Anabolizantes x doping: uma revisão de literatura Anabolizantes y doping: una revisión de la literatura Anabolic agents x doping: a literature review |
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*Aluna do curso de Educação Física da ULBRA Carazinho-RS. **Mestre em Educação, coordenadora e docente do curso de Educação Física da ULBRA Carazinho (Brasil) |
Caroline Rizzi Di Domenico* Patricia Carlesso Marcelino** |
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Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar algumas reflexões sobre a questão do doping e o uso de substâncias ilícitas no esporte. O uso de anabolizantes vem crescendo consideravelmente, não sendo tão somente utilizado em esportes de alto rendimento, como estes adentraram academias e escolas. O uso dessas substâncias ou outros métodos de dopagem tem como finalidade a busca por melhor rendimento físico, ou psíquico para atletas profissionais, e de melhora da estética e desempenho físico para freqüentadores de academias. Os anabolizantes podem ser usados para muitos tratamentos médicos, porém pessoas que gozam de boa saúde que não possuem necessidade de tratamentos específicos estão ingerindo dozes superiores, o que está gerando efeitos colaterais muitas vezes irreversíveis. Para a construção deste artigo realizou-se uma pesquisa bibliográfica de maneira que viesse a esclarecer que o uso de anabolizantes por esportistas não gera benefícios, uma vez que altera os aspectos físicos do atleta, não produz, portanto, uma competição sadia, em virtude de o atleta estar sob efeito de medicamentos que o façam competir com alto desempenho. Este artigo também menciona os anabolizantes mais usados pelos atletas e freqüentadores de academia, retratando o que os motiva a usarem estas drogas, e também seus efeitos colaterais. Unitermos: Doping. Anabolizantes. Esportes.
Abstract This article aims to present some reflections on the issue of doping and illegal substance use in sport. The steroid use has grown considerably and is not solely on high performance sports, anabolic steroids entered academies and schools. The use of these substances and other doping methods aim to get a better physical or psychic performance for professional athletes, and aesthetics and physical performance improvement for gym goers. The steroids may be used for many medical treatments, but normal people who have no need for specific treatments ingest higher dosages, hence generating side effects that are often irreversible. In order to build this paper, a literature review was carried out which made it clear that steroid abuse does not bring any benefit to the user and also changes the meaning and spirit of healthy competition. Keywords: Doping. Steroids. Sports.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 171, Agosto de 2012. http://www.efdeportes.com |
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Introdução
Tendo em vista a grande repercussão contemporânea acerca das questões que envolvem o doping e o esporte, atribuídas ao uso de substâncias ilícitas para a melhora da performance, em especial ao alto-rendimento, é que se elaborou este artigo.
O que conhecemos e entendemos por doping é tudo aquilo que é usado na tentativa de melhorar o rendimento físico ou mental de um atleta. De acordo com o Time Brasil (2011), os exames de doping foram motivados pelo crescente número de uso de substâncias e métodos usados para a melhora no rendimento físico e psíquico dos atletas, que assim perdiam o sentido de competição, eram desleais com os adversários e prejudicavam suas saúdes.
De acordo com Artiolli, Hirata e Junior (2007) dentre tantas as formas existentes de melhora no rendimento físico através do doping, foi criado recentemente o método de dopagem por terapia genética, ainda pouco conhecida e com difícil identificação, e que foi incluso na lista antidoping em 2003. Também muito usada, a cafeína, possui efeitos ergogênicos que segundo Almeida Sangiovanni e Liberali (2009) pode melhorar o rendimento em atividades máximas e supra máximas de curta duração e em atividades de média e longa duração com intensidade moderada.
Oga, Camargo e Batistizzu (2008) abordam que o doping não é uma prática somente do campo esportivo, mas também muito usado por estudantes, militares, artistas, intelectuais e trabalhadores, que tem como objetivo manter-se em estado de alerta por longo tempo e de aumentar a capacidade de atenção, concentração e raciocínio. Também é muito comum encontrarmos a atividade de dopagem em academias como busca de um corpo “malhado” em menos tempo.
Conforme Barquilha (2008), a procura por anabolizantes é maior por indivíduos que visam a hipertrofia muscular, ou seja, àqueles que buscam o aumento do tamanho das fibras musculares, e pouco mencionado para fins esportivos.
Moreau e Siqueira (2008) trazem a concepção de doping, dizendo que:
Segundo a legislação esportiva vigente (art. 2º da resolução nº 2, de 5 de maio de 2004, do Ministério do Esporte e Conselho Nacional do Esporte), “por dopagem se entende a administração ao atleta, ou uso por parte deste, de substância, agente ou método capaz de alterar o desempenho do atleta, prejudicar sua saúde ou comprometer o espírito do jogo, por ocasião de competição esportiva ou fora dela.(MOREAU; SIQUEIRA; 2008, p.5).
De acordo com a idéia acima, fica claro que doping é toda e qualquer administração indevida de substâncias com finalidades de melhora na performance e estética do atleta, podendo agredir a saúde física e mental, e que venha a corromper o espírito do jogo sadio.
