Comparação dos efeitos da caminhada livre e treinamento de ganho de força em membros inferiores gerando aumento do consumo de oxigênio e melhorando a qualidade de vida em idosas da Vila Olímpica ‘Professor Manoel José Gomes Tubino’ Comparación de los efectos de la
caminata libre y el entrenamiento del consumo de oxígeno y mejorando la calidad de vida en personas mayores de la Villa Olímpica ‘Profesor José Gomes Tubino’ |
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*Prof. Mestre em Motricidade Humana Prof. da Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO) Coordenador da Pós Graduação em Fitness e Saúde da UNIGRANRIO **Prof. Mestre em Ciência da Motricidade Humana Prof. da Unisuam e Coodenador técnico da Vila Olímpica Manoel José Gomes Tubino ***Prof. da Vila Olímpica Manoel José Gomes Tubino (Brasil) |
Henrique de Castro e Silva* Alfredo Nicolau Melhem** Jorge Luiz dos Santos*** Vera Tubino*** |
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Resumo Atualmente, as pessoas vêm mostrando grande preocupação com a qualidade de vida e assim buscando a prática da atividade física, principalmente de forma assistida. A prática da caminhada livre, sem preocupação com parâmetros que normalmente devem acompanhar o exercício feito de forma assistida não são de conhecimento da maioria da população que pratica a caminhada sem orientação profissional. Por este motivo desenvolvemos este estudo para mostrar que além de realizar a caminhada regular é muito importante conhecer e aplicar alguns princípios do treinamento desportivo que são essenciais para o melhor rendimento desta prática. A amostra deste estudo foi composta por dois grupos: Grupo A: Composto por 13 idosas de idade média de 62,5 anos (s = 4,5) e Grupo B: composto por 12 idosas de idade média de 66,8 anos (s = 6,9), ambos do sexo feminino. O grupo A realizava apenas a caminhada respeitando um valor compreendido entre 5-8 na escala de Borg e o grupo B além de realizar a caminhada, fazia uma série composta por quatro exercícios de fortalecimento para membros inferiores. Ambos os grupos realizaram esta rotina por um período de oito semanas com periodicidade de 3 vezes por semana. Os resultados mostram que ambos os grupos apresentaram aumento do consumo de oxigênio, porém, o grupo B que realizou os exercícios contra-resistidos para membros inferiores conseguiu melhorar 6,8% no consumo de oxigênio em comparação com o grupo A. O grupo A também obteve melhora no tempo do teste de 0,7%, porém, o grupo B obteve uma melhora mais significativa de 21,3%. Conclui-se que a prática regular da caminhada é importante para manter a qualidade de vida e saúde do praticante, mas pode ser incrementada com exercícios localizados. Unitermos: Caminhada. Exercícios localizados. Idosas.
Abstract Keywords: Walk. Located exercises. Elderly.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 170 - Julio de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A expectativa de vida da população e a preocupação com a qualidade de vida vem aumentando consideravelmente no Brasil e no mundo. A melhora nas condições de saúde básica e os avanços relacionados ao combate de doenças contribuíram muito para esta que a população percebesse efetivamente os benefícios relacionados à prática dos exercícios (Idoso e Carvalho).
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (IBGE,2004), no ano de 2020 o Brasil terá a sexta população mundial em número absoluto de idosos.
O envelhecimento da população é hoje um fenômeno mundial, isto significa que há um crescimento da população idosa mais elevado se comparado aos outros grupos etários. (Camarano, Kanso et al., 1999)
O Brasil ingressa nos anos 90 em um processo irreversível de envelhecimento demográfico. De acordo com a Lei nº 8.842, 1994 no Brasil, é considerado idoso o indivíduo que possui idade superior a 60 anos. Atualmente, o país tem aproximadamente 9,1% de idosos. (De Vida e Dos Alunos)
A pouca ou total ausência de atividade física, tem sido considerada como um comportamento nocivo à saúde, e desta forma, sendo fator negativo no que tange a qualidade de vida, principalmente em idosos. O sedentarismo e hipocinesia podem fazer com que o processo de envelhecimento acelere, e assim havendo também um declínio no consumo de oxigênio, diminuição da massa muscular, diminuição da força e aumento do tecido adiposo e desta maneira favorecendo o surgimento de doenças crônicas como a hipertensão arterial sistêmica e diabetes (Teixeira, 2008).
