Importância da atividade física para a terceira idade La importancia de la actividad física en la tercera edad |
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*Licenciada em Educação Física e acadêmica do bacharelado em Educação Física da UnC, Concórdia **Acadêmica do curso Licenciatura Plena em Educação Física da UnC, Concórdia ***Professor da graduação em Educação Física da UnC, Concórdia e da Faculdade IDEAU de Getúlio Vargas (Brasil) |
Luana Maria da Costa* Naiá Mattiello** Regina Miriam Hoch* Prof. Ms. Ivan Carlos Bagnara*** |
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Resumo O envelhecimento é inevitável. A cada dia percebemos um aumento no número de idosos, juntamente a isso verificamos a falta de profissionais interessados e capacitados, para atender os mesmos em programas de atividade física. A presente pesquisa de revisão bibliográfica busca relacionar a importância da prática de atividades físicas para idosos, e suas conseqüências no convívio social, além de encontrar alternativas para tornar o idoso mais saudável. Durante os primeiros anos da nossa vida, a evolução é muito rápida, porém quando chegamos à terceira idade, ocorre à involução, e esse processo ocorre mais lentamente. Praticando atividades físicas regulares, podemos auxiliar na readaptação, além de ser uma atividade que preenche parte do tempo livre do idoso. Para a prática de atividade física não existe idade ideal, basta apenas escolher uma atividade que lhe de prazer e satisfação. Com a criação de um hábito de vida mais saudável (atividade física) ocorre uma melhora na saúde física e psíquica do idoso, além de ampliar sua expectativa de vida, fazendo com que o idoso perceba que ele faz parte da sociedade e não é um peso para seus familiares. Assim, vivenciando da melhor forma possível a terceira idade; a melhor idade. Unitermos: Terceira Idade. Atividade física. Saúde.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 170 - Julio de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
“Envelhecimento é a conseqüência de alterações, que os indivíduos demonstram, de forma característica, com progresso do tempo, da idade adulta até o fim da vida” (MEIRELLES, 1997). O envelhecimento é inevitável. A cada dia percebemos um aumento do número de idosos no Brasil e no mundo. O envelhecimento vem aumentando consideravelmente, trazendo juntamente com ele aumento da expectativa de vida da população. Porém, precisamos não só aumentar como melhorar a expectativa de vida e proporcionar condições de vida mais saudáveis para nossos idosos.
Segundo afirma Porto (2008), busca-se através de programas de atividades físicas uma diminuição do stress, inibir o sedentarismo e principalmente manter a capacidade funcional do idoso, fazendo assim com que eles sintam-se úteis, realizando suas tarefas diárias.
Atualmente percebe-se que existe falta de profissionais interessados e de certa forma até mesmo capacitados para desenvolver programas de atividade física específico para idosos. Profissionais que estimulem a prática de atividades físicas, o que certamente contribuiria consideravelmente para um envelhecimento menos traumático, evitando assim a baixa auto-estima, monotonia, exclusão social, perdas físicas e afetivas (MELLO; BAGNARA, 2011).
O presente estudo busca relacionar a importância da prática de atividades físicas para idosos, e suas conseqüências no convívio social dos mesmos, além de encontrar alternativas para tornar o idoso mais saudável e fisicamente ativo, proporcionando assim uma vida mais saudável.
Terceira idade e envelhecimento
Ser velho é uma chance que cada dia mais pessoas conseguem alcançar. Atualmente existe um número cada vez maior de pessoas idosas vivenciando uma vida saudável; é importante não só viver mais, mas sim viver melhor, mantendo o corpo em constante atividade física a fim de conservar as suas funções vitais em bom funcionamento (OTTO, 2000).
Juntamente com o processo de envelhecimento vários aspectos vão se modificando; aspectos biológicos, fisiológicos e psíquicos, o que influencia diretamente dentre outros fatores nas relações sócio afetivas dos indivíduos. Juntamente com outros aspectos, esse processo possibilita aos idosos uma enorme tendência de se sentirem sozinhos, abandonados.
Uma das principais causas apontadas para a sensação de solidão e abandono as quais são submetidos os idosos pode ser destacada a aposentadoria que muda consideravelmente a rotina diária da vida. Isso faz com que os idosos necessitem de readaptação a uma realidade nova, onde têm muito tempo disponível e poucas atividades programadas para fazer, e os idosos precisam sentir-se úteis.
Para Meirelles (2000, p.13) “envelhecer com lucidez e dignidade, em pleno corpo e em pleno espírito, é a realização total da aventura humana no planeta em que vivemos e sobrevivemos”. Ainda para esclarecer melhor este ponto abordado por Meirelles, seguimos, onde “a saúde não é tudo na vida, mas sem saúde tudo é nada”. “Tudo” na velhice envolve desde amizades, visitas, amigos, parentes, passeios, eventos, viagens, encontros, enfim, atividades que englobem uma forma de se relacionar com outras pessoas.” (SCHOPENHAUER apud MEIRELLES 2000, p.87). E, esse tudo, somente pode ser plenamente atingido quando o idoso possui autonomia funcional para desenvolvê-lo.
