Educação Física na EJA - Educação de Jovens e Adultos La Educación Física en la Educación de Jóvenes y Adultos (EJA) |
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*Acadêmica do Curso de Educação Física Licenciatura CEULJI/ULBRA **Professor Orientador Curso de Educação Física CEULJI/ULBRA (Brasil) |
Mariana Rafaela Pontieri de Souza Galvão* Flademir Ari Galvão Gress** |
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Resumo A Educação Física vai muito além do correr atrás da bola, a partir dela podemos mudar hábitos de vida, para assim vivermos mais e melhor. Na Educação Física da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na grande maioria, não são praticantes de alguma atividade física, geralmente por passarem grande parte do tempo trabalhando ou por não terem oportunidades. Assim, muitas vezes, o local onde poderão praticar uma atividade física é na escola. Este estudo teve por objetivo verificar se há desinteresse dos alunos da EJA em participar das aulas de Educação Física. Para isso foi utilizado um questionário contendo perguntas abertas e fechadas. Os resultados mostraram que há interesse em participar das aulas de Educação Física, o cansaço com a jornada de trabalho e preocupações familiares acabam desmotivando a prática de atividades físicas. Unitermos: EJA. Educação Física. Motivação.
Abstract Physical education goes far beyond the run after the ball, from here we can change lifestyle habits, to live more and better. In physical education of young people and adults students, in the vast majority of practitioners are not some physical activity, usually by passing a large portion of their time working or because they lack opportunities. So many times, where you can practice a physical activity is at school. This study objective was to ascertain why the lack of interest of the students of the EJA to participate in physical education classes, identify which activities are proposed in lessons and identify which activities is of interest to students of the EJA. For this we used a questionnaire containing open and closed questions. The results showed that there is interest in participating in Physical education classes, but the lack of vigor, fatigue of the workday and family concerns ultimately discourage the practice of physical activities. Keywords: EJA. Physical Education. Motivation.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 172, Septiembre de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A escola noturna, enquanto espaço de escolarização para Educação de Jovens e Adultos (EJA) das classes populares, apresenta um movimento que interfere e desafia a prática pedagógica: entradas, saídas e retornos dos alunos da escola. Esse movimento é responsável pela evasão escolar e pela reprovação dos alunos da EJA, por vários motivos como horários e cansaço no trabalho, problemas familiares, mudança de cidades, o fato de ser facultativo em alguns casos. Diante dos relatos de alunos e do quadro de rendimento escolar da EJA.
Segundo Barbosa et al1, na EJA a Educação Física é um componente curricular obrigatório, entretanto o que a diferencia das outras disciplinas é o fato desta ser facultativa em alguns casos, ou seja, o aluno que se enquadra nos tópicos citados na lei, pode optar em fazer ou não as aulas.
Machado e Loureiro2 comentam em sua pesquisa que a importância da educação física na educação de jovens e adultos (EJA), para a conscientização da relação atividade física e saúde, e de como as práticas corporais podem melhorar a qualidade de vida dos alunos. O professor neste processo tem um papel fundamental, pois ele será o responsável por quebrar o estereotipo de que, a Educação Física é só correr atrás de uma bola e cansar. A Educação Física vai muito além do correr atrás da bola, a partir dela podemos mudar hábitos de vida, para assim vivermos mais e melhor. Na Educação Física na Educação de Jovens e Adultos (EJA), os alunos na grande maioria, não são praticantes de algum exercício físico, geralmente por passarem grande parte do tempo trabalhando ou por não terem oportunidades. Assim, muitas vezes, o local onde eles terão oportunidade de praticar um exercício físico é na escola.
Em uma pesquisa a respeito da Educação Física no ensino noturno, Silva e Silva3 puderam verificar que os entrevistados têm uma visão da Educação Física muito restrita no que tange à sua real função dentro da escola. Apesar de entenderem que a Educação Física é importante para a escola, estes não compreendem as diversas possibilidades que o componente curricular Educação Física é capaz de abordar.
As pesquisas realizadas com relação à Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a Educação Física são pouco exploradas na região norte e o fatos de muitos professores dizerem que os alunos são desinteressados, surgiu então a problemática do estudo que teve o intuito de investigar se há desinteresse dos alunos da EJA de Ji-Paraná/RO em participar das aulas de Educação Física.
Metodologia
Tipo de estudo
A pesquisa é caracterizada como sendo qualitativa pois foi realizada a investigação através de questionário e análise das respostas. Exploratório, pois buscou conhecer a realidade dos alunos da EJA e descritiva pois apenas descreverá as respostas, sem que seja modificada a realidade encontrada.
