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O envelhecimento e suas implicações fisiológicas

El envejecimiento y sus implicancias fisiológicas

The aging and its physiological implications

 

Graduada/o no curso de Bacharelado em Educação Física

da Universidade Estadual de Maringá

(Brasil)

Ana Claudia Pelissari Kravchychyn

anapelissari@hotmail.com

Emanuella Camacho

emanuella.camacho@gmail.com

Paulo Henrique Borges

paulo.borges.proesporte@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O processo de envelhecimento é algo presente na vida de todos os seres vivos. Dessa forma, o desenvolvimento tecnológico e cientifico contribui para que a expectativa de vida das pessoas seja cada vez maior. O envelhecimento populacional é, portanto, um fenomeno mundial. Nesse sentido, este estudo de cunho bibliográfico tem por objetivo estabelecer uma reflexão a respeito do envelhecimento populacional relacionado com a prática de atividade física e suas relações com a fisiologia do envelhecimento e doenças comuns a idade. Através deste estudo foi possível perceber que a prática de atividade física auxilia na manutenção de componentes físicos, o que pode proporcionar um aumento na qualidade de vida dos idosos, minimizando assim, gastos do governo com saúde pública.

          Unitermos: Idoso. Exercício físico. Doenças crônicas não transmissíveis.

 

Abstract

          The aging process is something in the life of all living beings. Thus, the scientific and technological development contributes to the life expectancy of people is increasing. The aging of the people is therefore a global phenomenon. In this sense, this study reviews the literal character aims to establish a reflection on the aging population related with physical activity and its relationship to the physiology of aging and diseases common to old. Through this study it was revealed that physical activity helps maintain physical components, which can provide an increase in quality of life of older people, reducing government spending on public health, for example.

          Keywords: Old. Exercise. Chronic no communicable diseases.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O presente trabalho fala sobre terceira idade esclarece e apontam assuntos relacionados a essa população e as relações que esta tem com o exercício físico.

    Que a população idosa cresce no mundo isso não é novidade, no Brasil não é diferente e esse crescimento pode ser explicado, segundo Matsudo (2001), por melhoras no desenvolvimento de estudos de prevenção contra doenças infectocontagiosas, doenças do coração entre outras razões como alimentação e a pratica de exercícios físicos. Assim se faz importante o entendimento das mudanças ocorridas pelo ser humano durante a velhice e quais atitudes podem ser desenvolvidas para amenizar os processos de transformação do corpo desse momento.

    No site do IBGE, a OMS diz que o Brasil será o sexto país do mundo com maior população idosa no ano de 2025, no entanto ainda se estuda pouco sobre essa população, suas adaptações e necessidades. Por isso, se justifica a importância de tratar das transformações e eventos decorrentes da idade e quais os mecanismos de minimização desses processos.

    Desta forma esse artigo é uma revisão de literatura e baseou-se em estudos anteriores das áreas de fisiologia, nutrição, exercícios físicos e dados estatísticos para compreendermos melhor como o fenômeno acontece, quais suas proporções, quais as alterações fisiológicas que o idoso passa e quais os meios de intervenções possíveis.

    A revisão dos trabalhos passou por duas partes básicas, área epidemiológica e área da fisiologia. Num primeiro momento falamos sobre o crescimento da população em questão, sua relação direta com a importância e cuidados necessários próprios aos idosos e projeções para o desenvolvimento dessa população e a importância de se estudar e entender onde esses grupos se estabelecem pra melhor atendê-los futuramente. Depois, dentro de fisiologia tratamos mais profundamente das questões adaptativas e doenças decorrentes, e comuns à idade avançada do ser humano. Alterações que limitam os idosos, que os tornam mais dependentes e mediante essa realidade, possíveis formas para intervenção nessa realidade.

Envelhecimento populacional

    O processo de envelhecimento é algo presente na vida de todos os seres vivos. Seja em uma planta, seja no ser humano. É um princípio universal. Nascemos, crescemos, desenvolvemos, reproduzimos, envelhecemos e morremos. Existe, portanto, uma preocupação das famílias nesse sentido. O mundo globalizado e as exigências do dia-a-dia contribuem para a formação de famílias cada vez mais planejadas. Essas famílias tendem a buscar qualidade de vida e longevidade, pois, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), existe uma previsão para que em 2025 cerca de 1,2 bilhões de pessoas no mundo possuam mais de 60 anos (SOUSA; GALANTE; FIGUEIREDO, 2003). A queda da mortalidade ocorre muito em função do controle de doenças infecciosas e mudanças em relação ao estilo de vida, adotando hábitos higiênicos e saudáveis.

