo que, não condizem com a realidade das pessoas com necessidades educacionais especiais, ou seja, aquela encontrada dentro dos muros das escolas públicas. O que de certo, vem a constituir a hipótese central, a qual nos trás a premissa de que, estamos diante de um problema dual, no sentido de que, percebemos resquícios tanto estruturais, quanto humanos, ou seja, se por um lado, notoriamente percebemos problemas de acessibilidade arquitetônica das escolas, por outro lado, percebemos uma formação inicial precária e sem muito a oferecer aos profissionais que estão nesta linha de frente.

Notas

  1. Hipertonia: aumento do tono ou da tensão de um órgão. (Bueno, 2001).

  2. Hipotonia: diminuição do tono ou da tensão muscular. (Bueno, 2001).

  3. Utopia, plano teórico que não pode ser realizado. (Bueno, 2001).

Referências

  • AMARO, D. G. Educação inclusiva, aprendizagem e cotidiano escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006.

  • AGUIAR, J.S. DUART, E. Educação Inclusiva: Um estudo na área da educação física. Revista brasileira de educação especial, Marília, V, 11, n. 2, p.223-240, 2005.

  • BRASIL, Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física: Ensino de primeira à quarta série. Secretaria de Educação Fundamental, Brasília, MEC/SEF, 1997. p. 96.

  • BUENO, S. Minidicionário da língua portuguesa. São Paulo: FTD, 2001.

  • BURKLE, Thyene da Silva. A sala de Recursos como suporte à Educação Inclusiva no Município do Rio de Janeiro: Das propostas legais à prática cotidiana. 2010. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, UERJ, Rio de Janeiro.

  • BOMFIM, Glidilene, S; SOUZA, Verônica dos R. Desafio da Educação Especial no atendimento às pessoas com deficiência intelectual. In: IV COLÓQUIO INTERNACIONAL EDUCAÇÃO E CONTEMPORANEIDADE, 2010, Laranjeiras. Anais do IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade – Laranjeiras:, 2010. p. 15.

  • ELISÂNGELA, M. de. Acessibilidade. Disponível em: www.paralerepensar.com.br. Acesso em 14 jul. 2011.

  • MATTOS, M. G.; JÚNIOR, J. R.; BLECHER, S. Teoria e prática da metodologia da pesquisa em educação física: construindo seu trabalho acadêmico: monografia, artigo científico e projeto de ação. São Paulo: Phorte, 2004.

  • NUNES, A.L.R. LEMOS, H.D.D. MENDES, R.C. O papel do jogo no processo de inclusão de crianças com necessidades educativas especiais: Alternativas no cotidiano escolar, Florianópolis, n. 8, p. 31 – 54, 2006.

  • SCHIRMER, C. R. et al. Atendimento Educacional especializado: Deficiência física. São Paulo: MEC/SEESP, 2007.

  • SANT’ANA, Izabella Mendes. Educação Inclusiva: Concepções de professores e Diretores, Maringá, v. 10, n.2, p. 227 – 234, mai./ago.2005.

  • SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 4. Ed. Florianópolis: UFSC, 2005.

  • VIEIRA, J. M. Portfólio de recreação e lazer. 2004. 66 f. Trabalho de Graduação (Disciplina de Recreação e Lazer) – Curso de Educação Física, Faculdade União das Américas, Uniamerica, Foz do Iguaçu, 2004.

  • TOSCANO, Chrystiane, et al. Educação Física no Processo de Educação Inclusiva: Dificuldades, procedimentais e atitudinais do fazer pedagógico no município de Aracaju - SE. In: II CONGRESSO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 2007, Recife. Anais do II Congresso Internacional de Ciências do Esporte - Recife: 2007. P. 9.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 172 | Buenos Aires, Septiembre de 2012
© 1997-2012 Derechos reservados