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Aspectos epidemiológicos associados aos fatores de risco para o

desenvolvimento do câncer de próstata: uma revisão bibliográfica

Aspectos epidemiológicos relacionados con los factores de riesgo para el desarrollo
del cáncer de próstata: una revisión de la literatura

 

*Enfermeiro. Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (FIP-MOC). Pós-graduando

em Saúde da Família pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES)

Atua na Estratégia Saúde da Família de Espinosa/MG

**Enfermeira pela USS-RJ. Especialista em Saúde da Família pela FUNORTE. Referência

Técnica em Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros/MG

***Enfermeiro pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Especialista em Saúde

da Família pela FUNORTE. Docente da FUNORTE. Atua na Estratégia Saúde da Família de Montes Claros/MG

****Enfermeira pela Universidade Estadual de Montes Claros/MG (UNIMONTES)

Especialista em Saudade da Família pela UNIMONTES. Docente FUNORTE

*****Enfermeiro pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE)

Patrick Leonardo Nogueira da Silva*

Ludmila Pereira Macedo**

José Ronivon Fonseca***

Christiane Borges Evangelista****

Robson Leite Fonseca*****

patrick_mocesp70@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo objetiva analisar os aspectos epidemiológicos associados aos fatores de risco relacionados ao câncer de próstata através das literaturas. O presente estudo consistiu em uma pesquisa de revisão bibliográfica na qual foi realizado sob levantamento literário abrangendo artigos retirados da base de dados do Scielo, Lilacs e Bireme. O presente estudo revelou que a estimativa mundial de casos diagnosticados por ano desta doença é de aproximadamente 543 mil casos. 15,3% dos casos decorrem de países desenvolvidos e 4,3% de países em desenvolvimento. Em 2005, no Brasil, estimou-se 46.330 casos do câncer. E em 2010, a estimativa foi de 52.350 casos da doença. Desta forma, conclui-se que a incidência desta doença vem aumentando gradativamente fazendo-se necessário implantar estratégias que visem à diminuição da mesma de forma a melhorar a qualidade de vida masculina e a sua expectativa de vida em decorrência do aumento da taxa de mortalidade anual. ue visem a diminuiço tando gradativamente Ciencias er E).MONTES).

          Unitermos: Epidemiologia. Fatores de risco; Câncer de próstata. Saúde do homem.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O câncer é considerado um problema de saúde pública na atualidade. De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), há no mundo 10 milhões de pessoas com câncer e, se nenhuma medida for adotada, seremos 16 milhões de pessoas com câncer no ano de 2020 (OMS, 2003).

    No Brasil, em 2003, tivemos 402.190 casos novos consolidados de câncer, sendo que os registros mostraram 126.960 óbitos decorrentes dessas patologias (INCA, 2003). O câncer de próstata é considerado a segunda causa de óbito em homens adultos, sendo superado apenas pelo câncer de pulmão. Em nosso país, foram relatados 35.240 casos, sendo que a taxa de mortalidade para essa neoplasia no ano de 2003, de acordo com o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), foi de 8.977 casos (BRASIL, 2003). Segundo estatísticas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), somente na região Sudeste, foram registradas 22.920 casos novos em 2003 e 4.370 foram a óbito, neste ano (INCA, 2003). Após um período de três anos constata-se o aumento e a variação alarmante nas estimativas para 2006, de forma na qual se estimou a ocorrência de 472.050 casos novos de câncer no território nacional e de 47.280 casos novos de câncer de próstata (INCA, 2006). O aumento observado nas taxas de incidência do câncer de próstata pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos, pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida do brasileiro (INCA, 2003).

    Os principais fatores de risco descritos para o desenvolvimento do câncer de próstata são: idade avançada, etnia e predisposição familiar. O envelhecimento é considerado o fator de risco mais significante. A incidência do câncer de próstata em homens com idade superior a 50 anos é maior que 30%, aumentando progressivamente até aproximadamente 80% aos 80 anos (GONÇALVES, PADOVANI & POPIM, 2008).

