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Psicomotricidade na Educação Infantil: alguns aportes

 para reflexão numa escola de educação de tempo 

integral à luz do pensamento complexo

La Psicomotricidad en el Nivel Inicial: algunos aportes para la reflexión en una 

escuela de educación de jornada completa a la luz del pensamiento complejo

 

Prof° de Educação Física Especialista em Ciência

do Movimento Humano pela UFSM

(Brasil)

Nilton Cézar Rodrigues Menezes

luzhin@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente artigo tem como finalidade mostrar numa teorização a importância da psicomotricidade e quão amplo é seu processo e sua abrangência. Visto que a psicomotricidade compreende variados aspectos, ela é estudada e praticada por diferentes profissionais, tais como o pedagogo, o profissional de educação física, o psicólogo, o fisioterapeuta, o terapeuta ocupacional e também o médico. Além disso, se relaciona ao estudo do ser humano através do seu corpo em movimento, sendo um processo de desenvolvimento do mesmo em seu aspecto físico, social, psicológico e afetivo. Denotando-se assim a sua vasta complexidade. Objetiva-se, portanto, tornar visíveis os caminhos percorridos na Psicomotricidade na Educação Infantil: alguns aportes para reflexão da numa escola de Educação de Tempo Integral à luz do Pensamento Complexo. Deste modo, propõe-se a discussão de alguns aportes para reflexão numa Escola de Educação de Tempo Integral à luz do Pensamento Complexo.

          Unitermos: Psicomotricidade. Motricidade. Corpo. Movimento.

 

Abstract

          This article aims to show the importance of theorizing in psychomotor and how wide is your process and its scope. Since the psychomotor comprises various aspects, it is studied and practiced by different professionals, such as teacher, physical education teachers, psychologists, physiotherapists, occupational therapists and also the doctor. Furthermore, it relates to the study of human beings through your body in motion, and a development process even in his physical appearance, social, psychological and emotional. Thus demonstrating its vast complexity. Objective is therefore to make visible the paths taken in Psychomotricity Childhood Education: some contributions to the reflection of a school of Education Full-Time in the light of Complex Thought. Thus, it is proposed to discuss some contributions for reflection in a School of Education Full-Time in the light of Complex Thought.

          Keywords: Psychomotor. Motricity. Body. Movement.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 171, Agosto de 2012. http://www.efdeportes.com

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1.     Introdução

    Indubitavelmente a psicomotricidade é uma disciplina educativa, reeducativa e terapêutica, ou seja, que destaca a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade. Neste sentido, facilitando assim a abordagem global do individuo por meio duma técnica. É uma ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo.

    Desta forma, está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. Sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. Ela contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal o que facilitará a orientação espacial.

    Em razão disso, a sua prática pedagógica visa contribuir para o desenvolvimento integral da criança no processo de ensino-aprendizagem, favorecendo os aspectos físico, mental, afetivo-emocional e sócio-cultural, buscando estar sempre condizente com a realidade dos educandos. A psicomotricidade se dá através de ações educativas de movimentos espontâneos e atividades corporais da criança, proporcionando-lhe uma imagem do corpo contribuindo para a formação de sua personalidade. Assim sua finalidade tem grande importância para todas as crianças. Pois as mesmas usam seu corpo como linguagem para transmitir suas reações, sentimentos e emoções.

    Deste modo, o lugar da criança na psicomotricidade é o do prazer sensório-motor, da expressividade psicomotora e de comunicação. Esta disciplina traz benefícios específicos àquelas crianças com comportamento "normal", mas que apresentam dificuldade motora ou psicomotora especifica no grafismo, na lateralização, na organização, no tempo e no espaço. As crianças com problemas de comportamento podem ser ajudadas por meio desta ciência. Geralmente, são crianças cuja organização da personalidade não se apresenta de forma patológica: são instáveis, inibidas, voltadas para si mesmas, agressivas, tristes e sem autoconfiança e com dificuldade de relacionamentos interpessoais.

    Sem embargo, a prática da mesma é indicada para toda criança que apresenta qualquer dificuldade que a coloque à margem das normas mentais, fisiológicas, neurológicas ou afetivas. Tem como objetivo oferecer aos profissionais da área de educação conhecimentos para o desenvolvimento de habilidades e competências no campo da psicomotricidade possibilitando práticas educacionais preventivas e de aprendizagem na sua área de trabalho. Capacitá-los com a ampliação de conhecimentos teóricos sobre a importância do corpo e sua apresentação no domínio da realidade, na área da psicomotricidade humana.

    Destarte, torna-se imprescindível contribuir para a formação de agentes mediadores do desenvolvimento e da aprendizagem. A prática psicomotora dentro da escola abre um novo espaço para outros desejos, além dos cognitivos, para que a criança tenha vontade de aprender e também possa expressar seus sentimentos em sua totalidade (inteligência, pensamento, afetividade e ação). O espaço de vivência psicomotora permite que a criança fale de seu mundo, expresse suas fantasias e conflitos do mundo simbólico no interjogo das relações com os colegas e com o educador.

