efdeportes.com

Traumatismo dentário em crianças

Traumatismo dental en niños

Dental trauma in children

 

*Acadêmicas do Curso de Odontologia e jovens pesquisadoras do Programa de Iniciação 

Científica das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE. Montes Claros, MG

**Médico. Professor dos Cursos de Medicina da Universidade Estadual de Montes Claros

 (Unimontes) e Faculdades Unidas do Norte de Minas - FUNORTE. Montes Claros, MG

***Odontólogo. Doutorando em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros

 (Unimontes). Professor Titular do Curso de Odontologia das Faculdades Unidas 

do Norte de Minas - FUNORTE. Montes Claros, MG

(Brasil)

Maria Aparecida Barbosa de Sá*

Stéphany Ketllin Mendes Oliveira*

Mayane Moura Pereira*

Gessandro Elpídio Fernandes Barbosa**

Daniel Antunes Freitas***

danielmestradounincor@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Neste artigo foram abordados os dados epidemiológicos, fatores etiológicos e predisponentes, além das medidas de prevenção e tratamento do trauma dental. Foi realizada uma revisão bibliográfica abordando artigos atuais acerca dos temas estudados. O traumatismo dentário têm-se tornado um problema crescente em saúde pública e os altos índices de violência, acidentes de trânsito e uma maior participação das crianças em atividades esportivas contribuem para este fato. O tipo de trauma, a idade da criança, a intensidade e duração do impacto bem como o tempo decorrente entre o trauma e o atendimento são aspectos importantes a serem considerados durante o tratamento e avaliação do prognóstico do caso. As lesões traumáticas devem ser analisadas com cuidado, merecendo atendimento rápido e especializado não somente pelas conseqüências físicas advindas, mas também pelo seu impacto na qualidade de vida das crianças em termos de desconforto psicológico e emocional.

          Unitermos: Trauma dental. Epidemiologia do traumatismo dentário. Lesões traumáticas nas dentições.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 171, Agosto de 2012. http://www.efdeportes.com

1 / 1

Introdução

    Por definição, o traumatismo dentário caracteriza-se como qualquer lesão ao órgão dental, de origem térmica, química ou física, de intensidade e gravidade variáveis e cuja magnitude supera a resistência encontrada nos tecidos ósseos e dentários. (BIJELLA et al., 1990; DUARTE et al., 2001).

    Segundo Bijella et al. (1990) os traumas podem ocorrer em qualquer estágio de desenvolvimento do dente e em qualquer faixa etária, no entanto é mais prevalente em crianças e adolescentes, afetando, assim, dentição decídua e permanente.

    A incidência de lesões traumáticas na população jovem aumentou significativamente nos últimos anos, sendo considerado um problema grave pela comunidade odontológica quando comparado à cárie dentária, que apresentou uma redução dramática nas últimas décadas (CHOI et al., 2010).

    Para Marcenes et al. (1999) os altos índices de violência, acidentes de trânsito e uma maior participação das crianças em atividades esportivas têm contribuído para transformar o traumatismo dentário em um problema crescente em saúde pública.

    Os traumatismos dentários assumem proporções diferentes de acordo com o tipo e intensidade. Assim, as lesões traumáticas devem ser analisadas com cuidado não somente pelas conseqüências físicas advindas desta, mas também pelo seu impacto na qualidade de vida das crianças em termos de desconforto psicológico, além do alto potencial de interferência negativa nas relações sociais. (MARCENES et al., 1999; CRONA-LARSSON e NORE, 1989),

    Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo revisar a literatura abordando artigos acerca da epidemiologia, fatores etiológicos e predisponentes, além do tratamento e prevenção do traumatismo dental em crianças.

Revisão da literatura

Epidemiologia

    A prevalência e incidência dos traumatismos dentários nas dentições decídua e permanente têm sido objeto de estudo em diversos países. As injúrias aos dentes e suas estruturas de suporte podem ser classificadas como fraturas (coronárias, radiculares ou coronorradiculares), luxações laterais, luxações extrusivas, intrusão e avulsão dentária.

