Melhora da pressão arterial e freqüência cardíaca em idosos praticantes de exercícios ergométricos escalonado La mejoría de la presión arterial y la frecuencia cardíaca en personas mayores que practican ejercicios ergométricos escalonados |
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Professoras Especialista em Exercícios físicos aplicado à grupos especiais e reabilitação cardíaca pela Faculdades Integradas de Santo André, FEFISA (Brasil) |
Maria Elizandra Porto dos Santos Sheila Lopes dos Santos Silva |
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Resumo O objetivo desse estudo foi verificar diminuição da freqüência cardíaca e melhora da pressão arterial em repouso de idosos hipertensos praticantes de atividade física após treinamento ergométrico escalonado. Selecionamos vinte indivíduos na faixa etária entre 60 a 72 anos, para a aplicação do teste, com duração de três meses. A amostra foi dividida em dois grupos, compostos por 10 indivíduos cada. O grupo A, foi submetido ao teste ergométrico escalonado com duração de 21 minutos. A freqüência cardíaca foi verificada com intervalos de três minutos, e a pressão arterial aferida em repouso e pós teste. O grupo B, foi submetido a aferição da pressão arterial e freqüência cardíaca em repouso e após atividade física livre. Para a realização da pesquisa utilizamos esteiras, esfigmomanômetro aneróide, estetoscópio, balança digital. Os resultados mostraram que 80% do grupo A, obteve diminuição da pressão arterial Sistólica, 60% teve diminuição da Pressão Arterial Diastólica, e houve diminuição da freqüência cardíaca Inicial e Final em 50%. O grupo B obteve diminuição da pressão arterial Sistólica em 20% e 10% na pressão arterial Diastólica e houve diminuição da freqüência cardíaca Inicial em 50% do grupo e diminuição da freqüência cardíaca Final em 10% do grupo. Concluímos que o treinamento ergométrico escalonado promoveu alterações positivas na Pressão Arterial e na freqüência cardíaca na maior parte do grupo, porém não o suficiente para afirmarmos sua melhora. Unitermos: Hipertensão. Hipotensão após exercício. Atividade física.
Abstract
The aim of this study was to determine reduction in heart rate and
improves blood pressure in hypertensive elderly home who exercise after training
exercise scheduled. Twenty selected individuals aged 60 to 72 years for the
application of the test, lasting three months. The sample was divided into two
groups, composed of 10 individuals each. Group A was submitted to exercise test
duration of 21 scaled with minutes. It is heart rate was checked at intervals of
three minutes, and blood pressure measured at rest and post-test. Group B,
underwent measurement of blood pressure and heart rate at rest and after
physical activity free. To conduct the survey used treadmills, aneroid
sphygmomanometer, stethoscope, digital scale. The results showed that 80% of
group A, had systolic blood pressure decrease, 60% had decreased diastolic blood
pressure and heart rate decreased Start and End at 50%. The group B had
decreased systolic blood pressure by 20% and 10% in diastolic blood pressure and
heart rate decreased by 50% of the initial group and decreased heart rate by 10%
of the final group. We conclude that exercise training scaled promoted positive
changes in blood pressure and heart rate in most of the group, but not enough to
assert their improvement.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2011), hipertensão arterial é uma doença crônica que pode desenvolver complicações como acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca. Existem dois tipos de hipertensão arterial, a hipertensão arterial primária é caracterizada por não existir uma causa conhecida, enquanto a hipertensão arterial secundária é possível à identificação de suas causas. A hipertensão é uma doença que atinge homens e mulheres, de forma hereditária e causada também por hábitos alimentares, estresse, obesidade, tabagismo, sedentarismo e consumo de álcool excessivo.
Segundo Jobim (2008), a hipertensão arterial tem sido motivo de muitos estudos devido ao aumento da doença em indivíduos com 60 anos ou mais e sua ligação direta ou indireta com outras doenças como Acidente Vascular Encefálico (AVE), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), doença arterial coronariana (DAC), insuficiência renal crônica (IRC).
Segundo Negrão e Barretto (2006), devido às causas naturais do envelhecimento associadas com fatores de risco como obesidade, fumo, sedentarismo, entre outros, é observado o maior número de cardiopatas idosos, representando 50% dos pacientes atendidos em ambulatório de cardiologia, e dentre estes, metade apresenta pelo menos uma cardiopatia. Ressaltando que os maiores fatores de risco para a doença cardiovascular não tem relação somente com o envelhecimento, mas também com o aumento do sedentarismo, que intensifica o processo de envelhecimento.
1.1. Problema
O objetivo principal da prática de atividade física para os idosos é ampliar ao máximo sua expectativa de vida ativa, com qualidade e independência física e cognitiva, retardando o aparecimento de eventuais doenças e incapacidades.
