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Esporte de aventura. Perfil dos profissionais em escalada e rapel

Deporte de aventura. El perfil de los profesionales en escalada y rapel

 

*Universidade Guarulhos

**Escola de Educação Física e Esporte da USP

Centro Universitário Unítalo

(Brasil)

Fernanda Lopes de Almeida*

Antonio Carlos Mansoldo* **

mansoldo@usp.br

 

 

 

 

Resumo

          Alpinismo Industrial ou (escalada industrial) é uma técnica de acesso por corda na execução de serviços de risco em altura sendo utilizada no mundo a pelo menos 30 anos, principalmente na Europa e USA, o setor vem crescendo dentro da indústria brasileira, por reduzir tempo, menor custo de serviços. Devido à crescente utilização do acesso por corda no país, e por não existir empresas especializadas, normas, e/ou procedimentos que dessem suporte a essa técnica, várias empresas entre consumidores e prestadoras de serviços, em conjunto com a ABENDE e ABNT, elaboraram normas que estabeleceram regras, orientações, qualificação e segurança para os profissionais e empresas que utilizam este método. Apesar da utilização de cordas e equipamentos especiais como meio de acesso, podemos dizer que esses profissionais visam apenas á execução do trabalho com segurança e qualidade, e que o Rapel e a Escalada são técnicas utilizadas para realizar os deslocamentos. Nesse contexto, analisamos o perfil dos profissionais que utilizam tais técnicas como meio de sobrevivência, realizando atividades em diversos setores da indústria e do comercio, concluindo que estes profissionais demonstram orgulho em suas habilidades adquiridas na Escalada e no Rapel como Esporte de Aventura e transferindo os mesmos para a vida profissional sem deixar de lado a importância o trabalho em equipe.

          Unitermos: Esporte de aventura. Escalada. Rapel. Perfil dos profissionais.

 

Abstract

          Industrial alpinism (or industrial climbing) is a rope access technique in executing high risk services being used in the world to at least 30 years, mostly in Europe and USA, the sector has been growing within the Brazilian industry, by reducing time, lower cost services. Due to the increasing use of rope access in the country, and by specialized companies, does not exist, standards and/or procedures that give support to this technique, several companies between consumers and service providers, in conjunction with the ABENDE and ABNT, drafted rules that established rules, guidelines, training and safety for professionals and businesses that employ this method. Despite the use of ropes and special equipment as a means of access, we can say that these professionals are intended only to implementation of work with safety and quality, and that the rappelling and rock climbing are techniques used to perform the offsets. In this context, we analyze the profile of professionals that use such techniques as a means of survival, performing activities in various sectors of industry and commerce, concluding that these professionals demonstrate pride in their acquired skills in Climbing and Rappelling adventure sport and downloading them for professional life without leaving aside the importance of teamwork.

          Keywords: Adventure sports. Climbing. Rappelling. Profile of professionals.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 171, Agosto de 2012. http://www.efdeportes.com

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Introdução

    Os homens buscam a natureza para superar seus limites, provar a si mesmo que podem fazer algo que para muitos parece impossível e no final de tudo, de todas as dificuldades, nem que seja por um momento, sentir-se existir, sentir-se vivo. (Le Breton, 2007).

    A eleição de práticas de esportes de risco calculado pelos novos aventureiros se apresenta com a escolha, deliberada do sujeito que as pratica gerando sentimentos fortes de coragem, manifestando-se como uma grande força interior que testa a cada momento os próprios limites.

    Toda prática esportiva e de lazer é associada ao risco e a incerteza. Alguns o fazem de forma lúdica, calculando rigorosamente suas probabilidades, jogando com o desafio da própria existência.

    A fascinação pela vertigem em atividades de alto risco é um jogo com a existência (Le Breton, 1991), seria um jogo de extensão, reforçando o sentimento de identidade daquele que ousa desafiá-la.

    (...) o corpo é o caminho da salvação, numa perspectiva leiga em que o indivíduo determina as provas a que ele se inflige para testar seu valor. Trata-se de encontrar enraizamento sólido em sua existência. (Le BRETON, 2006: 116)

    Vistos por Zuckerman (1994) como personalidades com predisposições biológicas para receber estímulos máximos como, pessoas que tem a necessidade de sensações e de experiências novas complexas e variadas e o desejo de correr riscos físicos e sociais por prazer; vistos por outros membros da sociedade como excêntricos, loucos, eles vão construindo a identidade do caçador de emoções da ausência de comprometimento com qualquer situação e da prevalência da sensação da imortalidade.