    O tipo de trauma, a idade da criança, estágio de desenvolvimento do dente, decíduo ou permanente, a intensidade e duração do impacto bem como o tempo decorrente entre o trauma e o atendimento são aspectos importantes a serem considerados durante o tratamento e avaliação do prognóstico do caso (KRAMER e FELDENS, 2005; FLORES, 2002).

    A distribuição das lesões traumáticas é analisada quanto à idade da criança, o gênero, o tipo de lesão e a localização das mesmas. Segundo Wandman et al. (1999) as faixas etárias compreendidas entre 12 a 24, 10 a 72 e 12 a 36 meses, são as de maior incidência do traumatismo dental, época em que a criança está mais exposta a quedas, coincidindo com a fase de aprendizado do andar aliados a fatores fisiológicos e comportamentais tais como, pouca coordenação motora, curiosidade exacerbada e falta de consciência do perigo. Nas dentições mista e permanente a faixa etária compreendida entre os seis e onze de idade é a que merece maior atenção. (MOSS e MACCARO, 1985).

    Na dentição decídua o sexo parece não influenciar na ocorrência do traumatismo, todavia na dentição permanente o gênero masculino apresenta maior prevalência de injúrias dentárias traumáticas quando comparadas ao gênero feminino. A explicação hipotética para esta associação é a maior participação de meninos em atividades intensas, esportes de contato físico e brincadeiras com maior potencial de risco para ocorrência de acidentes (BENDO, 2010; JOSEFSSON e KARLANDER, 1994; ONETO, FLORES e GARBARINO, 1994; HAMDAN e ROCK, 1995; O’BRIEN, 1995; KANIA et al., 1996).

    As luxações caracterizam o tipo de lesão mais prevalente na dentadura decídua, diferentemente da dentadura permanente em que a fratura é relatada com maior freqüência. Isso se deve ao fato de o osso da primeira dentadura ser mais poroso, o que favorece a ocorrência de tais lesões. (ANDREASEN e ANDREASEN, 1981; FLORES et al., 2001)

    De acordo com Baghdady et al. (1981) os dentes mais afetados pelos traumatismos dentários são os anteriores superiores, em especial os incisivos centrais pelo fato de se posicionarem na região frontal da face, estão portanto na direção do movimento corporal, tendendo a receber maior impacto que os demais dentes. Além disso, eles são um dos primeiros dentes a irromper na arcada, fato que os expõe a riscos na incidência do traumatismo. Seguem os incisivos laterais superiores e os incisivos centrais e laterais inferiores. Não há, entretanto diferença entre os lados direito e esquerdo quanto à ocorrência das lesões. (ANDREASEN e ANDREASEN, 1994).

    A literatura relata como fatores predisponentes à ocorrência do traumatismo dental as maloclusões (mordida aberta anterior, overjet incisal superior a 3 mm) e o selamento labial inadequado (SILVA-FILHO; FERRARI JUNIOR, 2004). A situação socioeconômica é um fator que está associado a diversos agravos orais tais como cárie dentária, doença periodontal, e perda dentária. Entretanto no que concerne a traumatismo dentário essa associação ainda não está clara e não há um consenso estabelecido (MALTZ; BARBACHAN e SILVA, 2001). Ainda há controvérsias também quanto à relação entre a obesidade e o traumatismo dentário, alguns autores encontraram em seus estudos associação entre estes dois fatores, outros, porém, observaram que tal relação não é significativa. (SORIANO et al 2004; NICOLAU et al 2001).

Etiologia

    Para Issáo e Guedes Pinto (1994) as principais causas de traumatismos dentários em crianças, nos primeiros anos de vida são os esforços para engatinhar, as tentativas de andar e correr, seguida de quedas contra objetos e de objetos altos, uma vez que, como cita Wei (1974) em seu estudo, uma criança não aprende a andar sem cair, e bem poucas chegam à idade de quatro anos sem sofrer uma pancada na boca.

