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Estudo sociométrico na equipa júnior masculina 

da seleção portuguesa de voleibol

Estudio sociométrico del equipo junior masculino de la selección portuguesa de voleibol

 

Licenciada em Ciências do Desporto, opção de voleibol

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

(Portugal)

Ana Isabel Pires Torcato

anatorcato_2@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O trabalho em questão enfoca a importância dos relacionamentos e da união existentes dentro de uma equipa. Este estudo tem como objetivo analisar as relações interpessoais que se estabelecem dentro da equipa júnior masculina da seleção nacional de voleibol, permitindo um melhor desenvolvimento desportivo após os problemas encontrados. A amostra é constituída por 17 jogadores da equipa masculina, que integram frequentemente os trabalhos na seleção. As equipas vão ser submetidas à aplicação de um Teste Sociométrico que é um instrumento que mede o grau de organização apresentado pelos grupos sociais. Assim, pretende-se explorar através de questionários e de técnicas sociométricas, e de consequente elaboração de sociogramas, a estrutura de um grupo de indivíduos. As principais conclusões foram que a escolha do capitão de equipa foi acertada, os jogadores menos escolhidos no critério do aquecimento são ambos distribuidores da equipa e é notório que existem jogadores que dominam todos os outros. Pode-se concluir por fim que a equipa é unida, não existem conflitos interpessoais, e desta forma, torna o trabalho da equipa bastante entusiasta.

          Unitermos: Grupo. União. Sociometria.

 

Abstract
          The work at issue focuses on the importance of relationships and the union in a team. This study aims to analyze the interpersonal relationships that are established within the junior male volleyball national team, allowing a better sportive development after the problems are identified. The sample consists of 17 male players, who are often part of the National team’s works. The squad will be submitted to the application of a Sociometric Test which is an instrument to measure the degree of organization presented by social groups. Thus, we intend to explore through questionnaires and sociometric techniques, and the consequent development of sociograms, the structure of a group of individuals. The main conclusions were that the choice of captain was right, the less chosen players on the criterion of warming are the distributors and it is clear that there are players who dominate all others. It can be concluded that, ultimately, the team is united, there aren't interpersonal conflicts, and thus makes the team works quite enthusiastic.

          Keywords: Group. Union. Sociometric.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 171, Agosto de 2012. http://www.efdeportes.com

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Introdução

    Há, na época atual, um interesse constante com relação ao conhecimento dos problemas centralizados sobre as equipas de diferentes desportos coletivos. Não existe apenas um aumento de interesse por parte dos estudiosos do desporto, mas também multiplica-se a participação dos sociólogos e psicólogos no cenário dos diferentes tipos de desportos individuais e coletivos. Tais interesses advêm do próprio facto dos problemas sócio-interactivos, psicológicos, ideológicos e políticos se configurarem como manifestações interligadas à valorização e à legitimidade dos indivíduos em pertencer a uma equipa desportiva, manifestações que podem influenciar decisivamente a capacidade de rendimento e de relacionamento vivenciado por técnicos e atletas. Aliás, pela força de um ideal de união, todo um jogo de interesses institucionais, grupais e pessoais entram em campo na arte de ativar e persuadir os indivíduos, ultrapassando as teses dos adversários e enfrentando a opinião pública. Daí pode-se dimensionar que as equipas desportivas pertencem a um tipo diferenciado de grupo humano, organizando-se com objetivos pré-determinados para responder com êxito às exigências das competições em nível nacional e internacional. Guareschi, et al. (1997).

    Associada a uma perspetiva competitiva desde o seu princípio, Rubio (2003) sustenta que a Psicologia do Desporto tem vindo a conquistar espaço e força em outros contextos como os projetos sociais, o fitness, a reabilitação, os programas de qualidade de vida e a medicina preventiva. Segundo a mesma autora, a psicologia do desporto é a teoria e prática que busca apresentar variados temas da Psicologia do desporto atual no qual o psicólogo arranja resolução de situações para as quais vem-se especializando e tirando respostas, tanto referindo-se ao desporto competitivo como ao não competitivo.

