Introdução
A fase mais importante do desenvolvimento motor se encontra na infância, e é
quando o profissional de Educação Física tem maior chance de trabalhar com as
crianças. O esporte na infância é capaz de desenvolver as habilidades
motoras, mas quando isso não acontece adequadamente, ela terá dificuldades de
combinar e de modificar estes movimentos em formas de habilidades mais
especializadas (ISAYANA & GALLARDO, 1998).
Borges et al. apud Freire (2002)
observa duas situações referentes à avaliação
na Educação Física Escolar: A primeira consiste na grande dificuldade de
elaboração de propostas de avaliação que se adaptem ao cotidiano das
crianças na escola e que forneçam aos professores, respostas de como se
encontram seus alunos. A segunda situação está relacionada com as respostas
sobre o desenvolvimento dos alunos que a avaliação irá oferecer, para que os
professores possam intervir se necessário.
A Lei N° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, exige da escola a obrigação de realizar o processo da
Educação em Saúde para que crianças e adolescentes adquiram hábitos para
manter seu organismo em um ótimo estado de funcionamento. Pois é consenso a
nível mundial que os hábitos de vida, adquiridos na infância e na
adolescência tendem a perdurar durante a idade adulta (Azevedo et al, 2007;
WHO; 2004; 2007).
Considerando isso um dos objetivos principais da Educação Física na Escola do
Ensino Fundamental e do Ensino Médio, o desenvolvimento da resistência básica
geral, força relativa, flexibilidade e as aptidões físicas específicas que
são bases à saúde somática da criança e do adolescente (BRASIL, 1997;
WEINECK, 2001; ПРОГРАММЫ,
1988).
Para serem desenvolvidas adequadamente estas capacidades físicas, deveria
existir um programa governamental do desenvolvimento físico dos alunos de todas
as faixas etárias através das aulas de Educação Física na Escola
Fundamental e Média com controle anual deste desenvolvimento, através de
testes físicos padronizados, tabelas de referência e sistema de avaliação
que caracterizam dinâmica de desenvolvimento físico anual. (ПРОГРАММЫ,
1988).
A Educação Física do Ensino Fundamental brasileiro, conforme os Parâmetros
Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), não constam os critérios para
avaliação do desenvolvimento físico dos estudantes: testes físicos
padronizados e tabelas de referência. Também nada consta sobre o sistema de
avaliação que caracteriza a dinâmica de desenvolvimento físico anual com as
notas objetivas. Por este motivo os professores de Educação Física não
controlam o desenvolvimento físico de seus alunos.
Para suprir tal necessidade, Kalinine (2010) elaborou uma metodologia de
avaliação objetiva, que pode ser utilizada para controle do desenvolvimento
físico dos estudantes da Escola do Ensino Fundamental e Média. Se for adotada
pelo MEC pode ser utilizada como documento que obriga os professores de
Educação Física a desenvolverem as capacidades físicas de todos os
estudantes até, pelo menos, do desenvolvimento mínimo para sua faixa etária.
Esta metodologia se baseia nos testes padronizados e normas de desenvolvimento
físico mínimo e desenvolvimento físico ótimo dos estudantes com faixa
etária de 8 até 18 anos de idade que foram extraídos dos Programas da Escola
Fundamental e Média, Cultura Física da Escola Russa. (ПРОГРАММЫ,
1988).
Considerando o que está escrito acima, o objetivo desta pesquisa foi verificar
e avaliar o desenvolvimento físico dos estudantes do primeiro e segundo ciclos
do Ensino Fundamental.
Metodologia
O
grupo de estudo composto por todas as crianças de idade de 8 a 12 anos da
Escola Estadual de Ensino Fundamental do Município de Tupanciretã, Brasil. No
total 42 estudantes do sexo masculino. Como critério de inclusão, os
indivíduos da amostra tem idade entre 8 a 12 anos, saudáveis, estarem aptas
fisicamente para realizarem a bateria de testes selecionados e terem
autorização dos responsáveis por eles para participarem desta pesquisa. A
coleta dos dados foi realizada na própria escola.
Procedimentos
Antes de começar a pesquisa foi obtido o Termo de Consentimento da
instituição, foco deste estudo. O projeto de pesquisa foi aprovado pela
diretora da escola, e realizado com a autorização da referida instituição de
ensino. Ao conhecer o protocolo que será utilizado para o desenvolvimento da
pesquisa, os pais ou responsáveis pelas crianças assinaram o Termo de
Consentimento Livre Esclarecido.
Nos sujeitos do grupo de estudo foi pesquisado o nível do desenvolvimento da
resistência.
O nível de desenvolvimento da resistência foi determinada através teste de
1000 metros.
Para análise dos resultados encontrados foi utilizada a metodologia de
avaliação elaborada por Kalinine (2010).
Teste
de Corrida e com caminhada 1000 m
-
Equipamento:
Cronômetros esportivos (precisão ± 0, 01 s).