    No período pré-escolar, que corresponde a idade de quatro a seis anos, a ocorrência do traumatismo é grande, e a principal causa são as quedas (em função de brincadeiras em que a faixa etária fica exposta (RAVN, 1974; BAGHDADY, GHOSE e ENKE, 1981; GARCIA-GODOY, SANCHEZ e SANCHEZ, 1981; MEON, 1986; OIKARINEN E KASSILA, 1987). Já na faixa etária que compreende o período escolar e a pré-adolescência que vai dos seis aos doze anos, os traumatismos ocorrem em conseqüência de acidentes com bicicletas, patins, skates, quedas, colisões e práticas esportivas, provocando na maioria das vezes fraturas dentais e lesões no lábio superior e no queixo (ANDREASEN, 2001; ONETTO et al. 1994).

    Outro fator etiológico do traumatismo dental na infância que não pode ser negligenciada é o abuso físico. Mais de 50% das crianças que sofrem abuso terão traumatismos orofaciais (HALPERN, 2010).

Diagnóstico

    Uma anamnese esclarecedora, e exames físico e radiográfico de qualidade devem respaldar o diagnóstico dos traumatismos dentários. Exames rápidos, diretos e precisos devem ser empregados, levando se, sempre em consideração, a idade da criança e a urgência da situação (VASCONCELLOS et al, 2003). E segundo Andreasen (1991) durante a anaminese três perguntas são fundamentais para a definição do diagnóstico e conduta terapêutica a ser seguida: quando (tempo decorrido entre o trauma até o primeiro atendimento); onde (indica a necessidade de se observar a validade da vacina antitetânica da criança, da indicação de antibióticos e do nível de contaminação e como (para relacionar o tipo de lesão que resultou). Dados adicionais serão obtidos com o exame físico, tais como: exposição pulpar, mobilidade, dor à percussão, vitalidade pulpar, deslocamento dental, lesões aos tecidos moles, fratura óssea, entre outros.

    Para Fried e Erickson (1995) um diagnóstico cuidadoso e a documentação do caso são o primeiro passo para o tratamento de qualquer dano causado por lesões traumáticas. Para tais autores estes procedimentos são rápidos e fáceis de serem executados, devendo ser realizados sempre nesta seqüência: histórico de saúde e médico; avaliação neurológica; exame da cabeça e pescoço; exame bucal (tecidos moles e duros); exame radiográfico e documentação fotográfica.

    O traumatismo em dentes decíduos pode ser o motivo na maioria das vezes, do primeiro contato da criança com cirurgião dentista. O profissional deve, portanto, ser capaz de transmitir tranqüilidade e segurança aos pacientes e a seus acompanhantes, normalmente bastante afetados em seu estado emocional. (WANDERLEY, 1999).

Tratamento

    Os métodos para o tratamento de dentes traumatizados são muito variados, e alguns fatores devem ser considerados antes da escolha do tratamento, tais como o tipo e a severidade do trauma, a maturidade dentária, o tempo transcorrido desde o momento do acidente até o atendimento e o fato de estar ou não associado a uma fratura alveolar. Em todos os casos, os pais devem ser informados sobre as opções de tratamento e seus respectivos prognósticos. (VASCONCELLOS et al., 2003)

    As fraturas de esmalte e esmalte-dentina são os tipos mais comuns de fraturas coronárias na dentição permanente e geralmente acometem a mesial e a incisal dos incisivos centrais superiores. O tratamento nestes casos varia de acordo com a extensão da fratura: quando há perda de apenas uma pequena porção do esmalte, o polimento e remoção das asperezas da superfície são suficientes. Já as fraturas envolvendo esmalte-dentina exigem uma restauração, que pode basear-se na colagem do fragmento coronário, ou na confecção de restaurações convencionais com ionômero de vidro ou resina (FLORES et al. 2001). Quando se optar pela colagem o elemento fraturado, este estar armazenado em soro fisiológico (técnica de baixo custo e de resultados estéticos satisfatórios) (FERREIRA, 1998).