    As relações interpessoais permitem uma relação direta com a satisfação no trabalho, portanto, quando há boa relação interpessoal no trabalho, dá-se uma diminuição de conflitos entre indivíduos e sofrimento pessoal, aumenta a capacidade para o trabalho, melhora a proteção de vida, bem-estar físico, biológico e nervoso, melhorando a produtividade. Albuquerque et. al. (2008).

    Marineau (s/d) expressa que, Jacob Leno Moreno tornou-se mundialmente famoso pela elaboração da ciência da sociometria, da técnica do psicodrama e do trabalho pioneiro em psicoterapia de grupo.

    Moreno cit. por Marineau (s/d) considerava a sociometria, como sendo um instrumento de terapia grupal.

    Bustos define a sociometria como sendo a ciência das relações interpessoais, que constituem o marco referencial teórico do psicodrama, do sociodrama, da psicoterapia de grupo e do teste sociométrico.

    Para Fox (2002), a sociometria é uma ciência relativamente nova, desenvolvida gradativamente a partir da Guerra Mundial de 1914 e 1918, que pretende determinar concretamente a estrutura básica das sociedades humanas. Segundo o mesmo autor, existem imensas dificuldades para se alcançar tal conhecimento que se podem classificar em três categorias: o número grande de pessoas, a necessidade de obter participação válida e a necessidade de planear pesquisas contínuas e repetidas. Em primeiro lugar, a sociedade humana consiste de aproximadamente dois bilhões de indivíduos. O número de inter-relações entre esses indivíduos, cada inter-relação influenciando de alguma maneira, ainda que limitada, a situação do mundo total, atinge uma ordem de grandeza astronómica. Levando esse facto em conta, o campo de trabalho da sociometria começou com pequenos segmentos da sociedade humana: agrupamentos espontâneos de pessoas, grupos de indivíduos de diferentes níveis de idade, grupos unissexuais, grupos de ambos os sexos, comunidades institucionais e industriais. Até ao presente momento, muitos grupos e comunidades, cujas populações somadas atingem mais de 10 mil pessoas, foram testados sociometricamente. Já se tem acumulado um montante considerável de conhecimentos sociométricos, mas não podemos, entretanto, esquecer que nenhuma conclusão pode ser automaticamente transferida de um segmento a outro e que nenhuma conclusão pode ser tirada de forma automática. Em segundo lugar, Fox (2002) aponta que, como temos de considerar cada indivíduo na sua concretização e não como um símbolo, e cada relacionamento que ele possa ter, não podemos alcançar um conhecimento pleno, a menos que cada indivíduo participe espontaneamente, com o máximo da sua capacidade, da descoberta desses relacionamentos. O problema é como conseguir de cada indivíduo a sua máxima participação espontânea. Segundo o autor, a sociometria tem conseguido essa participação, adotando tema relevante da situação social atual que envolva as pessoas da comunidade em dado momento. Em terceiro lugar, como se tem de conhecer a estrutura real de uma sociedade humana não apenas em dado momento, mas em todos os seus desenvolvimentos futuros, tem de se aguardar com interesse a máxima participação espontânea de cada indivíduo, em todo o futuro. O problema é como motivar as pessoas de modo que elas deem o máximo de participação espontânea de forma constante e regular e não apenas uma vez, ou outra. Essa dificuldade pode ser superada ajustando-se os procedimentos à administração da comunidade. Se os esforços espontâneos para associar-se a outras pessoas, objetos e valores são apoiados oficial e permanentemente pelas respetivas agências comunitárias, o procedimento pode ser repetido a qualquer momento, e com isso tornar disponível o tempo todo a compreensão da estrutura da comunidade e seu desenvolvimento no tempo e no espaço.

