Perfil antropométrico de escolares de 11 a 14 anos do município de Santa Helena, PR Perfil antropométrico de escolares de 11 a 14 años del municipio de Santa Helena, PR |
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*Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Programa de Pós-Graduação em Educação Física. Florianópolis, SC **Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) Programa de Graduação em Educação Física. Centro de Ciências Humanas, educação e letras. Marechal Cândido Rondon, PR |
Fabiana Cristina Scherer* Luiz Sérgio Peres** (Brasil) |
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Resumo Objetivo: Caracterizar o perfil antropométrico de alunos com nível sócio-econômico alto (NSE A) e nível sócio-econômico baixo (NSE B), na faixa etária de 11 a 14 anos, de ambos os sexos, do município de Santa Helena, PR. Métodos: Foram avaliados 71 escolares. O grupo NSE A foi composto por 19 meninos e 14 meninas e o grupo NSE B, teve a participação de 22 meninos e 16 meninas. Todos os escolares foram avaliados quanto ao peso, estatura, dobras cutâneas (triciptal e subescapular). Resultados: Os escolares do NSE A tiveram o predomínio de maiores médias para a massa corporal. Para a estatura os escolares do NSE A, apresentaram maior média nas idades de 11 a 14 anos, em ambos os sexos. Já, em relação ao percentual de escolares que estiveram abaixo do peso foi de 52,6 % do NSE B e apenas 18,2 % do NSE A, dos que estão em nível ótimo 42,4 % são do NSE A e 34,2 % são do NSE B e por último, dos escolares que estão acima do peso 39,4 % são do NSE A e somente 13,2 % são do NSE B. Conclusão: O predomínio da maior massa corporal, estatura e conseqüentemente sobrepeso, dos escolares do NSE A pode ser explicado pela maior condição financeira dos pais, facilitando a aquisição de alimentos e tecnologias. O que não é observado no NSE B, onde os escolares dependem quase que exclusivamente da alimentação fornecida pela instituição e escola que freqüentam. Unitermos: Massa corporal. Estatura. Índice de massa corporal. Composição corporal.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 171, Agosto de 2012. http://www.efdeportes.com |
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Introdução
Nos dias atuais, muitas crianças estão mudando o hábito de vida ativo para o sedentário. Deixando de caminhar para a escola pelo conforto do carro, de brincar nos quintais e nas ruas para ficar brincando de vídeo games ou na frente do computador e alguns ainda na frente do televisor. Tornando-se adeptas a comodidade proporcionada pelas mudanças tecnológicas. Além da avançada tecnologia, outros fatores contribuíram para a mudança de hábito, como a acelerada urbanização e a globalização. Fatores estes que associados á questão de uma má alimentação podem gerar danos a saúde da população.
Porém, também nas últimas décadas a atividade física direcionada a promoção da saúde veio adquirindo importância. Mas, para obter esta finalidade devemos criar e manter hábitos saudáveis diariamente. Neste sentido, JOHNSON (1985) nos coloca que desde o início da idade escolar, deve-se conscientizar as crianças para uma prática contínua e saudável para toda a vida.
Segundo COSTA (2001), os diferentes componentes corporais sofrem alterações em relação à quantidade durante toda a vida, sofrendo variadas influências dos aspectos fisiológicos, como crescimento (Peres, 1994) e desenvolvimento (Schede, 1971) e aspectos ambientais, como estado nutricional (Costa, 2001), nível socioeconômico (Cunha, 1985) e nível de atividade física (Johnson, 1985). Apresentando assim, a composição corporal, uma grande dinamicidade. Sendo mais acentuado na fase da adolescência, onde estas transformações são grandes e profundas (D’Andrea, 1997).
Em particular, CRAVIOTTO (1982), MALINA (1990) e SANTOS (1992), confirmam que existem diferenças no estado de crescimento entre crianças de diferentes condições sócio-econômicas, onde classificam a nutrição como fator principal da realidade social.