Para FIFA apud Prado, Padilha e Yonaminea (III congresso Brasileiro de toxicologia clínica) doping é:
[...] qualquer tentativa de um jogador por si ou por estímulo de outros tais como: dirigente, treinador, médico, fisioterapeuta ou massagista, para aumentar artificialmente seu desempenho físico ou mental ou para tratar lesões - sem justificativa médica - com o propósito de participar de uma competição. (FIFA apud Prado, Padilha e Yonaminea, 2011, s/p).
Conhecida há muito tempo e usada por diversos povos o doping não é uma realidade tão somente dos dias atuais, pois relatos afirmam que na China plantas traziam efeitos estimulantes quando mastigadas. “Segundo Philostratos e Galeno, nos jogos olímpicos realizados na Grécia antiga no final do século III a.C. os atletas já procuravam aumentar […] o desempenho nas competições com os recursos da época.” (OGA;CAMARGO;BATISTIZZU, 2008, p.467).
De acordo com Prado, Padilha e Yonaminea (2011) no ano de 800 a.C. atletas olímpicos da Grécia antiga faziam uso de cogumelos alucinógenos, chás de diversas ervas e sementes de gergelim. Já os egípcios bebiam uma bebida feita de cascos de equinos cozidos em óleo vegetal aromatizado com pétalas de rosas. Ainda, em Roma, utilizavam estimulantes misturados com álcool para suportar a fadiga e a dor.
Para Oga, Camargo e Batistizzu (2008) vencer tornou-se mais importante que competir, sendo assim, impulsionou os atletas à utilização de todos os meios lícitos ou não para vencer.
Entre os fatores que contribuem para a dopagem estão: freqüência, duração e intensidade dos treinamentos e das competições; período de recuperação insuficiente entre esses eventos; condições atmosféricas desfavoráveis e estresse provocado pelo público, meios de comunicação e patrocinadores. (OGA; CAMARGO; BATISTIZZU, 2008, p.467).
Com a crescente valorização do esporte, e conseqüentemente das vitórias, os esportistas se vêem pressionados pelo público, pela mídia, meio de comunicação, patrocinadores e dirigentes por um bom desempenho e de uma forma errônea, buscam melhora no desempenho através das formas de doping.
Alguns países, na década de 1960, já haviam criado leis que puniam atletas que faziam o uso de doping. Então em 1967, para se ter um maior controle do doping no esporte, o Comitê Olímpico Internacional condenou o doping, apresentando então, uma lista de substâncias consideradas proibidas.
Em 1972, o controle da dopagem foi oficializado no Brasil, através da deliberação 5.172. E, em 2003, foi instituída a Comissão de Combate ao Doping, que propôs as normas básicas de controle de doping em partidas, provas registradas na Resolução n°2(de 2004) do Ministério dos Esportes.
A partir de 2000 a Agência Mundial Antidopagem (AMA), constituída por membros do movimento olímpico e representantes dos cinco continentes, começou a coordenar o movimento internacional de prevenção e controle antidopagem.
Todo ano as substâncias e métodos considerados doping são revisados, e deste modo servem de base para elaboração de regulamentações para federações desportivas. Segundo AMA, as possíveis substâncias a serem inclusas na lista antidoping devem apresentar dois a três dos critérios descritos: possibilidade de aumento no desempenho, risco a saúde e violação do espírito esportivo.
Segundo Oga, Camargo e Batistizzu (2008) das substâncias proibidas tem-se:
Agentes anabólicos
Esteróides anabólicos androgênicos
Outros agentes anabólicos
Hormônios e outras substâncias relacionadas
Eritropoietina (EPO)
Hormônio de crescimento (GH), fator de crescimento tipo insulina e fator de crescimento mecano.
Gonadotrofinas, para o sexo masculino
Insulina
Corticotrofinas
Agonistas beta-2
Agentes com atividades antiestrogênicas
Inibidores de aromatase
Moduladores seletivos de receptores estrogênicos
Outras substâncias antiestrogênicas
Diuréticos e outros agentes mascarantes
Estimulantes
Narcóticos
Canabinóides
Glicocorticóides
Etanol (Substância proibida em determinados esportes)
Bloqueadores beta adrenérgicos (Substâncias proibidas em determinados esportes)
Ainda conforme Oga, Camargo e Batistizzu (2008) têm-se os métodos proibidos dos quais se encontra:
Transportadores de oxigênio
Dopagem sanguínea
Transportadores artificiais de oxigênio
Manipulações químicas e físicas
Dopagem genética
Os anabolizantes
Neste capítulo será abordado os tipos de anabolizantes mais usados por freqüentadores de academias e atletas, que almejam uma melhora em sua estética e desempenho.