Na velhice, o idoso precisa se readaptar, se reorganizar e reprogramar seus dias, suas semanas. Eles percebem que tem muito tempo livre como apontado anteriormente e com isso, precisam preencher esse tempo aproximando-se dos amigos, fazendo viagens, passeios, precisam estar em companhia de outras pessoas, sentir-se jovens, praticar exercícios físicos.
Porém, apesar de existir teorias que explicam e caracterizam o processo de envelhecimento, o mesmo varia bastante de pessoa para pessoa e é influenciado tanto pelo estilo de vida quanto por fatores genéticos. Especialistas em envelhecimento acreditam que o ser humano poderia viver até 115 a 120 anos se o estilo de vida e seu perfil genético fossem os ideais (NIEMAN 1999). Da mesma forma, especialistas afirmam que o ser humano poderia alcançar uma expectativa de vida muito maior que a apontada anteriormente, desde que mantivesse um estilo de vida ativo, alimentação correta e da mesma forma fosse brindado com perfil genético adequado, e, não ignorando a prática regular de exercícios físicos.
Importância da atividade física para terceira idade
Segundo Meirelles (2000) o desempenho físico é modificado com o decorrer dos anos. Havendo a prática de atividades físicas adequadas e regulares, respeitado-se a individualidade biológica, essas modificações serão restringidas, favorecendo o prolongamento da vida e a qualidade de vida, contribuindo na reabilitação das funções orgânicas interdependentes.
Durante os primeiros anos da nossa vida, nossa evolução física é muito rápida, principalmente nos quesitos de crescimento e desenvolvimento, porém quando chegamos à terceira idade, ocorre a fase da involução. O processo de involução ocorre de forma mais lenta que a evolução da infância e adolescência. Porém, tal involução influencia diretamente e de forma considerável na perda das capacidades funcionais do idoso. Quando se pratica atividades físicas regulares e adequadas, pode-se auxiliar o corpo nessa readaptação e diminuir os efeitos “involutivos” do processo de envelhecimento, além é claro de ser uma atividade que preenche boa parte do tempo livre do idoso, além de promover a integração e participação ativa no meio social.
“O envelhecimento fisiológico não acompanha necessariamente a idade cronológica, isto varia de pessoa para pessoa, levando em conta muitos fatores, principalmente o estilo de vida de cada um” (SOUZA, 2011). Idosos com estilo de vida ativo, que praticam atividades físicas durante a sua vida inteira, e mantém uma alimentação saudável, muito provavelmente terão um envelhecimento fisiológico e consequentemente um processo de perdas funcionais mais lento do que aquele idoso que foi sedentário a sua vida inteira ou grande parte dela.
O corpo humano é como uma máquina, a qual precisa ser movimentada regularmente para manter todas as suas funções, se esses movimentos forem limitados à atividades diárias como caminhar, sentar, levantar, brincar com os netos, a nossa máquina irá ficar praticamente parada, fazendo com que nossos músculos atrofiem. Assim, percebe-se a importância da pratica de uma atividade física regular e orientada, fortalecendo assim nossos músculos, articulações, ossos, além de aumentar a capacidade respiratória, a resistência física e facilitar a circulação sanguínea, tudo isso fazendo com que a fadiga demore mais tempo para ocorrer (GEIS, 2003).
É importante para os idosos manter suas tarefas diárias, porém isso não é suficiente para manter o bom funcionamento de nossos músculos, ossos e articulações, o ideal é praticar atividades físicas, exercícios físicos orientados por profissionais, prevenindo assim qualquer dano que possa ser causado à saúde do idoso por práticas incorretas ou inadequadas para o seu nível de aptidão física específica.
Segundo estudos de Nieman (1999, p. 291) “as pessoas idosas que se exercitam regularmente relatam que dormem melhor, são menos vulneráveis às doenças virais e possuem uma melhor qualidade de vida do que as sedentárias”.
Não há idade para se iniciar a pratica de esportes ou atividades físicas, apenas deve-se escolher o tipo de atividade adequada, de esporte a ser praticado pelos idosos. É necessário realizar atividades físicas adaptadas à idade, de acordo com as necessidades fisiológicas, sociais e emocionais, ainda levando em conta as possibilidades de cada pessoa. Deve-se objetivar uma atividade física relaxante, gratificante e não algo competitivo, ou que exija muita técnica (GEIS, 2003). Esses cuidados devem ser tomados para não desmotivar os idosos quando não conseguirem realizar as atividades propostas pelo professor e acabarem por abandonar a prática de exercícios.
Percebe-se que a atividade física influencia não só na execução das atividades diárias, ou seja, na manutenção da capacidade funcional, mas também no sono reparador dos idosos. Não existe uma idade limite para iniciar a pratica regular de exercícios físicos, o importante é que essa atividade seja relaxante e gratificante como apontado anteriormente e que o idoso consiga executar sem muita dificuldade, evitando a decepção e perda do interesse pela prática.
