Caracterização das amputações de membros inferiores de pacientes atendidos em um centro no norte do RS Caracterización de las amputaciones de miembros inferiores de pacientes atendidos en un centro del Characterization of lower limb amputations of patients treated in a center north RS |
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*Acadêmica Fisioterapia UPF/Bolsista PIBIC-UPF Universidade de Passo Fundo **Acadêmica Fisioterapia UPF, Universidade de Passo Fundo ***Mestre em Bioengenharia, Docente do curso de Fisioterapia da Universidade de Passo Fundo ****Mestre em Gerontologia Biomédica. Docente do curso de Fisioterapia da Universidade de Passo Fundo (Brasil) |
Amanda Sachetti* Cascieli Miotto** Gióli Deconto** Lisiane Grazziotin Rossato** Bárbara Kayser** Luiz Fernando Bortoluzzi** Tatiana Cecagno Galvan** Marlon Francys Vidmar** Luis Otávio Rosa Gama*** Lia Mara Wibelinger**** |
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Resumo Dentre os tipos de amputação, as de membro inferior são as mais comuns, porém mais limitantes do ponto de vista funcional. Tendo em vista o número crescente de amputações na população principalmente na faixa etária economicamente ativa, este trabalho correlacionou as características destas, em indivíduos atendidos num centro especializado no Norte do RS. Foram analisados os prontuários de 231 indivíduos, sendo que 171 eram amputados de membros inferiores, destes 84,2% são homens, 30,4% foram devido a causas vasculares, 27,5% por acidentes automobilísticos, sendo que a faixa etária mais afetada foi entre os 60-69 anos. Ainda, nos pacientes idosos a causa principal foi doença vascular e, nos indivíduos mais jovens foram os acidentes automobilísticos. Quanto ao nível da amputação, 53,2% foram transfemurais, seguido de 39,8% transtibiais. Observa-se a importância deste tipo de pesquisa a fim de elaborar estratégias preventivas tendo em vista que a grande maioria das amputações de membros inferiores ocorre por causas evitáveis. Unitermos: Amputação. Extremidade inferior. População.
Abstract Among all types of amputation, those of lower limb are the most common, however most limiting the point of view functional. Given the increasing number of amputations in the population especially in the economically active age group, this study correlated these characteristics in individuals treated in a specialist center in northern RS. The medical records of 231 individuals, 171 of which lower limb amputees, these 84,2% were men, 30,4% were due to vascular causes, 27,5% by car accidents, and the age group most affected was 60-69 years. Still, in elderly patients the main cause was vascular disease, and in younger subjects were motor vehicle accidents. Regarding the level of amputation, 53,2% were transfemoral, transtibial followed by 39,8%. Note the importance of such research to develop preventive strategies in order that the vast majority of lower-limb amputations occur from preventable causes. Keywords: Amputation. Lower extremity. Population.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 170 - Julio de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Segundo Carvalho (2003) amputação é um termo que deriva do latim e apresenta o seguinte significado: ambi= ao redor de/ em volta de e putatio= podar/ retirar. Amputação pode ser definida como a retirada, geralmente cirúrgica, seja total ou parcial de um membro. Para muitos, o termo amputação está relacionada com terror, derrota e mutilação, provocando, de forma implícita, uma analogia com a dependência e a incapacidade.
Segundo dados do CENSO (IBGE 2000), revelou a existência de 24,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que representa 14,5% da população brasileira, sendo que 5,31% apresenta falta de um membro ou parte dele. Estima-se que a incidência de amputações seja de 13,9 por 100000 habitantes/ano (Spichler D et al, 2003). Na literatura mundial, há controvérsias quanto ao número de amputações, variando de 2,8 a 43,9 por 100000 habitantes/ano (Group TG, 2000).
O perfil das amputações mudou muito nos últimos tempos. Isso se deve ao advento de novos medicamentos, à quimioterapia e radioterapia, à utilização de fixadores externos, de câmaras hiperbáricas e às técnicas cirúrgicas de revestimento cutâneo, entre outras (Carvalho, 2003).
A causa mais freqüente das amputações é a vascular, tanto no sexo feminino quanto no masculino (Fyfe NC, 1990; Gregory-Dean A, 1991; Miller WC et al, 2001; Nagashima H, Inoue H, Takechi H, 1993; Person B, 2001), ocorrendo em indivíduos mais velhos, predominantemente acima de 60 anos (Nissen SJ, Newman WP, 1992), Os fatores de risco, como idade avançada, tabagismo, diabetes, hipertensão, lipoproteinemia, influenciam o aparecimento de doenças vasculares (Nissen SJ, Newman WP, 1992). As amputações de membros inferiores causadas por doenças vasculares periféricas atingem principalmente pacientes com faixa etária mais avançada, os quais estão mais suscetíveis a doenças degenerativas como a arteriosclerose (Carvalho, 2003).