Testosterona, diidrotestosterona, e androstenediona ou substâncias sintéticas e semissintéticas, são consideradas substâncias naturais e relacionadas a hormônios masculinos. Esses hormônios são responsáveis pelo crescimento celular e sua divisão, principalmente em tecidos muscular e ósseo. Silva, Danielski, Czepielewski (2002) destacam que os anabolizantes compreendem a testosterona e seus derivados, eles são produzidos nos testículos, ovários e no córtex suprarrenal, sendo responsáveis pelas características masculinizantes.
Atualmente, há inúmeros esteróides desenvolvidos a partir da modificação da estrutura molecular da testosterona, podendo ser utilizados por via oral ou injetável. O objetivo dessas alterações é “de se alcançar efeitos androgênicos mínimos e de capacidade anabólica máxima” (OGA, 2003, p. 359). E o uso, é de pessoas que desejam uma melhora na aparência estética, inclusive adolescentes, e por atletas profissionais.
Tendo sido descobertos em 1930, os esteróides anabólicos servem para diversos procedimentos médicos como: estimulo do crescimento ósseo, apetite, puberdade e crescimento muscular. Outros usos são para pacientes que sofreram perda de proteínas no corpo decorrente de acidentes, grandes cirurgias. Ainda pacientes portadores de AIDS e câncer.
Por outro lado, o uso excessivo de anabolizantes pode trazer diversos efeitos colaterais como o aumento do colesterol, acne, pressão sanguínea elevada, hepatotoxidade (dano no fígado causado por substâncias industrializadas), e alterações no ventrículo esquerdo do coração.
Os efeitos anabólicos geram aumento na incorporação dos aminoácidos às proteínas e da atividade da RNA-polimerase, além disso, os androgênios antagonizam a ação catabólica protéica dos glicocorticoides.
Segundo Oga (2003), o aumento do uso de anabolizante entre os jovens vem crescendo consideravelmente sem controle algum das autoridades de saúde. Isso porque os produtos são trazidos do exterior e comercializados no mercado negro. “Pesquisas recentes mostram que 7% dos estudantes colegiais americanos já foram ou são usuários de anabolizantes e que 9% dos que freqüentam academia os consomem regularmente. [...] “Sabe-se que os jovens tomam de quatro a quarenta vezes a dose médica normal dos anabolizantes”, afirma o pediatra e endocrinologista Pedro Solberg, professor livre-docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)”. (MUNIZ; AFONSO; COSTA; 2009, s/p).
Anabolizantes androgênicos naturais
Conforme Oga (2003) os anabolizantes androgênicos naturais são hormônios sexuais como testosterona, diidrotestosterona, androstenediona, e são secretados pelo testículo. A mulher também produz testosterona e androstenediona, em menor quantidade, secretadas pelo ovário.
No organismo masculino a testosterona é responsável pelo crescimento de pelos, genitálias, pelo aparecimento de acne, crescimento ósseo, calvície, tom de voz, entre outras funções. Tem um papel importante sobre o metabolismo basal, aumenta o número de hemácias e o volume de sangue e de líquido extracelular. (OGA, 2003).
Anabolizantes androgênicos sintéticos e semissintéticos
Anabolizantes sintéticos e semissintéticos são substâncias desenvolvidas através dos hormônios naturais. Alterados farmacologicamente, muitos anabolizantes sintéticos tem sido desenvolvidos com o objetivo de aumentar a produção na taxa anabólica, e reduzir os efeitos virilizantes.
A modificação do anel ciclopentanoperidrofenantreno é a maneira mais comum em se obter atividade efetiva da testosterona exógena, pois possibilita propriedades lipofílicas e a capacidade de retenção em tecido adiposo, tornando-a ativa por via parenteral.
“O uso e abuso de anabolizantes em atletas e ginastas de ambos os sexos para aumentar a força e a massa muscular é disseminado”. (CRAIG, STITZEL; 1994.p. 691). Ainda de acordo com Oga, Camargo e Batistizzu (2008, p.468), as substâncias químicas sempre ocuparam um lugar de destaque entre os recursos dos atletas pelo fato de apresentarem resultados curto prazo em relação ao desempenho.
Conforme Muniz, Afonso e Costa (2009), para se ter aumento considerável da força muscular é preciso um ano de musculação pesada. O uso de anabolizantes acelera esse processo em apenas dois meses, algo perigoso à saúde. Segundo Oga (2003), o aumento da massa muscular se dá pelo aumento das fibras individuais, o que leva a um aumento de força. A utilização de anabolizantes, geralmente, é combinada com ingestão de proteínas, treinamento rigoroso, limitado a dose.
Muitos dos indivíduos que usam anabolizantes para aumentar força, resistência e massa muscular, usam dozes superiores a 100, 200 vezes as normais, gerando, portanto, os efeitos colaterais.
Segundo Oga (2003) sendo o crescimento muscular mediado por receptores andrógenos. A testosterona e a diidrotestosterona ligam-se intracelularmente formando um complexo hormônio-receptor, reagindo no núcleo, resultando no aumento da atividade de RNA- polimerase e no aumento da síntese de RNA e de proteínas específicas. Ocorrendo aumento de velocidade de incorporação de aminoácidos às proteínas e uma intensificação do metabolismo protéico, acompanhado do aumento na síntese de proteínas contrateis, como actina e miosina.