    Moreno cit. por Fox (2002) defende que os membros de um grupo precisam estar ligados por afinidades espontâneas, a fim de que um seja agente terapêutico do outro.

    A criação do teste sociométrico, por Moreno, foi uma importante contribuição para a compreensão da dinâmica dos grupos. Com efeito, a expressão “conhece-te a ti mesmo” poderia ser aplicada a grupos na sua totalidade, desde que por meio em que cada membro se tornasse um “experimentador” ativo e em que os investigadores fossem também cuidadosamente investigados. Fox (2002)

    Segundo Bastin (1980), o teste sociométrico consiste em pedir, a todos os membros de um grupo, que nomeiem, entre os companheiros, aqueles com quem desejariam encontrar-se numa determinada atividade. Pode-se pedir-lhes igualmente que designem aqueles com quem preferiam não se encontrar. Porém, o teste sociométrico não é somente um instrumento de diagnóstico individual; o estudo das relações interpessoais pode ser igualmente frutuoso.

    Como método de pesquisa, para Moreno cit. por Knobel (2004), o teste sociométrico é um instrumento para medir o montante da organização mostrada pelos grupos sociais, revelando as estruturas relacionais existentes no meio social considerado.

    Em termos práticos, o teste sociométrico é um questionário simples e maleável, facilmente adaptado às características de qualquer grupo humano e é geralmente respondido por escrito. Propõe uma pergunta direta e estimulante, que leva à escolhas afetiva em relação às demais, tendo em vista uma determinada situação ou tarefa. Existem três tipos de resposta: aceitação, rejeição e indiferença. Moreno cit. por Knobel (2004)

    Este teste fornece informações como a posição social de cada elemento do grupo. As preferências são muito diferentes entre todos: a maior parte recebe algumas, dois ou três privilegiados dominam os restantes, outros ficam isolados. Acontece o mesmo com os rejeitados. Uma grande percentagem de rejeições concentra-se sobre alguns indivíduos, a restante reparte-se sobre um número maior de indivíduos e os outros membros nada recebem. Bastin (1980).

    Para se poder qualificar um teste como sociométrico, Monteiro et. al. (1998) explicam que é necessário ter em conta os seguintes aspetos:

    Weld & Northway cit. por Nunes (2010) referem que os dados obtidos permitem a elaboração de uma matriz sociométrica, que consiste num quadro de dupla entrada, que pode ser suficiente para a apreensão da estrutura das relações existentes entre os indivíduos de um grupo de pequenas dimensões. Mas, a forma de representação mais informativa é o sociograma, que exprime a rede de inter-relações do grupo num diagrama, por meio de um conjunto de convenções gráficas e do recurso a métodos estatísticos.

    O sociograma descrito por Norway cit. por Nunes (2010), conhecido por “técnica do alvo”, um dos mais simples de traçar e fácil de interpretar consiste num sociograma coletivo construído com base nas notas de aceitabilidade, do número total de escolhas emitidas e recebidas por cada pessoa. O sociograma é elaborado a partir de três círculos concêntricos, em que no círculo central são representados os indivíduos significativamente escolhidos, ao passo que na periferia estão os indivíduos pouco escolhidos. Cada sujeito é representado no alvo de acordo com a sua nota de aceitabilidade. Os traços indicam as preferências recíprocas existentes entre os indivíduos.

    Bustos cit. Por Nunes (2010) informa que a análise do sociograma torna possível perceber o papel que cada pessoa ocupa dentro do grupo ou dos grupos em que está inserida.

Metodologia

Amostra

    A amostra é constituída por jogadores da equipa júnior masculina da Seleção Nacional de voleibol. No dia 29 de Março do ano 2012 foi realizado o estudo a 17 jogadores que integraram o estágio da Páscoa, na escola Secundária dos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia.

