Jogos infantis como instrumentos pedagógicos no auxílio da alfabetização da criança Los juegos infantiles como recursos pedagógicos de apoyo de la alfabetización del niño |
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*Pedagogo/a, Especialista em Psicopedagogia Centro de Ensino Superior do Brasil, CESB **Professora de Educação Física da Secretaria de Educação do Distrito Federal Licenciada em Educação Física e Pedagogia Mestranda em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília |
Paulo Victor Alves Caetano* Cléia Lessa Silva dos Santos* Pollyanna Ferreira da Silva** (Brasil) |
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Resumo A realidade das escolas apresenta um quadro onde pouco se explora o comportamento lúdico do educando, a brincadeira é desvalorizada e vista apenas como ato de diversão ou atividade sem caráter pedagógico. La falta de conhecimento sobre a importância do jogo na educação é o principal fator na pequena utilização desse recurso nas instituições escolares e a educação deve se aproveitar de uma característica natural das crianças que é o brincar, para valorizar o momento da aprendizagem, possibilitando-o por meio da dimensão lúdica. Sendo assim esse estudo tem por objetivo analisar a possível contribuição dos jogos infantis na alfabetização de crianças na faixa etária de 5 a 8 anos em escola pública municipal. Desenvolvido nas Escolas Municipais do Município de Valparaíso de Goiás, participaram da pesquisa 50 professores de ambos os sexos, concursados e contratados temporariamente pelo município. Chegando a conclusão que as influencias que estão camufladas nas atitudes que adultos tem em relação aos papeis dos meninos e das meninas funcionam como um meio de condicionar comportamentos desejados. Agressividade, timidez, medos, ousadias, entre outras características aperfeiçoadas no jogo estarão presentes por toda a vida, nas escolhas feitas e representarão indiretamente fator de sucesso ou fracasso pessoal. Unitermos: Jogo. Alfabetização. Lúdico.
Resumen La realidad de las escuelas ofrece un terreno donde se explora muy poco el comportamiento lúdico del educando; el juego está desvalorizado y se ve sólo como un acto de diversión o una actividad sin carácter pedagógico. La falta de conocimiento acerca de la importancia del juego en la educación es el principal factor de lo poco que se aplica como recurso en las escuelas y la educación debe beneficiarse de una característica natural de los niños que están jugando, para valorizarlo como un momento de aprendizaje, permitiéndolo a través de la dimensión lúdica. Por lo tanto este estudio tiene como objetivo analizar la posible contribución de los juegos a la alfabetización de los niños de 5 a 8 años en la escuela pública. Desarrollado en las escuelas municipales del municipio de Valparaíso de Goiás, 50 maestros de ambos sexos concursados y con contratos temporales por el municipio participaron en la investigación. Se llegó a la conclusión que las influencias que están ocultas en las actitudes que tienen los adultos en relación con los roles de niños y niñas funcionan como un medio que condiciona los comportamientos deseados. La agresividad, la timidez, el miedo, la audacia, y otras características que perfecciona el juego estarán presentes durante toda la vida en las decisiones tomadas e indirectamente representan un factor de éxito o de fracaso personal. Palabras clave: Juego. Alfabetización. Lúdico.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A educação está sempre em busca de maneiras de se aperfeiçoar para melhores resultados, que vão de investimentos na formação docente até a manutenção das estruturas das escolas, e nisso encontra-se também o processo de ensino e aprendizagem que se interliga e é o eixo central da educação.
Culturalmente o jogo ou brinquedo esta presente no cotidiano do homem e tem papel fundamental na formação e desenvolvimento da criança, ele representa um mediador entre ensinar e aprender, além de ajustar o desenvolvimento cognitivo ao novo aprendizado, já que o brincar envolve processos mentais complicados e mostra o sentido mágico próprio desta atividade, permitindo ao educando uma completa socialização e estabelece espaço para o desenvolvimento em vários sentidos onde fatos, tempo e sentimentos passam a ser irreais.
A realidade das escolas apresenta um quadro onde pouco se explora o comportamento lúdico do educando, a brincadeira é desvalorizada e vista apenas como ato de diversão ou atividade sem caráter pedagógico, e a falta de conhecimento sobre a importância do jogo na educação é o principal fator na pequena utilização desse recurso nas instituições escolares e a educação deve se aproveitar de uma característica natural das crianças que é o brincar, para valorizar o momento da aprendizagem, possibilitando-o por meio da dimensão lúdica.