Para Geis (2003), quando idosos iniciam a pratica de atividades físicas, seu corpo vai se modificando, e eles aos poucos começa a aceitar como ele é. A atividade física também pode ajudar o idoso a superar a solidão, pois normalmente essas atividades são feitas em grupos. Assim em alguns casos o uso de medicamentos pode até ser diminuído como apontam alguns estudos desenvolvidos com este tipo de população.
A atividade física é muito importante para a qualidade de vida dos idosos, pois através dela consegue-se melhorar os índices de saúde, combater os efeitos do processo de envelhecimento, para que o idoso possa manter uma vida ativa, ser independente e socialmente participativo. A pratica de atividade física afeta também a área psicossocial, onde podemos destacar a diminuição do stress, da ansiedade, da depressão, aumento da autoconfiança, autoestima e da socialização. Com a manutenção da saúde nessa população os gastos com saúde pública, serão significativamente menores (PORTO, 2008).
A pratica de atividade física principalmente em grupos, nas academias e clubes, ajuda o idoso a sentir-se menos sozinho, a perceber que ele faz parte da sociedade e como consequência ocorre a melhora da saúde física e psíquica. Nos grupos de atividade física ocorre a convivência com outras pessoas, auxiliando o idoso, em alguns casos até a diminuir o uso de medicamentos por problemas depressivos e de solidão.
Com a adoção de um estilo de vida saudável e a pratica de atividades físicas, percebemos alterações nos componentes da aptidão física relacionados com a saúde, tais como aptidão cardiorrespiratória, força muscular, resistência muscular e a flexibilidade. Essas alterações irão influenciar positivamente na execução das tarefas diárias além de auxiliarem na autonomia dos idosos. Percebem-se também ganhos na composição corporal, índice de massa muscular, diminuição de dores articulares, aumento da densidade mineral óssea, aumento da capacidade aeróbica, melhora do perfil lipídico, melhora da força e flexibilidade e diminuição de incidentes de quedas e fraturas. (PORTO, 2008).
Objetiva-se com a prática de exercícios físicos orientados para idosos, ampliar sua expectativa de vida, melhorar a qualidade de vida, promovendo a sua independência física, fazendo com que o idoso perceba que ele faz parte da sociedade e não é um peso para seus familiares. Com a prática de atividades físicas gerais e exercícios físicos orientados, busca-se também protelar ao máximo o aparecimento de doenças graves e crônicas em etapas iniciais da chamada terceira idade.
Considerações finais
Durante as etapas deste estudo de revisão bibliográfica percebemos a importância de atividades e exercícios físicos orientados especificamente para idosos. O profissional de Educação Física deve ser capacitado em avaliar, prescrever e controlar as diversas variáveis presentes no contexto do exercício físico, respeitando as individualidades e necessidades de cada um, a fim de evitar riscos e possíveis danos pela prática incorreta de exercícios, posturas erradas e intensidades inadequadas.
Com hábitos de vida saudáveis e alimentação adequada, aliado a pratica de atividades físicas regulares ou exercícios físicos orientados, podemos proporcionar à população idosa uma vida mais saudável e com qualidade. Através do exercício físico pode-se mostrar para o idoso que ele faz parte de uma sociedade, que ele é um membro importante da família, e que ele possui uma importante e relevante posição na comunidade ou local onde vive.
Os programas de exercícios físicos direcionados para o público idoso têm como objetivo diminuir a incidência de doenças crônico-degenerativas, doenças oriundas do sedentarismo e protelar ao máximo o aparecimento de doenças limitadoras, aproveitando assim da melhor forma possível a terceira idade, a melhor idade.
Atualmente, cada vez mais pessoas estão tendo a possibilidade de envelhecer. Porém, acompanhando o rápido crescimento da população idosa, cresce juntamente a necessidade de profissionais capacitados para orientação e intervenção junto a este público para tornar a terceira idade mais agradável, motivante e produtiva do ponto de vista pessoal. Não nos referimos somente a profissionais da área de Educação Física, mas diversas outras áreas de extrema importância para amenizar as perdas fisiológicas, sociais, emocionais e funcionais provocadas pelo processo de envelhecimento.
Referências
GEIS, Pilar Pont. Atividade Física e Saúde na Terceira Idade: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 5ª ed. 2003.
MEIRELLES, E.A. Morgana. Atividade física na 3ª Idade. Rio de Janeiro: Sprint, 1997.
MEIRELLES, Morgana A. E. Atividade física na terceira idade. Rio de Janeiro: Sprint, 3ª ed. 2000.
MELLO, Rosane Garstka de; BAGNARA Ivan Carlos. A importância de atividades físicas recreativas adaptadas para grupos de terceira idade. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, N° 155, Abril de 2011. http://www.efdeportes.com/efd155/atividades-fisicas-adaptadas-para-terceira-idade.htm
NAHAS, Markus Vinicius. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 2ª ed. Londrina: Midiograf, 2001.
NIEMAN, David C. Exercício e saúde: Como se prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. 1ª ed. São Paulo: Editora Manole, 1999.
OTTO, Edna exercícios físicos para a terceira idade. São Paulo: Manole 1ª ed. 1987.
PORTO, Jeferson Corrêa. Longevidade: atividade física e envelhecimento. Maceió: Edufal, 2008.
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