Transtornos alimentares em atletas de ginástica esportiva Trastornos alimenticios en atletas de gimnasia deportiva |
|||
*Licenciada em Educação Física. Universidade de Pernambuco **Psicóloga. Universidade Paulista Mestre em Nutrição. Universidade Federal de São Paulo (Brasil) |
Liudmila de Andrade Bezerra* Mara Cristina Lofrano Prado** |
|
|
Resumo O presente artigo de revisão tem como finalidade apresentar informações sobre o transtorno alimentar em atletas de ginástica através de definições, fatores de risco, sintomas e conseqüências, a fim de diagnosticar, tratar e mostrar a importância da prevenção de tal doença. Para tanto foi realizado um levantamento bibliográfico usando as bases de dados PUbMEd, Scopus, Scielo, a partir dos termos transtorno alimentar, ginástica, anorexia nervosa, bulimia nervosa. A prevalência encontrada na literatura demonstra a incidência de pessoas com transtornos alimentares onde a maioria é mulher e atleta. Analisando-se os referenciais teóricos consultados, conclui-se que vem ocorrendo um aumento da incidência de transtornos alimentares especialmente em atletas mulheres que praticam esportes, onde o baixo peso corporal e a magreza são potencialmente influenciáveis para o rendimento na modalidade, como no caso da ginástica. O transtorno alimentar acarreta diversas conseqüências físicas e psicológicas que afetam o desempenho atlético devido a interferência na saúde da atleta podendo levar a morte caso não seja diagnosticado e tratado devidamente. Portanto os programas preventivos multidisciplinares são de extrema importância para a saúde das atletas. Unitermos: Transtorno alimentar. Anorexia nervosa. Bulimia nervosa. Ginástica esportiva.
Abstract This review article is to present information on eating disorders in athletes of gymnastics through the definitions, risk factors, symptoms and consequences, to diagnose, treat and show the importance of preventing this disease. For that was done a bibliographic search using the databases, Scopus, Scielo, PubMed, from the terms eating disorders, gymnastics, anorexia nervosa, bulimia nervosa. The prevalence found in the literature shows the incidence of people with eating disorder where the majority is women and athletes. Analyzing theoretical references are consulted, it is concluded that an increase has occurred in the incidence of eating disorders especially in women athletes who practice sports where low body weight and leanness are potentially influenced in the performance mode, as in gymnastics. The eating disorder causes various physical and psychological consequences that affect athletic performance due to interference in the health of the athlete can lead to death if not diagnosed and treated properly. So the multidisciplinary prevention programs are extremely important to the health of athletes. Keywords: Eating disorder. Anorexia nervosa. Bulimia nervosa. Gimnastics sports.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 171, Agosto de 2012. http://www.efdeportes.com |
1 / 1
Introdução
A preocupação com o corpo e massa corporal em esportes que visam a performance e a quase perfeição nos movimentos, faz com que os atletas estejam, na maioria das vezes com pesos corporais muito baixos, visando, principalmente, atender a exigência dos corpos belos e magros de modalidades como: atletismo, ginástica artística, nado sincronizado e dança (OLIVEIRA et al., 2003; LEONE; SEDORY; GRAY, 2005). No caso específico da ginástica, existe uma extrema importância e preocupação em relação a forma física dos atletas devido as exigências estéticas e técnicas dos movimentos (VILLARDI; RIBEIRO; SOARES, 2001).
Toda essa preocupação e exigência da ginástica podem acarretar em algumas consequências danosas para os atletas, como é o caso do desenvolvimento de transtorno alimentar (TA), que é um distúrbio psiquiátrico, caracterizado pela utilização de estratégias e comportamentos inadequados, visando diminuição e/ou manutenção da massa corporal podendo estar associado à distorção da imagem corporal (SODERSTEN; BERGH; ZANDIAN, 2006).
A interrelação entre fatores socioculturais, familiares, individuais e biológicos podem deixar o indivíduo mais susceptível ao desenvolvimento dos TAs (SODERSTEN; BERGH; ZANDIAN, 2006). A cobrança dos familiares, patrocinadores e sobretudo dos treinadores, além da adoção de dietas muito restritas em idades muito precoces sem a supervisão de um profissional adequado são alguns dos fatores contribuintes para o surgimento de TAs e de uma série de problemas e consequências ligados a doenças, danos a saúde e ao desempenho atlético (LEONE; SEDORY; GRAY, 2005)
Portanto faz-se importante e necessário o esclarecimento e conhecimento sobre os TAs para que exista a possibilidade de diagnosticar o mais breve possível a fim de encaminhar o atleta para o tratamento adequado e também para que se insiram programas preventivos na vida dos atletas.
Neste sentido o presente artigo de revisão tem como finalidade apresentar informações sobre os TAs em atletas de ginástica através de definições, fatores de risco, sintomas e consequências, a fim de diagnosticar, tratar e mostrar a importância da prevenção de tal doença.