Informações estas também confirmadas pelo Programa de Orçamento Familiar (POF), que através das análises obtidas pelos resultados do Censo 2002 – 2003 afirma a visível ligação entre o estado nutricional das crianças e a renda familiar, sendo que o problema de desnutrição infantil foi identificado em famílias com um rendimento até 0,5 salário per capita, as quais pertenciam, naquele período, a 22, 1% das famílias brasileiras.
Deste modo, caracterizar os dados antropométricos são importantes (Stout et alii apud JAHNKE, 1981). Pois, através da composição corporal é possível realizar uma estimativa da quantidade de gordura corporal e sua possível relação com efeitos deletérios ao melhor estado de saúde (Costa, 2001).
Assim, o objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil antropométrico de alunos com nível sócio-econômico alto (NSE A) e nível sócio-econômico baixo (NSE B), na faixa etária de 11 a 14 anos, de ambos os sexos, do município de Santa Helena, PR.
Métodos
Trata-se de um estudo transversal, de base escolar, descritivo e do tipo quantitativo. Foi realizado em 2006, com adolescentes de ambos os sexos, de 11 a 14 anos, matriculados nas escolas particular e estadual da cidade de Santa Helena, Pr.
População e amostra
Foram considerados como sujeitos pertencentes à população para o presente estudo 75 escolares de NSE A e 79 de NSE B, de ambos os sexos, nascidos no período abrangente do ano de 1992 a 1996, matriculados nas escolas particular e estadual da cidade de Santa Helena, Pr.
Amostra foi composta por 71 escolares, separados em dois grupos, conforme o nível sócio-econômico, onde o grupo NSE A foi composto por 19 meninos e 14 meninas e o do NSE B, com 22 meninos e 16 meninas, de 11 a 14 anos, escolhidos aleatoriamente por sorteio na lista de chamada, matriculados nas escolas particular e estadual da cidade de Santa Helena, Pr.
Tratamento da variável independente
A instituição do Trabalho Integrado de Menores possui alunos que estudam no contra-turno em outras escolas do município de Santa Helena, ou seja, se estão de manhâ nesta instituição à tarde estudam em outras escolas. Nesta instituição, estão matriculados alunos carentes do município de Santa Helena. Sendo assim, os escolares desta instituição foram escolhidos por apresentarem-se como carentes, providos de lares de nível sócio-econômico baixo e não pagam nada pelas taxas de ensino.
Para caracterizar o nível sócio-econômico alto foi escolhido o colégio particular, onde os pais dos alunos ali matriculados pagam suas mensalidades.
Coleta de dados
A coleta de dados foi realizado junto às escolas, onde foi solicitado um espaço para a realização da avaliação.
Para a avaliação, os alunos estavam com a menor quantidade de roupa possível, sendo a vestimenta dos meninos apenas com calção e das meninas com tope e shorts.
Instrumentos
Para a coleta dos dados da Massa corporal foi seguido o protocolo descrito por COSTA (2001, p.64). Sendo que para esta medição foi utilizada uma balança eletrônica da marca Filizola, com precisão de gramas decimais. Durante a sua instalação foi observada o nivelamento do solo sobre o qual esta foi apoiada. A medida foi registrada com uma aproximação de 100 g, para facilitar a tabulação dos dados.
Para a avaliação da estatura, foi seguido o protocolo descrito por COSTA (2001, p. 63). Sendo que a medida da estatura foi registrada com uma aproximação de 0,1cm.
Para a Composição Corporal foi coletado as dobras cutâneas tríciptal (TR) e subescapular (SB), com auxílio de um adipômetro CESCORF, com resolução de 0,2 mm e com pressão de 10 g/mm2. O protocolo seguido foi também de COSTA (2001, p. 39). Quando foi encontrado uma diferença superior a 5% entre a menor e a maior medida no mesmo ponto de reparo, realizou-se uma nova série de medidas. Além desse cuidado, foi adotado a mediana das medidas obtidas em cada local, para que os valores extremos fossem eliminados.