A amputação de membros inferiores é um grande desafio a ser superado. Sua ocorrência causa sérias mudanças no campo estético, na auto-estima, na mobilidade, na capacidade de realizar atividades de vida diária, no trabalho e no lazer (Bruins M et al, 2003).
Devido aos fatores citados acima este trabalho tem como objetivo relacionar o tipo de amputação e suas causas, bem como a faixa etária em que há maior incidência para que sejam traçadas metas de prevenção tendo em vista a representação das amputações na sociedade atual.
Metodologia
Esta pesquisa tem caráter quantitativo de natureza documental. Foram revisados 231 prontuários de pacientes amputados de ambos os sexos, atendidos em um Centro especializado localizado numa Universidade do Norte do Rio Grande do Sul entre 2005 e 2010. Para coleta de dados foi utilizada uma tabela elaborada pelos autores do estudo contendo questões principalmente epidemiológicas as quais foram extraídas do prontuário dos pacientes. Os dados foram coletados entre julho e setembro de 2011 após autorização assinada pelo diretor deste centro. Esta pesquisa faz parte de outro estudo que teve como objetivo traçar o perfil epidemiológico dos pacientes atendidos no local, realizado no ano de 2011.
Como critérios de inclusão o paciente deveria ser amputado de membros inferiores e ter o prontuário preenchido corretamente. Foram excluídos do estudo pacientes que sofreram outros tipos de amputação sendo que, a amostra final foi de 171 indivíduos.
Para organização dos dados foi utilizado o aplicativo Microsoft Excel através de tabelas onde foi possível realizar a correlação dos dados necessários. Este projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade de Passo Fundo conforme protocolo nº 319/2010.
Resultados
Dos 231 prontuários analisados, 171 eram de pacientes que sofreram amputação de membros inferiores, destes 144 (84,2%) eram do sexo masculino e 27 (15,8%) do sexo feminino.
Quanto à idade, conforme tabela 1, a faixa etária onde há maior número de indivíduos é dos 60-69 anos (24%) seguida da faixa etária que fica entre os 50-59 anos (16,4%).
Tabela 1. Relação indivíduos X faixa etária
Em relação à causa da amputação, conforme tabela 2, 52 (30,4%) foi por doenças vasculares periféricas, seguido de acidentes automobilísticos com 47 amputações (27,5%). Ainda, entre as principais causas estão as doenças infecciosas com 24 amputações (14%) e os acidentes de trabalho 19 (11,1%).
Dos 47 indivíduos amputados por acidentes automobilísticos, 14 tem idade entre 30-39 anos, 11 tem idade entre 40-49 anos e 8 entre 20-29 anos. Em contrapartida, dos 52 indivíduos amputados por doença vascular periférica, 15 tem idade entre 60-69 anos, 13 entre 50-59 anos e 12 entre 70-79 anos.
Ainda, foi possível observar que dos 11 indivíduos amputados com mais de 80 anos, 8 foram por doença vascular periférica, já os indivíduos entre 10-19 anos tiveram como causa os tumores (2), anomalias congênitas (2) e doença infecciosa (1).
Tabela 2. Relação indivíduos X causa amputação
Quanto ao nível da amputação sofrida, conforme tabela 3, as transfemurais aparecem em maior número (91), representando mais da metade do total de amputações de membros inferiores (53,2%). Em segundo lugar aparecem as transtibiais, sendo 67 amputações que representam 39,8% do total.
Tabela 3. Relação indivíduos X nível amputação
Discussão
Neste estudo, há predomínio de amputações no sexo masculino, bem como no estudo realizado por Leite (2004), com pacientes amputados de membros inferiores onde 61,5% eram do sexo masculino e 38,5% do sexo feminino. Ainda, Nissen (1992) e Cassefo (2003) citam o predomínio do sexo masculino em seus estudos, variando de 71% a 88%.
Entre os 60-69 anos estão as taxas mais altas de amputação seguida da faixa etária entre 50-59 anos e, em terceiro lugar estão os adultos-jovens, entre 30-39 anos. Segundo Guccione (2002) os idosos, especialmente aqueles com mais de 55 anos de idade, constituem a maior parcela dos indivíduos com amputação de membro inferior. Ainda segundo Guccione (2002) as amputações de membro inferior nesse grupo ocorrem com uma conseqüência da doença vascular periférica, principalmente associada a diabetes.
A principal causa para amputação encontrada neste estudo foram as doenças vasculares periféricas, seguido de acidentes automobilísticos, o que vem de encontro a outros autores como Ramaciotti (1995) que diz que as amputações em pacientes com obstrução arterial representam a maior porcentagem das amputações realizadas nos membros inferiores.
