Influência do intervalo de recuperação sobre as respostas cardiovasculares agudas no treinamento resistido La influencia del intervalo de recuperación sobre las respuestas cardiovasculares agudas en el entrenamiento resistido |
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*Graduada em Educação Física (Moura Lacerda, Riberão Preto) Pós-graduada em Fisiologia do Exercício (UFSCar, São Carlos) **Graduado em Educação Física (UNIP, Araraquara) Pós-graduado em Fisiologia do Exercício (UFSCar, São Carlos) ***Graduado em Educação Física (UFSCar); Mestre em Ciências Fisiológicas (UFSCar) ****Graduado em Educação Física (FESC, São Carlos). Pós-graduado em Treinamento Desportivo (UNIMEP, Piracicaba); Pós-graduado em Ciências do Esporte (UNICAMP, Campinas); Mestre em Ciências Fisiológicas (UFSCar) Doutorando em Ciências Nutricionais (UNESP), Docente UNIARA e Moura Lacerda Diretor do CEFEMA (Centro de Estudos em Fisiologia do Exercício, Musculação e Avaliação Física) Araraquara, SP |
Roselaine Primo Mendonça* João Guilherme de Oliveira Silvestre** Guilherme Fleury Fina Speretta*** Cássio Mascarenhas Robert-Pires**** (Brasil) |
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Resumo Atualmente, o exercício resistido tem sido amplamente indicado como um componente importante de programas de exercícios voltados à prevenção de doenças e promoção da saúde, mesmo em indivíduos portadores de algumas cardiopatias, como hipertensão e doença arterial coronariana. Assim, o entendimento das respostas agudas do sistema cardiovascular aos diversos métodos e às diversas manipulações dos componentes da carga de treino (peso levantado, repetições, séries, intervalos, etc.) é de fundamental importância para garantir maior segurança na prescrição do exercício para indivíduos de risco aumentado. O objetivo do presente foi analisar o comportamento agudo da FC e da PA em séries de hipertrofia muscular conduzidas com distintos intervalos de recuperação. Foram recrutados 6 voluntários de ambos os sexos, com idade de 26,2 ± 2,59 anos, peso corporal de 80,6 ± 12,56 Kg e estatura de 179,4 ± 10,21 cm, os quais possuíam, no mínimo, 12 meses de experiência com treinamento resistido. Os voluntários realizaram duas sessões de treinamento com intensidade de 70% 1RM, com 4 séries de repetições máximas (falha concêntrica), sendo que, na primeira sessão, o intervalo de recuperação entre as séries foi de 90 segundos e, na segunda sessão, o intervalo foi de 180 segundos. O exercício realizado foi o supino reto e a FC e a PA foram medidas imediatamente ao final de cada uma das séries. Os resultados encontrados não apresentaram diferenças significativas nas respostas agudas da FC e da PA ao longo das séries, quando comparados os dois intervalos de recuperação adotados. Isso mostra que, provavelmente, o intervalo de recuperação não seja um fator determinante do aumento da FC e da PA em séries de hipertrofia. Unitermos: Exercício resistido. Pressão arterial. Freqüência cardíaca. Intervalo de recuperação.