    Sendo assim, a incidência do câncer de próstata difere consideravelmente entre os grupos étnicos. Sendo assim, os afro-americanos têm incidências de 10 a 40 vezes maiores que os asiáticos. A amplitude estimada do risco relativo em parentes de primeiro grau de afetados não parece diferir significativamente entre os grupos raciais (africanos, caucasianos e asiáticos) embora, como foi dito acima, ocorram grandes diferenças na incidência da doença entre estes grupos. Parentes de primeiro grau de pacientes com câncer de próstata apresentam risco aumentado de duas a três vezes, quando comparado a homens na população geral. Entre outros fatores de risco, encontram-se a dieta altamente calórica e os hormônios masculinos (GONÇALVES, PADOVANI & POPIM, 2008).

    Esta pesquisa objetiva avaliar os aspectos epidemiológicos associados aos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata através de uma revisão bibliográfica. Sendo assim, a mesma justifica-se por buscar na literatura a compreensão dos fatores determinantes do câncer de próstata para a população masculina, visto que nos últimos anos esta doença vem se tornando motivo de preocupação das autoridades de saúde em todo o mundo, isso devido às taxas de morbimortalidade que vem se alterando constantemente, já sendo reconhecido como um problema de saúde pública e possuindo consenso entre os órgãos oficiais sobre a necessidade de seu controle e sua prevenção (VIEIRA et al., 2008).

Metodologia

    Este estudo teve como suporte a Revisão Bibliográfica, sendo a mesma feita de forma sistemática.

    A revisão de artigos foi realizada através da consulta ao SCIELO (Scientific Eletronic Library Online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e BIREME (Biblioteca Regional de Medicina) considerado como critério inicial para seleção.

    Optou-se por estas bases de dados por serem as mesmas uma das principais fontes de publicações científicas na atualidade e, a partir de seu sistema de busca, utilizou-se as seguintes palavras-chave: “Epidemiologia”, “Fatores de Risco”, “Câncer de Próstata” e “Saúde do Homem”.

    A coleta de dados pela base de dados eletrônica ocorreu no 1º semestre de 2010, entre os meses de março e abril do respectivo ano pelos próprios pesquisadores do trabalho. Para o mesmo, utilizou-se um formulário estruturado para a captação dos artigos científicos.

    A busca resultou em 54 artigos publicados entre os anos de 2002 a 2010. Dentre esses, foram selecionados 12 utilizando como critério de inclusão apenas os artigos na língua portuguesa publicados no período compreendido entre 01 de janeiro de 2002 e 30 de dezembro de 2010. Foi realizada uma leitura cuidadosa de todos os artigos selecionados, incluindo, neste estudo, aqueles que utilizaram métodos epidemiológicos na abordagem do risco de câncer no país.

    Foram também incluídas publicações de órgãos oficiais sobre distribuição e freqüência do câncer no âmbito nacional e internacional, assim como outros artigos originais restritos ou não ao intervalo pré-estabelecido de seleção dos demais, em decorrência de seu valor como referência histórica e/ou sua relevância no contexto apresentado.

Resultados e discussões

Epidemiologia do câncer de próstata

    Dados estatísticos revelam que o número de casos de câncer de próstata diagnosticados no mundo é de aproximadamente 543 mil por ano, representando desta forma 15,3% de todos os casos incidentes desta doença em países desenvolvidos e 4,3% em países em desenvolvimento. O câncer de próstata é o tipo de neoplasia mais prevalente nos homens, com estimativa de 1,5 milhões de casos diagnosticados nos últimos anos. É, também, considerado o câncer da terceira idade, uma vez que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos (INCA, 2007). Ainda sobre a incidência da doença, o dilema desta se focaliza na sua baixa taxa de mortalidade, porém a prevalência da mesma é tão alta que a mortalidade anual só perde para o câncer pulmonar (GOMES, 2003).