Em altas doses de substâncias anabólicas há comprometimento do funcionamento normal do organismo, embora os efeitos dos anabolizantes sejam parecidos com o da testosterona, são erroneamente compreendidos.
Oga (2003) diz que alguns anabolizantes apresentam eficácia em tratamentos médicos, mas o uso abusivo vem sendo discutido por muito profissionais da área da saúde. Alguns laboratórios farmacêuticos decidiram interromper a produção, enquanto outros continuam a fabricar e são as principais fontes de fornecimento.
Os anabolizantes são comercializados tanto injetáveis, quanto em comprimidos e são consumidos sem indicação médica, sendo indicadas por donos de academias e amigos. De acordo com Oga (2003), o uso dos anabolizantes assemelha-se ao uso de drogas ilícitas, por haver compartilhamento de seringas, podendo estar relacionada com o vírus HIV e outras doenças transmissíveis.
Ainda conforme Oga (2003), alguns anabolizantes por serem mais eficazes ganharam maior renome. A escolha dos anabolizantes também leva em conta o tempo de ação e os efeitos, que podem ser durante o treinamento ou pré- competição.
Efeitos de anabolizantes no organismo
Neste capítulo iremos abordar sobre como age os anabolizantes no corpo humano, e quais são seus efeitos sobre ele.
A maioria dos estudos indica que a terapia com andrógenos aumenta a quantidade de hemoglobina e o volume de células vermelhas sanguíneas, não afetando o conteúdo de ferro e ácido fólico. No caso de atletas, este efeito pode trazer benefícios na medida em que torna a capacidade de trabalho aeróbico nos músculos. (OGA, 2003, p.362).
Segundo Gram apud Craig e Stitzel (1996, p. 19) para se obter uma resposta da droga utilizada no organismo só a presença desta no sangue não implica em uma resposta farmacológica, no entanto a droga deve deixar o espaço vascular, e penetrar no espaço intracelular ou extracelular. Dependendo também da taxa de absorção, que é a passagem da droga do local de administração para o sangue, e da taxa de distribuição que envolve o transporte da droga para os tecidos.
Quando usada a testosterona para o crescimento da estatura em atletas, a eficácia é muito questionável. Pois a testosterona só irá funcionar se houver o restabelecimento do equilíbrio hormonal e utilização do hormônio de crescimento. Conforme Oga (2003), no fator psicológico os usuários sentem uma sensação de bem estar e de autoconfiança, além de comportamento agressivo. Enquanto o uso aparece em algumas semanas em fatores físicos, no psicológico aparece em questão de horas.
Efeitos tóxicos
Por efeitos tóxicos compreendemos tudo o que pode trazer malefícios ao organismo, deste modo, neste capítulo abordaremos quais são os prejuízos que o uso excessivo e indevido pode trazer ao consumidor.
Conforme Oga (2003) dentre os efeito tóxicos pelo uso abusivo de anabolizantes está relacionado à morte por ataque cardíaco, hipertrofia cardíaca e renal e, ainda, derrame cerebral, pelo efeito sobre a lipoproteína transportadora de LDH e HDL, aumento de pressão arterial e outras doenças cardiovasculares, pela retenção de água no organismo e de eletrólitos. Para Lise, Silva, e Barros (1999) ainda como efeitos colaterais, pode-se mencionar o uso dos EAA, o qual inclui aumento do colesterol total, diminuição do colesterol HDL, aumento do colesterol LDL.
Oga (2003) salienta que os efeitos tóxicos podem aparecer como alterações patológicas que surgem na forma de hepatite colestática progressiva. Ainda, decorrente das alterações hormonais, são comuns encontrar em usuários de anabolizantes o surgimento de tumores malignos.
De acordo com Lise, Silva e Barros (1999), o uso dos esteróides androgênicos anabolizantes em homens podem desenvolver efeitos feminilizantes como: menor produção de hormônios, atrofia testicular, ginecomastia, alteração do metabolismo glicídico, impotência; como virilizantes: hipertrofia prostática, alteração do perfil tireóideo, aumento de acne.
Já para as mulheres, se destacam como efeitos virilizantes: masculinização, hirsutismo (aumento de pelos terminais em mulheres), voz mais grave, aumento do clitóris, diminuição das mamas, irregularidade menstrual, aumento da libido, diminuição da gordura corporal, além de alteração no metabolismo glicídico e alteração do perfil tireóideo. (LISE, SILVA e BARROS, 1999).
Oga (2003) também destaca que os efeitos androgênicos no homem adulto, por abuso de altas quantidades de EAA , podem levar a ocorrência de ginecomastia, infertilidade, diminuição do tamanho dos testículos, alteração da libido, alterações nos hormônios secretados através do hipotálamo-hipofisário, dentre eles o hormônio luteinizante (LH) e folículo estimulante (FSH), limitando a produção natural da testosterona.
