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Avaliação da curvatura lordótica e cíngulo pélvico de mulheres com

e sem a utilização de calçado de salto alto na posição ortostática

Evaluación de la curvatura lordótica y de la cintura pélvica de mujeres con
y sin la utilización de zapato de taco alto en la posición ortostática

 

*Professores do UNINORTE - Laureate International Universities

**Fisioterapeutas graduados pelo UNINORTE

***Professor Doutor da UFSC-SC

(Brasil)

Jansen Atier Estrázulas*

Cristiane Aschidamini* | Sanara Lopes**

Breno Leite** | Cristiane Esteves e Silva**

Raíssa Caroline Brito Costa** | Antônio Renato Pereira Moro***

jansenef@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Em virtude das inúmeras dificuldades enfrentadas pela classe feminina, frente às novas exigências impostas pelo mundo contemporâneo. Este estudo objetivou-se investigar as modificações angulares da curvatura da coluna lombar e cíngulo pélvico, em mulheres com e sem o uso de calçado de salto alto, por meio de fotos digitais tiradas no plano sagital do lado direito e esquerdo, a análise foi realizada através do programa Sapo (software de análise postural). Foram avaliadas 20 voluntárias divididas em dois grupos, caracterizados com dorso plano e hiperlordose na posição ortostática, descalças e calçando calçados de salto alto de 9 cm de altura, utilizando único modelo de calçado. Utilizou-se marcadores de isopor fixados nos pontos anatômicos de interesse. Para a comparação entre os grupos utilizou-se o teste “t” de Student com nível de significância de p < 0,05. Os resultados apresentaram um aumento significativo da curvatura da coluna lombar e anteroversão pélvica no grupo de hiperlordose com a utilização do calçados de salto alto, enquanto na característica de dorso plano apresentou uma retificação da coluna lombar e anteroversão pélvica com a utilização do calçado de salto alto. Conclui-se que a utilização do salto alto de 9 cm em mulheres com dorso plano gera uma retificação na curvatura da coluna lombar enquanto no grupo com hiperlordose ocorre o aumento da curvatura da coluna lombar. Podemos concluir também que ocorre alteração nos dois grupos em anteroversão da pelve com a utilização do salto alto.

          Unitermos: Salto alto. Postura. Mulheres.

 

Abstract

          Given the numerous difficulties faced by female class, the face of new requirements imposed by the contemporary world. This study aimed to investigate the changes of angular curvature of the spine and pelvic girdle, in women with and without the use of heeled footwear is through digital photos taken in the sagittal plane on the right and left, the analysis was performed through the program toad (postural analysis software). Were 20 volunteers divided into two groups, characterized with back flat and concavity in the upright position, barefoot and wearing high heel shoes, 9 inches tall, using single model of footwear. We used styrofoam markers fixed on anatomical points of interest. For comparison between groups used the "t" Student test with significance level of p<0.05. The results showed a significant increase in lumbar lordosis and anterior pelvic concavity in the group with the use of high-heeled shoes, while the feature back plan showed a straightening of the lumbar spine and pelvic anteversion using the high-heeled shoes. We conclude that the use of high heels 9 cm in women with back plane generates a correction in the curvature of the lumbar spine while in the group with the concavity is increased curvature of the spine. We can also conclude that change occurs in both groups of anteversion pelvis using the high heels.

          Keywords: High heels. Posture. Women.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 170 - Julio de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Há milênios o homem se pós de pé, do Homo Erectus ao homem globalizado, permanecer ereto tem se tornado uma habilidade quase inconsciente e um pré-requisito para que a espécie humana atingisse a hegemonia biológica sobre as demais espécies do planeta, num relevante processo de evolução biossocial (DE MASI, 2001).

    No transcorrer dos séculos, a estática bípede recebeu elementos estéticos significativos - na França de Louis XIV, na tentativa de satisfazer os desejos dos membros da corte, de estarem mais elegantes, as mulheres começaram a usar sapato de salto alto (SANTOS, 2005), hábito que perdura até os dias atuais. Entretanto, estudos clínicos têm mostrado que as alturas do salto impactam diretamente sobre a coluna lombar, tanto quanto outras partes do corpo. (YOO, 1997).