Para verificar o percentual de gordura corporal foi utilizada a equação de Lohman apud HOBOLD (2006) para crianças e jovens, adaptada por Pires Neto e Petroski apud HOBOLD (2006) em suas proposições de diferentes constantes para o uso em outras idades. A equação abaixo foi proposto por Lohman apud HOBOLD (2006):
%G= 1,35 (TR + SE) – 0,012 (TR + SE)2 – C*
*C= constante (Tabela abaixo)
Na Tabela 1, temos a constante sugerida por Lohman apud Hobold (2006) para a idade de 13 anos e, nas demais idades, as sugeridas por Pires Neto e Petroski apud HOBOLD (2006), para serem utilizadas na equação preditiva do percentual de gordura corporal.
Tabela 1. Constantes por gênero e idade, para o cálculo da gordura corporal
Sexo |
11 anos |
12 anos |
13 anos |
14 anos |
Masculino |
4,7 |
5,0 |
5,4 |
5,7 |
Feminino |
2,7 |
3,0 |
3,4 |
3,6 |
Procedimentos
No primeiro momento visitaram-se as escolas, para entrar em contato com os respectivos diretores, para apresentação dos objetivos do trabalho a ser desenvolvido e obter a autorização destes.
Com as devidas autorizações, foi iniciado as primeiras coletas de dados dos alunos, através de análise nas suas fichas de matrículas, junto às secretarias, onde os mesmos foram selecionados.
Após a seleção, foi realizado o primeiro contato direto com a amostra para a explicação geral do estudo, solicitando o apoio dos mesmos, bem como sendo aplicado um questionário sobre a profissão e renda salarial dos pais, com o devido endereço para a localização e futuros contatos. Juntamente a este procedimento foi enviado aos pais um Termo de Consentimento, onde foi solicitado autorização para seu filho ser um componente da amostra deste estudo.
Com a autorização dos pais iniciamos a coleta de dados propriamente dita.
Análise dos dados
Os dados coletados foram verificados através da análise estatística, onde foi aplicado o programa Excel para calcular média e desvio-padrão e o programa SPSS 10.0 para índices de percentual de gordura corporal e classificação do percentual de gordura.
Após utilizou-se a estatística descritiva.
Resultados e discussão dos dados
A amostra deste estudo ficou constituída de 71 escolares, separados em dois grupos, conforme o nível sócio-econômico, onde o NSE A foi composto por 19 escolares do sexo masculino e 14 do sexo feminino e o do NSE B, com 22 do sexo masculino e 16 do sexo feminino, nas faixas etárias de 11 a 14 anos (Tabela 2).
Tabela 2. Apresenta a distribuição dos escolares deste estudo, por nível sócio-econômico (NSE), sexo e idade
NSE |
Sexo |
11 anos |
12 anos |
13 anos |
14 anos |
A A B B |
Masculino Feminino Masculino Feminino |
06 06 08 08 |
05 02 05 05 |
05 03 04 02 |
03 03 05 01 |
Total |
28 |
17 |
14 |
12 |
|
Total geral = 71 escolares |
Com relação às variáveis analisadas referentes à massa corporal, verificamos na Tabela 3, que o comportamento de desenvolvimento desta variável entre os níveis sócio-econômicos foram diferenciados, pois no sexo masculino apresentou diferenças significativas nas idades de 11, 12 e 13 anos e no sexo feminino somente na idade de 11 anos. Nas demais idades, não ocorreram muitas diferenças.
Nos grupos avaliados, a massa corporal para o sexo masculino do NSE A, variou de 45,58 Kg a 58,3 Kg, já para o grupo do NSE B, a variação ficou de 36,72 Kg a 54,46 Kg. Para o sexo feminino a variação ficou de 39,3 Kg a 48,43 Kg para o grupo do NSE A e 39,26 Kg a 48,8 Kg para o NSE B. Em relação ao fator nível sócio-econômico, os escolares do NSE A, representaram as maiores médias nas idades de 11 a 14 anos no sexo masculino e 11 a 12 anos no sexo feminino, havendo pequeno predomínio da maior média nas idades de 13 a 14 para o NSE B.