    Por conseguinte, tal espaço não deve ser desvinculado do contexto pedagógico e dos momentos mais estruturados em sala de aula, os quais manteriam uma estreita ligação com o que foi vivenciado. Esse movimento representaria a passagem do livre/afetivo/expressivo para o pedagógico e os professores entrariam com a disponibilidade afetiva, corporal e elemento de ordem e organização. No presente artigo será abordado os itens motricidade e psicomotricidade onde falara do movimento, desenvolvimento e suas vertentes, na criança como um todo.

    Em suma, o desenvolvimento psicomotor trará do desenvolvimento motor da criança e como ele ocorre. Já na psicomotricidade um olhar para o corpo relata a importância desta ciência e deixa claro o seu auxilio em todas as fases da vida desde a infância até a velhice, valorizando o trabalho com o corpo, e por fim na educação psicomotora e sociedade mostram como essa educação psicomotora vem sendo abordada pela sociedade.

2.     Referencial teórico

2.1.     Motricidade e Psicomotricidade

    A motricidade é o mesmo que motilidade, domínio do corpo, agilidade, destreza, locomoção, faculdade de mover-se voluntariamente. Possibilidade “neurofisiológica de realizar movimentos. Já a Psicomotricidade trata-se de uma ciência relativamente nova que, por ter o homem como seu objeto de estudo, engloba várias outras áreas: educacionais, pedagógicas e saúde” (BUENO, 1998, p.23). O movimento é o principal elemento no crescimento e desenvolvimento da criança.

    Em razão disso, toda ação está pertinente a um movimento e todo ato motor tem uma ação e um significado. Mesmo em seus estágios mais primitivos, como a fase dos movimentos reflexos, em que esses são executados independentes da nossa vontade e muitas vezes sem que dele tenhamos conhecimento (nos aspectos cognitivo e sócio - afetivos) é necessário que um estímulo gere essa ação e só por essa condição coloque o ser humano sempre em relação a algo, qualquer que seja o estímulo.

    Desta forma, serão as respostas que propiciarão a interação do ser humano, com o meio e sua forma de sobrevivência, sendo precursores dos atos voluntários no futuro são os atos reflexos os caracterizantes futuros dos atos voluntários (BUENO, 1998, p.39). Assim alguns reflexos como: tônico-labirínticos, tônico-cervicais e os reflexos de endireitamento, os quais atuam para manter sua posição normal e pé e conservar as cabeças levantadas. O reflexo de preensão da mão deve também ser citado, pois será uma das bases para o desenvolvimento da pegada com intenção, vem como para a adoção da postura ereta futura.

    Sem embargo, o movimento, é visto como o facilitador dos outros desenvolvimentos (cognitivo, afetivo, social e relacional) e fundamenta-se o comportamento humano sendo: Vertente motora: a primeira vertente nos situa sobre a evolução motora no desenvolvimento, onde se desenvolveu uma taxionomia do domínio psicomotor, dividindo os níveis em movimentos reflexos, movimentos básicos e fundamentais, habilidades perceptivas, habilidades físicas, movimentos especializados e comunicação não-verbal.

    Entrementes, conforme Piaget (2007) a inteligência é a ferramenta mestra que permite um individuo lidar com o seu meio ambiente, em que a adaptação é o fator de equilíbrio nessas trocas, de variáveis imutáveis - o individuo incorpora e modifica internamente em sua estrutura, e que ele nomina de assinalação e acomodação e variáveis mutáveis, área de atuação da adaptação. Os momentos de equilíbrio ele dominou estágios do desenvolvimento. Vertente afetiva e social: Na vertente afetiva e social, transfere as emoções à "raiz" da ação, sendo ela (a emoção) o fator de organização e meio de comunicação com o mundo.

    Desta maneira, a supervalorização do verbal e intelectual no desenvolvimento, dá ênfase a vivencia do movimento espontâneo, em que os fatores emocionais devem ser levados em conta na decodificação do comportamento ali expresso, em interação direta com o profissional. Referem-se ao comportamento motor como sendo psicomotor em função do envolvimento cognitivo e afetivo na maior parte dos movimentos executados. Há várias definições acerca do que seja a motricidade e seu estudo é bastante recente.

    Deste modo, o termo evoluiu seguindo uma trajetória primeiramente teórica depois prática, até chegarem ao meio termo entre essas duas. Dentro da evolução da psicomotricidade, no inicio deste século a sua noção fixou-se, sobretudo no desenvolvimento motor da criança. Depois foi estudada a relação entre o atraso do desenvolvimento motor da criança o atraso intelectual da criança. Surgiram-se estudos sobre o desenvolvimento da habilidade manual e de aptidões motoras em função da idade “até se chegar a posição atual da psicomotricidade: ultrapassar os problemas motores e trabalhar também a relação entre o gesto e a afetividade e a qualidade de comunicação por intermédio dos mesmos” (BUENO, 1998, p.36).