    A magnitude do câncer de próstata é refletida pelas estatísticas publicadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA). Nestas, o número de casos estimado para o Brasil em 2005 foi de 46.330, representando um risco estimado de 5.1 casos para cada 100.000 habitantes, além de ser o tipo de câncer mais freqüente em todas as regiões do Brasil (PAIVA et al., 2004).

    No que se refere à mortalidade, apesar das taxas crescentes, a mesma é relativamente baixa, o que, em parte, reflete o bom prognóstico da doença (FIGUEIREDO, 2005). No Brasil a estimativa de novos casos para 2010 é de 52.350, estimando que um em cada seis homens com idade acima de 45 anos pode ter a doença sem que conheça o diagnóstico. Esta alta freqüência, que faz do câncer de próstata um problema de saúde pública, aliada à possibilidade de detecção através dos procedimentos relativamente simples, deveria fazer desta doença uma prioridade na atenção à saúde masculina (INCA, 2010).

Fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata

    Os fatores de risco para o câncer de próstata são, na maioria das vezes, desconhecidos e inevitáveis. Os dois fatores que apresentam certo consenso entre as fontes no que se refere ao aumento do risco para o desenvolvimento da doença são a idade e história família. A idade é um fator de risco importante para o câncer de próstata, uma vez que tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos, além disso, pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos pode aumentar o risco de se ter a doença de 03 a 10 vezes comparado à população em geral (INCA, 2010). Outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença são apontados, sendo estes a raça ou etnia. Em relação aos mesmos, são apresentadas faixas de risco alto, intermediário e baixo, situando-se os negros norte-americanos na primeira, os brancos na segunda e os japoneses na terceira (DINI & KOFF, 2006).

    Neste sentido, a incidência do câncer de próstata difere substancialmente entre os grupos étnicos. Sendo assim, os afro-americanos têm incidências de dez a quarenta vezes maiores que os asiáticos. A magnitude estimada do risco relativo em parentes de primeiro de afetados na parece deferir significativamente entre os grupos raciais (africanos, caucasianos e asiáticos) embora ocorram grandes diferenças na incidência da doença entre estes grupos (GONÇALVES, PADOVANI & POPIM, 2008).

    Um determinado tipo de dieta é apontado como fator de risco importante para desenvolver a doença. Sendo assim, a dieta rica em gordura saturada (especialmente gordura animal) e pobre em fibra aumenta significativamente o risco para a patologia (GOMES et al., 2008). Em concordância, acrescenta-se que, além da gordura animal, a carne vermelha e o cálcio têm sido associados ao aumento no risco do desenvolvimento desta patologia. Já uma dieta com aumento no teor de vegetais, selênio, vitamina D e E, licopeno e ômega-3 têm indicado proteção para o desenvolvimento desta neoplasia. A obesidade também é um fator que propicia o aumento do risco para mortalidade por câncer de próstata (BRASIL, 2009).

Considerações finais

    O câncer de próstata vem ganhando uma repercussão conforme as estimativas dos órgãos responsáveis. Ao mesmo tempo em que a doença ganha espaço, a mesma diminui a qualidade de vida masculina e também a expectativa de vida do homem. As instituições de saúde procuram trabalhar de forma a diminuir a incidência desta patologia nos homens.

    Neste caso existem muitas barreiras a serem vencidas quando se diz respeito à saúde do homem, e mais especificamente ao exame preventivo do câncer de próstata. Antes do exame, é fundamental a prática da sensibilização masculina através da promoção da saúde e prevenção da doença a respeito da temática abordada na qual muitas vezes não são do agrado dos homens em decorrências de questões culturais.

    Desta forma, conclui-se que a incidência desta doença vem aumentando gradativamente fazendo-se necessário implantar estratégias que visem à diminuição da mesma de forma a melhorar a qualidade de vida masculina e a sua expectativa de vida em decorrência do aumento da taxa de mortalidade anual.

Referências

Outros artigos em Portugués

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