    O escalador encontra momentos de emoções, sensações de contatos físicos que os levam a momentos de prazer intenso proporcionando sentimentos de efeito com o mundo. O gosto da prática esta no jogo com a incerteza e com o controle do risco “Essas sensações no corpo durante a ação erotizam a angustia triunfando sobre a morte dissipando o medo e provocando o prazer” (Le Breton, 1995, p. 62).

    Valorizados pela indústria do mercado e mídia como “os novos aventureiros” os praticantes desses esportes, ao se exporem a riscos calculados em suas atividades, lançam-se numa busca desmedida de eternidade.

    Nessas atividades de aventura podemos encontrar uma mistura de três visões de vida e de mundo. A visão física extrema (natureza, água, velocidade), a visão emotiva interna (risco, liberdade) e visão química (adrenalina) (BRUHNS, 1999).

    Apesar da utilização de cordas e equipamentos especiais como meio de acesso, o profissional visa apenas á execução do trabalho com segurança e qualidade, assim podemos dizer que a escalada e ou rapel é apenas uma das técnicas utilizada para realizar os deslocamentos, não havendo busca pela aventura, e outros motivos para executar alpinismo industrial.

    Neste trabalho buscamos avaliar o perfil dos profissionais de uma empresa especializada na execução de serviços de risco em altura, conhecido como alpinismo industrial, dentro das normas , e acesso por corda, realizando atividades em diversos setores da indústria e do comercio.

História do rapel e escalada

    O Rapel (descida) é um termo que vem do francês "rapel", que significa "chamar" ou "recuperar", para designar uma técnica do montanhismo, onde é realizado descidas de forma controlada através de cordas ou cabos, com o uso de uma cadeirinha especial (baudrier) e alguns acessórios como mosquetões, descensores (freio oito, atc entre outros), vencendo obstáculos naturais e artificiais.

    No Brasil o rapel como a prática conhecida atualmente começou com a conquista do Dedo de Deus, na região de Teresópolis (RJ), foi o marco da escalada e conseqüentemente do rapel. Hoje o esporte é muito difundido e já conta com inúmeros roteiros além de instrutores e empresas especializadas (NAZARI, 2004).

    As primeiras técnicas de rapel foram utilizadas por alpinistas no século XIX, mas o Rapel começou a ser difundido no início do século XX, pela necessidade de alguns espeleólogos (estudiosos de cavernas) que estavam à procura de cavernas nos canyons dos Pirineus (uma cadeia de montanhas que separa o norte da Espanha do sul da França), onde foi necessário desenvolver técnicas para conseguirem alcançar alguns locais que até então, eram inacessíveis pelo homem, entre os rios e desfiladeiros, sem imaginar que estavam criando mais uma atividade de aventura.

    Rapel (em francês: rappel) é uma atividade vertical praticada com uso de cordas e equipamentos adequados para a descida de paredões e vãos livres bem como outras edificações. Trata-se de um esporte criado a partir das técnicas do alpinismo o que significa que requer preocupação com a segurança do praticante.

    O marco histórico da escalada ocorreu em 1786 quando o médico Jean Michel Paccard e o garimpeiro Jacques Balmat queriam descobrir o que existia no topo do Mont Blanc, o ponto mais alto da Europa ocidental, com 4.800 metros de altitude, sempre coberto de neve. Essa aventura foi motivada por interesses científicos do naturalista suíço Horace Benedict de Saussure, que desejava testar as capacidades do corpo humano em local tão inóspito (PEREIRA, 2007).

    A escalada (subida) em paredes, ou indoor, surgiu no final da década de 1970, na Rússia pela necessidade dos escaladores locais treinarem durante o rigoroso inverno, que os impossibilitava de sair para as montanhas. Desde então passaram a fixar agarras de madeira e pedra em paredes para completar seu treinamento. Essa forma de treino logo se espalhou pela Europa devido ao clima frio do inverno, e em 1984, na Bardonechia, Itália, realizou-se o primeiro campeonato de escalada indoor (BERTUZZI e col., 2005).