Para isso foi realizado um levantamento bibliográfico usando as bases de dados Scopus, Scielo, PUbMEd, a partir dos termos Transtorno alimentar, ginástica, anorexia nervosa e bulimia nervosa.
Transtorno alimentar
O Transtorno alimentar é o termo usado para denominar o desequilíbrio na ingestão de alimentos, podendo ser de maneira excessiva e compulsiva, bem como a restrição alimentar severa, denominada de “aversão” aos alimentos e ao ato de comer propriamente dito. Os TAs se dividem em anorexia nervosa e a bulimia nervosa, em ambas existe uma preocupação excessiva em relação à forma e a massa corporal que levam o paciente a adotar comportamentos inadequados, dirigidos à redução de massa corporal (CORDÁS; NEVES, 1999).
A partir da década de 80, foi reconhecida a existência de outros transtornos alimentares ditos atípicos, sem outra especificação (TASOE) ou não especificados (TANE), por não atenderem exatamente aos critérios diagnósticos de anorexia ou bulimia, embora alguns quadros apresentem ao menos parte das características destas, e sejam vistos como síndromes parciais das mesmas. Dentre os TASOE destaca-se o transtorno da compulsão alimentar periódica (GALVÃO; CLAUDINO; BORGES, 2006).
A anorexia nervosa (AN) é caracterizada por uma excessiva restrição energética auto-imposta com o principal objetivo da perda extrema de massa corporal (CORDÁS, 2004). É uma doença dita complexa pelo envolvimento de vários aspectos como psicológicos, fisiológicos e sociais. A AN pode ser dividida em dois subtipos anorexia nervosa restritiva podendo chegar ao jejum completo; e a anorexia nervosa purgativa associada à prática de vômitos auto-induzidos, uso de laxantes e diuréticos, anfetaminas e exercícios físicos em excesso (VILELA et al, 2004). Afetam principalmente adolescentes e jovens adultos do gênero feminino levando as pacientes a uma condição de grandes prejuízos biopsicossociais associados à elevada morbidade e mortalidade (DOYLE; BRYANT-WAUGH, 2000).
Os principais sintomas são: massa corporal 85% a menos do normal, medo de engordar, distorção da imagem corporal, amenorréia, desmineralização óssea, perda de massa muscular e gordura corporal, irregularidades digestivas, arritmias cardíacas, desidratação, intolerância ao frio, cabelos finos e fracos, osteoporose, entre outros sintomas neuroendócrinos, dermatológicos, cardiovasculares e digestivos (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
Já a bulimia nervosa (BN) é caracterizada por ingestão de alimentos em excesso associada a métodos compensatórios inadequados para controle de massa corporal, como vômitos auto-induzidos, uso de medicamentos (diuréticos, laxantes, inibidores de apetite), dietas e excesso de exercícios físicos (SAPOZNIK; ABUSSAMRA; AMIGO, 2005). Devido ao fato de a BN procurar “compensar” um problema subjetivo através da adoção de estratégias imperativas de emagrecimento, resultando em um estado contínuo denominado de “montanha russa emocional” 18, ou seja, o indivíduo com bulimia pode estar com sua massa corporal adequada, levemente aumentada ou diminuída se diferenciando da magreza excessiva da anorexia o que dificulta muitas vezes a identificação do problema (ABREU, 2002).
Segundo ACSM (2007), consequências como: perda de fluídos e eletrolitos durante a purgação podendo levar a desidratação, desequilíbrio ácido-básico eletrolítico, arritmias cardíacas, bolsas debaixo dos olhos, vasos sangüíneos faciais quebrados, fraqueza muscular, desmaios entre outras conseqüências neuroendócrinas, cardiovasculares, pulmonares e digestivas.
Transtornos alimentares em atletas
Diversos fatores correspondestes ao meio esportivo, especialmente esportes que são altamente competitivos e que visam a quase perfeição através dos movimentos (ginástica em geral, patinação artística, ballet clássico), podem ser contribuintes para os atletas que possuem transtornos alimentares como por exemplo: a carga e freqüência de treinamentos, a restrição alimentar, lesões, disciplina desportiva juntamente com a sub-cultura (falta de informação) e comportamento do treinador (TORO et al., 2005).
Evidências demonstram que atualmente um número cada vez maior de atletas são acometidos pelos TAs, pois a competitividade e a busca pelo corpo belo, magro e com bom desempenho na realização dos movimentos nos esportes, faz com que os atletas principalmente de ginástica apresentem inadequação na ingestão de alimentos, dessa forma, atletas passam a serem considerados grupo de risco para o desenvolvimento de TA, uma vez que, demonstram maior preocupação do que não atletas que fazem atividades físicas habitualmente, em relação ao bem estar, a saúde, massa corporal e performance (OLIVEIRA et al., 2003; LEONE; SEDORY; GRAY, 2005; ASSUNÇÃO; CORDÁS; ARAÚJO, 2002) .