O trabalho ergométrico escalonado melhora a pressão arterial e causa a diminuição da freqüência cardíaca em idosos hipertensos?
O presente estudo justifica se pelo fato da hipertensão arterial acometer 64% dos pacientes, causando infarto agudo do miocárdio, sendo considerado responsável por cerca de 40% dos casos de aposentadoria precoce e o afastamento do trabalho, devido o aumento da população idosa estar crescendo significativamente por conta da longevidade, os idosos necessitam de condições de vida saudável e produtiva.
1.2. Objetivo
Verificar diminuição da freqüência cardíaca e melhora da pressão arterial em repouso de idosos hipertensos praticantes de atividade física após treinamento ergométrico escalonado.
2. Revisão de literatura
2.1. Freqüência cardíaca
Segundo Almeida e Araújo (2003), a freqüência cardíaca é calculada primariamente pela atividade direta do sistema nervoso autônomo (SNA), através dos ramos simpático e parassimpático sobre à auto-ritmicidade do nódulo sinusal, com predominância da atividade vagal (parassimpática) em repouso e simpática durante o exercício.
2.2. Hipertensão
Segundo ACSM (1994), o numero de mortes causada por doenças cardíacas vem diminuindo desde a metade da década de 60, mas ainda é um problema fundamental devido à quantidade de indivíduos ainda atingidos pela doença.
A hipertensão arterial é síndrome multicausal e multifatorial caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados que normalmente associados os distúrbios metabólicos, hormonais e hipertrofias cardíaca e vascular. (Negrão e Barretto, 2006). Quanto mais elevado o nível da pressão arterial,mais provável que varias doenças cardiovasculares se desenvolvam prematuramente por aterosclerose acelerada,a marca da hipertensão não controlada.quando não tratados aproximadamente 50% de pacientes hipertensos morrem de doenças das artérias coronárias ou insuficiência cardíaca congestiva;Cerca de 33%,de AVC e 10 a 15% de insuficiência renal. Os indivíduos com hipertensão acelerada morrem com mais freqüência de insuficiência renal. As mortes são normalmente atribuídas a AVC ou infarto do miocárdio em vez de hipertensão, que geralmente é o responsável. A hipertensão pode não persistir depois do infarto do miocárdio ou AVC.(Braunwald,Zipes e Libby,2003)
Classificação da pressão arterial em adultos de 18 anos ou mais*
Fonte: Tabela retirada do livro Tratado de medicina Cardiovascular. (Braunwald, Zipes e Libby, 2003)
Os principais fatores de risco são:
Tabagismo, dislipidemia, diabetes mellitus, idade >60 anos, sexo (homens e mulheres pos menopausa), histórico familiar de doença cardiovascular: mulheres<65 anos ou homens >55 anos.
Doenças cardíacas: Hipertrofia ventricular esquerda, angina ou infarto do miocárdio prévio, revascularização coronária prévia, insuficiência cardíaca, AVC ou ataque isquêmico transitório, nefropatia, doença arterial periférica e retinopatia. (American Medical Association Apud Braunwald, Zipes e Libby, 2003).
2.3. Hipertensão e idoso
Segundo Braunwald, Zipes e Libby, (2003), com o envelhecimento do individuo,percebe-se maior hipertensão, particularmente sistólica. Adotando o critério usual da media de três aferições da pressão arterial, níveis acima de 140mmHg de sistólica e/ou 90mmHg de diastólica ou ingestão de medicação anti-hipertensiva, 54% dos homens e mulheres de 65 a 74 anos tem hipertensão; Entre negros, a prevalência é de 72%.Em pacientes idosos com hipertensão significante de inicio recente, é provável o diagnostico de doença renal crônica ou renovascular aterosclerotica. O idoso pode exibir duas características que refletem mudanças cardiovasculares relacionadas com a idade. A primeira é pseudo-hipertensao decorrente de artérias acentuadamente escleróticas que não colapsam sob o manguito, apresentando maiores pressões de manguito do que as presentes dentro das artérias. A segunda característica atinge cerca de 20 a 30% dos idosos, é hipotensão postural e pós-brandial, geralmente refletindo perda progressiva de resposta de barorreceptor, com a idade.
3. Metodologia
Optou-se por uma pesquisa descritiva, que segundo Barros (1986), é aquela em que o pesquisador observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Procura descobrir a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua natureza, características, causas, relações e conexões com outros fenômenos.
Foram realizados estudos que investigaram o efeito do exercício físico na hipotensão pós-exercicio, envolvendo exercícios dinâmicos (aeróbio) que provocaram maior redução na pressão arterial.
Em relação ao tempo, foi realizada uma pesquisa do tipo longitudinal, haja vista o período de três meses durante o qual foi realizada a pesquisa.