Trabalho em altura: alpinismo industrial

    Com a evolução das práticas e procedimentos dando cada vez mais ênfase ao tema segurança, as indústrias do petróleo, química e petroquímica, tem se ancorado nas técnicas de acesso face aos custos atuais, e da necessidade de garantia total da inspeção e manutenção dos equipamentos, onde muitas vezes a forma geométrica deste é um fator que dificulta e encarece a execução das tarefas. A técnica de acesso por corda, também conhecida como alpinismo ou escalada industrial, já usada no mundo a pelo menos 30 anos, principalmente Europa e Estados Unidos, vem crescendo dentro da indústria no Brasil e conquistando sucesso por proporcionar segurança, redução de tempo e menor custo dos serviços. Devido à crescente utilização do acesso por corda no país, e por não existir normas e/ou procedimentos que dessem suporte a essa técnica, várias empresas entre consumidoras e produtoras de serviços, treinamentos e equipamentos, em conjunto com a ABENDE e ABNT, reuniram-se com o objetivo de elaborar normas que estabelecessem regras e orientações para os profissionais e empresas que utilizem este método, e uma sistemática para qualificação e certificação para o profissional de acesso por corda.

    Este trabalho apresenta a aplicação da técnica de acesso por corda, praticada hoje em algumas indústrias, abordando os cuidados necessários quanto à segurança, capacitação de pessoal, e análises de riscos para a execução do serviço, vantagens e desvantagens. Apresentam também as normas brasileiras de acesso por corda, suas aplicações, e um resumo dos principais pontos de cada uma, fazendo uma analogia com as principais normas internacionais.

    O Acesso por corda é uma técnica opcional de trabalho em altura, que combina as mais avançadas técnicas de acesso a locais elevados e em ambientes confinados, utilizando cordas e equipamentos específicos de descida e ascensão, em serviços onde envolva risco de queda e/ou acesso difícil, possibilitam a diminuição no tempo dos trabalhos gerando um aumento de produtividade e diminuição nos custos, tudo de acordo com os padrões de segurança estabelecidos pelas normas regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e Emprego, e Normas Brasileiras (NBR) aprovadas pela ABNT.

    O profissional de acesso visa apenas à execução do seu serviço com segurança e qualidade, pois o rapel é apenas uma das técnicas utilizada para realizar os deslocamentos.

Segurança e equipamentos

    Todos os equipamentos e elementos que compõem os equipamentos do acesso por corda são de última geração, com certificados pelo Ministério de Trabalho (CA), ou Comunidade Européia (CE), ou Associação Nacional Americana de Proteção contra incêndio (NFPA) ou união internacional das Associações de Alpinismo (UIAA).

    Oferecem maior agilidade nos movimentos do profissional de acesso no deslocamento entre um ponto a outro com conforto e segurança.

    O profissional de acesso realiza os trabalhos, suspenso por duas cordas, sendo uma de trabalho e outra de segurança. A corda de trabalho permite, mediante a utilização do material adequado, deslocar-se em sentido descendente ou ascendente. Todos os aparelhos de progressão são auto-blocantes. A corda de segurança, junto com o cinto de segurança, talabarte duplo com absorvedor de energia e o dispositivo trava-quedas, completam o equipamento de proteção individual anti-queda.

    Ancoragem: O local da estrutura onde as cordas serão instaladas – pontos para ancoragem são previamente inspecionados quanto à solidez. Cada corda se encontra presa a pontos de ancoragem diferentes e não comportam nenhum outro elemento, sendo estes os principais, junto com o caráter auto-blocantes dos equipamentos de progressão e segurança, o que elimina a possibilidade de queda por um erro mecânico ou humano. Pontos quentes e cortantes são verificados ao longo da via de acesso para que as salvaguardas necessárias sejam instaladas. Um talabarte duplo com absorvedor de energia é utilizado por cada profissional de acesso, a fim de mantê-lo sempre preso durante a manobra de abordagem, posicionamento com as cordas de trabalho e segurança para iniciar a descida pela via de acesso. Todas as ferramentas e acessórios utilizados pelo profissional de acesso para realizar a sua tarefa são amarradas, para que não caiam caso escorreguem as mãos. As áreas abaixo onde serão realizadas o serviço de acesso por corda, são devidamente isoladas e sinalizadas.