Instrumento

    Utilizou-se o questionário sociométrico realizado por Baginha, L. (1997) - adaptado. Cada atleta respondeu ao questionário individualmente no local do treino e quando este finalizou.

Análise dos dados

    Para a organização dos resultados do questionário, optou-se por construir uma matriz para cada critério. No questionário sociométrico utilizado, há dois critérios: preferência e rejeição de aquecimento e preferência e rejeição de convívio nos tempos livres.

    Sendo a primeira questão relativa às aceitações, tanto no primeiro critério como no segundo, anota-se quem é que o sujeito escolheu em primeiro lugar atribuindo-lhe 4 pontos, em segundo lugar 3 pontos, em terceiro lugar 2 pontos e em quarto lugar 1 ponto.

    De seguida, passa-se para as respostas à segunda questão que são relativas às rejeições. A quem o sujeito colocou em primeiro lugar de rejeição retira-se 4 pontos, em segundo lugar retira-se 3 pontos, em terceiro lugar 2 pontos e em quarto lugar 1 ponto. No final de se anotar as respostas de cada jogador, fazem-se as contas individualmente. Posto isto, verifica-se a ordem de preferência de cada atleta na equipa. Finalmente, constrói-se o sociograma utilizando as ordens de preferência já calculadas e posteriormente efetuam-se os traços que indicam as preferências recíprocas existentes entre os indivíduos.

Resultados

    Na tabela em baixo, mostra os dados mais importantes de cada atleta, preenchidos no inquérito sociométrico a que foram submetidos.

Tabela 1. Dados dos atletas

Jogadores

Idade

Escalão

Posição

Anos de prática da modalidade

Quantas vezes representaste a seleção?

 

Clube

HO

19

Jun.

Oposto

5

4

AJFB

JPG

17

Jun.

Zona 4

8

4

GCVC

DM

15

Cad.

Central

2

1

AJFB

AT

17

Cad.

Zona 4

10

6

AJFB

DA

18

Jun.

Distr.

6

5

SCE

JF

16

Cad.

Distr.

7

2

?

HB

19

Jun.

Líbero

10

?

SLB

AG

17

Jun.

Zona 4

8

?

SLB

JB

17

Cad.

Zona 4

5

?

Ala Nun’Alvares Gondomar

JO

16

Cad.

Oposto

7

?

?

PR

17

Jun.

Central

6

?

GCVC

JA

19

Jun.

Central

5

0

GCST

DC

16

Cad.

Distr.

3.5

6

CMGC

AL

17

Jun.

Zona 4

3/4

6

?

RM

18

Jun.

Zona 4

9

6

CDF

JR

17

Cad.

Zona 4

8

4

AASM

VP

15

Cad.

Líbero

6

1

VCV

    A média de idades é de 16,9 anos. Os pontos de interrogação indicam erros cometidos pelos atletas, por má interpretação. As posições referidas são as mesmas que os jogadores ocupam na equipa da Seleção Nacional e não no clube onde jogam.

    Seguidamente, encontra-se a matriz elaborada em rascunho para o primeiro critério que nos irá levar à ordem de preferência que cada atleta ocupa na equipa.

Tabela 2. Ordem de preferência e rejeição relativos ao 1º critério

Jogadores

Pontos do 1º Critério: aquecimento

Total de Pontos

Ordem De Preferência

HO

+3+2+3-2+1+2+4-2-2+3+3+3

18

JPG

+3+4

7

DM

-4+4-1-1-4+2-4-1+2

-7

10º

AT

+4+2+4+3+4+2+3-2

21

DA

+1+1+3+4

9

JF

-2-4-4-3-3-4-4-4+3-1+1-1

-26

14º

HB

+4+1-3

2

AG

+4-3-2

-1

JB

+2-3+3+1+1-4+4+1-4-2

-1

JO

-1-4+2+3-3+4-3

-2

PR

-1+4+3-1

5

JA

-4-3-4-3

-14

12º

DC

-3-1-3+3-4-2-3-3-3+1+1

-17

13º

AL

-2-2+1-3+2-2-2-1-3

-12

11º

RM

+4+1+1+4-1-1+2+1+2+4

17

JR

+2+2-1+3+4+1+1-1-4

7

VP

+3-2-2-2+4+2+2

5

    A seguir, vem o sociograma referente ao critério primeiramente analisado.