Abstract Currently, resistance exercise has been widely reported as an important component of exercise programs aimed at disease prevention and health promotion, even in individuals with certain heart diseases such as hypertension and coronary artery disease. Thus, the understanding of acute responses of the cardiovascular system to various methods and manipulations of various components of the training load (weight lifted, repetitions, sets, intervals, etc..) is of the fundamental importance to ensure greater security in the exercise prescription for individuals increased risk. The purpose of this was to analyze the acute HR and BP in a series of muscle hypertrophy conducted with different recovery intervals. We recruited six volunteers of both sexes, aged 26.2 ± 2.59 years, weight 80.6 ± 12.56 kg and height of 179.4 ± 10.21 cm, which had at least 12 months of experience with resistance training. The volunteers performed two training sessions with an intensity of 70% 1RM, 4 sets of maximum repetitions (concentric failure), and, in the first session, the rest interval between sets was 90 seconds and the second session, the range was 180 seconds. The exercise was carried out and the bench press. BP and HR were measured immediately at the end of each series. The results showed no significant differences in acute responses of HR and BP throughout the series, when comparing the two recovery intervals adopted. This shows that probably the rest interval is not a determining factor in the increase in HR and BP in a series of hypertrophy. Keywords: Resistance exercise. Blood pressure. Heart rate. Recovery interval.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 171, Agosto de 2012. http://www.efdeportes.com |
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Introdução
Atualmente os exercícios contra-resistência estão sendo cada vez mais utilizados nas prescrições de atividades físicas, podendo ser praticados por indivíduos aparentemente saudáveis ou portadores de doenças crônicas como forma de contribuição à melhora da aptidão física e funcional. Sua realização parece possuir níveis razoavelmente seguros mesmo na presença de doença cardiovascular (Fisher, 2001; POLLOCK et al, 2000; MARTEL et al, 1999 e WIECEK et al, 1990) .
Quando realizados sob supervisão adequada, os exercícios resistidos promovem benefícios significativos e baixos riscos cardiovasculares (RIBISL E VERRILL, 1996).
Os exercícios resistidos podem contribuir para a diminuição da freqüência cardíaca (FC) em repouso (FARINATTI E ASSIS, 2000) e também da pressão arterial (PA) de repouso (KELLEY E KELLEY, 2000). Segundo o I Consenso Nacional de Reabilitação Cardiovascular (1997), as respostas fisiológicas agudas ao treinamento, podem ser tardias, ocorrendo até 24 horas após uma sessão de treino, como, por exemplo, a discreta redução dos níveis pressóricos (principalmente nos hipertensos), ou imediatas, as quais se observam imediatamente após ou durante uma sessão de treinamento, como os incrementos da pressão arterial sistólica e freqüência cardíaca (ARAÚJO, 2001).
Entretanto, durante o treinamento com exercícios resistidos, o valor da PA tende a elevar-se rapidamente, porém a manipulação das variáveis do treinamento pode controlar essas respostas, modificando a sobrecarga cardiovascular durante os exercícios (MacDOUGALL et al, 1985). Além da PA, a resposta da FC durante exercícios resistidos também é uma variável bastante observada em estudos. Normalmente, os valores máximos de FC se apresentam durante as últimas repetições de uma série até a falha concêntrica voluntária, sendo mais elevados durante séries com intensidades submáximas até a fadiga, quando comparados com trabalhos cujas intensidades se aproximem de 90 a 100% 1RM (FARINATTI e ASSIS, 2000; FLECK, 1998). Parece lógico, portanto, esperar um maior aumento de valores pressóricos e de FC durante o treinamento resistido com maior volume do que maior intensidade. Farinatti e Polito (2003) concluíram, em estudo realizado com adultos sadios, que maiores valores de FC e PAS foram encontrados em 20 RM do que 1RM ou 6 RM.
Apesar de a literatura trazer uma grande quantidade de estudos que avaliam as respostas pressóricas e de freqüência cardíaca relacionadas ao volume e intensidade durante e após os treinamentos resistidos, ainda existem poucos estudos que avaliem a relação entre as mesmas variáveis e tempos de recuperação distintos.
Estudo realizado por Polito e cols. (2004) mostrou que intervalos mais curtos entre as séries determinaram maior resposta pressórica. Já Ratames e cols. (2007), apesar de não terem efetuado aferição específica de PA, não identificaram diferenças significativas nos valores de FC em exercícios realizados com diferentes intervalos de recuperação; entretanto, um aumento da pulsação ao longo das séries foi mais evidente em intervalos mais curtos.
Castinheiras-Neto e cols. (2010) concluíram, após estudo realizado com diferentes intervalos recuperativos entre as séries, que menores respostas cardiovasculares, especialmente de pressão arterial sistólica (PAS), estão associadas a um maior intervalo de recuperação.