Em atletas de ambos os sexos são detectados sintomas de irritabilidade, agressividade, alteração de comportamento, esquecimento e confusão mental. O uso de aplicação por uso de seringas, não esterilizadas e compartilhadas entre usuários, pode ser fator de risco de doenças transmissíveis como HIV, hepatite B e C, endocardite e abscessos na região da aplicação. (OGA, 2003).
Para Barquilha (2009) além dos efeitos físicos já descritos, ele também dá ênfase aos fatores psicológicos, os quais se manifestam por alterações de humor, vigorexia em homens, agressividade, irritabilidade, raiva, hostilidade, podendo até chegar a atos criminosos e, também, podendo até desenvolver depressão quando o indivíduo encontra-se em abstinência.
A síndrome de abstinência é marcada por alterações de humor, fadiga, agitação, anorexia, insônia, interesse sexual reduzido e o desejo de tomar anabolizantes.
Substâncias químicas, seus efeitos e reações no doping
Dentro do doping, como dito anteriormente, várias são as substâncias e métodos utilizados para o aumento da massa muscular e desempenho atlético.
Oga, Camargo e Batistizzu (2008) citam os compostos anabólicos utilizados para dopagem, tem-se então, dessa forma, os hormônios:
Eritropoietina: hormônios sintetizados pelos rins. Regula a síntese dos eritrócitos. Preparada geneticamente para tratamento de anemia proveniente de falência renal crônica. Utilizada por atletas na tentativa de estimular a produção de eritrócitos e aumentar a capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue. O uso contínuo e excessivo em atletas de provas de resistência traz conseqüências como: viscosidade sanguínea, um risco maior de trombose e ataque cardíaco.
Hormônio de crescimento (GH): utilizado por atletas de fisiculturismo que acreditam que sua utilização lhes dará um corpo esculpido, promovendo incorporação de aminoácidos em proteínas musculares e interferindo no metabolismo de lipídios. Sendo de alto custo e de difícil acesso a fórmulas puras, impulsionam os atletas a procurar substâncias do tipo clonidina, propranolol, levopoda e acido gama-hidroxibutírico, que estimulam a secreção de GH endógeno.
Gonadotrofinas: a gonadotrofina coriônica humana (hCG) é uma glicoproteína produzida durante a gravidez. O seu uso estimula a produção de testosterona e epitestosterona e também estimula a produção de eritrócitos. Em homens, pode provocar a ginecomastia. Também como gonadotrofina encontra-se o hormônio luteinizante (LH) que estimula a produção testicular de esperma e a síntese e secreção de testosterona; em mulheres regula o ciclo menstrual.
Insulina: utilizada por atletas pelo uso intravenoso de glicose e aminoácidos com o objetivo de estimular a glicogênese e a síntese protéica. Podendo provocar em indivíduos saudáveis hipoglicemia letal. É liberado o uso de insulina somente em atletas que necessitam de tratamento para diabetes, sendo necessária notificação do médico indicando a existência do problema.
Corticotrofina (ACTH): utilizada para aumentar os níveis de corticosteroides endógenos no sangue, com a intenção de obter efeitos euforizantes. O uso prolongado deste causa diminuição da síntese protéica e perda de massa muscular. Podendo causar hipertensão, amenorréia, osteoporose, fraqueza muscular e síndrome psiquiátrica.
Também considerado substância dopante os agonista beta-2, como o salbutamol, os quais são utilizados no tratamento contra asma. Os efeitos do uso oral são aumento de resistência, diminuição de fadiga. O inalatório em atletas não asmáticos provoca um maior aumento da função pulmonar.
Entre as substâncias consideradas doping, segundo Oga, Camargo e Batistizzu (2008) há também os agentes com atividades antiestrogênicas que compreendem:
Inibidores de aromatase: desenvolvidos para uso feminino estes são usados para prevenção e tratamento em cânceres de mama dependente do estrogênio. É responsável por metabolizar a testosterona em estrona. Aumenta a concentração de testosterona plasmática nos homens. Participando dessa classificação os fármacos: anastrazol, letrozol, exemestano, formestano, entre outros.
Moduladores seletivos de receptores estrogênicos: ação agonista e antagonista em receptores estrogênicos, que dependem do tipo de receptor em cada tecido. Bloqueiam o feedback negativo responsável pela testosterona em homens através da inibição dos receptores de estrogênio do hipotálamo, em mulheres o resultado ainda não foi comprovado.
Ainda para Oga, Camargo e Batistizzu (2008) os diuréticos também são substâncias caracterizadas como doping, pois este dificulta a detecção de outras substâncias químicas. Classificados como inibidores da anidrase carbônica, diuréticos de alça, tiazidicos, poupadores de antagonistas da aldosterona. São usados nos casos de hipertensão, insuficiência cardíaca e renal, síndrome nefrótica e cirrose. Dentro do esporte os diuréticos são utilizados para aumentar o fluxo urinário, diminuir o peso corporal e impedir a retenção de líquido no organismo. As reações no organismo do atleta que faz uso de diuréticos são desidratação, dor de cabeça, náuseas, câimbras, vertigens e problemas renais.