    A utilização de sapatos de salto alto coloca o corpo sob condições não fisiológicas, alterando a função de articulações, gerando nelas forças e torques acima do normalmente exercido. O uso de salto alto na postura ortostática implica em retroversão pélvica, aproximação dos joelhos e tornozelos em relação à linha da gravidade, deslocamento posterior da cabeça e da coluna torácica (OPILA, 1988). De Lateur (1991) afirma que o uso do calçado de salto alto gera uma força compressiva sob a cabeça dos metatarsos, aumento da flexão plantar do tornozelo, passadas mais curtas e em menos velocidade, oscilação da pronação e supinação do pé, aumento da flexão do joelho na fase de apoio, diminuição da flexão do joelho e do quadril na fase de oscilação, bem como a diminuição da amplitude de movimento da pelve anterior e posterior.

    Somando-se a idéia supracitada Santos (2005), diz que os calçados servem como suporte para os pés e, portanto, deveriam ser utilizados para aprimorar as funções e não como um fator agravante na transmissão de informações das pressões sobre os pontos adequados de apoio ou durante movimentos necessários ao caminhar. Os calçados, muitas vezes, podem alterar o alinhamento ideal do pé e conseqüentemente modificar funções básicas deste segmento.

    O desgaste sofrido pelo corpo humano, devido às próprias atividades de vida diária, pode ser agravado pela adoção de posturas inadequadas. A má postura é aquela em que existe uma falta de relacionamento das várias partes corporais, a qual induz a um aumento de sobrecarga às estruturas de suporte, o que pode resultar em dor (BARREIRA, 1994). Portanto é possível perceber a importância da realização de avaliações posturais destes indivíduos para que sejam identificadas as alterações responsáveis pelo quadro álgico instalado.

    A partir do exposto formulou-se o objetivo deste estudo que consiste na Avaliação da curvatura lordótica de mulheres com dorso plano e hiperlordose com e sem a utilização de calçado de salto alto na posição ortostática.

Materiais e métodos

    Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva de cunho quantitativa por se tratar de medições numéricas de características de sujeitos, onde serão expostos resultados numéricos através de gráficos e tabelas.

    A amostra foi constituída de 20 mulheres jovens, com média de idade de 22,79 ± 3,58 anos, saudáveis, que não apresentaram nenhum tipo de disfunção osteomioarticular. Como critério de inclusão foi utilizado o protocolo de Santos (2001), o qual esta pautado na avaliação da curvatura lordótica e cíngulo pélvico, sendo selecionadas as mulheres jovens que fazem diariamente o uso de calçados de salto alto. Foram excluídas, as mulheres que apresentaram a curvatura da lordose lombar sem alterações

    Foram utilizados para o presente estudo uma Câmera digital da marca Sony, com 12.1 mega pixels, marcadores corporais de isopor para a visualização dos pontos anatômicos de interesse, fita métrica, fita dupla face, e o software Sapo, Versão 2008, para mensuração dos ângulos a serem analisados.

    Os dados foram obtidos por cinemetria, conforme o protocolo estabelecido por Brino et al (2003), mediante fotos digitais em ortostatismo, registradas sem calçado e com calçado de salto alto de 9 cm de altura no retropé. As fotos foram registradas capturando o plano sagital direito e esquerdo, com o tripé posicionado a uma distância de 3m das voluntárias. Foram fixados marcadores de isopor em seis pontos anatômicos: processo espinhoso da vértebra localizada a 10 cm acima das espinhas ilíacas postero-superior (ponto 1), região mais profunda da lordose lombar (ponto 2), processo espinhoso lombar localizado imediatamente acima das espinhas postero-superior (ponto 3), espinha ilíaca postero-superior (ponto 4), espinha ilíaca ântero-superior (ponto 5) e trocânter maior do fêmur (ponto 6).

    Os ângulos mensurados foram:

    A descrição dos dados foi inicialmente compilada através de estatística descritiva contendo média, desvio padrão e coeficiente de variação. Após esta etapa foram calculadas os escores comparativos entre e intra grupos através do teste “t” de Student com um nível de significância para “p” de 0.05.

Resultados e discussão

    Os resultados a seguir estão expressos em tabelas e gráficos para melhor visualização e análise. Nestes estão apresentadas a caracterização da amostra do estudo, onde foram colocados as médias dos ângulos mensurados do hemicorpo esquerdo e direito de cada sujeito avaliado.

    Desta forma, a tabela a seguir apresenta os valores dos ângulos dos sujeitos do grupo dorso plano nas duas situações de estudo: com e sem o uso do calçado de salto alto.