Em relação ao gênero feminino, vale ressaltar que o número de mulheres em diversas modalidades esportivas aumentou consideravelmente nos últimos anos e com isso os problemas relacionados com atletas deste gênero também aumentou, principalmente nas mulheres que são atletas de algumas modalidades específicas caracterizadas por enfatizar a porcentagem de gordura baixa a fim de melhorar a performance e a estética dos movimentos (VILMA et al., 2007).
Dados da literatura relevaram que mulheres atletas demonstram desejo de se manterem magras e isso parece exercer maior influência nas práticas dietéticas do que as mudanças no programa de treinamento, devido à ausência de orientação profissional adequada, desta forma, a influência inadequada de treinadores, parentes e amigos muitas vezes podem fortalecer e aumentar as razões de certos comportamentos alimentares que tornam a atleta vulnerável ao inicio do TA comprometendo o a sua performance (VILMA et al., 2007).
A restrição alimentar decorrente de dietas precoces e inadequadas sem acompanhamento profissional adequado também favorece o início dos TAs sendo apontada como fator mais frequente e comum, principalmente em sociedades ocidentais onde a busca pelo corpo perfeito é predominante.
Além da busca pela magreza, é importante notar que os TAs podem desencadear sérios problemas no desempenho do atleta, uma vez que esta doença pode provocar o desenvolvimento da osteoporose, o atleta inicialmente pode não sentir os efeitos imediatos, sofrendo apenas lesões e futuramente ou dependendo do quão grave esteja a sua doença ele pode começar a sofrer fraturas ósseas, além disso, o estresse do treinamento intenso pode causar fraturas ósseas que são mais comuns nos ossos do sacro, na pélvis e na cabeça do fêmur (ZENI et al., 2000).
Consequências dos transtornos alimentares na saúde dos atletas
As mulheres que possuem o TA e são atletas apresentam sintomas de risco e que trazem algumas conseqüências à saúde. O que mais ocorre é a irregularidade do ciclo menstrual denominada de oligomenorréia num período de 35 a 90 dias entre as menstruações ou até mesmo a amenorréia onde a menstruação tem uma pausa durante um período aproximadamente de 3 meses consecutivos. A prevalência da presença da amenorréia em mulheres praticantes de esportes como corrida de fundo, ballet, patinação artística, ginástica se estabelece entre 25% e 70%. E entre as mulheres que fazem parte da população em geral esta prevalência da amenorréia é de 5% (BRUNET, 2005; DUSEK, 2001). Outra consequência com bastante ocorrência é a osteoporose devido a perda de cálcio nos ossos.
Essas conseqüência citadas acima recebem o nome de tríade da atleta feminina, denominado assim pelo ACSM (2007) porém alguns autores preferem utilizar só o nome tríade feminina pelo fato de estas conseqüências também aparecer em mulheres que fazem parte de uma população fisicamente ativa mas não consideradas atletas. As informações relacionadas com estas conseqüências da tríade ainda são muito restritas e limitadas (DUSEK, 2001).
Há uma relação muito forte entre a anorexia nervosa e a disfunção menstrual pelo fato de a amenorréia fazer parte do diagnóstico da anorexia nervosa como um dos critérios estritamente necessários. Já na bulimia nervosa não há o conhecimento da existência de uma relação como há da anorexia nervosa, porém já esta se descobrindo um aumento numérico em relação as atletas com bulimia e amenorreia simultaneamente (KAZIS; IGLESIAS, 2003).
Uma conseqüência séria em relação a amenorréia é a infertilidade que ocorre devido a ausência do desenvolvimento folicular ovariano, ovulação e função lútea. Outra conseqüência é a alteração na capacidade de vaso dilatação arterial devido ao hipoestrogenismo gerando outros problemas como alterações do metabolismo oxidativo muscular, elevações nos níveis plasmáticos de colesterol e triglicérides e secura vaginal (HOCH et al., 2003).
A pausa da menstruação acarreta diversos problemas no organismo da mulher, ou seja, está associado com várias conseqüências e muito freqüente é o desaparecimento do efeito protetor dos estrógenos nos ossos tornando as mulheres mais expostas a perda de cálcio e este problema ainda é piorado pela baixa ingestão (contribuição) de energia, proteínas e lipídios (DERK, 2006).
Existem ainda outros tipos de conseqüências e problemas que estão relacionados com a redução de proteínas muscular e redução dos depósitos de glicogênio e dos níveis do líquido corporal que provavelmente afetarão a potência muscular, a resistência de forma negativa e com isso atingirá o rendimento. Certamente esta perda de massa corporal a curto prazo irá trazer resultados benéficos ligados diretamente a execução no esporte, principalmente se for esportes que exigem determinadas formas físicas ou massa corporal, porém o TA tende a ser destrutivo fisicamente e emocionalmente para o indivíduo (GOLDEN, 2002).