Tabela 3. Médias da massa corporal de escolares por sexo e idade e nível sócio-econômico
Sexo |
NSE |
Estat. |
11 anos |
12 anos |
13 anos |
14 anos |
Masc.
Masc.
Fem.
FEM. |
A
B
A
B |
x s x s x s x s |
45,58 7,38 36,72 6,37 48,43 6,30 41,3 8,03 |
57,76 8,07 40,42 5,35 39,3 1,39 39,26 3,78 |
56,5 7,73 40,57 13,14 47,77 1,45 48,8 4,16 |
58,3 7,4 54,46 11,76 44,67 2,21 46,3 0 |
Na estatura os valores médios para o sexo masculino, variaram de 152 a 171 cm no NSE A e 142 a 164 cm no NSE B. Já, para o sexo feminino, a variável ficou de 152 a 160 cm para o NSE A e para o NSE B, 147 a 155 cm. Quanto ao fator sócio-econômico, os escolares do NSE A apresentaram maiores médias nas idades de 11 a 14, em ambos os sexos.
Neste sentido, conforme poderemos analisar na Tabela 4, constatamos diferenças de estatura entre os grupos NSE A e NSE B em relação ao sexo. A estatura feminina se sobrepõe à masculina nas seguintes faixas etárias: 11 anos, ambos os grupos, 13 anos para o grupo B, e o inverso ocorre nas faixas etárias de 12 anos, para ambos os grupos, 13 anos para o grupo A, 14 anos para ambos os grupos. Estas diferenças podem estar ligadas ao fator maturacional das crianças, como nos colocam MUSSEN et al. (1977), os picos de crescimento ocorrem nas meninas, aos 11 anos e nos meninos, dois anos mais tarde, isto é, aos 13 anos, numa média geral. Mas, pode haver um crescimento lento por muitos anos, após o período de estirão se completar. O próprio período de estirão pode variar de jovem para jovem. Mas, por outro lado, existem autores que classificam os fatores nutricionais como o elemento principal de diferença entre as crianças do mesmo sexo e faixa etária (CRAVIOTTO (1982), MALINA (1990) e SANTOS (1992)), isto é visível, se tratando das diferenças obtidas na comparação com os mesmos sexos e grupos diferentes.
Tabela 4. Média da estatura de escolares por sexo, idade e nível sócio-econômico
Sexo |
NSE |
Estat. |
11 anos |
12 anos |
13 anos |
14 anos |
Masc.
Masc.
Fem.
Fem. |
A
B
A
B |
x s x s x s x s |
152 0,06 142 0,04 157 0,08 147 0,06 |
162 0,02 151 0,09 152 0,04 149 0,06 |
163 0,06 150 0,09 160 0,02 155 0,02 |
171 0,06 164 0,05 160 0,04 152 0 |
Estas diferenças podem acontecer devido à questão sócio-econômica, pois Cunha apud PERES (1994) nos coloca que existe uma relação direta deste fator com os problemas nutricionais e com a alimentação disponível, que, por sua vez, depende fundamentalmente dos fatores econômicos e culturais do indivíduo. Por outro lado, ASTRAND (1992), coloca que a desnutrição pode ocasionar sérios problemas na saúde do ser humano, tais como: diminuição da massa corpóreo, interrupção do crescimento, alterações fisiológicas, etc.
Continuando este pensamento, encontramos em CUNHA (1985), estudos com relação à diferença de níveis sócio-econômicos, nas mais diversas idades, onde se encontram diferenças significativas a favor do nível sócio-econômico alto, onde o fator nutricional foi preponderante para estas conclusões.
Assim, poderemos melhor visualizar a influência destes fatores (econômico e nutricional), através da análise do percentual de gordura na amostra, através de dados das dobras tricipital e subescapular, onde segundo autores como GUEDES & GUEDES (1998), PIRES NETO & PETROSKI (1993) são fatores básicos e utilizáveis que demonstram o percentual de gordura corporal no indivíduo.