    Os países do chamado Terceiro Mundo vêm apresentando, nas últimas décadas, um progressivo declínio nas suas taxas de mortalidade e, mais recentemente, também nas suas taxas de fecundidade. Esses dois fatores associados promovem a base demográfica para um envelhecimento real dessas populações, à semelhança do processo que continua ocorrendo, ainda que em escala menos acentuada, nos países desenvolvidos (RAMOS et al, 1987).

    Seguindo esse raciocínio, o desenvolvimento tecnológico e cientifico contribui para que a expectativa de vida das pessoas seja cada vez mais prolongada. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2003 a expectativa de vida do brasileiro ao nascer era de aproximadamente 71,3 anos. Esse número representa e é influenciado por um conjunto de relacões sociais complexas, como por exemplo a morte prematura de jovens por violência e doenças.

    O envelhecimento populacional é, portanto, um fenomeno mundial. Os idosos representam uma grande faixa da população e tendem a aumentar essa proporção. No Brasil, não é diferente, pois podemos observar com as pesquisas que a expectativa de vida no nosso país dobrou ao longo do século XX. Espera-se que no Brasil de 2020 tenhamos 1 idoso para cada 13 pessoas (DUARTE, 2003).

    Entre os anos 40 e 60, a população brasileira experimentou um declínio significativo na mortalidade, com fecundidade relativamente constante. A partir da segunda metade da década de 60, a rápida e sustentada redução da fecundidade desencadeou uma série de mudanças profundas na distribuição etária, tal como na maioria dos países da América Latina e do Terceiro mundo (WONG, et.al, 2006).

Tabela 1. Estimativas de esperança de vida ao nascer (e0) e aos 60 anos (e60) por sexo – Brasil, 1980, 1985, 1991, 1996, 1998. Fonte: Camarano (2002)

    Essa alteração do perfil demográfico e social do Brasil deve ser motivo de discussões e estudos, pois acarretará em consequências sociais, políticas e econômicas que nortearão o futuro do país. Esse aumento da expectativa de vida fez aumentar o interesse pelas questões relacionadas ao envelhecimento.

    Para estudos desse tipo, Hayflick (1996 apud DUARTE, 2003) chama de gerontologia, pois, segundo o autor, é derivado do radical grego géron (homem velho) e o radical logo (o estudo de). Basicamente, a gerontologia busca estudar e entender cientificamente o processo do envelhecimento em toda sua dimensão: biológica, psicológica, cultural e social. Apresenta um campo de pesquisa vasto.

    A sociedade Brasileira tende a envelhecer a cada ano, pois, segundo Wong (et.al, 2006, p.20):

    Em 2050, o Brasil defrontar-se-á com a difícil situação de atender uma sociedade mais envelhecida do que a da Europa atual, onde uma transição etária muito mais lenta, concomitante com o desenvolvimento social e econômico, não foi capaz, ainda, de convertê-la numa sociedade justa para todas as idades. A questão é saber se, num curto período de tempo, o Brasil – que tem uma distribuição, tanto de renda como de serviços sociais notavelmente injusta – será capaz de enfrentar, com êxito, este desafio.

    A velhice pode ser entendida como um período da vida que compreende uma idade avançada. Porém, varia de acordo com características culturais, sociais, físicas, psicológicas e ambientais de cada população. A medida mais utilizada para classificar a velhice é a idade cronológica. Essa medida é util para estudos epidemiológicos e levantamentos estatísticos, mas não dá suporte necessário para ilustrar o real quadro de saúde e das capacidades físicas dos idosos (PU; NELSON, 2001).

    Sobre os aspectos sociais do idoso no Brasil, apoiamo-nos em Camarano (2002) para afirmar que um dos fatores recorrentes e comuns nessa fase da vida é a solidão, o viver sozinho. Esse dado pode indicar tanto abandono por parte dos familiares, quanto opção de vida. Segundo esse mesmo autor, há maior prevalência de mulheres vivendo sozinhas em relação aos homens. A partir dessa constatação, torna-se importante entender e estudar a constituição familiar e a inserção do idoso na mesma. Camarano (2002) diz que as famílias brasileiras que contém idosos em casa possuem melhores condições financeiras.

Alterações morfofisiológicas e exercício na terceira idade

    O processo de envelhecimento é determinado por variações e mudanças biológicas, fisiológicas e anatômicas que o ser humano sofre ao longo dos anos. Tomando Matsudo (2001) como referência, podemos classificar um indivíduo como idoso a partir dos 60 anos e que essas modificações tem crescimento após os 40 anos e ficam mais evidentes em média aos 70 anos de idade. Aspectos fisiológicos e anatômicos com alterações facilmente percebidas são as perdas de força, tônus muscular e as perdas ósseas, porém não são apenas essas, também não ocorrem de forma isolada.