    Sanabe et al. (2009) relata que nos casos de fratura complicada em que há envolvimento do esmalte, dentina e polpa, o atendimento de urgência deve ocorrer em até três horas após o trauma. E de acordo com Flores et al. (2001), as alternativas de tratamento são: pulpotomia parcial nos casos de ápice aberto; pulpotomia com formocresol e ZOE, nos casos em que ainda não se iniciou o processo de reabsorção fisiológica; tratamento do canal e preenchimento com ZOE e em último caso a extração do dente.

    Para FLORES (2002) a fratura de coroa-raiz corresponde a uma fratura múltipla da coroa envolvendo esmalte, dentina, cemento e polpa, bem como a raiz. Pode ocorrer tanto no sentido axial como no horizontal, com presença de mobilidade. Quando a fratura ocorre no sentido horizontal, pode-se manter o elemento radicular por meio de técnicas de reposicionamento dental, no entanto é necessário realizar o tratamento endodôntico pelo risco de necrose pulpar. O rápido atendimento após o trauma oferece melhor prognóstico. Na fratura vertical, o único tratamento é a extração do elemento dentário. (SANABE et al, 2009).

    Nos casos em que há fratura da raiz, o dente encontra-se com mobilidade podendo o fragmento coronal apresentar-se deslocado. Se o fragmento coronal não está deslocado e a raiz está completa, uma esplintagem com fio de aço e resina composta pode ser realizada. Alguns casos exigem a realização do tratamento endodôntico (FLORES, 2002). No entanto quando há deslocamento do fragmento coronal e laceração da gengiva, a extração, deve ser o tratamento de escolha (HARDING, CAMP, 1995).

    A fratura alveolar é um dos traumas mais graves, neste caso os dentes do segmento afetado apresentam-se móveis e, geralmente deslocados, podendo haver descontinuidade da mucosa na região. O tratamento desta fratura consiste no reposicionamento do segmento e esplintagem nos dentes adjacentes por quatro semanas. Se for necessário a esplintagem pode ser postergada por mais duas a três semanas, caso contrário a extração é indicada. (FLORES et al. 2001).

    A concussão é um traumatismo de pequena intensidade sobre os tecidos de sustentação dentária, não altera, portanto a posição nem provoca mobilidade dentária, ocasionando apenas sensibilidade à percussão ou oclusão. Não há necessidade de intervenção imediata e de acordo com Fried et al. (1996); Andreasen et al. (1999), o tratamento consiste apenas em manter o dente em observação.

    A subluxação segundo Sanabe et al. (2009) é um traumatismo de intensidade moderada que determina mobilidade dentária sem mudança de posição. A mobilidade pode ser avaliada como leve, moderada ou severa. Geralmente há sangramento em torno do sulco gengival, indicando lesão aos tecidos periodontais. Esse tipo de trauma também não requer intervenção imediata, pois de acordo Flores (2002), se existir boa higiene bucal, o dente normalmente retorna à normalidade em duas semanas. Em casos de grande mobilidade, pode-se optar pela contenção.

    A luxação lateral é o deslocamento do dente no sentido palatino vestibular, mesial ou distal. Há mudança da posição do dente na arcada, podendo haver mobilidade, sangramento e laceração dos tecidos periodontais adjacentes. De acordo com Soporowski, Allred e Needleman (1994) se não existir interferência oclusal, o dente retornará a sua posição espontaneamente. Porém quando há interferência oclusal, deve-se realizar o reposicionamento e esplintagem nos dentes adjacentes por três a quatro semanas (HOLAN, 1999). Pode ser necessária a realização de tratamento endodôntico. O reposicionamento cirúrgico está associado ao aumento do risco de necrose pulpar (SOPOROWSKI, ALLRED, NEEDLEMAN, 1994).

