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Níveis de força de escolares de 12 á 14 anos 

da rede publica de ensino de Maravilha

Niveles de fuerza de escolares de 12 a 14 años de la red pública de enseñanza de Maravilha

 

Licenciada/o em Educação Física

pela Universidade do Oeste de Santa Catarina, UNOESC

Campus de São Miguel do Oeste/ SC

(Brasil)

Douglas Filipin*

fillipin_do@yahoo.com.br

Rafael Forchezatto**

ninirafa@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O propósito deste estudo foi comparar os níveis de força em escolares de ambos os sexos com idade entre 12 e 14 anos matriculados nas Escolas Estaduais João XXIII e Juscelino Kubitschek de Oliveira, do município de Maravilha, SC. A amostra foi selecionada de forma aleatória, composta por 94 indivíduos, sendo 46 do sexo masculino e 48 do sexo feminino com idade entre 12 a 14 anos. Para a mensuração da força foi utilizado o dinamômetro coxo-femoral (marca Performance Plus) utilizando o protocolo de Molinari e Sabará (2000). Para a analise dos dados coletados (comparação inter-grupos) utilizou-se o teste “t” para amostras independentes contidos no pacote estatístico SPSS 13.0 e o nível de significância adotado foi de p < 0,05. Na comparação geral entre os grupos, os níveis de força do sexo masculino (96,82 ± 24,91) se apresentaram estatisticamente significativos (p<0,05) quando comparados aos níveis de força do sexo feminino (67,62 ±16,07). Quando a comparação se deu por faixas etárias, percebeu-se que aos 12 anos os níveis de força do sexo masculino (65,54 ±12,78) não se mostraram significativamente (p<0,05) maiores aos do sexo feminino (59,91 ±15,15). Para as demais faixas etárias comparadas neste estudo, 13 anos masculino (104,08 ±21,82) e feminino (74,53 ±15,28) e 14 anos masculino (108,00 ±17,57) e feminino (75,00 ±11,52) observaram-se níveis de força significativamente maiores (p<0,05) para o sexo masculino. Ao final desse estudo concluímos que na comparação entre os grupos de escolares do sexo masculino e do sexo feminino, os níveis de força somente não se mostraram maiores na faixa etária de 12 anos.

          Unitermos: Dinamometria. Níveis de força. Maturação.

 

Abstract

          The purpose of this study was comparing the levels of force in scholars of both sexes with age among 12 and 14 years registered in the state schools: João XXIII and Juscelino Kubitschek of Oliveira, in the municipal district of Maravilha, sc. The sample was selected in an aleatory way, composed by 94 individuals, being 46 of the masculine sex and 48 of the feminine sex with age among 12 and 14 years. For the mensuration of was used the force the lame-femoral dynamometer (marks performance plus) using the protocol of Molinari and Sabara (2000). For the analysis of the collected data (comparison inter-groups) the test "t" was used for independent samples contained in the statistical package SPSS 13.0 and the level of adopted significant was of p <0,05. In general comparison among the groups, the levels of force of the masculine sex (96,82 ± 24,91) they came statistical significant (p <0,05) when compared at the levels of force of the feminine sex (67,62 ±16,07). When the comparison gave him for age groups, was noticed that to the 12 years the levels of force of the masculine sex (65,54 ±12,78) they were not shown significantly (p <0,05) larger of the feminine sex (59,91 ±15,15). For the other age groups compared in this study; 13 years: masculine (104,08 ±21,82) and feminine (74,53 ±15,28) and 14 years: masculine (108,00 ±17,57) and feminine (75,00 ±11,52) levels of force were observed significantly larger (p <0,05) for the masculine sex. At the end of that study we ended that in the comparison among the scholars' of the masculine sex groups and of the feminine sex, the levels of force were not only shown larger in the 12 year-old age group.

          Keywords: Dynamometry. Levels of force. Maturation.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 170 - Julio de 2012. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A Força motora é uma característica neuromuscular com importância determinante no rendimento de vários esportes, onde o esportista necessita pôr o seu corpo em movimento quando parado, pará-lo quando se encontra em movimento, acelerá-lo quando as atividades exigirem, desviar a sua trajetória, mudar de direção, saltar, lançar um objeto, etc. (BARBANTI, pg.66, 1997).

    O nível de força do individuo é uma restrição que interage com as restrições das tarefas e do individuo para permitir ou limitar movimentos, os níveis de força que mudam os movimentos no decorrer da vida. Para Foss (1998) força muscular pode ser definida como a força ou tensão que um músculo ou, mais corretamente, um grupo muscular consegue exercer contra uma resistência em um esforço máximo.

    As diferenças entre gêneros são mínimas até a puberdade, quando os meninos têm um aumento significativo da musculatura, em relação às meninas, sobretudo nos músculos dos membros superiores. Os níveis de maturação e crescimento global de cada um também influenciam o desempenho físico. A força muscular provavelmente está relacionada com o tamanho do corpo, ao qual meninos em estado de desenvolvimento mais avançado tendem a ser mais altos, mais pesados e forte, do que meninos em estado de desenvolvimento inferior (HAYWOOD; GETCHELL, 1997).