-
Descrição:
Este teste deve ser aplicado a três alunos ao mesmo tempo tomam posição
por trás da linha de partida. O professor usa os comandos “Estão
prontas?” e “Já!”. Este último é acompanhado pela descida do braço
do professor para dar ao marcador de tempo um sinal visual. O marcador fica
na linha de chegada.
-
Regras:
Registra-se o tempo decorrido entre o sinal de partida e o momento em que o
aluno cruza a linha de chegada. Registra-se em minutos.
-
Para
o tratamento estatístico foram utilizados os métodos de estatística
matemática descritiva (média, desvio padrão, percentagem) e estatística
matemática analítica (análise de regressão).
-
Esta
pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, envolvendo Seres
Humanos, da UFSM, número de CAAE: 0243.0.243.000-11.
Resultados
e discussão
Os
resultados apresentados na Figura 1 mostram que em teste Corrida de 1000 m dos
estudantes do sexo masculino pesquisados há melhoramento dos resultados de 8 a
12 anos. A correlação entre idade e tempo de corrida é de r = 0,49; p < 0
Figura
1. Dinâmica dos resultados dos estudantes de sexo masculino de 8 a 11 anos
em corrida de 1000 metros
Discussões
Neste estudo com base nos critérios adotados, para o teste físico aplicado,
observou-se que elevado número de estudantes apresenta nível de resistência
ou seja desenvolvimento físico baixo.
Na pesquisa bibliográfica nos não achamos nem uma pesquisa sobre
desenvolvimento das capacidades físicas dos estudantes de primeira e segundo
ciclos de Escola do Ensino Fundamental do Brasil. Mas podemos considerar que os
resultados encontrados vão em acordo com Alves et al (2010) que constatou que
as crianças com idade mais adiantada apresentaram tendência a reduzir a
prática de atividade física.
Por isso a prática de atividade física torna-se cada vez mais importante para
desenvolvimento pleno das crianças e é intimamente relacionada com as
oportunidades oferecidas às crianças nas escolas, pois não há espaço
adequado nas cidades atuais para tal desenvolvimento, principalmente para
crianças carentes.
Conclusão
Concluímos que os níveis de desenvolvimento físico dos alunos que
participaram do teste esta inferior aos desejados. Para modificar isso é
importante que o professor de Educação Física e a escola tenham o dever com a
saúde através de planos escolares mais eficientes, que condizem com a melhora
no desenvolvimento físico escolar e futuramente a melhor qualidade de vida
dessas mesmas crianças.
Referências
-
ALVES,
J, V; SCHWINDEN, R, M; DETÂNICO, R, C; et al. Padrão motor do salto
horizontal de crianças de 7 a 12 anos, considerando sexo, nível de
atividade física e estado nutricional. Revista da Educação Física/UEM
Maringá, v. 21, n. 1, p. 25-35, 1. trim. 2010.
-
BORGES,A.F.;
BORIN,J.P.; MARCO,A. Avaliação de indicadores antropométricos e
neuromusculares de jovens escolares do ensino fundamental do interior
paulista. Motriz, Rio Claro, v.16 n.2 p.326-337, abr./jun. 2010.
-
BRASIL.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais:
Educação física / Secretaria de Educação Fundamental. –
Brasília: MEC/SEF, 1997.
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GAYA,A;
CARDOSO,M; SIQUEIRA,O. TORRES,L; Crescimento e Desenvolvimento motor em
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-
ISAYANA,H,F;
GALLARDO,J,S,P. Desenvolvimento motor: Análise dos estudos Brasileiros
sobre habilidades motoras fundamentais. Revista de Educação Física/UEM
9(1): 75-82, 1998.
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KALININE
I. Centro de Educação Física e Desportos – UFSM. Avaliação da
educação física escolar. Santa Maria, 2010. Não paginado,
mimeografado.
-
Lei
N° 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf.
Acessado em 25/5/2011.
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WEINECK
J. Treinamento ideal. São Paulo: Manole, 9ª ed. 2001.
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World
Health Organization. Global strategy on diet, physical activity and
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http://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/WHA57/A57_R17-en.pdf. Acessado em
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World
Health Organization. Regional Office for Europe. A European framework to
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2007. http://www.euro.who.int/document/e90191R.pdf. Acessado em 25/3/2011.
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http://apps.who.int/gb/ebwha/pdf_files/WHA57/A57_R17-en.pdf. Acessado em
28/3/2011.
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ПРОГРАММЫ
СРЕДНЕЙ
ОБЩЕОБРАЗОВАТЕЛЬНОЙ
ШКОЛЫ.
Физическое
воспитание. Mинистерство
Народного
Образования
РСФСР. [PROGRAMAS DA ESCOLA FUNDAMENTAL.
Primeiro e segundo ciclos. Cultura Física. Ministério de Educação da
Federação Russa]. Москва:
Просвешение,
1988. Russo
Outros artigos em
Portugués
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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 170 | Buenos Aires,
Julio de 2012
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