    Quando ocorre a luxação intrusiva o dente é deslocado no sentido axial (FRIED, ERICKSON, 1995). Assim na radiografia de diagnóstico, se o ápice estiver deslocado em direção ou através da tábua óssea vestibular, a ponta apical poderá ser vista, e o dente aparecerá encurtado em relação ao contralateral; neste caso, o dente deve ser deixado para reerupção espontânea (HOLAN, RAM, 1999). Quando o ápice estiver deslocado em direção ao germe do dente permanente, a ponta apical não poderá ser vista e o dente aparecerá alongado, neste caso, a conduta deve ser a extração (HOLAN, RAM, 1999; FLORES, 2002).

    Contrariamente a intrusão, temos a luxação extrusiva processo em que o dente é deslocado parcialmente para fora do seu alvéolo. Há presença de mobilidade e sangramento. Antes de se eleger o tratamento para esta lesão deve-se observar o grau de rizólise, o tempo decorrido do trauma, a magnitude do deslocamento e a presença de fratura da parede alveolar. De acordo com Flores (2002), o tratamento pode ser a extração ou o reposicionamento e a esplintagem. Se o dente apresentar uma extrusão mínima, deve-se considerar o seu reposicionamento e uma contenção de 10 dias. Caso o dente apresente um grau acentuado de extrusão podendo esta ser considerada uma quase avulsão, e este dente se encontre próximo à fase de esfoliação, a exodontia pode ser o tratamento de eleição.

    Por último tem-se a avulsão, processo em que o dente é deslocado totalmente para fora do alvéolo (MERKLE, 2000). Dentes decíduos que sofreram avulsão não devem ser reimplantados devido ao potencial de danos que podem causar ao germe do dente permanente (Garcia-Godoy, Pulver, 2000; McTigue, 2000; Harding, Camp, 1995). Para Fried, Erickson (1995). Quanto à avulsão de dentes permanentes, o elemento dental deve ser armazenado imediatamente em leite gelado (4°C) para melhor conservação dos ligamentos. Também, podem ser usados o soro fisiológico e a saliva. Se reimplantado em menos de 60 minutos, o prognóstico é favorável; porém, se houver demora ou se o dente for mantido seco ou em soluções não indicadas, o prognóstico é desfavorável, levando à perda permanente. (BLOMLÖF, 1983).

Prevenção

    A prevenção dos traumatismos dentais pode ser realizada pelo uso de medidas de segurança em ambientes ou situações onde há risco de acidentes. Em ambiente doméstico, os pais devem estar atentos aos movimentos das crianças menores e evitar ângulos vivos nos móveis e objetos da casa, brinquedos pontiagudos e não adequados para a faixa etária da criança. Durante a prática esportiva, crianças e adolescentes de qualquer faixa etária devem utilizar rigorosamente equipamentos de proteção individual: capacetes e protetores bucais – confeccionados pelo próprio cirurgião-dentista da criança (MALLIKARJUNA e KRISHNAPPA, 2009)

    As alterações de oclusão e musculatura são fatores predisponentes para o traumatismo dentário. Na dentição decídua, a prevenção vem com a não instalação da maloclusão, evitando o hábito prolongado da sucção de chupeta e mamadeira, removendo-as antes que se instalem as alterações. Caso ocorra a maloclusão esta deve ser tratada precocemente. (ISSÁO E GUEDES PINTO, 1994).

    É importante que existam programas de prevenção para esclarecer os pais, professores, as crianças e a população em geral das necessidades do atendimento e acompanhamento adequados, além de existirem profissionais e serviços capacitados pra tal. (GARCIA-GODOY, 1985).