Desse modo, de acordo com a Tabela 5, analisaremos por faixa etária e nível sócio-econômico os valores médios destas dobras.
Tabela 5. Variáveis por idade e NSE dos valores médios das dobras cutânea de escolares de 11, 12, 13 e 14 anos, dos sexos masculino e feminino
Idade |
Dobras |
Sexo |
NSE A x s |
NSE B x s |
11 anos |
Tricipital
Subescapular |
M F M F |
14,17 2,96 17,7 4,44 9,28 2,94 13,22 6,03 |
10,55 5,47 12,61 5,23 8,89 7,99 11,57 6,50 |
12 anos |
Tricipital
Subescapular |
M F M F |
12,72 4,52 11,9 2,20 10,22 2,57 8,1 0,90 |
8,18 1,63 12,61 5,23 5,1 0,64 11,57 6,5 |
13 anos |
Tricipital
Subescapular |
M F M F |
12,98 4,19 11,03 2,67 8,64 3,39 10,13 3,96 |
11,35 6,81 16,7 5,96 9,17 6,94 12,85 3,55 |
14 anos |
Tricipital
Subescapular |
M F M F |
6,00 0,31 13,46 1,63 6,53 0,53 9,2 1,18 |
9,16 2,70 16,2 0 7,80 3,60 15 0 |
Quanto aos valores médios das dobras cutâneas dos escolares de diferentes níveis sócio-econômicos, pudemos verificar algumas diferenças, onde foram caracterizados os valores de cada dobra, em ambos os sexos. Na faixa etária de 11 anos, constatou-se que a média das dobras cutâneas do NSE A é maior que a do NSE B, para ambos os sexos. Para a faixa etária de 12 anos, o NSE A masculino apresentou média maior que a do NSE B. Porém, para o sexo feminino as médias se inverteram. Na idade de 13 anos, as médias para o sexo masculino possuem pequenas diferenças, o mesmo não se constatou, em relação ao sexo feminino, onde as médias do NSE B foram maiores que a do NSE A. Para a faixa etária de 14 anos, de ambos os sexos a média maior predominou para o NSE B em relação ao NSE A.
Quanto à análise do percentual de gordura corporal realizada aplicando a fórmula de Lohman apud HOBOLD (2006) para crianças e jovens, e as adaptações por Pires Neto e Petroski apud HOBOLD (2006) em suas proposições de constantes, verificamos que as médias obtidas junto aos escolares, conforme Tabela 6 abaixo, apresenta nas faixas etárias de 11, 12 e 13 anos para o sexo masculino e nas faixas etárias de 11 e 12 anos para o sexo feminino o predomínio da maior média de percentual de gordura para o NSE A. Porém, nas idades 13 anos feminino e 14 anos, para ambos os sexos, a maior média é dos escolares do NSE B. Estes resultados de comparação por faixa etária possuem a limitação de ser um estudo transversal, considerando que a cidade de Santa Helena possui diversas formações raciais e esta variável não compôs a fórmula do presente estudo.
Tabela 6. Percentual de gordura corporal de escolares de 11 a 14 anos dos sexos masculino e feminino de diferentes níveis sócio-econômicos
Idade |
Sexo |
NSE A x s |
NSE B x s |
11 anos
12 anos
13 anos
14 anos
|
M F M F M F M F |
19,88 4,92 25,81 6,29 18,98 5,99 19,02 3,30 17,42 5,90 19,09 5,96 9,33 0,47 20,74 2,29 |
13,59 7,73 18,18 7,76 10,06 1,97 15,59 4,85 14,19 10,48 22,08 7,46 13,18 5,62 24,74 0 |
O maior percentual de escolares que estiveram abaixo do peso, 52,6 %, são do NSE B e apenas 18,2 % são do NSE A, dos que estão em nível ótimo 42,4 % são do NSE A e 34,2 % são do NSE B e por último, dos escolares que estão acima do peso 39,4 % são do NSE A e somente 13,2 % são do NSE B. Mesmo, que a maior quantidade de escolares do NSE A estejam em nível ótimo, em relação ao percentual de gordura. Ainda existe um grande número de escolares, de ambos os níveis que estão abaixo ou acima do peso.