Agentes mascarantes também se incluem dentro do aspecto substâncias proibidas e consideradas doping. Essas são usadas na tentativa de esconder outras substâncias dopantes, conforme Oga, Camargo e Batistizzu (2008), dentre elas estão: probecenida, epitostesterona, ezpansadores de plasma e inibidores de 5-alfa-redutase.
Muito conhecidos não só na área dos esportes como usado há muito tempo, os estimulantes se incluem dentro do âmbito doping, pois estes são usados por atletas para permanecerem em maior tempo de alerta, reduzir a fadiga e de aumentar a competitividade.
Oga, Camargo e Batistizzu (2008) destacam que os estimulantes podem provocar alteração no controle do temperamento corporal, hipertensão, taquicardia, arritmia, vasoconstrição cutânea, excitação nervosa, ansiedade, crises convulsivas entre outros. Dentre os mais usados estão os simpatomiméticos, que provocam sensação de maior energia e capacidade de concentração. Como uma droga, além dos efeitos descritos, após o uso causa crises depressivas e fadiga crônica, letargia e hiperfagia.
Outro estimulante muito conhecido e constantemente falado através da mídia, é a cocaína, que é usada como estimulante por atletas. Segundo Oga, Camargo e Batistizzu (2008), quando detectada a presença de cocaína no organismo do indivíduo fica difícil saber se o uso foi recreativo ou para aumentar o desempenho. A cocaína além de prejudicar atletas e desorientá-los em relação ao tempo, causa dependência, fazendo que este aumente a dose mais rapidamente que outros anfetamínicos.
Ainda há outras substâncias como os narcoanalgésicos que são utilizados por atletas para diminuir a sensação de dor física. Podendo, portanto, causar problemas mais graves em relação à lesão. Os canabinoides, ou seja, mais conhecido popularmente como “maconha”, é usada para aumentar o desempenho do atleta, diminuindo a ansiedade, aumentando a sociabilidade, podendo também ter um efeito relaxante.
Conforme Oga, Camargo e Batistizzu (2008) o etanol para alguns esportes também é proibido, pois causa diminuição no rendimento, afetando o tempo de reação do atleta, a coordenação motora, a precisão e o equilíbrio. É mais usado como ansiolítico para aumentar a autoconfiança e melhorar a resposta psicomotora. Os glicocorticoides são utilizados por atletas para diminuir a sensação da lesão, causar bronco dilatação, ou para aumentar a capacidade de treinamento.
Métodos de dopagem
Dentro dos métodos de dopagem encontramos algumas formas, além de substâncias, para a melhora estética e de performance, estas são formas mais recentes e de difícil detecção, por terem sido desenvolvidas há pouco tempo. Os métodos de dopagem mais conhecidos e discutidos atualmente são os transportadores de oxigênio, dopagem sanguínea, dopagem genética, entre outros.
Segundo Oga, Camargo e Batistizzu (2008) além de algumas substâncias como forma de doping, também existem métodos para a dopagem.
Transportadores de oxigênio: transportado o oxigênio até o músculo pela hemoglobina presente nos eritrócitos. Aumento na massa muscular total, melhor transporte de oxigênio diminuindo o pH muscular, auxílio no controle da temperatura corpórea. Conseqüentemente aumentando a resistência do atleta.
Dopagem sanguínea: o sangue é retirado do corpo de algum doador, ou mesmo do próprio atleta e armazenado e, alguns dias antes da competição, o sangue é injetado novamente no corpo do atleta. Como risco podem apresentar tromboses, flebite (inflamação da veia), septicemia (infecção generalizada por germes patogênicos), reações alérgicas ou hemofílicas.
Transportadores artificiais de oxigênio: técnica terapêutica de substituir ou repor fluidos de sangue humano. Divididos em duas principais classes: perfluorocarbonos substância sintética, dissolvem um amplo volume de oxigênio e outros gases respiratórios; carregadores de hemoglobina oxigenada, moléculas de hemoglobina microencapsuladas ou ligadas entre si.
Manipulação física e química: são aplicadas substâncias como forma de alterar a validade e integridade das amostras fornecidas.
Dopagem genética: de acordo com Bairros, Prevedello e Morais (apud Word Anti Doping Agency, 2010) o doping genético é o uso não terapêutico de células, genes, elementos genéticos utilizados para aumentar o desempenho esportivo. O DNA ou RNA são inseridos nas células somáticas para produzir efeito terapêutico. Aplicada inicialmente para desordens genéticas, hoje utilizadas no tratamento de câncer, de infecções e de doenças degenerativas. Comumente introduzida os genes, células ou elementos genéticos no corpo humano por meio de formas biológicas, ou ainda físicas ou químicas. As conseqüências não podem ser previstas. De acordo com Bairros, Prevedello e Morais (2011), os métodos usados para o doping genético são os do in vivo ou ex vivo. O primeiro pode ser realizado por métodos físicos, químicos ou biológicos. Já no ex vivo envolve a transferência de genes para células em meio de cultura e reintrodução para o tecido alvo do atleta.