A força física é outro fator que merece muita atenção no processo de envelhecimento, diminuindo cerca de 5% a 10% por década entre os adultos que não exercitam seus músculos. Isso ocorre devido à perda gradual de tecido muscular que acompanha o processo de envelhecimento, desta forma, favorecendo a um declínio nas atividades de vida diária (AVD’s) (Vasconcelos).
Diversos estudos confirmam que os fatores de risco associados às doenças coronarianas surgem a partir da redução das capacidades aeróbicas no indivíduo, além dos limites conhecidos. A grandeza limiar de VO2 máx. para os homens igual a 42 ml/min/Kg; e para as mulheres igual a 35 ml/min/Kg (Kalinina, Salvador et al.) indica o nível seguro da Saúde Somática.
Por isso, baseado nos valores conhecidos, é importante manter em todas as fases da vida um consumo de oxigênio alto realizando exercícios sistematicamente, principalmente os aeróbicos de forma que se respeite a zona alvo de treinamento compatível com as variáveis individuais (Antunes, Santos et al., 2001).
Qualidade de vida se aplica ao indivíduo saudável, vinculando assim à prática da atividade física e demonstrando uma relação direta com a realização do exercício consciente e sistemático (Novaes, 2003).
A atividade física regular é um meio simples, eficiente e de baixo custo para proporcionar a melhora da qualidade de vida, manter ou melhorar os níveis dos componentes da aptidão funcional até a terceira idade, indispensáveis à independência e à autonomia.
Desta forma, com poucas horas semanais realizando atividades físicas, um indivíduo poderá reduzir o nível de estresse e aumentar a motivação para realização das atividades de vida diária, melhorando assim sua qualidade de vida (Novaes, 2003).
O ACM’s preconiza que indivíduos adultos mais velhos dever praticar atividades aeróbicas de intensidade moderada a vigorosa com freqüência de 3-5 dias/semana, 30 a 60 minutos em intensidade de uma escala de zero a dez para esforço físico 5-6 moderado e 7-8 vigoroso (Wilkins, 2010).
O objetivo deste estudo foi realizar a análise comparativa da prática da caminhada livre em um percurso de 1600 metros com incremento na caminhada do treinamento anaeróbio de membros inferiores sendo avaliados por teste submáximo.
Metodologia
O presente trabalho atendeu integralmente as normas para a realização de pesquisa em seres humanos, Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde de 10/10/1996 (BRASIL, 1996) e da Resolução de Helsinki (1975) e teve seu projeto de pesquisa submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, da Rede Euroamericana de Motricidade Humana.
A Amostra do estudo foi composta por 25 idosas, praticantes de caminhada na Vila Olímpica “José Manoel Gomes Tubino” divididos em dois grupos. Grupo A: Composto por 13 idosas de idade média de 62,5 anos (s = 4,5) e o Grupo B composto por 12 idosas de idade média de 66,8 anos (s = 6,9). Sendo todas liberadas para esta prática após passar por exame médico desta instituição.
As idosas integrantes da pesquisa praticaram a atividade física em pista de caminhada rústica por dois meses e foram avaliados em pista de atletismo oficial através do Teste de caminhada de 1.600 metros (Canadian Aerobic Fitness test) e o segundo grupo, além da caminhada, executou neste mesmo período exercícios localizados para membros inferiores.
Os indivíduos do grupo A, durante período de oito semanas, realizavam caminhadas três vezes por semana em dias alternados, completando um percurso de 1600 metros tendo como exigência apenas executar a caminhada sem paradas e mantendo um ritmo classificado entre 5 a 8 segundo a escala de Borg que foi apresentada ao grupo na fase inicial da pesquisa.