Existem diversos sintomas e consequências específicas para a AN e BN, dentre elas as neuroendócrinas (amenorreia, temperatura central baixa à regulação térmica anormal e a uma gordura corporal baixa; taxa metabólica basal baixa e baixos níveis de estrogênio que resultam em ossos quebradiços e fraturas por estresse), as dermatológicas (pele seca e escamosa, pêlos finos, ásperos e quebradiços em virtude da desnutrição, unhas secas e quebradiças e pele amarelada), as cardiovasculares (bradicardia, arritmias cardíacas, massa cardíaca diminuída e anemia), as digestivas (problemas dentários, constipação; esvaziamento gástrico lento, dor e distensão abdominais relacionada a atrofia pôr desuso do trato Gastrointestinal) e as líquidas (estado de desidratação). Já na BN as consequências são: Neuroendócrinas (ciclo menstrual irregular devido à produção irregular de estrogênio e menores níveis de serotonina e de adrenalina), cardiovasculares (arritmias cardíacas), pulmonares (pneumonia por aspiração relacionada à regurgitação), digestivas (gases, distensão, cólicas, constipação, refluxo do conteúdo gástrico, azia e perda do esmalte dos dentes e doença gengival em virtude da ação do ácido gástrico durante os vômitos) além de bolsas debaixo dos olhos, vasos sanguíneos faciais quebrados, fraqueza muscular e desmaios (WILLIAN; FRANK; VICTOR, 2001).
Além das consequências físicas, torna-se importante falar das características e conseqüências psicológicas da AN e da BN são: Isolamento social onde elas são retraídas, pouco expansivas, quase sem amigos, não tem namorado; Geralmente são meninas inteligentes, perfeccionistas e bonitas; Apresentam comportamentos compulsivos ou ritualistas tais como cortar a comida em pedaços pequenos ou arrumar os alimentos no prato; Sentem muita culpa ou vergonha de comer; Possuem baixa auto-estima; Apresentam extrema sensibilidade a criticas; Mudanças de humor constantes; Inseguranças pessoais; Constante busca por aprovação; falta de autonomia e independência; distúrbios depressivos, de ansiedade, comportamento obsessivo compulsivo, auto-mutilação; Auto-avaliação é indevidamente influenciada pela forma e peso do corpo; Incapacidade de encontrar formas de prazer e satisfação; Incapacidade de ser feliz ou mesmo sentir-se bem (CRISTIANO; RAPHAEL, 2005).
Prevalência de transtornos alimentares
Estudos mostram uma prevalência de TA nitidamente maior em atletas de elite, mulheres jovens e principalmente que estão ligadas as modalidades onde a massa corporal interfere na performance, do que em não atletas (BYRNE; MCLEAN, 2001). Em um estudo realizado com pacientes do gênero feminino acometidas pelos TAs, foi observado que 78% faziam exercícios excessivamente e ainda 60% eram atletas antes de adquirirem (ASSUNÇÃO; CORDÁS; ARAÚJO, 2002).
Existem estudos comparativos que mostram não só a prevalência em relação as atletas mas também demonstram que a prevalência também é maior onde os padrões estéticos de magreza ou de definição muscular estão frequentemente presentes (REINKING; ALEXANDER, 2005). Segundo Rodrigues, Fisberg e Cintra (2005), o gênero feminino representa 90% desta população afetada. Vale ressaltar ainda que estética é supervalorizada em alguns esportes, como no caso da ginástica, servindo como critério forte para obter bons resultados principalmente em competições (VIEBIG et al., 2006).
Dados de um estudo revelaram que a prevalência de TA em mulheres atletas é maior do que em homens atletas e que nos homens, essa prevalência de TA é de 22% em esportes antigravitacionais, 5% em esportes com bola e 9% em esportes de resistência e entre mulheres atletas é de 42% em esportes estéticos, 24% em esportes de resistência, 17% em esportes técnicos e 16% em esportes com bola (SUNDGOT-BORGEN; TORSTVEIT, 2004).
Apresar de existirem poucos dados sobre TA e homens na literatura, foi observado que a prevalência de TA em homens é maior em atletas do que não atletas (BRAUN et al., 1999).
Dados da literatura mostram que a prevalência de TA em homens atletas australianos foi de 4%, enquanto que em homens atletas noruegueses foi de 8% (1990). Mas a prevalência encontrada no estudo de Sundgot-Borgen e Torstveit (2004), 13.5%, embora mais alta que os atletas noruegueses e os australianos, é bem menor do que a prevalência de TA na divisão superior de atletas masculinos do EUA, relatada por Johnson, Powers e Dick (1999), constando 35%.