    Das principais modificações fisiológicas (físicas e antropométricas) relacionadas às capacidades físicas ocorridas nos idosos, a sarcopenia (alterações musculoesqueléticas), a alteração de massa óssea e alterações no sistema nervoso, são as que sofrem influência e também provocam conseqüências no estilo de vida do indivíduo.

    No músculo, há perda de massa muscular com diminuição do peso, da área de secção transversal e do número de células, pois muitas células atrofiam e morrem e outras são substituídas por tecido adiposo e conjuntivo, ocorrendo um aumento do tecido adiposo e do colágeno intersticial na musculatura do idoso. O grau de sarcopenia não é o mesmo para diferentes músculos e varia entre os indivíduos sendo importante destacar que o declínio muscular é maior nos membros inferiores, o que compromete o equilíbrio, a marcha e a ortostase (SOUZA, 2002).

    Tem sido sugerido que a diminuição da massa muscular é o principal fator para a redução da força com o avanço da idade, e esse declínio é causado pela redução no tamanho e/ou pela perda das fibras musculares individuais, que afetam diretamente o metabolismo basal e até a capacidade de exercício total de pessoas mais velhas, ao contrário de adultos jovens. Com essa diminuição de massa muscular existe uma perda preferencial das fibras do tipo II (contração rápida) com o envelhecimento (FRONTERA et al., 2001). No entanto o exercício contribui diretamente para a inversão desse processo, pois exercícios de resistência aumenta a síntese protéica muscular também em idosos além de melhoras nas funções respiratórias, no transporte de glicose e glicogênio (FOSS & KETEYIAN, 2000).

    Já a parte óssea que é considerada um tecido dinâmico, está em constante remodelação, não uniforme, por toda vida. O processo de remodelação é realizado por dois tipos especiais de células: os osteoblastos, células formadoras de osso e os osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea. O envelhecimento modifica a atividade celular na medula óssea, ocasionando reabastecimento inadequado de osteoclastos e osteoblastos e também desequilíbrio no processo de reabsorção e formação óssea, resultando em perda óssea. A osteoclastogênese excessiva e a osteoblastogênese inadequada são responsáveis pela desarmonia entre formação e reabsorção óssea observada na menopausa e no envelhecimento (ROSSI; SADER, 2006).

    O sistema nervoso é o sistema biológico mais comprometido com o processo do envelhecimento, pois é responsável pela vida de relação, ou seja, sensações, movimentos, funções psíquicas, entre outros, e pela vida vegetativa, funções biológicas internas. As alterações mais importantes do envelhecimento ocorrem no cérebro, que diminui de volume e peso. Nota-se uma redução de 5% aos 70 anos e cerca de 20% aos 90 anos de idade, ocorrendo um certo grau de atrofia cortical, com conseqüente aumento volumétrico do sistema ventricular, que é bem evidenciado pelo estudo tomográfico. A maneira como a perda de células nervosas afetam as funções do sistema nervoso, varia entre as pessoas e depende de vários fatores, entre os quais da região em que ela é mais intensa, e essa diminuição tem como conseqüência da perda de células nervosas, e há um menor número de axônios nos nervos e também em sistema nervoso central (SOUZA, 2002; CANÇADO, 2006).

    Uma das mais evidentes alterações que acontecem com o aumento da idade cronológica é a mudança nas dimensões corporais. Com o envelhecimento existe uma diminuição da estatura, com o passar dos anos, por causa da compressão vertebral, o estreitamento dos discos e a cifose, e a perda de peso é um fenômeno multifatorial que envolve mudanças nos neurotransmissores e fatores hormonais que controlam a fome e a saciedade, a dependência funcional nas atividades da vida diária, relacionadas à nutrição, o uso excessivo de medicamentos, depressão e o isolamento, estresse financeiro, alterações na dentição, alcoolismo, sedentarismo extremo, atrofia muscular e catabolismo associado à doenças agudas e certas doenças crônicas. Com essas mudanças no peso e na estatura, o índice de massa corporal (IMC) também se modifica, com o transcorrer dos anos (MATSUDO et al., 2000).

    Portanto, o exercício físico pode ser usado no sentido de retardar e, até mesmo, atenuar o processo de declínio das funções orgânicas que são observadas com o envelhecimento, onde a capacidade aeróbica e a função muscular devem ser trabalhadas, pois acabam perdendo sua força, e fazendo com que a execução dos exercícios não seja mais a mesma (CHEIK et al., 2003).

