Estilo de vida: sobrepeso e
obesidade em adolescentes Estilo de vida: sobrepeso y
obesidad en adolescentes de una escuela de la red estatal |
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*Graduado em Educação Física pela Universidade do Oeste de Santa Catarina, UNOESC, campus de São Miguel do Oeste **Professora Mestre e Coordenadora do curso de Educação Física da Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC, campus de São Miguel do Oeste (Brasil) |
Jackeline Camini* Edinei Paulo Salvador* Andréa Jaqueline Prates Ribeiro** |
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Resumo Entende-se por estilo de vida o conjunto de ações habituais que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas (NAHAS, 2003). Estas ações habituais estão relacionadas diretamente com a saúde e a qualidade de vida dos indivíduos. Para se ter um estilo de vida adequado é importante eliminarmos os fatores do nosso estilo de vida que afetam negativamente nossa saúde (NAHAS, 2003). Assim, este estudo teve por objetivo Verificar o estilo de vida em alunos diagnosticados com sobrepeso e obesidade, da Escola de Educação Básica São Miguel de São Miguel do Oeste SC, e a partir disso realizar uma intervenção. Para este estudo foi utilizado o Perfil do Estilo de Vida Individual – Adolescente representado pelo pentáculo de bem estar de Nahas (Nahas, MV, Barros, MVG & Francalacci, VL 2000), sendo que através deste foram avaliados os componentes de: nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamentos e controlo de stress. A amostra foi constituída por oito crianças, de 10 a 15 anos de idade, sendo cinco meninos e três meninas estudantes do município de SMO – SC. Conclui-se, portanto, que a identificação e elaboração de uma proposta de intervenção para adolescentes diagnosticados como sobrepeso ou obesidade, deste cedo, pode ser determinante para que na sua vida adulta ele não tenha o mesmo problema. Podendo assim, permitir que se consiga mais facilmente propor e implementar uma mudança no estilo de vida desde cedo. Unitermos: Estilo de vida. Obesidade. Adolescentes.
Abstract The term lifestyle set of habitual actions that reflect the attitudes, values and life opportunities of people (Nahas, 2003). These habitual actions are directly related to the health and quality of life of individuals. To have a style of living is important to eliminate the factors of our lifestyle that negatively affect our health (Nahas, 2003). Thus, this study aimed to verify the lifestyle in students diagnosed with overweight and obesity, the School of Basic Education St. Michael St. Michael West SC, and from there to perform an intervention. For this study we used the profile of individual lifestyle - Teen represented by Pentagram's welfare Nahas (Nahas, MV, Barros MVG & Francalacci, VL 2000), and through this we assessed the components of nutrition, activity physical, preventive behavior, relationships and control stress. The sample consisted of eight children, 10 to 15 years of age, five boys and three girls students of the city of SMO - SC. It follows therefore that the identification and preparation of a proposed intervention for adolescents diagnosed as overweight or obese, this early, could be contributing to that in his adult life he does not have the same problem. In doing so, allow them to be able to more easily propose and implement a change in lifestyle from an early age. Keywords: Lifestyle. Obesity. Adolescents.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 171, Agosto de 2012. http://www.efdeportes.com |
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Introdução
Um recente estudo feito pelo LAFE (Laboratório de Fisiologia do Esforço) da Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC, Campus de São Miguel do Oeste, teve como objetivo analisar os níveis de adiposidade corporal em crianças de baixa renda de 5 a 10 anos de idade, residentes na região de abrangência da Secretária de Desenvolvimento Regional de São Miguel do Oeste/SC. Para tanto, 1089 crianças foram avaliadas. Realizou-se a avaliação do percentual de gordura (%G) através da classificação proposta por Lohman. Os resultados apontam uma maior prevalência de meninas com nível de gordura “baixo” em comparação aos meninos (29,1% e 8,9%, respectivamente). Por outro lado, houve um maior percentual de meninos com adiposidade “alta” em relação às meninas (17,6% e 13,7%, respectivamente). No entanto, a maior parte dos meninos e meninas avaliados (73,5% e 57,1%, respectivamente) apresentaram porcentagem de gordura “adequada” para a idade. Conclui-se que há a necessidade de implantação de programas de prevenção e intervenção na região, pois altas prevalências de desnutrição e obesidade foram observadas (RIBEIRO; FACHINETO, 2006).
Neste sentido é que torna-se fundamental estudos com crianças e adolescentes, uma vez que se tanto a família como a escola buscarem estratégias para promover um estilo da vida mais saudável, haverá menor probabilidade de termos adultos sedentários, com problemas na alimentação ou relacionados ao estresse. Ações no sentido de comportamento preventivo parecem reforçar a idéia de contribuir para melhorar aspectos relacionados ao estilo de vida e saúde.