O objetivo do presente estudo foi analisar as respostas agudas de FC e de PA durante o exercício resistido, utilizando-se a mesma intensidade de trabalho, com diferentes intervalos de recuperação entre as séries.
Materiais e métodos
Sujeitos
Foram voluntários do presente estudo, 6 indivíduos com idade média de 26,2 ± 2,95 anos, peso corporal de 80,6 ± 12,56 Kg e estatura de 179,4 ± 10,21 cm, sendo 4 homens e 2 mulheres, todos praticantes de treinamento resistido há, pelo menos, um ano, não fumantes e não usuários de esteróides anabolizantes.
Foram excluídos indivíduos que faziam uso de qualquer tipo de suplemento nutricional ou medicação com ação ou que tivessem interrompido o uso há menos de 6 meses, além daqueles com histórico de doença cardiovascular, hipertensão, diabetes ou doença respiratória.
Todos os participantes foram informados dos procedimentos e riscos do estudo e entregaram um termo de consentimento livre e esclarecido.
Protocolo experimental
Para determinar a influência do intervalo entre séries sobre as variáveis cardiovasculares (FC e PA) foi realizado, numa primeira sessão de trabalho, o teste de 1RM, no exercício supino reto com barra, a fim de se identificar os pesos ideais de treinamento para realização das séries típicas de hipertrofia muscular.
Após a realização dos testes, os voluntários permaneceram por um período de 4 dias sem atividade física, para, então, participarem dos protocolos de treinamento específicos. Numa sessão, foi realizado um treino composto por 4 séries com repetições máximas com 70% 1RM e intervalos recuperativos entre séries de 3 minutos. Em uma outra sessão, no mínimo 48 horas após o primeiro treino, os voluntários realizavam um segundo treino, utilizando a mesma intensidade, o mesmo número de séries com repetições máximas, porém, com um intervalo de recuperação entre as séries de 1 minuto e 30 segundos. A escolha do tipo de sessão de treino a qual o voluntário foi submetido ocorreu de forma aleatorizada.
Nos dois dias de treino, os voluntários, após chegarem ao local, permaneciam durante 10 minutos sentados e, em seguida, eram aferidas a PA e a FC.
Após um aquecimento com 40% de 1RM (15 repetições), era iniciado o treino com as 4 séries a uma intensidade de 70% 1RM.
Para verificação das respostas cardiovasculares agudas aos distintos intervalos de recuperação, a FC e a PA foram aferidas imediatamente ao final de cada série, por meio do método auscultatório, com o avaliado sentado. Para agilizar a aferição da PA e evitar prolongamento do tempo da medida, os avaliados realizaram os exercícios com a braçadeira já presa ao braço direito. O tempo máximo permitido para medida da PA foi de 15 segundos após o final das séries.
Para a análise da composição corporal foram realizadas as seguintes medidas: massa corporal (kg), altura (cm) numa balança antropométrica e estadiômetro da marca Filizola®.
Teste de uma repetição máxima (1RM)
O teste de 1RM foi realizado adotando-se um número máximo de 6 tentativas. Quando não era possível identificar o peso de 1RM dentro do número limite de tentativas, o voluntário era orientado a retornar ao local de testes em, no mínimo 48 horas, para nova realização do procedimento. Não houve necessidade de uma sessão prévia de familiarização com o teste de 1RM, pois todos os voluntários apresentaram técnica adequada de realização dos exercícios supracitados, conforme julgamento de avaliadores experientes em exercícios com pesos, assim como também apresentavam experiência prévia com o próprio teste em si.
Análise estatística
Os dados foram expressos pela estatística descritiva, em média ± desvio padrão. A análise estatística foi realizada inicialmente pelo teste de normalidade de Shapiro-Wilk e pelo teste de homocedasticidade (critério de Bartlett). Todas as variáveis analisadas apresentaram distribuição normal e homocedasticidade, sendo assim utilizou-se a Anova one way para medidas repetidas e quando a diferença apresentada era significante, aplicou-se o teste de Tukey para as comparações múltiplas. O nível de significância adotado foi de 5% (p≤0,05). Para o tratamento dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS para Windows versão 13.0.