    Sendo assim, o treinamento de força pode estimular o aumento da densidade óssea e reverter a sarcopenia no idoso aumentando a força muscular e beneficiando as atividades da vida diária, além de manter e melhorar a capacidade aeróbica. De acordo com Costa (2001), pode-se esperar que o resultado prático das alterações ocorridas através da prática do treinamento de força na terceira idade, seja um complexo mioesqueleto mais forte e mais resistente a lesões, que melhoram os esforços comuns da vida diária, refletindo num bem estar geral e conseqüentemente, no prolongamento da vida do individuo.

Doenças relacionadas à terceira idade e a participação do exercício

    Doenças comuns à toda população são evidenciadas na terceira idade e outras são mais freqüentes principalmente nessa fase do ser humano.

    A obesidade, por exemplo, pode ocorrer em varia idades, porém, no idoso, devido às varias mudanças fisiológicas isso pode ser percebida quando se fala de maior deposito de células adiposas no lugar de células musculares, devido a sarcopenia decorrente à idade. A sarcopenia é a perda da massa muscular e conseqüentemente da força e qualidade do músculo esquelético. Isso pode ocasionar problemas na mobilidade e realização de atividades da vida diária aumentando também a incidência de doenças crônicas como diabetes e osteoporose (MATSUDO, 2001).

    O diabetes mellitus tipo II pode ser evitado combinando exercícios e dieta adequada e o controle da glicemia pode ser melhorado. A sensibilidade a insulina melhora no tecido muscular e em outros tecidos também, uma possível explicação é devida ao aumento de transportadores de glicose da membrana celular (GALLO et. al., 1999).

    O momento de máxima produção óssea no ser humano é durante a terceira década de vida, depois a produção cai ao longo dos anos e na velhice acelera ainda mais essa queda. A doença que se relaciona bem com essa perda óssea é a osteoporose. Ela ocorre especialmente em pessoas que fizeram uso crônico de esteróides, tabaco e álcool, em homens com hipogonadismo e em mulheres após a menopausa devido a diminuição do hormônio estrógeno, um dos responsáveis pela manutenção óssea (GALLO et. al., 1999). Além da idade, essa perda óssea também está relacionada à genética, estado nutricional, níveis hormonais e o nível de prática de exercícios dos indivíduos (MATSUDO, 2001)

    A hipertensão sistólica é bastante comum aos idosos. O percentual de pacientes com hipertensão grave cresce ao longo dos anos dos idosos. a parede das artérias dos idosos é menos flexível comparada a de pessoas mais jovens e isso justifica a maior pressão sistólica. Essa diminuição da flexibilidade das artérias acontece pela perda de elasticidade do tecido conjuntivo e aumento de aterosclerose. Dessa forma novamente os exercícios tem papel fundamento na forma de tratamento não medicamentoso ou auxiliando este, onde a atividade aeróbia moderada pode trazer benefícios relevantes a esse idoso, exceto casos de contra indicação (GALLO et. al., 1999).

Atividade física e nutrição na terceira idade

    Cada vez mais se pesquisam formas de deter ou retardar o processo do envelhecimento ou estratégias que garantam uma manutenção da capacidade funcional e da autonomia nas últimas décadas da vida. As pesquisas realizadas, nos últimos 20 anos têm analisado praticamente todos os aspectos referentes à saúde no processo de envelhecimento como a aptidão física, nutrição e doenças.

    Sendo assim os cientistas enfatizam a necessidade de que a atividade física seja parte fundamental dos programas mundiais de promoção da saúde, afirmando que não se pode pensar em prevenir ou minimizar os efeitos do envelhecimento sem que além das medidas gerais de saúde, inclua-se a atividade física (MATSUDO et al., 2009).

    O Ministério da Saúde propôs ações para favorecer um modo de vida que atenda uma maneira saudável através da Política Nacional de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, sugerindo que para alcançar o envelhecimento saudável e ativo faz-se necessária a prática regular de atividade física, pois esta tem um papel fundamental na promoção da saúde e nas diferentes estratégias de prevenção de doenças (MALTA et al., 2009)

    Para a terceira idade especificadamente a atividade física tem sido crescentemente promovida pelos reconhecidos benefícios físicos, psicológicos e sociais, pois favorece a manutenção da independência, da saúde e da qualidade de vida e pode reduzir o uso de serviços de saúde e de medicamentos, diminuindo também os riscos de desenvolvimento de doenças ou agravos crônicos, de morte e de institucionalização (NELSON et al., 2007; MALTA et al., 2009).