O pentáculo do bem estar analisa os adolescentes em cinco aspectos: nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamentos e controle do estress. Além de termos uma boa alimentação, devemos ter uma vida ativamente saudável e para que isso ocorra nada melhor que a pratica da atividade física.
Portanto a importância da identificação e elaboração de uma proposta de intervenção para adolescentes diagnosticados como sobrepeso ou obesidade, deste cedo, pode ser determinante para que na sua vida adulta ele não tenha o mesmo problema. Podendo assim, permitir que se consiga mais facilmente propor e implementar uma mudança no estilo de vida desde cedo.
Materiais e métodos
Esta pesquisa caracterizou-se como descritiva, (CERVO, 1996 p.49), uma vez que observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-lo, no primeiro momento. A partir do diagnóstico, foi realizada a intervenção, sendo a caracterização da pesquisa, nesta instância, um estudo de caso.
Os alunos selecionados para o presente estudo foram caracterizados com sobrepeso ou obesidade através de uma pesquisa realizada pelo LAFE da UNOESC, SMO, no ano de 2008 (RIBEIRO; FACHINETO, 2006). Os pesquisadores realizaram as medidas de massa corporal, estatura e das dobras cutâneas tricipital e subescapular, sendo que os instrumentos utilizados foram: uma balança digital da marca “Plenna” com precisão de 0,05 Kg, um estadiômetro móvel da marca “Alturexata” com precisão de 0,5 cm e um compasso de dobras cutâneas científico “Cescorf”. Posteriormente, foram estimados o percentual de gordura (%G) e a massa magra (LBM) através do Sistema de Avaliação e Prescrição da Atividade Física – SAPAF jovem, versão 4.0. A classificação do percentual de gordura foi feita de acordo com a classificação proposta por Lohman (1986).
Foi utilizado o Perfil do Estilo de Vida Individual – Adolescente representado pelo pentáculo de bem estar de Nahas (Nahas, MV, Barros, MVG & Francalacci, VL 2000), sendo que através deste foram avaliados os componentes de: nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamentos e controlo de stress.
Para análise dos dados utilizou-se estatística descritiva (média e desvio padrão) para caracterizar a amostra estudada e a análise de freqüência e a moda para tabulação e análise do questionário. Os dados correspondentes ao questionário foram analisados por uma psicóloga, uma nutricionista, uma enfermeira e pelo próprio acadêmico. Sendo que, a nutricionista analisou os dados referentes à questão nº 1, sobre nutrição; o acadêmico analisou os dados referentes à questão nº 2, sobre atividade física; a enfermeira analisou os dados referentes à questão nº 3, sobre comportamento preventivo; e a psicóloga analisou os dados referentes às questões nº 4 e 5, sobre relacionamentos e controle de stress.
Resultados e discussões
Este estudo teve por objetivo verificar o estilo de vida em alunos diagnosticados com sobrepeso e obesidade, da Escola de Educação Básica São Miguel de São Miguel do Oeste SC, e a partir disso realizar uma intervenção. A partir do diagnóstico, percebeu-se que o componente atividade física demonstrou ter pouco relação com a questão do sobrepeso e obesidade para os sujeitos avaliados. Evidenciou-se que, como a atividade física encontra-se positiva, a obesidade e sobrepeso, provavelmente, sejam influenciadas por outros fatores. Apesar disso, é sempre bom que os profissionais de Educação Física estejam conscientizando e alertando sobre a importância da prática de atividades físicas regularmente.
Sobretudo,
Pessoas sedentárias, se incorporarem a atividade física a suas vidas, podem trazer grandes benefícios para sua saúde e bem estar, principalmente prescritos de forma segura; produzindo efeitos positivos no tratamento e prevenção de algumas patologias. Uma vez que nenhum outro estímulo como a atividade física, pode atuar diretamente ou indiretamente sobre os órgãos e sistemas corporais (NAHAS, 2003, pag.27-28).
Os itens relacionados à nutrição e controle de stress, são os únicos que estão com uma tendência ou uma negatividade nos indivíduos participantes do estudo. O estresse é a maneira como o organismo responde a qualquer estímulo que altere seu estado de equilíbrio, sendo este estímulo bom ou ruim, real ou imaginário (NAHAS, 2006). Neste presente estudo o stress está diretamente interligado ao fator obesidade. Pois, adolescentes obesos ou sobrepesos têm maior chance de não estarem satisfeitos com seus corpos, e assim, ter uma maior prevalência ao stress. O presente estudo verificou que a maioria dos alunos estão insatisfeitos com seus corpos, o que acabou contribuindo para a maioria dos resultados sobre controle de stress ter dado negativo.