Discussão

    O traumatismo dentário é considerado pela OMS como um problema de saúde pública. (WHO, 1998), as lesões acontecem numa prevalência relativamente alta (CAVALCANTE et al. , 2009; CECONELLO;; MOYSÉS et al., 2008; RAMOS-JORGE et al., 2008; SORIANO et al., 2006; TREABERT et al., 2003; TREABERT et al., 2004; TRAEBERT et al., 2006) e afetam principalmente crianças e adolescentes (BONINI et al., 2009; CAVALCANTE et al., 2009; CECONELLO; TRAEBERT, 2007; FERREIRA et al., 2009; GRANVILLE-GARCIA; MENEZES; LIRA, 2006; KRAMER et al., 2003; MARCENES; ZABOT; TRAEBERT, 2001; MOYSÉS et al., 2008).

    A maioria dos estudos revela que os dentes anteriores são os mais atingidos, em especial os incisivos centrais superiores (TREABERT et al., 2003; TREABERT et al., 2004; TRAEBERT et al., 2006; VIEGAS et al., 2006), interferindo assim, na harmonia do sorriso, na autoestima dos indivíduos. (BONINI et al., 2009; GRANVILLE-GARCIA; MENEZES; LIRA, 2006; KRAMER et al., 2003; SIMÕES et al. 2004; SORIANO; CALDAS Jr; GÓES, 2004; VEIGAS et al. 2006). De acordo com Caldas Jr; Burgos, 2001; Cecconello; Marcenes; Zabot; Sheiham, 2001; Nicolau; Marcenes; Traebert et al., 2004; Simoes et al.., 2004; Soriano; Caldas; Goés, 2004; Soriano et al., 2007; Traebert, 2007; Traebert, 2001 os meninos sofrem mais traumatismos dentários quando comparados com as meninas, sendo a queda da própria altura ou de objetos considerada a principal causa da ocorrência dos mesmos (CALDAS JR; BURGOS, 2001; CAVALCANTE et al., 2009; GRANVILLE-GARCIA; MENEZES; LIRA, 2006;PRATA et al., 2000; NICOLAU; MARCENES; SHEIHAM, 2001; TRAEBERT et al., 2003; REIS et al., 2008; SILVA, 2004; SORIANO; CALDAS; GOÉS, 2004; VEIGAS et al., 2006). O fator predisponente ao traumatismo mais citado nos estudos é o overjet maxilar acentuado (FORSBERG e TEDESTAM, 1990; NGUYEN et al., 1999; CORTES MARCENES e SHEYAM, 2001 TRAEBERT et al., 2006; TRAEBERT et al., 2006). Dentre os tipos de traumatismos nos tecidos duros dentais, felizmente, as fraturas mais simples, principalmente de esmalte, são o tipo mais freqüente (BONINI et al., 2009; CALDAS Jr; BURGOS, 2001; CAVALCANTE et al., 2009; GRANVILLE-GARCIA; MENEZES; LIRA, 2006; MARCENES; ZABOT; SORIANO; CALDAS Jr; GÓES, 2004; SORIANO et al., 2007; TRAEBERT et al., 2003; TRAEBERT et al., 2006; VIEGAS et al., 2006) e geralmente não demandam de procedimentos restauradores complexos para a sua resolução. Com relação aos tecidos de sustentação, as luxações foram as mais freqüentes, principalmente na dentição decídua. CALDAS JR E BURGOS, 2001; PORTO et al., 2003; SIMÕES et al. 2004).

Considerações finais

    O traumatismo dentário é um problema grave, devendo, portanto ser considerado uma situação de urgência. Requer atendimento rápido e especializado, não somente pelos problemas físicos, imediatos e tardios, que o trauma pode ocasionar, mas também pelo envolvimento emocional na vida da criança e de seus acompanhantes. O profissional deve ser preparado para resolver ou minimizar os problemas que venham a ocorrer, para isso além do conhecimento ele deve gozar de bom senso e experiência para abordar a problemática. É imprescindível também a participação dos pais, professores, treinadores e demais pessoas que façam parte do convívio da criança não só no auxílio imediato a esse tipo de acidente como também na sua prevenção.

Referências

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 171 | Buenos Aires, Agosto de 2012  
© 1997-2012 Derechos reservados