Os indivíduos do grupo B praticavam a caminhada respeitando as mesmas regras que o primeiro grupo, porém, antes de iniciarem a caminhada, realizavam quatro exercícios específicos para membros inferiores: agachamento trinta graus, extensão de joelhos, flexão de joelhos e flexão plantar, sendo executadas dez repetições de cada exercício.
Análise dos resultados
Tabela I. Resultados obtidos do Grupo A após intervenção do treinamento
Tabela II. Resultados obtidos do Grupo B após intervenção do treinamento
Tabela III. Comparação dos resultados referentes aos pré e pós testes do consumo
de oxigênio (VO2máx) durante a realização de caminhadas orientadas
Discussão dos resultados
Os resultados são apresentados em tabelas onde são descritos os valores encontrados e em seguida comparados os valores dos grupos A e B. Os resultados mostram que ambos os grupos apresentaram aumento do consumo de oxigênio, porém, o grupo B que realizou os exercícios contra-resistidos para membros inferiores conseguiu melhorar 6,8% no consumo de oxigênio em comparação com o grupo A. O grupo A também obteve melhora no tempo do teste de 0,7%, porém, o grupo B obteve uma melhora mais significativa de 21,3%. Portanto, a prática regular da caminhada é importante para manter a qualidade de vida e saúde do praticante, mas pode ser incrementada com exercícios contra-resistidos.
Conclusão
Conclui-se que a prática regular da caminhada moderada e praticada sistematicamente de 30 a 60 minutos 3 x por semana, resulta na elevação do consumo de oxigênio em curto período de tempo e pode ser potencializada se for acompanhada por exercícios contra-resistidos com a intensidade moderada. Os sujeitos do grupo A que realizaram a caminhada três vezes por semana em dias alternados, completando um percurso de 1600 metros tendo como exigência apenas executar a caminhada sem paradas e mantendo um ritmo classificado entre 5 a 8 segundos na escala de Borg apresentou uma pequena melhora nos resultados coletados, porém, o grupo B, onde os indivíduos praticaram a caminhada respeitando as mesmas regras que o primeiro grupo, porém, antes de iniciarem a caminhada, realizavam quatro exercícios específicos para membros inferiores: agachamento trinta graus, extensão de joelhos, flexão de joelhos e flexão plantar, sendo executadas dez repetições de cada exercício apresentaram um resultado superior ao grupo A, sendo assim, ficando evidente que a prática da caminhada conciliada com o treinamento contra-resistido favorece um resultado melhor para uma melhora no consumo de oxigênio e por conseguinte uma melhora na qualidade de vida.
Referências
Antunes, H. K. M., R. F. Santos, et al. Alterações cognitivas em idosas decorrentes do exercício físico sistematizado. Revista da Sobama, v.6, n.1, p.27-33. 2001.
Camarano, A. A., S. Kanso, et al. Como vive o idoso brasileiro. Muito além dos, v.60, p.19-71. 1999.
Kalinina, G., M. Salvador, et al. Análise comparativa da efetividade de caminhada tradicional com a caminhada proposta no desenvolvimento de VO2máx das idosas. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 93, 2006. http://www.efdeportes.com/efd93/idosas.htm
Novaes, J. M. V. E. J. D. S. Personal Training & Condicionamento Físico em Academia. Terceira edição, n. 85-85253-37-1, p.332. 2003.
Teixeira, A. et al. Perfil do estilo de vida de idosos que praticam caminhadas sem supervisão com idosos sedentários. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 102, 2008. http://www.efdeportes.com/efd120/perfil-do-estilo-de-vida-de-idosos-que-praticam-caminhadas.htm
Vasconcelos, R. et al. O poder da beleza do ser interior na 3⪠idade: arteterapia, o caminho da conquista.
Wilkins, W. American College of Sports Medicine: Diretrizes do ACSM para Testes de Esforço e sua Prescrição. oitava edição. 2010.
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