    KLAFS e LYON (1981) descrevem que na menina, o maior aumento de força ocorre por volta dos 12 e 13 anos e continua aumentando até a maturidade, no qual geralmente ocorre uma certa diminuição, porém entre os 13 e 18 anos os meninos mostram um aumento progressivo e após a adolescência a força se desenvolve através de atividades específicas.

    A força muscular, em qualquer etapa da vida, pode tanto predizer a performance para determinadas modalidades esportivas como refletir o estado de saúde. Portanto, o conhecimento de valores da força é uma importante medida podendo refletir o processo de maturação e de diferenciação sexual. Diante disso, configurou-se o seguinte problema: Qual a diferença dos níveis de força em escolares de ambos os sexos com idade entre 12 e 14 anos matriculados nas Escolas Estaduais João XXIII e Jucelino Kubitschek de Oliveira, do município de Maravilha, SC?

2.     Materiais e métodos

    O presente estudo caracterizou-se como uma pesquisa de campo descritiva, pois segundo Marconi e Lakatos (1996), a pesquisa aborda aspectos descritivos, registros, análise e interpretação de fenômenos atuais com o objetivo funcional no presente.

2.1.     População

    As populações foram constituídas por escolares, de ambos os sexos com idade entre 12 a 14 anos da Escola de Educação Básica João XXIII e Escola de Educação Básica Juscelino Kubitschek De Oliveira do município de Maravilha - SC.

2.2.     Amostra

    A amostra foi selecionada de forma aleatória, composta por 94 indivíduos sendo 46 do sexo masculino e 48 do sexo feminino, representando cerca 85% do total de estudantes enquadrados no eixo da pesquisa, da Escola de Educação Básica João XXIII e Escola de Educação Básica Juscelino Kubitschek de Oliveira do município de Maravilha - SC.

2.3.     Instrumentos de coleta de dados

    Foram utilizados para a coleta de dados, dois instrumentos, sendo eles: ficha de coleta de dados e dinamômetro.

Ficha de coleta de dados

A ficha de coleta de dados foi composta de:

  • Dados de identificação: dados gerais sobre o individuo como nome, data de nascimento, sexo, idade, etc.

  • Dados da força no dinamômetro: onde foram apontados os dados obtidos no teste do dinamômetro.

Dinamômetro

    Para avaliação da força foi utilizado o dinamômetro (marca Peformance Plus).

2.3.1.     Técnica de análise dos dados

    As coletas de dados foram realizadas na Escola de Educação Básica João XXIII e na Escola de Educação Básica Juscelino Kubitschek de Oliveira do município de Maravilha - SC. No instante que os alunos foram chegando ao local da coleta, forneceu-se aos pesquisadores, dados gerais de identificação como nome, data de nascimento, sexo, idade, dentre outros.

    Para a mensuração da força foi utilizado o protocolo do teste de dinamômetro de Molinari e Sabará (2000). O dinamômetro é ajustado de acordo com a estrutura do indivíduo. O dinamômetro possui, geralmente, uma escala graduada em quilos que mede de 0 a 1.120kg. O instrumento é preso a uma plataforma, por uma corrente atada a uma barra, ao qual a pessoa avaliada segura com as mãos para exercer força. Os membros inferiores devem estar em posição semiflexionada para o início do teste. Foram realizadas três tentativas, computando-se o melhor resultado obtido de cada indivíduo.

2.3.2.     Tratamento estatístico

    O programa estatístico utilizado para todas a análises foi o SPSS for Windows 13.0, na análise descritiva foi utilizada a média e o desvio-padrão. Na comparação Inter-grupos foi utilizado o teste “t” para amostras independentes. O nível de significância adotado será de p < 0,05.

3.     Apresentação e discussão dos resultados

    O presente estudo analisou através da dinamometria coxo-femoral os níveis de força isométrica em escolares de 12 a 14 anos de ambos os sexos da rede pública do município de Maravilha, SC.

    A tabela 1 apresenta a caracterização da amostra por faixa etária, os níveis de força obtidos no teste, bem como a quantidade de indivíduos aos participantes do estudo, nos diferentes gêneros.

Tabela 1. Média e desvio padrão da variável dinamometria coxo-femoral nas diferentes faixas etárias abordadas no estudo

    A tabela 2 nos mostra um comparativo entre os grupos, no qual os níveis de força do sexo masculino (96,82 ± 24,91) se apresentaram estatisticamente significativos (p<0,05) quando comparado aos níveis de força do sexo feminino (67,62 ±16,07).

Tabela 2. Comparação da Média e desvio padrão da variável dinamometria coxo-femoral entre os sexos masculino e feminino

    Esses resultados provavelmente estão relacionados às questões hormonais, que propiciam um maior desempenho na força muscular para sexo masculino em relação ao sexo feminino. Hansen et al. (1999) relata que na puberdade, o aumento da força pode ser distinto entre os gêneros devido à ação androgênica da testosterona. Tse et al. (1989) diz que a puberdade é resultante da integração entre a ação do hormônio de crescimento e os esteróides sexuais.