    Destarte, na psicomotricidade é trabalhada a globalidade do indivíduo, é uma disciplina que estuda a implicação do corpo, a vivência corporal, o campo semiótico das palavras e a interação entre os objetos e o meio para realizar uma atividade. O desenvolvimento psicomotor acontece num processo conjunto de todos os aspectos motor, intelectual, emocional e expressivo dividindo-se em duas fases: primeira infância (zero a três anos) e segunda infância (três a sete anos), completando-se maturacionalmente por volta dos oito anos de idade. A psicomotricidade tem por objetivo maior fazer do indivíduo:

    Em sua prática, a psicomotricidade nos revela que o homem é o seu corpo, dando - nos a visão de que precisamos atuar nesse corpo em que para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais livremente seus próprios desejos é necessário que ela cresça não em sua individualidade absoluta, mais em suas relações com os outros e o mundo. A partir do movimento em que estamos vivos, que existimos, somo um ser psicomotor.

    Em suma, acima de tudo, e diante de inúmeras conceituações, alguma exposta aqui, torna-se importante frisar que não se pretende encerrar a psicomotricidade em nenhuma dessas definições, pois se acredita que, por se tratar de uma abordagem em cima do vivenciado, essa se encontra em mutação constante. No futuro “acredita-se que a psicomotricidade caminha para sua própria identidade, e a clareza de atuação dos profissionais atualmente nela envolvidos determinará o seu percurso e concreticidade” (BUENO, 1998 p.28).

3.     Psicomotricidade: um “olhar” critico sobre corpo

    Sem embargo, a atuação da criança no mundo ocorre através de seus movimentos. Ela desenvolve-se pelos movimentos como um ser integral, único e social. O movimento é o elemento vital no crescimento e desenvolvimento da criança. A meta do desenvolvimento psicomotor é o controle do próprio corpo até sua capacidade de extrair todas as possibilidades de ação e expressão possíveis a cada um. Cada criança estabelece suas capacidades motoras, intelectuais e afetivas, relacionando-se com o mundo conforme suas limitações.

    Desta forma, limitações são construídas diariamente com o meio no qual ela esta inserida. De acordo com o que as pessoas impõem a ela e como as estimulam. O desenvolvimento humano ocorre a partir da maturação do ser humano, de suas experiências e de seu ambiente. Incluindo neste desenvolvimento os aspectos físicos, social e psicológico. Sendo assim o desenvolvimento psicomotor é caracterizado pelo processo de desenvolvimento do ser humano integrando seu movimento, sua construção espacial, seu reconhecimento de objetos, suas posições, sua imagem corporal, seu ritmo e sua linguagem.

    Deste modo, esse desenvolvimento humano ainda segue alguns princípios básicos que são importantes destacarem, pois se refere a qualquer individuo e fazem parte do processo de progressivo domínio do controle corporal. Regido pelas Leis Céfalo-caudal e pela Lei Próximo-distal. Lei Céfalo-caudal: as partes do corpo que estão mais próximas da cabeça são controladas antes, sendo que o controle estende-se posteriormente para baixo. A criança mantém sua cabeça ereta antes do tronco. Lei Próximo-distal: as partes que estão mais próximas do eixo corporal são controladas antes que as que se encontram mais afastadas. A “articulação do ombro é controlada antes da articulação do cotovelo” (BUENO, 1998, p.56).

    Em conseqüência ao exposto por estas leis, o movimento da criança vai integrando e controlando voluntariamente um maior número de grupos musculares (psicomotricidade grossa), com o que vai se tornando progressivamente mais preciso (psicomotricidade fina). Assim, “permitindo incorporar repertórios psicomotores mais especializados e complexos, que abrem novas perspectivas à percepção e à ação sobre o meio” (BUENO, 1998 p.67). Assim, a psicomotricidade é uma ciência cabível em qualquer época da nossa vida. Seja na infância, adolescência, adulta ou velhice. Na infância, a psicomotricidade é de vital importância para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. O corpo é nosso universo particular. Nele nos movemos, sentimos, agimos, percebemos e descobrimos novos universos. Tudo esta gravado nesse corpo, e é na infância que determinamos a quem será bem gravado e a quem nem tanto.

    Em razão disso, aprender, movimentar, sentir esse universo e partilhar com outros, será determinante na estruturação desse sujeito que se forma, assim respeitando as limitações de cada individuo, pois o processo de desenvolvimento pode não ser igual a todos. A “psicomotricidade auxilia este universo em formação a se descobrir por inteiro, através de estimulação e exploração concreta do mundo” (SILVA, 2005, p. 22). Na adolescência começamos uma nova fase de nossa vida. Novos conflitos aparecem, tais como: perda do corpo infantil, perda da identidade infantil. Todos esses conflitos interiores vão criar uma desorganização e transformação na imagem corporal.

    Destarte, a psicomotricidade se mostra um apoio importante para a assimilação dessa nova fase. Agindo na “aceitação dessa nova imagem, através da aprendizagem, da relação, da observação de si mesmo, consciência do que somos e do que queremos, ela nos leva a nos reestruturar” (SILVA, 2005 p.45). Na fase adulta, encaramos novos desafios, tornando-se nossa face profissional e financeira a prioridade momentânea. O corpo deixa, então, o seu caráter de universo de todas as sensações vividas para se tornar um apelo estético, maus hábitos, stress e tensões no dia- a- dia acarreta um descontrole tônico e emocional gerando prejuízos a saúde. Nesse “momento lança-se mão da psicomotricidade, a fim de se resgatar a verdadeira essência reequilibrando e reorganizando o corpo através de terapias que vão gerar autoconhecimento e fortalecimento da auto - imagem” (SILVA, 2005, p.56).