Formas de análise no controle do doping
Para a detecção do uso de substâncias ou métodos dopantes foram criadas formas de analises que consistem em exames sanguíneos, ou de urina para a detecção destes.
Conforme Castilho e Nascimento (2003, p.41), “os ensaios para detecção dos esteróides anabólicos tiveram início em 1976, nos Jogos Olímpicos de Montreal […]”.
Segundo Cañadas (2004), as normas gerais para a realização de controle da dopagem e as condições gerais para a homologação de funcionamento dos laboratórios de controle de doping no esporte foram estabelecidas em 11 de janeiro de 1996. O laboratório de controle de dopagem do conselho superior de esportes iniciou em 1969, com o objetivo de comprovar a possibilidade de transgressão às normas nacionais e internacionais que proíbem a dopagem no esporte. (CAÑADAS, 2004).
Oga Camargo e Batistizzu (2008) afirmam que o controle de dopagem nos Jogos Olímpicos iniciou em 1968 nos Jogos Olímpicos de inverno em Grenoble na França e com os Jogos Olímpicos de verão no México, já no Brasil chegou através da Federação Paulista de futebol em 1974.
Para Cañadas (2004) em competições oficiais se leva em consideração os seguintes critérios para exames de doping: classificação final ou parcial da competição; sorteio e designação na forma que se regulamentariza o estatuto estabelecido.
Os autores a seguir tratam sobre a padronização das técnicas antidoping, abordando que:
Os laboratórios devem padronizar técnicas que permitam gerar evidências analíticas suficientes para demonstrar a presença ou ausência de compostos proibidos na urina dos atletas testados. A análise deve estar direcionada à obtenção das melhores sensibilidades e seletividades em termos de detecção e quantificação, quando aplicável. (CASTILHO e NASCIMENTO, 2003, p.42).
De acordo com a citação, os laboratórios responsáveis pelos exames de doping devem seguir uma técnica de exames padronizados para um melhor resultado no diagnóstico de existência ou não de componentes dopantes.
Moreau e Siqueira (2008) enfatizam que análises toxicológicas que controlam o doping podem ser, na maioria das vezes, qualitativa e, em outras, é necessário fazer uma quantificação, pois é permitida uma quantidade máxima. Para controlar as formas de doping são fornecidas pelo atleta material genético, na maioria dos exames se utiliza o exame através da urina e também pela coleta de sangue.
Oga (2003) salienta que para fins analíticos os esteróides anabólicos devem ser agrupados em:
Compostos sintéticos: a presença de compostos na urina informa se houve uso indevido de substâncias como clostebol, fluoximesterona, metandienona, metenolona, nandrolona, entre outras relacionadas.
Substâncias androgênicas naturalmente presentes na urina: que precisão ser analisadas do ponto de vista quantitativo como, androstenediol, androstenediona, diidrotestosterona, testosterona e substâncias relacionadas.
Oga (2003) diz que para aferição de anabolizantes naturais no organismo do atleta eram usados a relação entre a testosterona total e o hormônio luteinizante, porém se fazia o uso da gonadotrofina coriônica humana para interferir na interpretação dos resultados. Então, o uso ilícito de anabolizantes naturais passou a ser controlada pela medida da relação de testosterona e a epitestosterona, relação esta que não pode passar de 6.
Para fazer aferição em anabolizantes sintéticos, são usados os mesmos passos para conferir o uso ou não de anabolizantes naturais. Conforme Oga (2003), são pesquisados em amostras de urina, a qual é submetida a hidrólise enzimática para liberação de produtos conjugados com o ácido glicurônico e o sulfato, em seguida, é recolhido material sólido com solventes orgânicos.
Oga, Camargo e Batistizzu (2008) falam que as análises toxicológicas são divididas em duas categorias: triagem e confirmação.
Técnicas de triagem são utilizadas para eliminar amostras com resultados negativos. Amostras que apresentarem resultados positivos na fase de triagem devem ser submetidas a técnicas mais específicas. Idealmente uma técnica de triagem para o controle de doping deve apresentar as seguintes características: fornecer resultados rapidamente, ser específica, apresentar alta sensibilidade, ser de fácil execução, de baixo custo e abranger o maior número de substâncias de interesse. (OGA, CAMARGO e BATISTIZZU, 2008, s/p.).
Quando as técnicas analíticas de triagem e confirmação não são suficientes para preencher os requisitos de testes de dopagem, segundo Oga Camargo e Batistizzu (2008), são utilizadas duas ou mais técnicas como as técnicas de cromatográficas e os imunoensaios. Ainda para Oga, Camargo e Batistizzu (2008) substâncias como estimulantes, narcóticos analgésicos, agentes anabólicos sintéticos e diuréticos podem ser identificadas por este esquema analítico.