Conclusão
Nas avaliações somáticas houve o predomínio da maior massa corporal e percentual de gordura e maior estatura para o de NSE A, na faixa etária de 11 a 14 anos.
Em relação ao percentual de gordura corporal, muitos escolares estiveram fora do limiar ótimo. Sendo, que para o NSE A houve o maior número de escolares acima do peso. Enquanto, que para o NSE B o maior número estava abaixo do peso, ou seja, desnutridos.
De modo geral, podemos afirmar que neste estudo, ocorreram diferenças entre os NSE A e NSE B, o que era esperado. Pois, os pais dos escolares do NSE A possuem maior condição financeira, facilitando a aquisição de alimentos e tecnologias. O que não é observado nos do NSE B, onde os escolares dependem quase que exclusivamente da alimentação fornecida pela instituição e escola que freqüentam.
Dessa forma, destaca-se a importância de intervenções nas escolas que
visem a promoção da atividade física e da alimentação adequada a fim de promover um estilo de vida saudável para toda ou senão, maior parte da vida. Assim, é importante o trabalho integrado das escolas com assistentes sociais, profissionais de educação física e nutricionistas. Ademais, sugere-se a realização de novas pesquisas sobre esse assunto que analisem outros fatores como o nível de atividade física, a maturação sexual e avaliação nutricional mais específica.
Referências bibliográficas
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COSTA, R. F.. Composição Corporal – Teoria e Prática da Avaliação. Barueri – SP: Manole, 2001.
CRAVIOTTO, J. Desenvolvimento grave e desenvolvimento das aptidões motoras na criança. Anais Nestlé. 107, 1982.
CUNHA, D.S. da. Estudo sobre a influência do nível sócio-econômico na aptidão motora. Dissertação de mestrado. UFSM, Santa Maria – RS, 1985.
D’ ANDRÉA, F. F. Desenvolvimento da personalidade: enfoque psicodinâmico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 13ª edição, 1997.
GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Controle do peso corporal: composição corporal, atividade física e nutrição. Londrina – Paraná: Midiograf, 1998.
HOBOLD, E. Antropometria e Composição Corporal. Pós-Graduação em Educação Física. Marechal Cândido Rondon, PR, UNIOESTE, 2006.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa de Orçamentos Familiares – Antropometria e Análise do Estado Nutricional de Crianças e Adolescentes no Brasil: 2002 - 2003. Rio de Janeiro, 2006.
JAHNKE, C. L. Estudo comparativo de peso e estatura de meninos de 10 a 12 anos de idade, pertencentes a dois grupos sócio-econômicos distintos. Pelotas, ESEF/UFPEL, 1981.
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MALINA, R. Crescimento de crianças latinas americanas: Comparações entre os aspectos sócio-econômicos, urbano-rural e tendência secular. In: Revista Brasileira de Ciência e Movimento. 4 (3): 46 – 75, 1990.
MUSSEN, P.; CONGER, J. & KAGAN, P. Desenvolvimento e personalidade da criança. São Paulo: Karper & Row do Brasil Ltda, 4ª edição, 1977.
PERES, L. S. Características somática, cardiorrespiratória e neuro motoras de escolares por idade, entre 11 a 14 anos de diferentes níveis sócio-econômicos. Dissertação de mestrado. UFSM, Santa Maria, RS, 1994.
PIRES NETO, C. S. & PETROSKI, E. L. Proposição de constante para uso em equação preditiva da gordura corporal para crianças e jovens. III bienal do esporte. CELAFISCS, Poços de Caldas, MG, 1993.
SANTOS, M. G. dos. Estudos dos padrões e critérios antropométricos utilizados na avaliação do estado nutricional dos escolares da Santa Maria – RS. Dissertação de mestrado. UFSM, Santa Maria, RS, 1992.
SCHEDE, F. Fundamentos de la educación física. Editorial Científico Médica, Barcelona, 1971.
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