    Deste modo, a velhice se torna outro marco de desestruturação da imagem corporal. Muitos mitos e crenças rondam essa fase da vida. Todas essas crenças e mitos levam as alterações anatômicas, funcionais e emocionais. Como podemos perceber, a nossa imagem corporal é hábil, esta sempre se transformando. Nas varias fases de nossa vida. Esse processo de transformação da imagem poderá ser auxiliado pela psicomotricidade a qualquer tempo. A psicomotricidade nos faz voltar ao inicio de todas as sensações, ao corpo onde se inscreve tudo o que verdadeiramente somos. A prática psicomotora instaura uma nova vertente teórica. Fundamenta-se numa nova proposta embasada em um método inovador de intervenção. Passa-se a compreender o corpo enquanto um palco propício à manifestação de conteúdos inconscientes impossíveis de serem expressos pela palavra.

    Em suma, o corpo passa então a ser concebido como um receptáculo adequado às significações não verbalizadas. A concepção de corpo na qual o saber psicomotor focaliza seu objeto de estudo caminha em direção de uma imagem corporal em constante processo de atualização, onde o corpo por nos percebido apresenta-se como fruto de sensações e vivencias individuais, provenientes das zonas sensoriais de nosso organismo, soma dos a uma complexa rede de estruturação libidinal que se constrói em torno das zonas erógenas, concretizando desta maneira a elaboração de uma imagem espacial do corpo. Verificando-se assim, uma pluralidade de sujeitos juntamente com uma pluralidade de representações corpóreas, denotando a cada ser humano um ritmo e uma vivencia corporal singular. Sendo assim, vemos a importância da psicomotricidade nas diversas fases, valorizando o trabalho com o corpo a qualquer tempo.

4.     Educação psicomotora e sociedade

    No entendimento da inserção das práticas psicomotoras no setor de educação é necessário analisarmos como estão articuladas aos valores, hábitos e comportamentos que permeiam a nossa sociedade, ou seja, aos princípios que regem a organização capitalista de produção. As citações estabelecidas entre corpo-mente, corpo-emoção, corpo-cognição, constituem-se como princípios fundadores do processo de produção capitalista. Este no “qual a mecanização e modernização inclui não só os meios materiais de produção como a mecanização do próprio trabalhador e conseqüentemente de seu corpo” (SILVA, 2005, p.30). Assim o corpo daqueles destinados ao trabalho material, passa a ser como corpo-objeto, como um sistema constituído de partes distanciado de suas singularidades, significações e complexidades.

    Desta forma, a forma mecanicista de conceber o corpo encontra-se presente em nossa sociedade. Cabe ressaltar que tradicionalmente a educação prioriza os conhecimentos formais secundarizados ou desconsiderando as experiências corporais como elemento de formação, e também tentadas como experiências motoras visando o desenvolvimento de habilidades e noções básicas como coordenação motora, noção de espaço e tempo e coordenação óculo – manual. As práticas corporais tendem ser consideradas como instrumentos de desenvolvimento de pré-requisito para o aprendizado da leitura, escrita e dos conteúdos escolares básicos.

    Sem embargo, é importante entender como a educação psicomotora vem sendo abordada na representação frente a educação de primeira e segunda infância e a sua a proposta educacional voltada ao trabalho corporal. Deste modo, determina a relação com a sua realidade externa e interna. A idéia de que a criança além de cognitivo também é um sujeito afetivo, influenciou a elaboração de projetos pedagógicos que acolheram a importância das relações primárias estabelecidas pela criança para a formação de sua personalidade e do seu desenvolvimento cognitivo.

    Desta maneira, nesta conjuntura, a educação, embora se proponha a ser igualitária, na realidade tem se revelado um processo organizado a partir de modos diferenciados de formação, no qual a classe trabalhadora é submetida a uma educação reducacionista e simplificada, entendida como suficiente à adequação das necessidades do sistema de produção capitalista.

    Em suma, as práticas corporais foram e são de inestimável valor para que a normatização da vida privada e institucional e que se concretize sobre este fato, que esses métodos permitem o controle minucioso das gerações do corpo que realizam a sujeição constante de suas forças e lhe impõe uma relação que podemos chamar de disciplinas. A educação, a psicomotricidade e os processos produtivos formam uma malha indissociável. Aprender o papel das práticas psicomotoras sua inserção na educação infantil e séries iniciais implicarão numa revisão de conceitos necessários.