    Todos os equipamentos e acessórios são inspecionados antes e após a conclusão de cada jornada de trabalho, pelos próprios profissionais que irão utilizá-los, além de serem reavaliados por outros membros da equipe. Para qualquer serviço onde irá ser empregado o acesso por corda, é realizado uma análise de risco para identificar os perigos, causas, modos de detecção, efeitos, atividades em paralelo, e as recomendações necessárias para que a tarefa possa ser executada com segurança.

    O número da equipe de acesso por corda varia em função do tipo de serviço e grau de dificuldade que este possui, porém, a equipe mínima geralmente são dois profissionais de acesso. Este número deve ser pré-estabelecido durante a análise de riscos, inclusive os instrumentos de comunicação a serem utilizados.

Qualificações pessoais

    Para a execução de trabalhos em altura com a técnica de acesso por corda, os profissionais deverão estar fisicamente aptos, treinados, qualificados e com conhecimentos específicos de todos os equipamentos usados nesta atividade. Como toda técnica, faz-se necessário garantir a capacitação do pessoal envolvido, sendo indispensável que o profissional de acesso também esteja qualificado e capacitado nas especialidades que irá desenvolver (pintor, caldeireiro, isolador, pedreiro, soldador, engenheiro, inspetor de ensaios e/ou equipamentos). O Acesso por corda vem sendo utilizado para serviços em geral, em todo tipo de equipamento ou estrutura, tais como: vasos, tanques, esferas, caldeiras, chaminé, plataformas marítimas, estrutura metálica, torres de alta tensão, de rádio, de telefonia, viadutos, pontes, prédios, tubulações, podas de árvores, etc. Antes de se optar por técnicas de acesso por meio de cordas, deve ser feita uma avaliação dos riscos que defina claramente os requisitos de todos os aspectos do trabalho a realizar. “A utilização de técnicas de acesso e de posicionamento por meio de cordas é limitada às circunstâncias em que a avaliação de risco indique que o trabalho pode ser realizado de forma segura e em que não se justifique a utilização de outro equipamento de trabalho mais seguro. ”(Ponto 4.1.3 do anexo da Diretiva 2001/45/CE) tal equipamento pode ser escolhido, quando for fisicamente impossível instalar e utilizar andaimes e ou for fisicamente impossível instalar e utilizar uma plataforma de trabalho segura, para trabalhos em altura, quando a natureza do local ou a duração do trabalho tornar impossível o fornecimento e a utilização dos tipos de equipamento acima mencionados, e desde que as seguintes condições sejam cumpridas:

  • (a) o sistema deve comportar pelo menos duas cordas fixadas separadamente, uma das quais será utilizada como meio de acesso, descida e sustentação (corda de trabalho), e a outra como dispositivo de socorro (corda de segurança);

  • (b) os trabalhadores devem receber e utilizar arneses adequados através dos quais fiquem ligados à corda de segurança;

  • (c) a corda de trabalho deve estar equipada com um mecanismo seguro de subida e descida e conter um sistema auto bloqueante que impeça a queda do utilizador na eventualidade de este perder o controle dos seus movimentos. A corda de segurança deve estar equipada com um dispositivo móvel anti-queda que acompanhe as deslocações do trabalhador;

  • (d) as ferramentas e outros acessórios a utilizar pelo trabalhador devem estar ligados ao seu arnês ou ao seu assento ou presos de outra forma adequada;

  • (e) o trabalho deve ser corretamente programado e supervisionado, de modo a que o trabalhador possa ser imediatamente socorrido em caso de necessidade;

  • (f) os trabalhadores em questão devem receber uma formação adequada e específica para as operações em causa, e nomeadamente sobre os procedimentos de salvamento. Dada a natureza especial deste equipamento de trabalho, a entidade patronal deve certificar-se de que os trabalhadores envolvidos estão devidamente informados e treinados. Aplicam-se as disposições legais e aconselha-se a entidade patronal a ter em conta as capacidades dos trabalhadores do ponto de vista da segurança e da saúde.

Procedimentos de trabalho

    Os procedimentos de trabalho devem incluir inspeção antes do início dos trabalhos (especialmente no início de cada dia), definição das zonas de perigo, precauções apropriadas para evitar danos ao equipamento de suspensão (p.ex., enroladores), a possibilidade de descida diretamente por baixo do ponto de ancoragem, para minimizar a oscilação pendular. Há que garantir que os responsáveis e os trabalhadores são competentes e os métodos de trabalho em curso são os mais adequados e têm em conta as inovações mais recentes conhecidas na matéria:

    Ter as necessárias aptidões físicas adequadas às tarefas, trabalhar em equipes com um mínimo de duas pessoas, receberem formação e treino e competentes para as tarefas previstas, possuir vestuário e equipamentos adaptados às tarefas a desempenhar, ter um plano específico de resgate e evacuação que lhes permita socorrer um companheiro de trabalho, existir um sistema de comunicação eficaz.