    Relativamente ao sociograma em cima apresentado, pode-se ver que os atletas que estão no centro são os preferidos de toda a equipa, nomeadamente os jogadores AT, HO e RM. Os jogadores JF e DC são os menos escolhidos neste critério, deste modo encontram-se na periferia do sociograma.

    Na próxima tabela está a matriz de pontos atribuídos a cada jogador na análise do segundo critério que é referente à preferência de convívio nos tempos livres.

Tabela 3. Ordem de preferência e rejeição relativos ao 2º critério

Jogadores

Pontos do 2º Critério:

Convívio nos tempos livres

Total de Pontos

Ordem De Preferência

HO

+2+3+2+1+1+2+2

13

JPG

+4+1+1-4

2

DM

+4+1-2-1+3-2+3

6

AT

+1+3+4+2+4+3+1-3+4

19

DA

+2+4

6

JF

-3-4-3-4+1-4

-17

11º

HB

+4

4

AG

+1+2+4-2

5

JB

+3+1+2+4-3-4

3

JO

+1-1+2+1+4-1+2-1+3

10

PR

+4-3

1

JA

-2+2+2

2

DC

+1-4-3-1+1+3-3

-6

10º

AL

+4-3+4-3+3-2+1

4

RM

+2+1+3+2-2+3+1

10

JR

+3+3+2+2

10

VP

+4+2-4-2+4-2+4

6

    O sociograma em baixo apresentado é referente ao 2º critério, após a contagem dos pontos.

    No último sociograma, pode-se ver que os atletas que estão no centro são novamente os jogadores AT, HO e RM. Os jogadores JF foi o mais rejeitado com -17 pontos.

Discussão dos resultados

    Como Fox indica, um número elevado na amostra pode dificultar a perceção dos resultados obtidos na Sociometria. Porém, percebe-se perfeitamente após a visualização de ambos os sociogramas que existe um maior número de inter-relações entre os jogadores que se situam no centro do conjunto de círculos comparando com os da periferia.

    Citando Bastin (1980), “As preferências são muito diferentes entre todos: a maior parte recebe algumas, dois ou três privilegiados dominam os restantes, outros ficam isolados”. Passando a analisar com pormenor cada um dos sociogramas pode-se verificar o seguinte:

  • Sociograma 1: verifica-se perfeitamente que os que dominam os restantes neste critério são os jogadores AT com 21 pontos, o HO com 18 pontos e o RM com 17 pontos. Os isolados são o JF e o DC.

  • Sociograma 2: os atletas que dominam os restantes neste critério são o AT com 19 pontos e HO com 13 pontos. O jogador isolado é o JF.

    Caetano informa que o capitão de equipa tem um papel vital na conceção do desporto moderno, isto é, deve ser o elemento motivador e representativo do treinador dentro de campo, bem como alguém que aceita responsabilidades e assume posições de liderança. Presume-se que seja uma pessoa que se dê bem com os restantes companheiros de equipa. Pelo que vimos nos Sociogramas, podia-se dizer que o capitão de equipa seria o atleta com mais pontos. Pelo contrário, o capitão é o jogador que se encontra em segundo lugar nos dois critérios. Pode-se explicar a posição do jogador mais escolhido devido aos seus anos a representar a equipa pela seleção.

    Pode-se verificar que os jogadores isolados no 1º critério “aquecimento” ocupam a posição de distribuidor na equipa. Presume-se que sejam eles os jogadores menos escolhidos para aquecer porque os distribuidores têm um aquecimento específico tanto no treino como em competição.