Tabela 01. Valores descritivos dos sujeitos do grupo dorso plano com e sem calçado de salto alto

    Analisando-se a tabela acima é possível inferir que a amostra tem uma característica homogênea na maioria das variáveis do estudo. Apenas a variável Pelve e Lombar alta com e sem o salto, além da Lombar baixa sem salto apresentaram um coeficiente de variação considerado alto, ou seja, com alta dispersão.

    Na avaliação quantitativa das médias observou-se que apenas a variável Lombar alta e Pelve posterior tiveram aumento no grau de inclinação com a vertical quando colocado o calçado de salto alto. As demais variáveis apresentaram uma diminuição dos valores médios após a colocação do calçado de salto, observados através das mensurações angulares das fotos.

    Estes resultados estão parcialmente de acordo com os encontrados no estudo de Pegoretti (2003), ao identificar que uso de sapatos de salto alto, geram um aumento da curvatura na região lombar, quando analisada a postura no plano sagital. Corroborando ainda com os estudos de Sacco et al (2003), ao observar que o aumento da lordose lombar durante a utilização de saltos, consiste em um mecanismo de ajuste postural, na tentativa de transferir o peso do corpo para trás e corrigir o deslocamento anterior do centro de gravidade (CG). A longo prazo, esta alteração da postura leva a um desequilíbrio das forças atuantes na coluna lombar e músculos posturais, exercendo sobre eles uma sobrecarga indevida, podendo, desta forma, ser um dos principais motivos de dor lombar em decorrência do uso crônico do sapato de salto alto.

    Ainda na comparação com outras literaturas, temos o estudo realizado por Bendix et al (1976), onde foi observado que a utilização do salto alto tende a diminuir a lordose lombar e a inclinação pélvica, o que assemelha-se aos resultados obtidos nesta amostra com as mulheres de dorso plano, as quais obtiveram os ângulos de Lombar baixa, Pelve anterior e Pelve diminuídos após a utilização do salto.

    Na tabela a seguir temos os resultados das variáveis estudadas para o grupo de mulheres com Hiperlordose na postura ortostática com e sem o uso do calçado de salto alto. Desta forma apresentam a estatística descritiva dos ângulos selecionados pelo estudo.

Tabela 02. Valores descritivos dos sujeitos do grupo hiperlordose com e sem calçado de salto alto

    Da observação combinada da média angular da Pelve posterior, com a média angular da Pelve anterior, aliada ao da quinta variável, foi possível inferir que as mulheres com característica física de hiperlordose, apresentaram um aumento da lordose lombar e uma retroversão na variável pelve. Manfio et al (2003) avaliaram sete mulheres descalças, com salto baixo e salto alto (85mm), por meio de fotografias e plataformas de força e encontraram, também, diminuição da anteversão pélvica com o uso de salto em comparação às mulheres descalças.

    Esta mesma constatação destoa do que argumenta Rosa et al (2005) em seu estudo sobre a influência do calçado de salto alto na coluna lombar e cintura pélvica na postura ortostática, bem como Reali et al (2005), no estudo sobre a obtenção e análise das alterações posturais com a elevação do calcanhar. Uma vez que ambos não observaram alterações no ângulo de inclinação pélvica e na curvatura da coluna lombar com o uso do calçado de salto alto.

    Na variável Lombar baixa foi observado não ocorrer alterações significativas, o que já tinha sido observado por Casarim (2005), afirmando não ocorrer alteração significativa na coluna lombar, quando se usa sapatos de salto alto.

    A seguir, temos a apresentação de gráficos para evidenciar de forma sistemática as médias no comparativo entre e intra grupos. Nas variáveis que foram constatadas alteração significativa para aplicação do teste “t” de Student colocou-se asterisco (*) para representar a presença dessa diferença.

    O gráfico a seguir mostra a distribuição dos valores das cinco variáveis angulares mensuradas para a característica dorso plano, durante o procedimento sem e com sapatos de salto alto.

Figura 1. Caracteristicas médias do dorso plano em mulheres com salto e sem salto

    Foi possível observar que ocorreram alterações significativas nas variáveis: lombar alta (p = 0,02), pelve posterior (p = 0,04) e pelve (p = 0,01) quando comparados sujeitos dorso plano com e sem utilização de calçado de salto alto.