Como utilizar as cordas

    Quando recorre ao acesso por meio de cordas, verificar o seguinte:

  • Zona de trabalho está corretamente delimitada;

  • É utilizado um arnês adequado (arnês anti-queda);

  • A linha de vida é suficientemente sólida para resistir às forças previsíveis, mesmo em situações anormais, por exemplo, salvamento;

  • O equipamento está adaptado à sua aplicação, é mantido em bom estado e está guardado em condições aceitáveis;

  • Os mecanismos de descida e subida são capazes deparar ou atrasar automaticamente o movimento, para permitir uma descida controlada;

Como utilizar as ancoragens

  • As ancoragens são fiáveis, possuem uma resistência que seja, no mínimo, igual à das cordas a elas ligadas (quando não houver ancoragens adequadas às quais as cordas possam ser diretamente fixadas, devem usar-se lingüetas), quando for necessário efetuar cálculos para determinação das forças, tal seja feito por um trabalhador competente.

  • O plano de trabalho tem em conta o sistema de ancoragem mais complexo que possa ser utilizado, e os trabalhadores receberam formação para instalar este tipo de sistema.

Como utilizar a dupla proteção

    No acesso por meio de cordas é sempre que um trabalhador tiver que trabalhar em tração ou em suspensão, devendo usar pelo menos, duas cordas ancoradas separadamente sendo, uma primária como meio de acesso, descida e supor-te (corda de trabalho), e outra como meio de socorro (corda de segurança ou corda de vida).

Como utilizar as ferramentas e equipamentos de trabalho

  • Os trabalhadores devem receber formação sobre a utilização correta das ferramentas e equipamentos de trabalho;

  • As ferramentas devem ser adaptadas às tarefas que requerem acesso por meio de cordas;

  • Há que garantir que a corda esteja devidamente protegida, para evitar danos causados por ferramentas, substâncias químicas, fogo, etc.;

  • Há que tomar as medidas apropriadas para evitar a queda das ferramentas;

  • Todo o equipamento elétrico deve ser adequado ao ambiente onde será usado e os riscos de eletrocussão devem ser tidos em conta;

  • As ferramentas de pequenas dimensões devem ser fixadas aos arneses dos trabalhadores;

  • Há que tomar precauções para evitar o encabrestamento de cabos elétricos com cordas de trabalho e cordas de segurança;

  • As ferramentas de grandes dimensões devem estar ligadas a um sistema de suspensão separado, fixo a uma ancoragem independente;

  • Deve ser implementado um sistema de comunicação eficaz entre os trabalhadores;

  • Há que tomar as precauções necessárias para evitar que os equipamentos ou materiais caiam em zonas onde possam pôr em perigo outras pessoas;

  • Deve ser criada uma zona de exclusão na base da zona de acesso à corda.

Seleção, inspeção, manutenção e armazenamento de acesso por meio de cordas

    Quando da seleção de equipamento, e antes da respectiva utilização, recomenda-se verificar:

  • Se o equipamento está conforme com as normas aplicáveis à utilização prevista;

  • Se os componentes são compatíveis entre si;

  • Se a informação do fornecedor sobre o produto (instruções de utilização do fabricante) é corretamente interpretada pelos trabalhadores;

  • Se há informação sobre a inspeção, a manutenção e o armazenamento;

Inspeção

    A entidade patronal deve seguir as instruções do fabricante sobre a inspeção das cordas e respectivos acessórios. É essencial que todo o equipamento de acesso por meio de cordas seja inspecionado de forma visual e táctil por uma pessoa competente antes de cada utilização, para garantir que se encontra em boas condições e que funciona devidamente.