    No 2º critério “convívio”, o elemento menos escolhido foi novamente um distribuidor. Pode parecer um pouco contraditório esse resultado porque o jogador isolado é distribuidor da equipa e segundo estudos, o distribuidor tem um peso muito importante na equipa. Afonso (2008).

    Mais uma vez, mas desta vez no 2º critério, um dos dois jogadores mais escolhidos para conviver nos tempos livres é o capitão da equipa. Para Pedro Alvarez (2003), cit. por Caetano, a eleição do capitão de equipa deve ser feita devido ao comportamento social dentro e fora do treino, não sendo o rendimento desportivo uma característica essencial para o desempenho deste cargo nos desportos coletivos.

Conclusão

    Dos resultados do presente estudo ressalta que a escolha do capitão de equipa foi acertada e, com os resultados obtidos, verifica-se que poderia ter sido efetuada outra escolha para essa função, visto que o jogador com maior número de pontos nos dois critérios não desempenha as funções de capitão.

    No que diz respeito ao critério do aquecimento, os resultados vão de encontro com outros estudos visto que os jogadores menos escolhidos foram os distribuidores. Desta forma, o treinador não se deve importar com a posição destes dois jogadores no sociograma mas com os jogadores que também tiveram fraca pontuação.

    Em relação ao critério “conviver nos tempos livres”, o treinador da equipa deve-se preocupar com a posição que ocupa um dos distribuidores que foi o jogador menos escolhido por toda a equipa. Os distribuidores devem ser dos jogadores mais comunicativos dentro da equipa pois ocupam uma função bastante importante no desenrolar do jogo. E para que esta comunicação seja feita da melhor forma, fora dos treinos e da competição, todos os jogadores devem-se dar bem. É um resultado preocupante devido ao número de rejeições atribuídas a este indivíduo.

    Por fim, pode-se concluir que esta equipa é unida, não existem conflitos interpessoais, e desta forma, torna o trabalho de equipa bastante entusiasta. É notório que existem alguns jogadores que são os dominantes, tanto no aquecimento como no convívio nos tempos livres.

Bibliografia

  • Albuquerque, A; Santiago, L; Fumes, N. Educação física, desporto e lazer: perspetivas luso-brasileiras. Edições ISMAI e editora da Universidade Federal de Alagoas, p.82, 2008.

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  • Alves, L.F.R. O desejo no teste sociométrico. Febrap, 1982.

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  • Bustos, D. O psicodrama: aplicações da técnica psicodramática. São Paulo, Editora Ágora.

  • Bustos, D. O Teste Sociométrico; (1997).

  • Caetano, C. Competências e formas de escolha do capitão de equipa. Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

  • Fox. J. O essencial de Moreno: textos sobre psicodrama, terapia de grupo e espontaneidade. São Paulo: Ágora, 2002.

  • Guareschi, A; Martins, L. Relacionamento Multiprofissional x criança x acompanhante: desafio para a equipe. v.31, n.3, p.423-36, Dezembro 1997.

  • Knobel, A. Moreno em ato: a construção do psicodrama a partir das práticas. São Paulo, Ágora, p.124-125, 2004.

  • Marineau, R. Jacob Levy Moreno 1889-1974: pai do psicodrama, da sociometria e da psicoterapia de grupo.

  • Monteiro, R. et. al. Técnicas fundamentais do psicodrama. São Paulo, Ágora, pg. 53-54, 1998.

  • Nunes, J. – História e Geografia de Portugal, Grupo 400 História 3º Ciclo e Secundário: grupo 200, Sexta 13 de Agosto de 2010.

  • Rubio, K. Psicologia do Esporte: teoria e prática. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. – (Colecção da psicologia do esporte).

  • Weld, L; Northway, M. Testes sociométricos. Editor: Livros Horizonte (1999).

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