Foi observado que a prevalência de TA em atletas noruegueses do gênero masculino em esportes estéticos foi surpreendente pois nenhum deles apresentou critérios de TA podendo indicar que estes atletas usam métodos saudáveis para manter ou diminuir o peso quando necessário. Sendo ainda relatado que isso pode ser devido ao fato de que os atletas deste grupo em sua maioria eram ginastas e por serem mais velhos e terem mais experiência no esporte do que o gênero feminino e sabem a necessidade de se ter um corpo bem nutrido para poder executar bons movimentos. De acordo com achados anteriores, no estudo realizado por Hausenblas e Carron (1999), foi mostrado que atletas do gênero masculino de esportes estéticos têm maior prevalência de TA por apresentarem mais compulsão alimentar e critérios do TA do que outros atletas e não atletas se enquadrando no quadro de risco de TA.
Na maioria dos estudos realizados sobre o TA voltado para indivíduos praticantes de atividades físicas e principalmente atletas de alto rendimento de diferentes modalidades esportivas, não TA tem maior prevalência atletas femininas, contudo os dados encontrados são divergentes, em atletas femininas australianas o TA chega a atingir 31% das atletas, na Espanha cerca de 23% das atletas são acometidas pela doença e entre as desportistas francesas, a prevalência chega a atingir cerca de 19% das atletas (SUNDGOT-BORGEN; TORSTVEIT, 2004; BYRNE; MCLEAN, 2001).
Contudo, ressalta-se que alguns dados na literatura apresentam-se similares entre ginastas de elite e pacientes com AN em relação ao status nutricional. Em relação a prevalência da AN, a prevalência é de 1% onde 90% são em mulheres surgindo em 45% após dieta de emagrecimento, em 40% por ocasiões competitivas. Ainda em relação à AN, sua incidência tem aumentado nos últimos anos devido a sua prevalência ser maior em países industrializados onde os padrões de beleza estão diretamente ligados a magreza. A AN possui índices de mortalidade entre 15 a 20%, e é considerado como o maior índice de mortalidade entre os transtornos psicológicos, onde geralmente a pessoa morre através de ataque cardíaco, devido à falta de potássio ou sódio (que ajudam a controlar o ritmo normal do coração) (MONTERO et al., 2002). Devido a estes e outros dados encontrados em estudos da literatura em relação a prevalência da AN que tem crescido é que se faz importante e justificável a implementação de programas de intervenção nutricional principalmente nas idades mais precoces (KARIN; SONIA, 2003).
No que diz respeito a BN, a estimativa da sua prevalência encontra-se entre 3 e 5% na população feminina principalmente nas adolescentes e jovens adultas (VALE, 2002). Um estudo feito sobre a prevalência da BN também apresentou prevalências sobre comportamentos característicos da BN e foram encontrados o medo de engordar (58,8%), jejum (52,9%), ingestão de alimentos escondidos (52,9%), falta de controle com a alimentação (47,1%), culpa ao ingerir alimentos (41,2%) e obsessão por comida (29,4%) (MARIA LÚCIA; FÁTIMA, 2004).
Portanto em relação à prevalência de TA em atletas segundo Villardi, Ribeiro e Soares (2001), apesar do crescente interesse pela nutrição esportiva, ainda hoje treinadores e até mesmo os atletas, insistem em cuidar do tratamento dietético, não buscando a orientação do profissional correto para tal função. A prevalência de AN e BN em atletas ainda não é completamente e significantemente conhecida no Brasil, porém estima-se que sua incidência aumentou de 15% para 62% (OLIVEIRA et al., 2003).
Tratamento e prevenção
É fundamental que as pessoas e profissionais que estão em volta do atleta, principalmente o treinador e o preparador físico, estejam bem informados e preparados a respeito dos TAs, seus riscos e conseqüências a fim de fazer a identificação rápida de tal patologia. Por isso a importância de uma avaliação psicológica e nutricional regular em atletas, especialmente os de alto rendimento (GONZÁLEZ; COLLADO; MATAIX, 2006).
As primeiras regras de tratamento que são feitas logo após o diagnóstico são indiferentes entre atletas e não atletas onde são utilizados tratamentos e terapias específicos (CABETAS 2004). É muito importante que a equipe de médicos, psicólogos, nutricionistas, treinadores e família trabalhem mutuamente atendendo as necessidades específicas de cada atleta (STEFFEN et al., 2006). O diagnóstico específico de cada caso é importante para que o tratamento possa atuar adequadamente em cada indivíduo e o resultado seja atingido satisfatoriamente uma vez que for baseado na relação recíproca de confiança do atleta e dos profissionais envolvidos no tratamento. Fora os profissionais ligados ao tratamento, é importante ressaltar a presença da família que deve ter uma participação efetiva, principalmente se o atleta for de menor idade, pois além do assessoramento individual, dependendo da especificidade de cada caso, pode-se solicitar uma terapia de conduta, de grupo e familiar (BEALS; MANORE, 2002).