Em relação à nutrição, como já visto, a maioria dos indivíduos encontra-se negativo ou tem uma tendência à negatividade em relação a este componente. Diversas pesquisas no Brasil inteiro relatam o crescente aumento de obesidade e sobrepeso em adolescente (OLIVEIRA et al, 2003). Esses dados são muito preocupantes, pois como já relatado anteriormente, um adolescente obeso, tem grande chance de se tornar um adulto obeso.
Mendonça e Anjos (2004, p. 33), com o intuito de verificar alguns indicadores que “se correlacionam com mudanças nas práticas alimentares e de atividade física na população brasileira nos últimos 30 anos, mostram que cada vez mais os brasileiros fazem sua alimentação fora de casa, o que favorece o aumento da obesidade”. Isso é um fator determinante para a causa da obesidade na adolescência, pois se os pais do adolescente citado anteriormente sempre tiverem o hábito de fazer as refeições fora de casa, diariamente. É de se esperar que este adolescente também adquira este hábito em seu estilo de vida e caso opte por alimentos ricos em gorduras, isso acarretará em hábitos nada saudáveis, repercutindo em prejuízos e danos a sua saúde, futuramente.
Os itens sobre comportamento preventivo e relacionamentos encontraram-se positivos para todos os adolescentes. Por ainda se tratar de adolescentes com uma média de idade em torno de 12 anos, eles tinham pouco conhecimento sobre esses dois componentes.
Conclusões
O presente estudo objetivou verificar o estilo de vida em alunos diagnosticados com sobrepeso e obesidade, da Escola de Educação Básica São Miguel de São Miguel do Oeste SC, e a partir disso realizar uma intervenção. A partir dos resultados conclui-se que os adolescentes encontram-se com um estilo de vida, de um modo geral positivos, deixando em alguns casos a desejar quanto aos componentes controle de stress e nutrição.
Com base nos dados que foram apresentados por cada adolescente, foi proposto uma intervenção, através de uma palestra. Ressaltando que nesta palestra foram discutidos as duvidas de cada adolescente e feito uma orientação com base nos resultados dos adolescentes, promovendo assim melhorias em seus estilos de vida.
Pode-se perceber também nesse período de pesquisa, o quanto é importante a ajuda de uma pessoa para com a outra. Todas as vezes que o acadêmico foi à escola para recolher dados, sempre foi recebido com muito carinho e empolgação por todos os adolescentes participantes da pesquisa. O que mais chamou a atenção no acadêmico foi o fato de todos, sem exceção alguma, sempre tiveram um interessa fascinante pela pesquisa em si. Desde os próprios pais, que através de seus filhos estavam sempre perguntando como que estava indo a analise dos dados, queriam saber em que condição seus filhos estavam, em cada componente do pentáculo. Isso foi muito gratificante para o acadêmico, pois estava tendo seu trabalho reconhecido.
Foi encaminhada para todos os adolescentes uma cópia com todos os resultados de seus dados individualmente, juntamente com o telefone do acadêmico e de alguns profissionais, com a nutricionista e a enfermeira, que se colocaram a disposição para estarem ajudando no que for precisa daqui para frente.
Os adolescentes e seus familiares, assim como a escola, são sabedores dos resultados e encaminhamentos realizados e apontam como significantes as modificações que estão acontecendo no estilo de vida dos mesmos. A identificação do estilo de vida desses adolescentes sobrepesos ou obesos foi de um modo geral bastante positiva, pois, a grande maioria dos adolescentes teve resultados positivos.
Referências
CERVO, Amado Luiz. Metodologia Científica. 4ª ed. São Paulo: Makron Books, 1996.
MENDONCA, Cristina Pinheiro e ANJOS, Luiz Antonio dos. Aspectos das práticas alimentares e da atividade física como determinantes do crescimento do sobrepeso/obesidade no Brasil. Cad. Saúde Pública. maio/jun. 2004.
NAHAS, M. V.; BARROS, M. V. G.; OLIVEIRA, E. S. de. Promoção de Saúde na adolescência: o papel da Educação Física Escolar. Ver Brás Ativ Fis & Sau. 2005.
NAHAS, Markus Vinicius. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 3.ed. ver. e atual. Londrina: Midiograf, 2003.
OLIVEIRA, A . M. A; CERQUERIA, E. M. M; SOUZA, J. S; OLIVEIRA. A.C. Sobrepeso e obesidade infantil. Influência de fatores biológicos e ambientais em Feira de Santana, BA. Arq Bras Endocrinol Metab, v. 47. n. 02, p. 144-150, 2003.
RIBEIRO, Andréa Jaqueline Prates; FACHINETO, Sandra; LIVINALLI, Eliéser Felipe. Adiposidade corporal em crianças de baixa renda. Revista Cinergis.
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