Tabela 1. Valores médios ± desvio padrão de idade, antropometria e peso levantado no teste de 1RM pelos voluntários (n=6)
Resultados
Supino Reto
No exercício supino reto, os valores de FC (bpm) registrados em repouso, após aquecimento e ao final de cada série para os intervalos de 1 minuto e meio e 3 minutos foram, respectivamente:
Repouso 73 ± 4,7 versus 73,5 ± 10,7 (p=0,46), 1ª série 109 ± 24,1 versus 111,5 ± 18,4 (p=0,35), 2ª série 121,6 ± 18,7 versus 121,6 ± 28,4 (p=0,48), 3ª série 125,5 ± 18,7 versus 139,16 ± 44,39 (p=0,21), 4ª série 123 ± 13,2 versus 119,8 ± 26,1 (p=0,35).
Os valores de PAS (mmHg) foram:
Repouso 110 ± 10,9 versus 113,3 ± 12,1 (p=0,08), 1ª série 127,6 ± 12,2 versus 123 ± 8,3 (p=0,18), 2ª série 130,6 ± 10,3 versus 126,6 ± 13,6 (p=0,17), 3ª série 129,1 ± 12 versus 130 ± 15,4 (p=0,38), 4ª série 133,3 ± 20,6 versus 130 ± 17,8 (p=0,33).
Os valores de PAD (mmHg) foram:
Repouso 85 ± 5,4 versus 83,33 ± 5,1 (p=0,18), 1ª série 91,3 ± 9,5 versus 90 ± 8,9 (p=0,41), 2ª série 88,3 ± 9,8 versus 91,6 ± 9,8 (p=0,26), 3ª série 91,6 ± 9,8 versus 91,6 ± 16 (p=0,50), 4ª série 92 ± 7,4 versus 91,6 ± 7,5 (p=0,47).
Tabela 2. Valores médios ± desvio-padrão das variáveis cardiovasculares no exercício supino reto, para os distintos intervalos de recuperação
Discussão
Os resultados do presente estudo demonstraram não haver diferença estatisticamente significativa das respostas agudas da FC, PAS e PAD em função dos distintos intervalos de recuperação adotados no treinamento resistido com intensidades de hipertrofia, para os exercícios supino reto e puxador costas. Esses dados estão de acordo com os resultados encontrados por Ratames e cols. (2007), os quais monitoraram a resposta especificamente da FC durante séries de treinamento de força com intervalos distintos de recuperação. No entanto, os resultados do presente estudo diferem daqueles obtidos por Polito e cols. (2004) e Castinheiras-Neto e cols. (2010), os quais observaram que as respostas de PA e FC apresentaram menores valores nas sessões de treino com maiores intervalos de recuperação entre as séries. Um aspecto a ser considerado no que diz respeito à ausência de diferença significativa nas respostas agudas de FC entre os dois protocolos de treino, é o fato de que as séries em ambos os protocolos, foram caracterizadas por repetições máximas e, talvez, isso tenha determinado que, independente do intervalo entre as séries, o esforço máximo em cada série tenha sido determinante da resposta aguda da FC. Polito e cols. (2004) e D’Assunção e cols. (2007) não observaram aumentos significativas da FC ao longo de séries múltiplas nos exercícios cadeira extensora (uni e bilateral) e rosca direta, o que sugere que essa variável pode não ser influenciada pelas séries sucessivas e, dessa forma, talvez o tempo de intervalo também não repercuta em alterações marcantes da mesma. Entretanto, Monteiro e cols. (2008), observaram aumento progressivo da resposta de FC ao longo de 3 séries múltiplas de 10RM no exercício cadeira extensora, realizado de forma bilateral, unilateral e unilateral alternada. O aumento da FC durante o exercício depende da ação simpática e, conseqüentemente, da sinalização de fatores periféricos (metabólicos, mecânicos e hemodinâmicos) para as áreas simpáticas, para que essa regulação ocorra. Dessa forma, em intervalos menores de recuperação, o acúmulo de metabólitos (lactato, CO2, ADP, AMP, etc.) e o esforço mecânico elevado em função da fadiga acumulada, poderiam gerar maior nível de estimulação simpática, com conseqüente aumento mais pronunciado da FC nessas condições de exercício. Essa suposição não se confirmou no presente estudo. Um aspecto peculiar do presente estudo, que merece referência, foi o fato de os voluntários terem, ao longo das séries múltiplas com repetições máximas, diminuído o número total de repetições, diminuindo assim, o tempo total de cada série, principalmente no menor intervalo de tempo de recuperação.