Outra parte muito importante do tratamento é feita logo antes de se realizar a intervenção direta onde é preciso verificar a participação da atleta dentro da execução dos treinos e durante as competições individualmente e junto com a equipe. É preciso que a equipe tenha bons conhecimentos e informações sobre os atletas, uma vez que pessoas com TA tendem a apresentar auto estima baixa e com isso o rendimento individual também tende a ser baixo podendo afetar o rendimento da equipe (SUDI et al., 2004). Com exceção dos casos com sérias complicações médicas, deve ser permitida a continuação do treinamento, porém deve ser com intensidade e volumes mais baixos desde que o atleta cumpra os acordos do tratamento que lhe foram impostos e aceite os conselhos dos profissionais responsáveis de priorizar sempre o tratamento e não o treinamento e os velhos hábitos (SUNGODT-BORGEN, 2002).
Uma boa maneira de fazer o acompanhamento diário é através de diários feitos pelas atletas sobre consumo de alimentos, dos treinamentos a fim de detectar possíveis emoções e/ou situações ligadas ao início do (GONZÁLEZ; COLLADO; MATAIX, 2006).
Os possíveis riscos podem ser inibidos e/ou superados através de a um bom programa preventivo trazendo inclusive benefícios a saúde dos atletas começando por exemplo com uma boa educação nutricional (RODRIGUEZ-RODRIGUEZ et al., 2007). Os atletas devem receber inicialmente todas as informações necessárias a fim de esclarecer os mitos e as lendas relacionadas ao peso ideal e sua verdadeira relação com o rendimento esportivo, através de palestras, diálogos, debates e pesquisas (CHRISTINE et al., 2008). As fontes de pesquisa precisam ser fidedignas e confiáveis para que os atletas possam ter segurança e confiabilidade nos dados e informações. As pesquisas e informações dos profissionais são importantes para que os atletas adquiram conhecimentos especialmente sobre nutrição para que eles mesmos possam fazer escolhas melhores sobre a alimentação se tornando ou permanecendo saudáveis e com um bom rendimento esportivo (WIITA; STOMBAUGH, 1996), uma vez que a dieta do atleta tem sido identificada por muitos pesquisadores como uma das causas do surgimento do TA (COLE et al., 2005).
Outra forma de prevenção essencial, é em relação a tríade da mulher uma vez que a saúde óssea é importante para a inibição de problemas ligados a osteoporose como por exemplo as lesões e fraturas e problemas ligados a amenorréia que de certa forma também influenciam os problemas ósseos. Por isso é fundamental prevenir e/ou diagnosticar o quanto antes a tríade da mulher atleta para que as atletas recebam tratamentos adequados as suas necessidades (ACSM, 2007).
Portanto é necessário que educadores físicos e treinadores bem como outros profissionais da saúde que trabalham com atletas, sejam capazes de identificar e diagnosticar os sintomas físicos e psicológicos dos atletas relacionados à TA a fim de encaminhar-lhes para o tratamento adequado (VILA; CAMPS, 2001). Torna-se importante ressaltar essa preocupação, uma vez que muitos técnicos não estão preparados para agir adequadamente com o atleta por falta de conhecimentos específicos (CLARK, 2000). E além de diagnosticar é preciso que os treinadores juntamente com os outros integrantes da equipe multidisciplinar trabalhem progressivamente com programas de prevenção de TA.
Considerações finais
Diante de tudo que foi relatado sobre a ginástica fica evidente a necessidade que as atletas têm que manter o corpo dentro dos padrões exigidos para que a realização dos movimentos, acrobacias, e danças estejam de acordo com o exigido nas competições, ou seja, quase perfeitos. Portanto a busca constante pela baixa massa corporal exigida implicitamente por este esporte pode provocar o desenvolvimento dos TAs bem como uma série de consequências. Por estes fatores é notório a estatura de atletas de ginástica artística (olímpica) em comparação com outras modalidades da ginástica, outros esportes e até mesmo pessoas não atletas. Na ginástica artística as atletas são baixas, magras e muito musculosas, porém não se pode afirmar com convicção que estas características se atribuem única e exclusivamente aos TAs ou ao treinamento ou ainda a junção destes dois fatores pois não se existem muitos trabalhos ou pesquisas neste direcionamento que comprovem ou discordem destas hipóteses.
Torna-se importante ressaltar esses dados para que atletas e toda a equipe multidisciplinar fiquem cientes que TA é uma doença bastante perigosa que apresenta conseqüências em todo o corpo afetando o rendimento do atleta e principalmente a saúde. Essa doença precisa ser diagnosticada o quanto antes, pois dependendo da gravidade do caso pode levar a morte. Portanto mais uma vez é bom enfatizar a importância e necessidade de que atletas, treinadores, preparadores físicos, nutricionistas, psicólogos e médicos tenham informações suficientes sobre o TA, a fim de prevenir o seu surgimento afetando assim a vida atlética e pessoal do atleta.