5.     A educação integral

    Os suportes teóricos, concernentes a Escola de Educação de Tempo Integral procuram envolver processos de vivência e convivência escolar e considera a escola um importante espaço de convivência humana. Neste contexto, o pensamento complexo, procura explicar a organização dos sistemas e suas complexidades e, nele, a aprendizagem humana como algo intrínseco à vida e ao processo de viver. A educação integral se constitui numa possibilidade de interação na formação integral do aprendiz e remete olhar o todo ao trazer a transdisciplinaridade como suporte, num diálogo constante entre a parte e o todo. Ela busca visão e ações integradas.

    Desta forma, a perspectiva de educação integral remete a idéia de desenvolvimento pleno, dentro de uma educação que desenvolva todas as potencialidades da pessoa humana. Essa idéia está intrínseca como meta primordial do sistema educacional de uma nação. A partir desse aspecto Yus (2002) questiona: Será que nossos sistemas educacionais estão realmente buscando a educação integral? Os sistemas educacionais estão centrados em uma pequena parcela das potencialidades humanas dos estudantes, então o que é a educação integral? Assim, a idéia de integralidade pode estar muito influenciada pela concepção que temos de pessoa.

    Enfatiza que a tradição cartesiana não só mostrou a importância de separar dimensões humanas (mente-emoção, corpo-espírito), mas também de hierarquizá-las, favorecendo algumas (por exemplo, mente-corpo) e reprimindo outras por considerá-las primitivas (exemplo: emoção), ou por serem imaginárias ou irracionais (exemplo: espírito). Dentro dessa perspectiva, não é estranho que a idéia de educação integral, muitas vezes, trabalhe unicamente a de conhecimentos, habilidades e valores morais, deixando de lado outras potencialidades (YUS, 2002, p.45).

    A educação integral para Yus (2002), deve dar atenção a todas as potencialidades humanas, já que possuem diversos graus de desenvolvimento em cada estudante, como a inteligência emocional ou a inteligência espiritual, assim como os estilos cognitivos, as capacidades intuitivas, artísticas, criativas, entre outras. Para concretizar a educação integral, precisa-se de uma mudança de paradigma. As raízes dessa mudança “estão no pensamento de filósofos e educadores inovadores que, ao longo do século XX, foram trazendo uma visão integral ou holística para a educação” (YUS, 2002, p.34).

    Educar integralmente requer uma educação centrada no aprendiz e no desenvolvimento e exteriorização de suas capacidades. A formação do aluno “jamais acontecerá pela assimilação de discursos, e sim por um processo microssocial em que é levado a assumir posturas de liberdade, respeito, responsabilidade” (YUS, 2002, p.55). Assim, uma aula constitui-se num processo de formação do aluno, não pelo discurso que o professor possa fazer, mas pelo posicionamento que assume em seu relacionamento com os alunos, pela participação que suscita neles, pelas novas posturas que eles são chamados a assumir. Pensar em educação integral significa educar de forma integral. Mas, para que isso aconteça, faz-se necessário educar os profissionais que pretendem atuar na educação integral.

    Para educar holisticamente, os professores também devem formar-se holisticamente, intensificar essas capacidades ocultas, disfarçadas ou reprimidas por sua formação acadêmica e racionalista, procurar em todos os cantos de sua pessoa e buscar o equilíbrio que um educador precisa para transmitir confiança e apoio adequado para todos aqueles que procura educar (YUS, 2002, P. 9).

    Desta forma, ser educador, nessa perspectiva, exige uma formação que contemple qualidades essenciais, pois são eles os responsáveis pelas vivências dos princípios de formação integral. Assim, os professores devem deixar de ser aqueles que transmitem informação e conhecimento, “para se transformarem em “jardineiros”, com a responsabilidade de nutrir as crianças de forma a permitir que o potencial inato de cada uma delas floresça e se transforme em ação responsável” (Yus, 2002, p.30). Antes de qualquer coisa, uma formação integral requer um educador que permita nas crianças o desenvolvimento.

    O desenvolvimento da capacidade de problematização e articulação de conhecimentos, reconhecendo, sobretudo, a inscrição corporal do conhecimento, na qual a emoção apresenta um papel relevante como potencializadora de ações e reflexões inerentes aos processos de aprendizagem. Nossa realidade revela que o professor apresenta uma formação bastante precária. Não existe, em nível nacional, uma política de educação continuada. Há diferentes concepções de formação, como as mais tradicionais, que a visualizam como um conjunto de cursos, pautadas em blocos de capacitações, “reciclagens e treinamentos”, caracterizando, na maioria das vezes, um trabalho superficial e fragmentado.

    A formação continuada do professor, pensada numa visão de mundo ampliada, valoriza o saber e a experiência docente, relaciona a prática centrada na reflexão ativa sobre essa mesma prática. Neste contexto, para Coelho (2002) é preciso ressaltar o tempo que deve ser despendido para essa formação, para que a mesma possa ser viabilizada. Para a autora, o tempo ampliado, em um único local de trabalho pode possibilitar aos professores esses momentos de reflexão pedagógica, educacional, institucional e social. O professor, com aulas em várias escolas, como forma de preencher a sua carga horária está impossibilitado de tecer qualquer relação entre o seu “fazer cotidiano”, os “fazeres coletivos” e suas “condições para o exercício profissional”. Investir na formação do docente, pois é na prática do professor que se encontram as sementes da mudança. Uma mudança implica em ruptura de hábitos, de padrões ou rotinas e pressupõe a revisão de um conjunto de crenças que dão suporte a nossas ações.