    Estas alterações indicam que os sujeitos que apresentam uma retificação da lombar quando posicionados na postura ortostática com o implemento do salto alto, acabam gerando um pequeno aumento na curvatura desta parte da coluna vertebral.

    Outra variável importante para se destacar foi a diminuição no ângulo da variável 5 (pelve), que perfez um movimento de retroversão na comparação sem salto para a posição com salto. Divergindo do estudo de Bertoncello et al (2009) o qual afirma que a fim de se manter em equilíbrio, durante a utilização dos saltos, as mulheres realizam uma anteversão pélvica. Essa observação é explicada por Opila et al (1988) através do estudo do alinhamento postural na condição descalça e com calçado de salto alto, verificando que, durante o tempo de uso para o teste, ocorreu uma compensação momentânea para a manutenção do equilíbrio e, nesta, a lordose lombar aplainou, em associação com uma retroversão pélvica.

    Na figura a seguir, temos a distribuição dos valores das cinco variáveis angulares mensuradas para a característica hiperlordose, durante o procedimento sem e com sapatos de salto alto.

Figura 2. Caracteristicas médias de hiperlordose em mulheres com salto e sem salto

    A figura 2, mostra uma alteração significativa nas variáveis lombar alta (p=0,02) e pelve (p = 0,003). Na primeira variável ocorreu um aumento do ângulo, ou seja, o mesmo resultado que ocorreu no grupo dorso plano, que aumentou a curvatura lombar após a colocação do calçado de salto, corroborando com o estudo de Pezzan (2009), onde adolescentes com hiperlordose usuárias de salto, com a colocação deste para a avaliação postural aumentaram seus graus de hiperlordose para uma média de 38˚.

    No grupo com aumento da curvatura lordótica, a variável pelve realizou uma retroversão, o que também foi possível perceber no grupo com dorso plano. A diferença entre os grupos foi que no grupo dorso plano ocorreu alteração na pelve posterior e no grupo hiperlordose não.

    A seguir temos as figuras que comparam as médias angulares referentes às características dos dorso plano e hiperlordose, com a postura sem e com sapatos de salto alto, destacando a escala de valores assumidos pelas cinco variáveis ao longo do estudo.

Figura 3. Caracteristicas médias sem salto entre o grupo hiperlordose e dorso plano

    Na figura acima observa-se significâncias consideráveis na variável lombar alta (p = 0,00), pelve posterior (p = 0,00) e pelve (p = 0,002), o que caracteriza um aumento significativo dos ângulos descritos destacando um aumento da lordose lombar e anteroversão pélvica, nas mulheres com hiperlordose em relação as de dorso plano.

    Estes resultados eram esperados já que tratou-se de dois grupos onde a sua divisão era justamente ter a alteração da lombar em hiperlordose, sendo esta uma acentuação da curvatura lombar, e o grupo dorso plano, que consiste em uma diminuição (retificação) da curvatura fisiológica da lordose lombar.

    O gráfico seguinte, evidência como as características dorso plano e hiperlordose se comportaram valorativamente ao longo do experimento com a utilização do salto.

Figura 4. Caracteristicas médias com salto entre o grupo hiperlordose e dorso plano

    A figura acima demonstra que ocorreu uma diferença da curvartura da coluna lombar alta (p = 0,001), lombar baixa (p = 0,000), pelve posterior (p = 0,000) e variavel pelve (p = 0,005), o que caracteriza um aumento significativo dos ângulos descritos, destacando um aumento da lordose lombar e anteroversão pélvica, nas mulheres com hiperlordose que utilizaram calçado de salto alto em relação as de dorso plano. O que também foi observado por Pezzan (2009) em mulheres usuárias de salto, devido o deslocamento do centro de gravidade anteriormente.

    Estes resultados da figura supracitada indicam que as adaptações na região pélvica e lombar dos grupos estudados, com a utilização do calçado de salto são diferentes. Isto pode ser comprovado pela alteração encontrada em 4 das 5 variáveis estudadas.

    Somando-se aos resultados encontrado no presente estudo, Opila (1988), diz que o uso de sapatos de salto alto, na postura ortostática, implica em retroversão pélvica. Pode-se destacar também o estudo de Pegoretti (2004) e Santos (2005), que se contrapõem quanto à existência ou não de alterações na lordose lombar feminina, durante o uso de salto alto.