Sujeitos da pesquisa
Fizeram parte do estudo 27 alunos do seriado do 1º e 2º ano do ensino médio, com faixa de idade de 18 a 47 anos, estudantes da escola de educação de jovens e adultos CEEJA TERESA MITSUKO TUSTUMI, do curso noturno, localizado na cidade de Ji-Paraná-RO.
Instrumento
Foi utilizado um questionário com onze perguntas abertas e fechadas. As questões procuraram investigar o estado civil, se o sujeito trabalhava, se pratica algum exercício ou atividade física fora da escola e qual o interesse nas aulas de educação física, o objetivo do presente questionário foi para que o pesquisador entendesse se ha desinteresse ou não dos alunos pelas aulas de Educação Física.
Procedimentos
Esta pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa com o protocolo número 010/2012. Foi realizada visita a escola CEEJA TERESA MITSUKO TUSTUMI para um primeiro contato com a diretora da instituição, onde foi exposto o tema e objetivo do referido projeto. Após aceite deste estudo por parte da escola foi agendada visita para aplicação do questionário nos alunos que concordaram em participar da entrevista. Estes assinaram um termo livre esclarecido.
Apresentação e discussão dos resultados
Os dados abaixo foram organizados conforme as questões do questionário de pesquisa. Primeiramente a apresentação dos resultados seguido da discussão destes.
Questão 1. Você tem filhos, quantos?
Figura 1. Gráfico da resposta em percentual de sim ou não referente a pergunta: Você tem filhos, quantos?
Nesta questão, 17 (65%) alunos responderam que sim e 9 (35%) responderam que não.
Os resultados obtidos mostraram que a maior parte da população da pesquisa tem filhos, alguns ainda citaram que tem mais de um. Isto demonstra há responsabilidades onde o indivíduo estudante da EJA divide seu tempo entre trabalho, família e estudo.
Questão 2. Você trabalha?
Figura 2. Resposta em percentual de sim e não referente a pergunta: Você trabalha?
Para esta questão, 18 (69%) alunos responderam que sim e 8 (31%) responderam que não.
Conforme os resultados da figura 2, a minoria disseram que não trabalham fora, mas tem outras ocupações como serviços domésticos e filhos, e a maior parte trabalha fora e tem mais de um emprego ou carga horária elevada. Barbosa, et al1 citam e seu estudo que na EJA a Educação Física é um componente curricular obrigatório, entretanto o que a diferencia das outras disciplinas é o fato desta ser facultativa em alguns casos, ou seja, o aluno que se enquadra nos tópicos citados na lei, pode optar em fazer ou não as aulas, e isso mostra que não é desinteresse dos alunos pela matéria de Educação Física e sim um conjunto de fatores que desanima o estudo em geral.
Questão 3. Você prática algum exercício físico ou atividade física fora da escola?
Figura 3. Gráfico da resposta em percentual de sim e não referente a
pergunta: Você pratica algum exercício físico ou atividade física fora da escola?
O gráfico acima mostra que a maioria responderam 14 (54%) sim, 11 (42%) não e s/ resposta 1 (4%). Podemos observar que a pouca diferença nos resultados pode ser pela cultura e costumes e rotina de vida. Sendo assim, poderiam alegar que o cansaço da rotina diária desmotiva a iniciativa para uma mudança nos hábitos e a prática de algum tipo de exercício físico.
Segundo Machado e Loureiro2, a importância da Educação Física na educação de jovens e adultos, poderia levar a uma conscientização da importância do exercício físico e que o aproveitamento do horário das aulas na escola iriam contribuir para uma melhor qualidade de vida e saúde.
Questão 4. Quais as razões que levaram a praticar esse exercício ou atividade fìsica?
Figura 4. Gráfico quais as razões que levaram a praticar esse exercício ou atividade física.
Nesta questão os alunos poderiam citar o motivo que levaram a praticar tal exercicio ou atividade fisica em que foram questionados na questão 3. Na soma foi classificado como: qualidade de vida os que responderam relacionando corpo, estética, saúde,psicológico. Lazer os que responderam prazer, diversão, e bem estar e os que não responderam nada s/ resposta.
O gráfico acima mostra que a maioria respondeu s/ resposta com 10 (38%), mas a qualidade de vida com 9 (35%) sinal que eles tem consciência da necessidade de vida ativa que nosso corpo necessita. Os outros com 7 (27%) responderam lazer por que sentem prazer em realizar determinadas atividades.
Questão 5. Você participa das aulas de educação física da EJA?
Figura 5. Gráfico da resposta em percentual de sim e não são
referente a pergunta: Você participa das aulas de educação física da EJA?
Nesta questão, 25 (96%) responderam sim que participa das aulas de Educação FÍsica na EJA, e 1 (4%) disseram que não.