    Em suma, reconhecer que a realidade ao nosso redor é um reflexo de nossos pensamentos e de nossas ações, de nossas formas de viver em sociedade, como também é um reflexo de nossas ações educacionais e atitudes pessoais. Cada ser humano carrega dentro de si o mundo em que vive e que pretende viver. Considerando a educação como um elemento fundamental da dinâmica da vida, ela deve estar voltada para compreensão da vida. Existem aqueles que continuam acreditando que a educação e a escola estão separadas da vida. Importante que a criança goste da escola e deseje estar nesse ambiente. A escola precisa ser convidativa e ser um local de encontro. A escola em tempo integral, por ter esse tempo ampliando para alunos e professores, cria condições de uma maior convivência entre as pessoas, adotando atitudes humanas.

4.     Educação de tempo integral e pensamento complexo

    Com objetivo de ampliar as oportunidades de aprendizagem para milhares de crianças e adolescentes, que freqüentam a escola pública conforme modelos diferenciados de Escola, por intermédio de Secretarias de Estado da Educação e municípios de vários estados do Brasil formularam-se e implantaram-se programas denominados modelos diferenciados de escola. Entre eles, a Escola de Educação de Tempo Integral. Nestas, os projetos propõem mudanças profundas no espaço e no tempo pedagógico da escola. Atividades disciplinares se integram com atividades de natureza lúdica, com arte, com a música, com a tecnologia, com o esporte e com várias possibilidades de aprendizagem e interação coletiva, na tentativa de aproximar cada vez mais a escola da vida cotidiana.

    Os projetos buscam consolidar um conceito de escola pública que responda substantivamente às exigências sociais do século XXI. Para tanto, a função social da escola se amplia, aumentando as possibilidades de participação e de interação. A Escola de Educação de Tempo Integral vem se consolidando num contexto em que a temática educação integral ganha relevância, ocupando destaque na agenda nacional. Com esse dimensionamento fica evidenciado que uma proposta de educação integral deve dar atenção a todas as potencialidades de cada indivíduo, não apenas às dimensões físicas e mentais, como também à emocional e espiritual, procurando não separar nem hierarquizar essas dimensões humanas.

    A intenção de uma educação integral caminha, portanto, lado a lado com a formação integral, salientando a necessidade de uma formação do indivíduo compreendido como ser multidimensional. E nesse sentido, por mais que variem os formatos e arranjos das experiências em curso no país, não podemos perder de vista a concepção que circula nas produções acadêmicas e nos programas políticos na área, sob pena de incorrermos em erros já cometidos no passado. O projeto da Escola de Educação de Tempo Integral tem a intenção de se apresentar como educação integral, deixando claras as concepções que consideram primordiais, mas também percebe as dificuldades dos sistemas de se organizarem efetivamente em prol dessa educação integral. Mesmo assim, se traz algumas experiências que alimentam a possibilidade de apostar na construção de outro patamar de educação.

    Destarte, buscando este patamar, a Educação de Tempo Integral visa promover a elaboração de conceitos que atendam às expectativas, interesses e necessidades do meio social e a apropriação do conhecimento científico e dos bens culturais produzidos pela humanidade, através de currículo integrado, trabalhado de forma inter/transdisciplinar. E pode dar ênfase a princípios como: a) Currículo como Eixo Integrador; b) Ampliação e otimização de oportunidades de aprendizagem; c) qualidade de ensino-aprendizagem como garantia d) Gestão compartilhada como processo de construção do Projeto Político Pedagógico da Escola; e) ampliação das oportunidades oferecidas pela escola para apropriação do conhecimento historicamente produzido.

    Nestes princípios que compõem este cenário, depara-se com novos desafios no campo educacional, ao pensar-se Educação de Tempo Integral, no sentido de alcançar uma educação mais ampla e completa. Com efeito, promove também, a interação entre a escola e a comunidade, o reconhecimento à cultura local e o favorecimento à participação das famílias nos espaços educativos, a fim de contribuir para a redução dos índices de violência e para a construção de uma vida com mais qualidade. Além disso, oferece ao educando condições de enfrentar as exigências da vida em sociedade e possibilita o exercício para tornar o aluno ativo e capaz de construir conhecimento, por intermédio de sua interação com o outro e com o mundo.

    Esta proposta se diferencia de outras experiências, pois, além da preocupação com o processo ensino-aprendizagem, desenvolve grande diversidade de atividades, levando-se em consideração, principalmente, o espaço, o tempo e a formação continuada dos profissionais da educação. Com efeito, visando promover a elaboração de conceitos que atendam às expectativas, interesses e necessidades do meio social. E também a apropriação do conhecimento científico e dos bens culturais produzidos pela humanidade. Isto mediante um currículo integrado e trabalhado de forma inter-multidisciplinar. Neste contexto, é vista a tessitura de diversas coerências, trabalhando e aceitando o antagonismo, a complexidade e a contraditorialidade, que antes de serem desintegradores, interagem e reorganizam o sistema. Assim, entra em cena o “circuito tetralógico para explicar essa relação recursiva (circuito de alimentação recíproca), complementar (sociedades, associações, mutualismos) concorrente (competições e rivalidades) e antagonista (parasitismos, depredações)” (MORIN, 2001, 55).