Neste estudo foi possível constatar que entre os idosos a principal causa de amputação foi as relacionadas à doenças vasculares periféricas e, nas faixas etárias mais jovens houve predomínio de amputações por uma causa traumática, neste caso, acidentes automobilísticos.
A insuficiência vascular periférica é responsável por 80% de todas amputações de membros inferiores em indivíduos adultos. Os traumatismos são responsáveis por 10,6% das amputações ocorridas em membros inferiores Carvalho et al (2005).
A causa mais freqüente das amputações é a vascular, tanto no sexo feminino quanto no masculino (Fyfe NC, 1990; Gregory-Dean A, 1991; Miller WC et al, 2001; Nagashima H, Inoue H, Takechi H, 1993; Person B, 2001), ocorrendo em indivíduos mais velhos, predominantemente acima de 60 anos (Nissen SJ, Newman WP, 1992; Gauthier-Gagnon C, Grise M C, Potvin D, 1998). Os fatores de risco, como idade avançada, tabagismo, diabetes, hipertensão, lipoproteinemia, influenciam o aparecimento de doenças vasculares (Agne JE et al, 2004). As amputações de membros inferiores causadas por doenças vasculares periféricas atingem principalmente pacientes com faixa etária mais avançada, os quais estão mais suscetíveis a doenças degenerativas como a arteriosclerose (Carvalho, 2003). No estudo de Cassefo (2003) foi encontrado 72,9% de amputações por doença vascular em idosos.
Segundo O’Sullivan (1994) importantes avanços nas técnicas de diagnóstico não invasivo, revascularização e cicatrização de feridas baixaram a incidência geral de amputações decorrentes de doença vascular, contudo ainda, a principal causa de amputação de membro inferior continua a ser a doença vascular periférica (DVP) ou simplesmente vasculopatias periféricas (VP),
Os traumatismos são a segunda maior causa de amputação, acometendo principalmente adultos jovens, sendo indicada quando se torna impossível uma reconstrução do membro lesionado (Brito DD, Isernhagen FC, Bepieri TZ, 2005). As amputações causadas por traumatismos são conseqüência em grande parte de fraturas expostas, contaminação severa de ferida, lesões do tipo esmagamento que levam a necrose muscular progressiva e retardo no tempo de vascularização - menor que 6 horas (Agne JE et al, 2004). No estudo realizado por Silva (2006), as causas de amputação por trauma foram maiores em indivíduos adultos jovens e com maior freqüência em homens. Segundo O’Sullivan (1994), as amputações por trauma ocorrem com maior freqüência em adultos jovens do sexo masculino.
Os acidentes envolvendo motocicletas aumentam exponencialmente tanto quanto aumentam a quantidade deste meio de transporte que, por sua característica ágil, rápido, desenvolvendo bem no transito das grandes cidades, preço e manutenção extremamente baratos, acessíveis a maior parte da população, segundo Sado (2009), Pinto (2008), em seu estudo a predominância foi de jovens do sexo masculino e os acidentes ocorreram mais no trajeto de lazer ou passeio.
As amputações traumáticas atingem adolescentes e adultos jovens, pois estes estão mais expostos a acidentes de trabalho, acidentes por meio de transporte, batalhas e minas perdidas. Com o advento de técnicas cirúrgicas e o uso de fixadores externos o índice de amputações por traumatismo tem diminuído consideravelmente (Silva CP, 2006).
Neste estudo, entre 10-19 anos as principais causas de amputação foram as anomalias congênitas e os tumores. Os pacientes portadores de anomalia congênita que apresentam deformidades importantes, as quais podem impossibilitar a protetização ou dificultar a função do membro residual, geralmente são encaminhadas para procedimentos cirúrgicos, estando, entre elas, a amputação que deve ser realizada nos primeiros anos de vida (Carvalho, 2003).
Quanto ao nível da amputação, a mais comum nesta população foram as transfemurais, seguido das transtibiais e, em terceiro lugar as amputações parciais de pé. Também para Leite (2004), em seu estudo, onde foi feita uma analise retrospectiva da prevalência de amputações bilaterais de membros inferiores, 76,3% das amputações são do tipo transfemural e 23,7% transtibiais. No estudo de Silva (2006), foram encontrados resultados semelhantes sendo que 77% da população estudada havia sofrido amputação acima do joelho, 17% no nível transtibial e 6% amputação a nível do pé. Porém Guccione (2002) diz que nas amputações por causa vascular, o nível mais comum é o transtibial representando 50% dos casos, em segundo as transfemurais com 25% dos casos e, outros 25% para as amputações a nível do pé.
Conclusão
A partir dos dados obtidos neste estudo verifica-se que apesar do alto índice de amputações de membros inferiores, a grande maioria delas ocorre devido a fatores modificáveis, os seja, evitáveis, portanto as informações aqui contidas são essenciais para a elaboração de estratégias preventivas que possam abranger a população acometida.
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