3.1. Amostra
O local para selecionarmos a amostra foi o SESI – CAT José Magalhães Teixeira, localizado na Rua Paranapanema, 1500, bairro Taboão em Diadema, São Paulo. A amostra foi escolhida aleatoriamente abrangendo ambos os sexos, em um total de vinte indivíduos, na faixa etária entre 60 a 72 anos, hipertensos e praticantes de atividade física a pelo menos 6 meses.
A amostra foi dividida em dois grupos de 10 indivíduos. O grupo A, composto por 10 invidíduos, os quais foram submetidos a teste ergométrico escalonado, com duração de 21 minutos, três vezes na semana durante 3 meses. Foi aferida a pressão arterial e freqüência cardíaca em repouso e pós teste, sendo a freqüência cardíaca verificada a cada 3 minutos durante aplicação do teste.
Os outros 10 indivíduos, que formaram o grupo B ou grupo de controle, foram submetidos somente a aferição da pressão arterial e freqüência cardíaca em repouso e após atividade física livre.
O teste foi baseado no protocolo de Bruce (esteira rolante) e modificamos a inclinação devido à falta de condicionamento dos indivíduos.
Teste modificado
3.2. Instrumentos de coleta de dados
O teste ergométrico escalonado foi realizado nas esteiras da marca Life Fitness, modelo Flex Deck Shock Absorption System.
A aferição da pressão arterial foi feita com o esfigmomanômetro aneróide, da marca Premium e estetoscópio da marca NTL.
O controle do peso dos indivíduos foi aferido na balança digital da marca Welmy.
3.3. Resultados
Os resultados mostraram que ao final dos três meses 80% do grupo A, obteve diminuição da pressão arterial Sistólica, 60% do grupo teve diminuição da Pressão Arterial Diastólica, e houve diminuição da freqüência cardíaca Inicial e Final em 50% do grupo. No grupo B houve diminuição da pressão arterial Sistólica em 20% e Diastólica de 10%, a freqüência cardíaca Inicial diminuiu em 50% e Final em 10%.
Grupo A (amostra). Diminuição da Pressão arterial Sistólica e Diastólica
Grupo A (amostra). Diminuição da Freqüência Cardíaca Inicial e Freqüência cardíaca Final
Grupo B (controle). Diminuição da Pressão arterial Sistólica e Diastólica
Grupo B (controle). Diminuição da Freqüência Cardíaca Inicial e Freqüência cardíaca Final
4. Conclusão
Concluímos que o teste ergométrico escalonado promoveu alterações positivas na pressão arterial, e na freqüência cardíaca, durante a aplicação do teste nos indivíduos da amostra. Porém houve alguns fatores que causaram alterações negativas durante a aplicação do teste.
Notamos que durante o primeiro mês de teste, sendo que o clima estava quente, houve resultados positivos. A partir do segundo e terceiro mês houveram alterações significativas, devido à diminuição da temperatura climática, fazendo com que a pressão arterial inicial dos indivíduos da amostra ficassem mais alterada e permanecendo alta pós exercício.
O grupo controle que mantinha atividades livres na esteira, não obteve mudanças significativas na freqüência cardíaca e pressão arterial.
Observamos que durante o período de teste houve uma diminuição de peso corporal de exatamente 1kg nos indivíduos da amostra, já o grupo controle houve oscilações no peso corporal.
Referências
AMORETTI, Richard; BRION, Richard; IKEDA, Marcos (trad.). Cardiologia do esporte. São Paulo: Manole, 2001. 320 p. (Monografias de cardiologia).
BARROS, Aidil de Jesus Pães. Fundamentos de metodologia: um guia para a iniciação cientifica. São Paulo: Makron Books, 1986.
BLAIR, Steven N. et al. prova de esforço e prescrição de exercício. Rio de Janeiro: Revinter, 1994. 434 p., il. ISBN 85-7309-002-2.
LEITE, Paulo Fernando. Fisiologia do exercício, ergometria e condicionamento físico. 2. ed Rio de Janeiro: Atheneu, 1986. 290 p.
NEGRÃO, Carlos Eduardo; BARRETTO, Antônio Carlos Pereira (edit.). Cardiologia do exercício: do atleta ao cardiopata. 2. ed. Barueri/Brasil: Manole, 2006. 372 p., il. ISBN 85-204-2546-1.
REBELO Fabiana Pereira Vecchio; BENETTI, Magnus; LEMOS, Leila de Souza. Efeito agudo do exercício físico aeróbio sobre a pressão arterial de hipertensos controlados submetidos a diferentes volumes de treinamento. Revista brasileira de atividade Física e Saúde, Londrina, v. 6, n. 2, p. 28-38, 2001.
TRATADO de medicina cardiovascular. Organização de Douglas P. Zipes, Peter Libby, Eugene Braunwald. 6. ed São Paulo: Roca, 2003. 959p., il. ISBN 85-7241-137-2.
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