    Deste modo, pela abordagem do que é Integral, da Educação Integral, o pensar complexo se vale da religação de saberes que agem e retroagem sobre os outros. Devendo ser igualmente “probabilística, flexível, dialógica, generativa, sinfônica, aberta às lógicas já conhecidas ou que se venham a conhecer, numa perspectiva de organização e reorganização permanentes pela Ordem /desordem, Interação/ Organização” (MORIN, 2000, p. 204). E assim, este projeto promove a interação entre a escola e a comunidade. Também o reconhecimento à cultura local e o favorecimento à participação das famílias nos espaços educativos de relações. Isto, a fim de contribuir para a construção de uma vida com mais qualidade e de dar condições ao educando de enfrentar as exigências da sociedade. Estabelecendo relações entre as coisas já supõem ter um posicionamento crítico ante a fragmentação pessoal e social causada pela sociedade moderna (YUS, 2002, p.32).

    Sem embargo, em contraposição a fragmentação, a integralidade, pode ser alcançada a partir da capacidade de relacionar/interligar as dimensões – com o entrelaçamento de pontos que se complementam mesmo quando contraditórios. E também possibilita o exercício para tornar o educando ativo e capaz de construir conhecimento, por intermédio de sua interação com o outro e com o mundo. Neste sentido, o entendimento desta interação numa escola que trabalha a Educação de Tempo Integral leva a refletir sobre ela como uma nova modalidade de aprendência.

    A Educação Integral não representa apenas o aumento da permanência da criança na escola, mas a ampliação de oportunidades e situações que proporcionem aprendizagens significativas, emancipadoras e cidadãs. Portanto, não se trata apenas de um simples aumento do que já é ofertado, e sim de um aumento quantitativo e qualitativo. Quantitativo porque considera um número maior de horas, em que os espaços e as atividades propiciadas têm intencionalmente caráter educativo. E qualitativo porque essas horas, não apenas as suplementares, mas todo o período escolar, “são uma oportunidade em que os conteúdos propostos, possam ser ressignificados, revestidos de caráter exploratório, vivencial e protagonizados por todos os envolvidos na relação de ensino-aprendizagem” (GONÇALVES, 2006, P. 5).

    Por fim, a partir dessas reflexões, é fundamental que a escola reconheça e assuma sua função social de educar crianças cidadãs, criativas, alegres, solidárias e críticas, capazes de construir um mundo com mais justiça social. A Escola de Educação de Tempo Integral é uma realidade experienciada que ao longo desses últimos quatro anos, ampliaram o tempo de permanência do aluno na escola. Nesse cenário nos depara-se com novos desafios no campo educacional, pensar numa educação integral, no sentido de alcançar uma educação mais ampla, mais completa, que procura desenvolver na criança uma série de hábitos sadios, inteligentes e belos. Para poder avaliar a Educação de Tempo Integral, entende-se que é necessário conhecer e entender os projetos presentes na comunidade local. Afinal, o entendimento sobre o que perpassa em uma escola que trabalha a Educação de Tempo Integral nos faz refletir sobre o que isso significa, bem como o que acontece nessa escola.

5.     Algumas reflexões

    É de suma importância salientar que o movimento é a primeira manifestação na vida do ser humano, pois desde a vida intra-uterina realizam-se movimentos com o nosso corpo, no qual vão se estruturando e exercendo enormes influências no comportamento de forma complexa. A partir deste conceito e através da nossa prática no contexto escolar, consideramos que a psicomotricidade é um instrumento riquíssimo que nos auxilia a promover trabalhos preventivos e de intervenção, proporcionando resultados satisfatórios em situações de dificuldades no processo de ensino-aprendizagem. Desta forma, promovendo ações complexas para trabalhar situações complexas. Com efeito, a psicomotricidade é a educação do movimento com atuação sobre o intelecto, numa relação entre pensamento e ação complexas.

    Desta forma, além disso, assegura o desenvolvimento funcional, tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua afetividade a se expandir e equilibrar-se, através do intercâmbio com o ambiente humano. Os movimentos expressam o que sentimos nossos pensamentos e atitudes que muitas vezes estão arquivadas em nosso inconsciente. Estrutura o corpo com uma atitude positiva de si mesma e dos outros, a fim de preservar a eficiência física e psicológica, desenvolvendo o esquema corporal e apresentando uma variedade de movimentos. Através da ação sobre o meio físico com o meio social e da interação como ambiente social, processa-se o desenvolvimento e a aprendizagem do ser humano.