Farias, et. al4, realizaram pesquisa com o objetivo de verificar a atuação da Educação Física, perpassando pela questão facultatividade da Educação Física para esse público e da sua justificativa enquanto disciplina relevante no processo de ensino aprendizagem. É apresentado um histórico sobre a modalidade de jovens e adultos, demonstrando seu aspecto histórico e relevante no decorrer do tempo no Brasil e no mundo. Expondo todos essas apresentam-se sugestões de trabalho com a disciplina Educação Física na educação de jovens e adultos de forma dinâmica, prazerosa e de fácil operacionalização pelos professores. Os autores concluem que a educação física é vista nas escolas como prática esportiva e de desenvolvimento das habilidades motoras, e que há um esquecimento que a mesma pode ultrapassar estes conceitos.
Questão 6. Você gosta das aulas de Educação Física, por quê?
Figura 6. Gráfico da resposta em percentual de sim e não referente
a pergunta: Você gosta das aulas de educação física, por quê?
Nesta questão, 23 (88%) responderam que sim, e 2 (8%) disseram que não gosta das aulas. Uma pessoa não respondeu a esta questão, s/ reposta (4%). E referente ao por quê os alunos gostam das aulas de Educação Física a maioria disseram que sente prazer, distração, aprende sobre o corpo humano, que é uma aula diferente das outras matérias.
Segundo Lico & Darido apud Ferreira5, é responsabilidade do professor de Educação Física proporcionar momentos de sucesso e prazer aos alunos, condições favoráveis ao desenvolvimento da amizade; desenvolver atividades recreativas, alterando, se possível, o local da prática, variando sempre as atividades e evitando atividades que enfatizem demasiadamente a vitória. Isso é um forte motivo para que os alunos gostem mais das aulas de Educação Física.
Questão 7. Você prefere aula prática ou teórica na Educação Física da EJA, por quê?
Figura 7. Gráfico da resposta em percentual referente a pergunta:
Você prefere aula prática ou teórica da Educação Física da EJA, porquê?
Nesta questão os alunos poderiam marcar entre as opções práticas, teóricas ou nenhuma. De acordo com o gráfico acima, 14 (56%) alunos responderam que preferem aulas práticas, 10 (40%) preferem aulas teóricas, 1 (4%) nenhuma.
Fica claro que a disciplina não pode se resumir à recreação ou a reflexões simplistas sobre a qualidade de vida. O professor tem de atuar de maneira intencional, fornecendo subsídios para que os estudantes ressignifiquem o que já conhecem sobre as práticas corporais e desenvolvam novos entendimentos sobre o corpo humano.
Para planejar as aulas, inclusive as teóricas (que têm prioridade na EJA) é necessário criatividade e entendimento, juntando teoria com a prática, é preciso dar meios para eles perceberem a diferença entre esforço e movimento, por exemplo. São questões a serem discutidas antes das técnicas específicas, como ensaiar o drible no futebol.
Questão 8. Você participaria da confecções de máteriais alternativos para ser utilizados nas aulas de Educação Física?
Figura 8. Gráfico das respostas referentes a pergunta: Você participaria das
confecções de materiais alternativos para serem utilizados nas aulas de Educação Física?
O gráfico acima mostra que 14 (54%) sim participariam da confecções de materiais alternativos, 9 (35%) não participariam e 3 (11%) s/ resposta.
Um pouco mais da metade dos alunos participariam da confecção de materiais alternativos nas aulas de Educação Física Segundo Barbosa6 o professor deverá ter um diferencial em suas aulas como: estimular e adequar os conteúdos, instigar a vontade de todos os alunos a participar das aulas, para obter 100% e não 54% da participação. Além disso, em alguns casos falta espaço e materiais para prática da Educação Física que unido ao desinteresse e a não obrigatoriedade para alguns formam um conjunto de fatores para que essas aulas não se tornem atrativas com um maior percentual de participação.
Questão 9. Que atividades você tem interesse em participar nas aulas de Educação Física da EJA?
Figura 9. Gráfico referente a pergunta: Que atividades você tem interesse em participar nas aulas de educação física da EJA?
As respostas foram variadas, então foram classificadas como: atividade coletiva (volei, futsal e futebol) e atividade individual (exercício físico, alongamento, dança, ginástica, caminhada, jogo de damas, baralho, dominó e xadrez).
Nesta questão 11 (42%) escolheram alguma atividade individual, 8 (31%) alunos escolheram atvidades coletivas e 7 (27%) s/ resposta.