Os jogos devem ser adaptados a faixa etária das crianças, aos conteúdos e a realidade da instituição, e os professores devem aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, fundamentados em conhecimentos básicos como definições, um conhecimento histórico e a importância do brinquedo nos desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo.
Tomando como pressuposto o jogo, esse estudo tem por objetivo analisar a possível contribuição dos jogos infantis na alfabetização de crianças na faixa etária de 5 a 8 anos em escola pública municipal.
Metodologia
Tipo do estudo
Descritivo com observação de caráter transversal não comparado. Compreende uma pesquisa de campo com coleta de dados primária através de entrevista com os professores da rede pública Municipal de Valparaíso de Goiás e pesquisa bibliográfica.
Local do estudo
O estudo foi desenvolvido nas Escolas Municipais do Município de Valparaíso de Goiás.
Amostra da pesquisa
Participaram da pesquisa 50 professores de ambos os sexos, concursados e contratados do município de Valparaíso de Goiás.
Instrumento de coleta de dados
A coleta de dados foi realizada através de um questionário com 12 questões do tipo fechada, que atendiam aos objetivos da pesquisa, abordando o aspecto social e cognitivo. A coleta de dados foi realizada no mês de Abril de 2011.
Aspectos éticos
O sigilo a privacidade foi assegurado e a coleta de dados foi realizada mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.
Tratamento estatístico dos dados
Os dados coletados foram analisados através de estatística simples, com apresentação em números absolutos. Utilizando o programa Excel, do Office 2003 da Microsoft Excel, os resultados foram apresentados em forma de gráficos, para melhor visualização, e seguidos de discussões associadas à literatura atual.
Resultados e discussão
Entre os professores entrevistados 86% afirmaram que usam os jogos em sala de aula para ajudar a desenvolver o conteúdo de suas aulas e tornar o ambiente escolar mais prazeroso para os alunos, e a influência dos jogos na criança é enorme, pois nas crianças muito pequenas é impossível envolver-se numa situação imaginaria, pois isso significaria que a nova forma de comportamento a liberaria de restrições impostas pelo ambiente. Através do brincar a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, enquanto que 14% disseram não usar os jogos em suas aulas.
A criança é, antes de tudo em ser feito para brincar. O jogo, eis ai um artifício que a natureza encontrou para levar a criança empregar uma atividade útil ao seu desenvolvimento físico e mental. Usemos um pouco mais esse artifício. Coloquemos o ensino mais ao nível da criança, fazendo, de seus instintos naturais, aliados e não inimigos. Clarapete (1958).
Muitas dificuldades encontradas em sala de aula não se apresentam em função do nível da turma a que as crianças chegaram, mas aos elementos básicos ou pré-requisitos, que são as condições mínimas necessárias para uma boa aprendizagem, e nesse sentido o jogo é de grande importância, ainda mais se realizada através de atividades psicomotoras, no sentido de colaborar para o desenvolvimento integral da criança, e 90% dos professores acham que as crianças devem participar do processo de confecção dos jogos utilizados em sala, reforçando a psicomotricidade.
Considerar o gesto ou a linguagem corporal como forma de expressão do ser humano é um caminho para reconhecer a importância da atividade corporal no processo de ensino aprendizagem, e apenas 10% dos professores disseram que as crianças não devem participar do processo de confecção dos jogos.
Uma alfabetização de forma lúdica já é aplicada desde a década de oitenta no Brasil e tem auxiliado no processo de alfabetização de milhares de crianças brasileiras, ele consiste em “alfabetizar a criança de forma prazerosa, participativa, por meio de textos, frases e palavras significativas, relacionadas a seu mundo e a sua vida.” (ALMEIDA, 1998, p.101).
Desde que chega à escola, a criança traz infinitos conhecimentos e experiências de leitura e de escrita, a escola é responsável por auxiliá-la no processo de decifração e compreensão da língua escrita, de modo que essa aprendizagem seja significativa para toda vida, e o método lúdico por meio dos jogos pode ser um desses caminhos, e as aulas de educação física são também decisivas e extremamente importantes para as crianças nessa fase.