Referências
ABREU, C. N. Aspectos psicoterápicos da anorexia e bulimia nervosa. Conferência apresentada no VII Congresso Brasileiro de Psiquiatria Clínica, I Congresso Sul-Sudeste de Psiquiatria Clínica e II Congresso Paulista de Psiquiatria Clínica, organizado pela Sociedade Brasileira de Psiquiatria Clínica. Campinas: Junho de 2002.
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. The Female Athlete Triad. Medicine Science of Sports & Exercise, v. 29, 1997.
ASSUNÇÃO, S. S. M.; CORDÁS, T. A.; ARAÚJO, L. A. S. B. Atividade física e transtornos alimentares. Revista de Psiquiatria Clínica, v. 29, p. 4-13, 2002.
BEALS, K. A.; MANORE, M. M. Disorders of the female athlete triad among collegiate athletes. International Journal of Sports Nutrition and Exercise Metabolism, v. 12, p. 281-293, 2002.
BRAUN, D. L. et al. More males seek treatment for eating disorders. International Journal of Eating Disorders, v. 25, p. 415–424, 1999.
BRUNET, M. Female athlete triad. Clinical Sports and Medicine, v. 24, p. 623-636, 2005.
BYRNE, S.; McLEAN, N. Eating disorders in athletes: a review of the literature. Journal Science of Medicine Sport. v. 4, p. 145–159, 2001.
CABETAS, H. I. Desnutrición en anorexia nervosa: enfoque psicosomático y tratamiento multidisciplinar. Nutrición Hospitalaria, v. 19, p. 225-228, 2004.
CHRISTINE, M. B. et al. Preventing, Detecting, and Managing Disordered Eating in Athletes. Jounal of Athletic Training, v. 43, p. 80–108, 2008.
CLARK, M. Who’s coaching the coaches? In: GERDY, J. editor. Sports in School: The Future of an Institution. New York, NY: Teachers College Press; 2000, p. 55–61.
COLE, C. R. et al. Evaluation of dietary practices of National Collegiate Athletic Association Division I football players. The Journal of Strength & Conditioning Research, v. 19, p. 490–494, 2005.
CORDÁS, T. A.; NEVES, J. E. Escalas de avaliação de transtornos alimentares. Revista de Psiquiatria Clínica. v. 2, n. 1, 1999.
CORDÁS, T. A. Transtornos alimentares: classificação e diagnóstico. Revista de Psiquiatria Clinica. v. 31, p. 154-157, 2004.
CRISTIANO, N. A.; RAPHAEL, C. F. Anorexia nervosa e bulimia nervosa: na abordagem cognitivo-construtivista de psicoterapia. Psicologia teórica e pratica, v. 7, p. 153-165, 2005.
DERK, C. T. Osteoporosis in females prior to menopause: current concepts regarding definition, screening and management. Minerva Medicine, v. 97, p. 479-486, 2006.
DOYLE, J.; BRYANT-WAUGH, R. Epidemiology. In: LASK, B.; BRYANT-WAUGH, R. Editors. Anorexia nervosa and related eating disorders in childhood and adolescence. 2nd ed. East Sussex, UK, Psychology Press, 2000. p. 41-61.
DUSEK T. Influence of high intensity training on menstrual cycle disorders in athletes. Croatian Medical Journal, v. 42, p. 799-802, 2001.
GALVÃO, A. L.; CLAUDINO, A. M.; BORGES, M. B. F. Aspectos históricos e evolução do diagnóstico. In: NUNES, M. A. et al. Transtornos Alimentares e Obesidade. São Paulo: Artmed, 2006, p. 31-50.
GOLDEN, N. H. A review of the female athlete triad (amenorrhea, osteoporosis and disordered eating). International Journal of Adolescent Medicine and Health, v. 14, p. 9-17, 2002.
GONZÁLEZ, G. J.; COLLADO, P. S.; MATAIX, J. Nutrición en el deporte. Ayudas ergogénicas y dopaje. Madrid: Díaz de Santos, 2006.
HAUSENBLAS, H. A.; CARRON, A. V. Eating disorder indices and athletes: an integration. Journal of Sport & Exercise Psychology, v. 21, p. 230–258, 1999.
HOCH, A. Z. et al. Is there an association between athletic amenorrhea and endothelial cell dysfunction? Medicine Science of Sports & Exercise, v. 35, p. 377-383, 2003.
JOHNSON, C.; POWERS, P. S.; DICK, R. Athletes and eating disorders: the National Collegiate Athletic Association study. International Journal of Eating Disorders, n. 26, p. 179–188, 1999.
KARIN, L. L. D.; SONIA, T. P. Hábitos e comportamentos alimentares de adolescentes com sintomas de anorexia nervosa. Revista de Nutrição, v. 16, 2003.