    Porém apesar da atividade física conter inúmeros benefícios aos idosos, alguns estudo têm verificado algumas dificuldades que permeiam o engajamento destes na atividade física, como o medo de queda ou lesão, ou o medo de ser vítima de violência ao exercitar-se ao ar livre, sensação de cansaço e dor por limitações físicas, morbidades, falta de companhia ou de tempo para exercitar-se (SALLINEN et al., 2009)

    As alterações fisiológicas do envelhecimento também incluem alterações endócrinas, gastrointestinais, renais e da capacidade cardiorrespiratória que podem comprometer o desempenho de tarefas diversas, inclusive as mais simples do dia-a-dia e afetar as necessidades de nutrientes. Essas necessidades nutricionais também podem ser diminuídas, pois com a perda de massa muscular o envelhecimento também acarreta alterações do metabolismo basal que não estão sob comando do indivíduo, e a diminuição da atividade física que gera o gasto energético, que varia de acordo com os padrões de nível e intensidade dessa prática fazendo com que a atividade física tenha uma responsabilidade maior na manutenção do balanço energético (OMRAN; SALEM, 2002; SEALE et al., 2002; ZAITUNE et al., 2010).

    A diminuição da taxa metabólica basal, de uma forma geral, torna as necessidades energéticas do indivíduo idoso menores que as dos indivíduos jovens, fazendo com que de certa forma a alimentação adequada leve a uma velhice saudável, com maior capacidade funcional e menor incidência de doenças (TRAMONTINO et al., 2009).

    Na questão nutricional o apetite e o paladar são responsáveis pela diminuição de 30% da ingestão de alimentos. Em reposta ao jejum, idosos aparentam ter menos fome do que pessoas jovens, e a saciedade ocorre mais rapidamente. Essas alterações no apetite podem estar relacionadas com redução do esvaziamento gástrico, reduções em opióides, neuropeptídeos Y, hormônio sexual, e concentração de insulina. O envelhecimento também afeta a qualidade hedônica do alimento, e as alterações no odor e paladar podem também afetar negativamente o apetite. Outra alteração hormonal importante é o aumento da colecistoquinina circulante que faz com que a saciedade ocorra mais rapidamente. Assim a inabilidade para desenvolver uma resposta no apetite tem sido sugerida como o mecanismo responsável pela dificuldade de idosos em readquirir o peso perdido (CLARKSTON et al., 1997; SALGADO, 2002).

    Desse modo a disponibilidade de nutrientes pode estar comprometida, pois a disfunção do paladar e olfato em idosos resulta em um consumo de uma dieta mais monótona. Estudos populacionais prévios sobre o estado nutricional de idosos institucionalizados demostraram uma alta prevalência de desnutrição calórica, protéica e de micronutrientes, freqüentemente refletindo, bem como colaborando para os sintomas clínicos de doenças crônicas e também representando isolamento associado com as características sociais e econômicas da idade.

Conclusão

    Devido aos avanços científicos e tecnológicos do século XXI, doenças que antes pareciam incuráveis apresentam hoje tratamentos eficientes. Podemos citar o exemplo do HIV, vírus que se transmite pela relação sexual desprotegida, por compartilhamento de seringas, por contato direto com o sangue do portador do vírus, entre outros. Com medicamentos mais eficazes e tratamentos modernos, além de melhorar a qualidade de vida do portador, hoje são classificados como doentes crônicos, já que é possível viver muitos anos com a doença.

    Os crescentes avanços da medicina e da ciência de modo geral têm proporcionado maior longevidade à população. A tendência, segundo previsão da OMS é a de que a população envelheça. Este panorama implicará em mudanças no perfil social, político e econômico dos países, o que justifica estudos sobre envelhecimento, pois as estratégias da previdência social do Brasil, por exemplo, deverão ser repensadas.

    O presente artigo buscou trazer informações acerca da epidemiologia do envelhecimento, assim como as doenças mais prevalentes nessa população. A conclusão que se chega é que a atividade física para essa faixa etária é muito benéfica para a manutenção e melhoria da qualidade de vida, pois estes diminuem o processo de declínio das funções orgânicas decorrentes do envelhecimento.

    Os benefícios da atividade física para a população idosa representam manutenção da força muscular, melhoria das funções cardiorrespiratórias e vasculares, controle do nível glicêmico, redução da incidência de diabéticos e obesos, entre outros. Isso implica em maior qualidade de vida à população, assim como menores gastos quando pensamos em saúde pública. As políticas públicas devem proporcionar práticas de atividades físicas à população, de modo a prevenir doenças e evitar futuros gastos com saúde.

Referências

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