    É necessário conhecer as alterações que acontece no corpo das crianças bem como as fases de crescimento pela qual as mesmas passam até chegar à fase adulta. A puberdade é apenas uma fase de transição entre a infância e a fase adulta não necessariamente a adolescente deve possuir a capacidade de reprodução. Até o inicio da puberdade meninos e meninas pouco diferem quanto à força muscular e sistema hormonal. Após a primeira fase puberal eleva-se o nível de testosterona aproximadamente 10 vezes nos meninos e em meninas uma discreta elevação, acarretando um dimorfismo sexual (WEINECK, 1999).

    Ao observar a comparação por faixas etárias, pode se observar na tabela 2, que aos 12 anos os resultados dos meninos (65,54 ±12,78) não se mostraram significativos (p<0,05) ao das meninas (59,91 ±15,15), isto pode estar relacionado com o fato de que na idade de 12 anos, ambos os sexos se encontram na fase pré- puberal, no qual o ganho de força não é tão acentuado quanto na fase puberal. Brandt (apud FREY, 1978) salienta que da infância até os 12 anos de idade, não existem diferenças significativas de força entre meninos e meninas. Os fatores biológicos são determinantes da força, assim como o gênero, o estado hormonal, o neurológico e o muscular são importantes para cada estágio do desenvolvimento (BEUNEN, G.; THOMIS, M. BEUNEN, G.; THOMIS, M., 2000).

Tabela 3. Comparação da Média e desvio padrão da variável dinamometria coxo-femoral entre os sexos masculino e feminino na faixa etária de 12 anos

    A puberdade é apenas uma fase de transição entre a infância e a fase adulta não necessariamente a adolescente deve possuir a capacidade de reprodução O gênero e os estados hormonal, neurológico e muscular de cada estágio são os fatores biológicos determinantes da força, mas o grau de atividade física e aspectos ambientais e nutricionais também devem interferir na magnitude da força muscular (BEUNEN, G.; THOMIS, M, 2000).

    Na comparação da faixa etária de 13 anos entre os dois sexos, conforme a tabela 3, percebemos que os resultados se mostraram significativos (p<0,05), pois o sexo masculino (104,08 ±21,82) possui uma vantagem em relação à força muscular feminina (74,53 ±15,28). Isso foi evidenciado devido ao crescimento corpóreo ou também ao chamado estirão do crescimento. De acordo com Alexander e Molnar (1973) e Malina e Bouchard (1991) em conseqüência do crescimento, os meninos tendem a magnificar a diferença de desenvolvimento da força em relação às meninas.

Tabela 4. Comparação da Média e desvio padrão da variável dinamometria coxo-femoral entre os sexos masculino e feminino na faixa etária de 13 anos

    O desempenho motor e físico na infância está associado aos efeitos do crescimento e maturação, principalmente aqueles ocorridos durante o estirão de crescimento, momento no qual o indivíduo jovem tem um abrupto aumento nas estruturas corporais. Gasser et al. (1985) salienta que as meninas, no diz respeito à maturação, entram na puberdade dois anos antes que os meninos.

    Ao observar a tabela 5, percebe-se que a diferença obtida na comparação da faixa etária de 14 anos também foi significativa (p<0,05), pois os meninos (108,00 ±17,57) apresentaram níveis de força maiores do que das meninas (75,00 ±11,52). Tais resultados encontrados se devem provavelmente a maior estrutura muscular dos indivíduos do sexo masculino em relação ao sexo feminino.

Tabela 5. Comparação da Média e desvio padrão da variável dinamometria coxo-femoral entre os sexos masculino e feminino na faixa etária de 14 anos

    Concordando com Malina et al que em seu estudo afirma que a força do músculo pode ser proporcional a sua área. Assim, a massa muscular masculina sendo maior, o nível de força proporcionalmente deve ser maior que a força muscular feminina. O tecido muscular está em continuo aumento. A fase de pico do desenvolvimento muscular é a puberdade. O estudo de Pratt (1989) reforça que na puberdade a força muscular é afetada pela maturação, em seu estudo o autor encontrou que a força mostrou maior no estágio maturacional quando comparada com a idade cronológica. Schneider et al. (2002) também relata em seu estudo que muitas das diferenças encontradas entre os grupos de meninos e meninas podem ser devido ao tamanho corporal, principalmente à estatura.

4.     Conclusões

    Os resultados do presente estudo evidenciaram que a comparação entre os grupos de escolares do sexo masculino e do sexo feminino no que diz respeito aos níveis de força da amostra em geral se mostrou significativamente maior em favor do sexo masculino.

    Ao realizar a comparação de ambos os sexo por faixa etária, os resultados não mostraram diferenças nos níveis de força aos 12 anos, no entanto, na faixa etária dos 13 e 14 anos a superioridade desta variável foi observada no sexo masculino.

    Ao final desse estudo, conclui-se que os níveis de força dos escolares na faixa etária de 12 a 14 anos, matriculados nas Escolas Estaduais João XXIII e Jucelino Kubitschek de Oliveira do município de Maravilha - SC, quando mensurados através da dinamometria coxo-femoral só não é maior no sexo masculino em relação ao sexo feminino na faixa etária dos 12 anos.

Referências

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