Brincando a criança desenvolve o seu companheirismo, jogando com amigos, aprende a conviver, ganhando ou perdendo, procurando aprender as regras do jogo e conseguir uma participação satisfatória, já por meio do jogo ela aprende a esperar a sua vez, aceitar o resultado, lidar com frustração e até mesmo elevar o seu nível de motivação, nessa fase as dramatizações são importantes por que a criança vive personagens diferentes, ampliando assim sua compreensão sobre os diferentes papéis e relacionamentos humanos, e as relações cognitivas e afetivas dessa interação lúdica por meio dos jogos, vão propiciar a criança um maior amadurecimento emocional e pouco a pouco contribuem para a construção da sociabilidade infantil. Segundo Ruth Gouveia (1967, p.10) “Antes das descobertas das numerosas vitaminas, já haviam encontrado a mais importante para as crianças, a vitamina R (recreação)”.
Atualmente os alunos vivem em um mundo eletrizado e para orientá-los é preciso preparo, não basta apenas criticar a televisão, os pais, os brinquedos eletrônicos se não é oferecida pela escola conscientização para uma melhoria nos hábitos que influenciam a educação.
Os alunos de hoje acreditam somente nos professores que sabem transmitir suas aulas em trabalho-jogo, envolvendo seriedade e prazer, sabem manter um relacionamento de irmão mais velho, sabem desafiar, aproveitar cada momento, cada situação para debater, discutir e proporcionar a aprendizagem, já que quando um aluno gosta de um professor ele acaba gostando daquilo que ele ensina, e quando um professor desperta na criança a paixão pelos estudos, ela mesma buscara o conhecimento e fará tudo para corresponder. Segundo Almeida, (1998) p.64 “A escola dá o conhecimento, impõe o saber e o cobra com medo de que os alunos não o dominem.”
Conclusão
O jogo é uma atividade inerente ao ser humano, e relaciona-se a todos os aspectos da vida como os sentimentos, a fala, as relações inter-pessoais, e a criança joga nos primeiros anos de vida, até nos primeiros meses sem perceber, já que a atividade lúdica prepara a criança para vir a ser adulta, para desempenhar seu papel social, inclusive o trabalho, e a escola deve esta munida de bons profissionais, competentes em suas funções, para o adequado uso desse recurso na escola, o brincar não deve ter fim em si mesmo, deve ser atividade norteadora de deveres, direitos, reflexão, tornando mais genuíno o processo de aprendizagem, e para que isso aconteça é imprescindível que o aluno tenha liberdade de ação de criação livre de preconceitos e mitos, que estão presentes com freqüência nas brincadeiras e brinquedos.
As influencias que estão camufladas nas atitudes que adultos tem em relação aos papeis dos meninos e das meninas funcionam como um meio de condicionar comportamentos desejados. Agressividade, timidez, medos, ousadias, entre outras características aperfeiçoadas no jogo estarão presentes por toda a vida, nas escolhas feitas e representarão indiretamente fator de sucesso ou fracasso pessoal.
A escola, enquanto instituição social deve se utilizar do jogo de maneira responsável na formação de cidadãos críticos, reflexivos e responsáveis, que podem representar a diferença, ainda que a longo prazo.
Referências
ALMEIDA, Paulo Nunes de (1998) Educação Lúdica: Técnicas e Jogos Pedagógicos. São Paulo, Loyola.
FARIA, Anália Rodrigues de (1994) O pensamento e a linguagem da criança segundo Piaget. 2 ed. São Paulo: Ática.
KISHIMOTO, T.M. (Org.) (2000) Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 4 ed. São Paulo: Cortez.
PALANGANA, I. C. (1994) "Desenvolvimento & aprendizagem em Piaget e Vygotsky (a relevância do social)" – São Paulo: Plexus.
PIAGET, J. (1971) A formação do símbolo na criança, imitação, jogo, sonho, imagem e representação. de jogo: São Paulo: Zahar.
ROSAMILHA, Nelson (1979) Psicologia do Jogo e Aprendizagem Infantil. São Paulo, Pioneira.
VIGOTSKY, Leu Semenovich (1998) A Formação Social da Mente: O desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores. São Paulo, Martins Fontes.
______________. (1994) O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira.
______________. (1992) Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone.
______________. (1979) Pensamento e linguagem. Lisboa: Edições Antídoto.
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