Quanto ao comportamento da PA, os dados do presente estudo apontaram para ausência de diferenças significantes da PAS e PAD entre as séries sucessivas em cada um dos exercícios, assim como para ausência de diferença estatisticamente significativa na comparação dos distintos intervalos de recuperação, sendo esse último, provavelmente influenciado pelo próprio comportamento da PAS ao longo das séries múltiplas. Esses resultados do presente estudo não estão de acordo com os dados de D’Assunção e cols. (2007), os quais observaram um aumento progressivo da PA ao longo de 3 séries com 10RM nos exercícios rosca direta e cadeira extensora. A diferença dos tipos de exercícios utilizados em nosso estudo pode, em parte, explicar essas diferenças no comportamento da PA nos dois estudos. Também, Gotshall e cols. (1999) encontraram aumentos progressivos da PAS em 3 séries de 10 RM no exercício leg-press bilateral. No estudo de Castinheiras-Neto e cols. (2010), houve um aumento mais pronunciado da PAS e da PAD nos menores intervalos de recuperação, tanto em séries com 6 repetições e séries com 12 repetições. Nesse estudo, entretanto, os intervalos de recuperação foram determinados em função dos tempos de realização das séries, ao invés do tempo fixo dos intervalos. No presente estudo, ao realizarem séries múltiplas até a falha concêntrica, os voluntários apresentaram uma diminuição do número total de repetições ao longo das séries, notadamente nas duas últimas séries com menor tempo de intervalo. Esse fato determinou um menor tempo total de trabalho e pode, provavelmente, ter interferido na menor elevação da PA e da FC ao longo das séries. Nesse sentido, Fleck (1998) afirma que o tempo das séries é um fator determinante do aumento de FC e de PA no exercício resistido. De qualquer forma, a redução do tempo de intervalo parece não influenciar essas respostas, fato que leva à suposição de que o efeito somativo dos fatores desencadeadores dos aumentos da PA e da FC no treino resistido, não seria afetado pelo intervalo entre as séries. A indagação sobre esse padrão de comportamento vir a se reproduzir com intervalos menores que 90 seg. e em outros exercícios, necessita de maiores esclarecimentos. Um último aspecto que vale menção é o fato de que a medida de PA no presente estudo foi realizada por meio do método auscultatório, o qual apresenta limitações no exercício resistido (POLITO E FARINATTI, 2003). O momento da medida também pode ter influenciado os resultados, uma vez que foi feito ao final da série, e, portanto, com maior nível da ação de controle reflexo dos baroceptores e o momento exato da leitura, pode não ter sido rigorosamente o mesmo em todas as séries dos exercícios, apesar da fixação do tempo máximo de coleta de 15 segundos.
Conclusão
Os resultados do presente estudo indicam para uma provável ausência de influência do intervalo de recuperação sobre o comportamento agudo da FC e da PAS em séries sucessivas no exercício resistido, entretanto, esse fato pode estar condicionado ao número total de repetições realizadas ao longo das séries. Provavelmente, a ausência de diferenças entre as séries e entre os distintos intervalos de recuperação tenha sido decorrente do menor número de repetições realizadas pelos voluntários, em função do teor máximo de repetições adotado no estudo.
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