KAZIS, K.; IGLESIAS, E. The female athlete triad. Adolescent Medicine, v. 14, p. 87-95, 2003.
LEONE, J. E.; SEDORY, E. J.; GRAY, K. A. Recognition and treatment of muscle dysmorphia and related body image disorders. Journal of Athletic Training, v. 40, p. 352-359, 2005.
MARIA LÚCIA, M. B.; FÁTIMA, P. O. Comportamentos bulímicos em atletas adolescentes corredoras de fundo. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 26, p. 32-34, 2004.
MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan: 2003.
MONTERO, A. et al. The implication of the binomial nutrition-immunity on sportswomen’s health. European Journal of Clinical Nutrition, v. 56, p. 38–41, 2002.
OLIVEIRA, F. P. et al. Comportamento alimentar e imagem corporal em atletas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v. 9, p. 348-356, 2003.
REINKING, M. F.; ALEXANDER, L. E. Prevalence of Disordered-eating Behaviors in Undergraduate Female Collegiate Athletes and Nonathletes. Journal of Athletic Training, v. 40, p. 47-51, 2005.
RODRIGUES, A. M.; FISBERG, M.; CINTRA, I. P. Avaliação do estado nutricional, prevalência de sintomas de anorexia nervosa e bulimia nervosa e percepção corporal de modelos adolescentes brasileiras. Nutrição Brasil, v. 4, p. 182-187, 2005.
RODRÍGUEZ-RODRÍGUEZ, E. et al. Hábitos alimentarios y su relación con los conocimientos respecto al concepto de dieta equilibrada de un colectivo de mujeres con sobrepeso/obesidad. Nutrición Hospitalaria, v. 22, p. 654-660, 2007.
SAPOZNIK, A.; ABUSSAMRA, E. V.; AMIGO, V. L. Bulimia nervosa: manifestações clínicas, curso e prognóstico. In: CLAUDINO, A. M.; ZANELLA, M. T. Guia de Transtornos Alimentares e Obesidade. São Paulo: Manole, 2005, p. 49-57.
SODERSTEN, P.; BERGH, C.; ZANDIAN, M. Understanding eating disorders. Hormones and Behavior. v. 50, p. 572-578, 2006.
STEFFEN, K. J. et al. Emerging drugs for eating disorder treatment. Expert Opinion on Emerging Drugs, v. 11, p. 315-336, 2006.
SUDI, K. et al. Anorexia athletica. Nutrition, v. 20, p. 657-671, 2004.
SUNDGOT-BORGEN, J.; TORSTVEIT, M. K. Prevalence of disorders in elite athletes in higher than in the general population. Clinical Journal of Sports Medicine, v. 14, p. 25-32, 2004.
SUNGODT-BORGEN, J. Weight and eating disorders in elite athletes. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, v. 12, p. 259-260, 2002.
TORO, J. et al. Eating disorders in Spanish female athletes. International Journal of Sports & Medicine, v. 26, p. 693-700, 2005.
VALE, A. M. O. Prevalência de comportamentos alimentares anormais e práticas inadequadas de controle de peso entre estudantes secundaristas da rede publica e privadas de Fortaleza (dissertação de mestrado) Ceará: Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará; 2002.
VIEBIG, R. F. et al. Estudio antropométrico de gimnastas rítmicas adolescentes. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 99, 2006. http://www.efdeportes.com/efd99/antrop.htm
VILA, I. CAMPS, E. La anorexia en el deporte de élite. Revista de Psiquiatria de la Facultad de Medicina de Barcelona, v. 2, p. 170-177. 2001.
VILELA, J. E. M. et al. Transtornos alimentares em escolares. Journal of Pediatrics. v. 80, p. 49-54, 2004.
VILLARDI, T. C. C.; RIBEIRO, B. G.; SOARES, E. A. Distúrbios Nutricionais em Atletas Femininas e suas Inter-Relações. Revista de Nutrição. v. 14, p. 61-69, 2001.
VILMA, P. P. et al. Consumo Alimentar de Atletas: Reflexões Sobre Recomendações Nutricionais, Hábitos Alimentares e Métodos Para Avaliação do Gasto e Consumo Energéticos. Revista de Nutrição, v. 20, p. 6-12, 2007.
WIITA, B. G.; STOMBAUGH, I. A. Nutrition knowledge, eating practices, and health of adolescent female runners: a 3-year longitudinal study. International Journal of Sport & Nutrition, v. 6, p. 414–425, 1996,
WILLIAN, D. M.; FRANK, I. K.; VICTOR, L. K. Nutrição para o Desporto e o Exercício, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
ZENI, A. L. et al. Stress injury to the bone among women athletes. Physician Medicine Rehabilitation Clinics North American, v. 11, p. 929-947, 2000.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 171 | Buenos Aires,
Agosto de 2012 |