De acordo com Time Brasil (2011) para a coleta de urina para diagnóstico de uso ou não de substâncias dopantes, criou-se um método de coleta de forma que sejam reduzidos os meios de fraude em diagnósticos. Para isso são realizadas cinco etapas: seleção, notificação, coleta de amostra, análise de amostra e controle dos resultados.
Para que tudo ocorra da forma desejada, o atleta é informado em sua residência sobre o exame antidoping e escoltado até o laboratório mais próximo a sua residência para realização do mesmo. Quando encaminhado à estação de controle, lá tem o direito de relaxar e se hidratar. Podendo, então, escolher o recipiente em que coletará a urina, que após lavar as mãos é observado por um oficial de controle do doping, sendo este do mesmo sexo que o atleta. Lacrados os resíduos contendo urina, estes são colocados em uma caixa de isopor para envio ao laboratório, concluindo a participação do atleta com sua assinatura no formulário. (Time Brasil, 2011).
De acordo com Bairros, Prevedello e Morais (2011, apud Friedmann, Koss, 2001) órgãos antidoping, cientistas e autoridades desportivas eram preocupados com a detecção do doping genético, logo que o perigo do doping foi reconhecido pela primeira vez. Para eles uma das formas de se identificar o doping genético seria através da análise direta do transgene, da proteína transgênica e/ou vetor utilizado para introdução do transgene. (AZZAZY; MANSOUR, 2007 apud BAUOTINA et al, 2008)
Considerações finais
Sendo os anabolizantes drogas utilizadas na medicina para a melhora na saúde e deficiência de pacientes, quando utilizados por pessoas sem essas necessidades acabam trazendo benefícios no rendimento físico dos atletas e pessoas que desejam uma melhora na estética. Porém quando usado de forma errada, trazem malefícios a estes, muitas vezes irreversíveis. (SILVA, DANIELSKI e CZEPIELEWSKI, 2002).
O uso de anabolizantes, na maioria das vezes, traz malefícios à saúde física e mental dos atletas, alterando o sentido de cooperativismo em jogos de alto rendimento, tornando-se desigual, sujo e ilegal para com os adversários.
O uso indiscriminado de anabolizantes entre praticantes de atividades físicas, atletas, adolescentes, entre outros se dá pelo fato do livre comércio em academias, farmácias, mercado negro, pela obtenção sem prescrição médica, ou prescrição médica indevida. Silva, Danielski e Czepielewski (2002) relatam também, que muitas vezes essas substâncias são de origem duvidosa e manipuladas sem cuidados adequados de higiene. Preocupados com a obtenção fácil dessas substâncias, autoridades governamentais vieram a criar no Brasil uma portaria que as consideram como Doping (Portaria 531, de 10 de julho de 1985, do MEC).
De acordo com Maior et al (2009) o uso dos anabolizantes tem se tornado prática comum na sociedade, principalmente no meio esportivo e dentro das academias de ginástica. Segundo Maior et al, é necessário um trabalho educativo e preventivo, especialmente, junto à população jovem, ainda para eles, deve ser estudado o fornecimentos dos anabolizantes pelas farmácias e estudado também, uma forma de prevenção para as orientações dadas através da internet para o uso desses produtos.
O uso de anabolizantes alarmante entre jovens, freqüentadores de academia e atletas, profissionais da saúde e do esporte surge a preocupação em informar e alertar aos usuários que os anabolizantes são prejudiciais à saúde, ao espírito de jogo, e também desleais para com os adversários.
Também seria de extrema importância trabalhar a autoestima dos praticantes de exercícios físicos nas academias de ginástica para que assim, estes se aceitem do jeito que são, respeitando a lei da individualidade, não buscando o paradigma de corpo perfeito, imposto pela mídia, através do uso indevido de drogas e métodos ilícitos.
Além disso, é preciso trabalhar nos atletas a concepção de que a vitória tanto almejada no meio dos esportes perde o sentido ao passo que se faz o uso do doping, como dito, uma prática desleal que favorece o usuário.
Também devemos nos preocupar com a saúde dos atletas e demais que fazem o uso abusivo dessas substâncias, pois muitos são os efeitos irreversíveis causados no organismo, assim como a ginecomastia, a atrofia testicular, a diminuição das mamas, aumento do clitóris, a hipertrofia cardíaca, aumento da pressão arterial, e mais grave, o ataque cardíaco. E também há os fatores psicológicos, pois estudos comprovam que o uso abusivo de anabolizantes tornam os usuários dependentes dessas drogas e, em sua falta, tornam-se agressivos, têm perdas de memória e ficam irritados com facilidade.
Referências
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BAIRROS, André V.; PREVEDELLO, Alex A.; MORAES, Liliana L.S. Doping Genético e possíveis metodologias de detecção. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Florianópolis, v. 33, n. 4, p.1055-1069, out./dez. 2011.
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