    Desta discussão, optou-se por autores que retificam o entendimento sobre as alterações ocasionadas na coluna lombar, quando mulheres estão sobre salto alto, já que as divergências de resultados deveram-se em grande parte, pela metodologia adotada pelos pesquisadores. Ressio (2000) já alertara em seu estudo sobre quedas na utilização do salto alto, dizendo que o uso constante desse histórico acessório da beleza feminina, ocasiona danos na coluna lombar. Entretanto, seu estudo diferiu-se desta obra, por ter se pautado na analise da dinâmica do movimento feminino com o uso de sapatos de salto alto, sendo que neste, priorizou-se apenas a análise do posicionamento ortostático, sobre calçados de salto alto, com ênfase nas alterações dos ângulos do segmento lombar e pélvico.

    Como o estudo aqui referido, foi realizado observando apenas o plano sagital das voluntárias, chega-se a resultados semelhantes ao de Pegoretti (2003), que relatou que na região lombar surge uma acentuada curvatura geométrica 2D, quando analisa-se o uso de calçados de salto alto, na posição ortostática pelo plano sagital. Já no estudo realizado por Manfio (2003), foi verificado uma diminuição da inclinação pélvica em função do aumento do salto. Essa harmonia de resultados repousa no fato de ambos os estudos, pautarem seus resultados em análises metodológicas semelhantes.

    Da mesma forma, Hall (2003) destaca que a utilização de calçado de salto alto ocasiona acentuação da hiperextenção nos joelhos e aumento da lordose lombar, a qual leva a anterversão da pelve, havendo um deslocamento caudal do centro de gravidade com objetivo de aproximá-lo do solo para maior estabilidade. Posicionamento confirmado por este estudo, visto que essas alterações posturais, implica em uma introdução mais profundas das apófises articulares superiores das vértebras inferiores e uma aumento de contato entre as apófises espinhosas (KAPANDJI, 2000).

    Já Conceição apud Santos (2005) diz que quanto ao valor da pelve e o centro de gravidade no plano sagital analisados em seu estudo não mostraram diferença significativa com o uso de calçado de salto alto. Esta discordância pode ser dada em razão de diferentes metodologias aplicada em ambos os estudos.

    Os dados apresentados nas tabelas e gráficos, tem por fundamento as observações de Jahss apud Saco et al (2003) que alerta para os cuidados no uso de calçados de salto alto, acima de 4 cm; visto que eles tendem a ocasionarem aumento da lordose lombar, alterações na pelve e mudança no centro de gravidade, para Franklin (1995), a alteração postural pode ser decorrente a alterações no tônus muscular, devido a inclinação pélvica a longo prazo pode gerar alterações na coluna lombar.

    Marques (2005) relata que um grupo muscular adapta-se a de­terminadas condições e que existem variáveis envolvidas nesse mecanismo. Espera-se, portanto, que o uso freqüente de salto possa gerar alterações posturais adaptativas.

Conclusão

    Como resposta a indagação: quais as características da postura ortostática de mulheres, sem e com sapato de salto alto, quanto ao dorso plano e a hiperlordose, o referido estudo revela que as mulheres com características de dorso plano, quando usam sapatos de salto alto de 9 cm, têm uma moderada inclinação posterior da pelve e uma diminuição da retificação da curvatura da coluna lombar.

    Quanto às mulheres de característica hiperlordose, quando utilizam sapatos de salto alto, têm tendência à aumentar o ângulo da coluna lombar e uma retroversão pélvica.

    Na comparação entre os grupos podemos concluir que ambos apresentaram adaptações pélvicas e lombar quando utilizado ou não o calçado de salto. No entanto, as maiores alterações entre os grupos ocorreram quando comparados os dois grupos utilizando o calçado de salto, objetivo principal deste trabalho, demonstrou que a diferença postural destes grupos na região lombar e pélvica fica acentuada com a utilização deste implemento. Esta diferença pode ser tratada tanto no ramo da saúde, quanto na visualização estética.

    O uso de calçado de salto alto gera alterações na coluna lombar, podendo a longo prazo resultar em lombalgias ou mesmo adaptações posturais. Em razão da coluna lombar promover suporte para porção superior do corpo e transmitir o peso dessa área para pelve e membros inferiores.

    Por fim, vale destacar a importância de profissionais da área da saúde ter o conhecimento destes resultados, para indicar com precisão para pessoas com diferentes tipos de curvaturas na coluna lombar as possíveis conseqüências do uso excessivo do calçado de salto alto.

Referências

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