    Há que solicitar e seguir à risca os conselhos do fabricante sobre a melhor forma de proceder a essa inspeção. Devera ser implementado procedimentos de inspeção para garantir que o equipamento de acesso por meio de cordas seja objeto de uma inspeção detalhada por uma pessoa competente antes da primeira utilização e a intervalos que não excedam seis meses, bem como após a ocorrência de circunstâncias que possam pôr em perigo a segurança. Quando o equipamento de acesso por meio de cordas for utilizado em condições difíceis, recomenda-se a realização de inspeções intermédias suplementares, para além das inspeções prévias à utilização e das que forem efetuadas a intervalos periódicos determinados pelas avaliações de risco efetuadas no início e durante os trabalhos. Tanto as inspeções detalhadas como as intermédias deverão ficar registradas. Qualquer elemento do equipamento de acesso por meio de cordas que apresente um defeito deve ser retirado de serviço

Capacetes

    O revestimento do capacete deve ser inspecionado para detectar eventuais marcas de desgaste, deformações, fortes abrasão, sulcos ou outros danos.

    Devem ser inspecionadas as tiras isoladoras para o queixo e a rede protetora interior, incluindo as fixações e dispositivos de ajustamento.

Manutenção

    Há que estabelecer procedimentos para a manutenção do equipamento de acesso por meio de cordas e respectivo registro. Deverão ser mantidos registros de todos os componentes do equipamento de acesso por meio de cordas, nos quais serão registrados a duração e o prazo de validade do equipamento, se o fabricante os tiver indicado. Por vezes, pode ser necessária uma desinfecção (nomeadamente após utilização em esgotos).

    O equipamento deve ser passado por água limpa e fria e secado naturalmente e não deve ser modificado sem autorização prévia do fabricante.

Armazenamento

    Após qualquer limpeza e secagem eventualmente necessárias, o equipamento deve ser armazenado, não devendo ser embalado em local fresco, seco, escuro, em ambiente quimicamente neutro e ao abrigo de calor excessivo ou de fontes de calor, umidade excessiva, arestas cortantes, fontes de corrosão ou outras possíveis fontes de danos.

Metodologia

    Para coleta de dados foi utilizado um questionário adaptado Andrade (1999) com a técnica “Intervew Survey” de campo entre os profissionais de uma empresa especializada em Alpinismo Industrial no estado de São Paulo, ambos os sexos, com idades entre 20 a 40 anos com tempo de engajamento profissional diversificado, contendo 13 questões de múltipla escolha em porcentagem, de zero a cem por cento, onde zero a trinta corresponde a fraco, quarenta a sessenta; médio, setenta a noventa; forte, cem; fortíssimo.

    O procedimento utilizado para a obtenção e registro das informações foi o seguinte:

  1. Contato com os profissionais da empresa explicando o objetivo do questionário e o preenchimento do mesmo.

  2. Contato com cada profissional orientando como responder as questões optando pela alternativa que expressa realmente a sua atitude e opinião sendo afirmativo em suas respostas.

Dados de Identificação

Questionário aplicado

Resultados e analise dos dados

    O principal aspecto abordado na entrevista realizada com 10 profissionais da empresa se refere á escolha em executar serviços de risco em altura e quais os motivos psicológicos que levaram a tal escolha.

Gráficos. Motivos para executar serviços de risco em altura

    Diante das respostas obtidas na pesquisa, podemos observar entre os profissionais entrevistados que classificaram fortíssimo 80% em realizar alpinismo industrial por gostar de desafios, 90% orgulho em suas habilidades, 100% trabalho em equipe, os motivos que levam a executarem trabalho de risco em altura.

    Franco (2000) afirma que esta é uma motivação intrínseca, a pessoa gosta de fazer determinada coisa motivada por um desejo interno.

Conclusão

    Conclui-se que dentro das normas de segurança, os profissionais em trabalho de risco em altura (Alpinismo Industrial) demonstram orgulho em suas habilidades e o gosto por desafios com a experiência adquirida em escalada e rapel, sendo de suma importância o trabalho em equipe ao executar o mesmo com eficiência e satisfação do cliente e á todos os envolvidos no respectivo projeto.

Considerações finais

    O objetivo do presente trabalho foi analisar os principais motivos dos profissionais em executar alpinismo industrial de uma empresa especializada com técnicas desenvolvidas em escalada e rapel.

    Ressalta-se que foi dado o primeiro passo para o tema proposto, sendo necessários outros estudos que poderão contribuir para prática de escalada e rapel como meio de sobrevivência em diversos setores da indústria e do comercio.

Referências

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