Estudo realizado por Carvalho (s/d) o jogo, o brincar, o movimento lúdico e criador podem estar inseridos em todo o processo escolar, incluindo a alfabetização e o letramento e, em todas as modalidades de educação, inclusive a de educação de jovens e adultos (EJA). Com estes princípios, a “corporeidade” que hoje orienta o elemento curricular Educação Física, explora, a relação entre corpo, expressão corporal, cultura e as demais áreas e formas de conhecimento. O importante que maior parte dos alunos tem interesse em participar de algum tipo de exercício físico.
Questão 10. Qual deve ser a frequência da aulas de Educação Física semanal?
Figura 10. Gráfico da resposta em percentual de quantas vezes na semana de haver aula de Educaçã Fisica.
Nesta questão os alunos poderiam escolher quantas vezes na semana deveria haver aula de Educação Física 1, 2 ou 3 vezes.
Na figura acima 12 (46%) alunos responderam que deveria ter aula de Educação Física 2 vezes na semana, 10 (39%) que 1 vez na semana é suficiente e 4 (15%) 3 vezes. Segundo Conselhos Federais e Regionais de Educação Física e baseados em princípios científicos que explicam o crescimento e o desenvolvimento humano, indicam a necessidade de que a prática da atividade física ocorra de forma regular e progressiva, respeitando a individualidade biológica do praticante. Dessa forma, é preciso assegurar que as aulas de Educação Física cumpram esses princípios e garantam uma frequência mínima de três aulas semanais7.
Questão 11. Se a disciplina não fosse obrigatória, você participaria das aulas de Educação Física?
Figura 11. Gráfico da resposta em percentual de Sim e Não referente a pergunta
se a disciplina não fosse obrigatória, você participaria das aulas de Educação Física?
Nesta questão, 19 (73%) responderam que sim, e 17 (27%) disseram que não participaria. Conforme resultados encontrados na EJA a Educação Física é um componente curricular obrigatório, entretanto o que a diferencia das outras disciplinas é o fato desta ser facultativa em alguns casos, ou seja, o aluno que se enquadra nos tópicos citados na lei, pode optar em fazer ou não as aulas. A presença da disciplina na grade curricular é prevista desde 2001 na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), e facultativa para estudantes que trabalham, têm filhos ou são maiores de 30 anos, e oferecida em algumas escolas fora do horário regular - fatores que contribuem para marginalizar o estudo das práticas corporais. Esses fatores colaboram para que alguns alunos tirem proveito e não participem das aulas, e não tenham consciência dos benefícios que a Educação Física poderá proporcionar.
Considerações finais
Os alunos da EJA apresentam interesse em participar das aulas de Educação Física, mas em virtude do cansaço e falta de motivação e uma rotina carregada, tendo que consciliar família e trabalho e por muitas vezes no momento da escola estão esgotados tendo que ir direto do trabalho, com roupas impróprias para prática. Além de que, não há uma visão do que é Educação Física, as vantagens e beneficios que podem trazer as suas vidas e a única percepção que conseguem ter no momento é a obrigação de ter o diploma pelo menos do ensino médio. O professor de Educação Física tem um papel fundamental para mudar este conceito e levar conhecimento da importância da prática para que estes alunos conscientizem-ses dos benifícios que o exercício trará a saúde.
Referências bibliográficas
BARBOSA, et al. CONGRESSO PAULISTANO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR, 4., 2011, São Paulo. A Educação Física na Educação de Jovens e Adultos (EJA). São Paulo 2012.
MACHADO, Julia Lepkoski; LOUREIRO, Luciano Leal. A possibilidade de intervenção da Educação Física na educação de jovens e adultos para a melhora da saúde e manutenção da qualidade de vida: uma revisão bibliográfica. Disponível em: http://guaiba.ulbra.tche.br/pesquisa/2009/artigos/edfis/salao/483.pdf. Acesso em: 06 fev. 2012.
SILVA, Hugo Cesar Nunes da; SILVA, Sheila Aparecida Pereira Dos Santos. Educação Física no ensino noturno: um estudo de caso. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 104, 2007. http://www.efdeportes.com/efd104/educacao-fisica-ensino-noturno.htm
FARIAS, Antonio Carlos et al. O Profissional da Educação Física e os Alunos da EJA à Luz da LDB. Revista Sapientia, São Luís-MA, v. 4, n. 4, p.00-1, abr. 2012.
FERREIRA, Eduardo Luis. O Professor de Educação Física e a motivação dos alunos nas aulas do ensino médio. Artigonal.
BARBOSA, Maria José. Reflexões de educadoras/es e educandas/os sobre a evasão na escolarização de jovens e adultos. Disponível em: http://www.ufpe.br/cead/eja/textos/maria_jose.pdf. Acesso em: 04 fev. 2012.
CONFEF/CREF. Educação Física Escolar: Plantando cultura, cidadania e saúde. 2009. Panfleto colorido.
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