    Sem embargo, um processo complexo, em que a combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais, produz transformações qualitativas. Para tanto, o desenvolvimento envolve aprendizagem de vários tipos, expandindo e aprofundando a experiência individual. O professor deve estar sempre atento às etapas do desenvolvimento do educando, colocando-se na posição de facilitador da aprendizagem e calcando seu trabalho no respeito mútuo, na confiança e no afeto. Ele deverá estabelecer com seus educandos uma relação de ajuda, atento para as atitudes de quem ajuda e para a percepção de quem é ajudado. Diante disso, percebe-se a importância do trabalho da psicomotricidade no processo de ensino-aprendizagem, pois a mesma está intimamente ligada aos aspectos afetivos com a motricidade, com o simbólico e o cognitivo.

    Deste modo, a psicomotricidade integra “várias técnicas com as quais se podem trabalhar o corpo (todas as suas partes), relacionando-o com a afetividade, o pensamento e o nível de inteligência” (Coelho, 2002, p.108). Ela enfoca a unidade da educação dos movimentos, ao mesmo tempo em que põem em jogo as funções intelectuais. As primeiras evidências de um desenvolvimento mental normal são manifestações puramente motoras.

    Em razão disso, as atividades motoras desempenha na vida da criança um papel importantíssimo, em muitas das suas primeiras iniciativas intelectuais. Enquanto explora o mundo que a rodeia com todos os órgãos dos sentidos, ela percebe também os meios como quais farão grande parte dos seus contatos sociais. Portanto, a educação psicomotora na idade escolar deve ser antes de tudo uma experiência ativa, onde a criança se confronta com o meio. A educação proveniente dos pais e do âmbito escolar, não tem a finalidade de ensinar à criança comportamentos motores, mas sim permite exercer uma função de ajustamento individual ou em grupo.

    Em suam, as atividades desenvolvidas favorecem a integração e a socialização das crianças com o grupo, portanto propicia o desenvolvimento tanto psíquico como motor. Os movimentos, as expressões, os gestos corporais, bem como suas possibilidades de utilização (danças, jogos, esportes), recebem um destaque especial em nosso desenvolvimento fisiológico e psicológico. Com base neste contexto, percebemos a importância das atividades motoras na educação, pois elas contribuem para o desenvolvimento global das crianças. À luz do Pensamento Complexo Entretanto, as crianças passam por fases diferentes uma das outras e cada fase exige atividades propicias para cada determinada faixa etária. A psicomotricidade precisa ser “vista” pelo profissional da educação, pois ela vem auxiliar o desenvolvimento motor e intelectual do aluno, sendo que o corpo e a mente são elementos integrados da sua formação complexa.

6.     Tecendo algumas considerações

    A psicomotricidade é a relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção. A psicomotricidade favorece a criança, a uma relação consigo mesma, com o outro e com o mundo que a cerca, possibilitando-a um melhor conhecimento do seu corpo e de suas possibilidades. A Educação Física através de atividades psicomotoras e sócio-psicomotoras constituem-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas, expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo promovendo a totalidade do ser humano. Ela contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida o individuo.

    Sem embargo, a psicomotricidade está associada à afetividade e à personalidade, porque o indivíduo utiliza seu corpo para demonstrar o que sente. Ela contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida o individuo num todo complexo. Ela favorece uma relação consigo mesmo, com o outro e com o mundo que o cerca, possibilitando um melhor conhecimento do seu corpo e de suas possibilidades e limitações.

    Entrementes, desenvolver a psicomotricidade significa que os educandos necessitam desenvolver habilidades para uma adaptação ao meio em que vive, ou seja, eles necessitam de um bom domínio corporal, boa percepção auditiva e visual, lateralização, orientação espaço temporal, concentração, percepção e coordenação motora fina, global e equilíbrio. Isso se torna importante na medida em que aconteça em grupo, onde todos são capazes de expressar o real sentimento e contribuir para o desenvolvimento do indivíduo em todos os aspectos: psicomotor, psicoafetivo, psicossocial e cognitivo.

    Desta forma, antes de aprender a matemática, o português, os ensinamentos formais, o corpo tem que estar organizado, com todos os elementos psicomotores estruturados em suas complexidades. Portanto, a psicomotricidade proporciona a criança uma vivência corporal, desenvolvendo aspectos cognitivos e afetivos para esta aprendizagem. Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular dos educandos serem e estarem no mundo é o grande desafio da educação e de seus profissionais.

    Embora os conhecimentos da psicologia, sociologia, medicina, possa ser de grande valia para desvendar o universo infantil apontando algumas características comuns de ser das crianças, elas permanecem únicas em suas individualidades e diferenças. Educar e alfabetizar é um desafio permanente. Implica refletir sobre as práticas e as concepções adotadas, analisarmos e recriarmos nossas metodologias de ensino. Diante destas considerações é de estrema importância à preocupação com a infância e a educação no sentido de resgatar o espaço que a brincadeira vem perdendo na sociedade.

    Em suma, a psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida do individuo. Pode-se transmitir com este trabalho a importância e o valor do processo de desenvolvimento do ser humano em todos seus aspectos. O quão é importante todo o processo de desenvolvimento, e o quanto isto acarreta ou acarretará a vida de cada individuo de maneira integral.

Referências

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 171 | Buenos Aires, Agosto de 2012  
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