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O corpo na academia: um estudo sobre a 

percepção corporal das freqüentadoras da academia do 

curso de Educação Física da UNOESC campus Xanxerê, SC

El cuerpo en el gimnasio: un estudio sobre la percepción corporal de asistentes 

al gimnasio del curso de Educación Física de la UNOESC campus Xanxere, SC

 

*Mestre em Educação, coordenadora do curso de Educação Física da ULBRA Carazinho, 

docente convidada do curso de Educação Física da UNOESC, Xanxerê

**Profissional de Educação Física formada pela UNOESC, Xanxerê

(Brasil)

Patrícia Carlesso Marcelino*

Joselaine Cobalchini**

patriciacarlessosiqueira@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo teve como objetivo verificar a percepção corporal de si mesma das freqüentadoras da academia do curso de Educação Física da UNOESC campus Xanxerê - SC. Com base nas respostas de 12 participantes do sexo feminino, as quais derivaram da aplicação consentida do Body Shape Questionnaire. Percebeu-se na classificação dos níveis de distorção da imagem corporal que 41,66% da amostra apresentaram insatisfação corporal, representado por 02 indivíduos com leve distorção, e com pontuação entre 81 e 110 pontos e, apenas 03 indivíduos com moderada distorção, e pontuação entre 111 e 140 pontos. Os outros 58,34% da amostra apresentaram satisfação corporal, sendo representada por 07 indivíduos com ausência de distorção da imagem corporal e pontuação menor de 80 pontos. O nível grave de distorção não foi apresentado por nenhum indivíduo da amostra. Partindo-se da premissa de que todas as participantes do estudo já praticam atividades físicas regularmente, sugere-se que seja iniciada uma atividade preventiva, onde o profissional de Educação Física enfatize e proporcione vivências e informações sobre a importância da equilibração física, mental e social, sugerindo- se atividades voltadas ao bem-estar (Wellness) e anti-stress associadas à prática das atividades que inserem-se no contexto da academia.

          Unitermos: Corpo. Auto-imagem. Academia. UNOESC.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Ainda que seja impossível falar no singular “corpo da mulher”- porque as mulheres são diversas entre si, portadoras de variados interesses, necessidades, vontades, desejos, sentimentos e formas de ver o mundo e a si mesmas e porque as diferentes raças, classes, religiões, idades e grupos sociais, mesclam-se com diferentes prescrições, conselhos e recomendações, ora impulsionando-a a transgredir determinados códigos sociais e sexuais tomados como naturais, ora cerceando-se de possíveis ousadias (GOELLNER, 2003).

    Bertherát (2001), aborda que “Nosso corpo somos nós”, as pessoas devem ter a concepção de que “Somos o que parecemos ser”. E que também “Nosso modo de parecer é nosso modo de ser”. Os indivíduos não conseguem se admitir, e não tem coragem de se olhar ou mesmo de se auto- avaliar. Observam-se, mas ao mesmo tempo não se vêem como gostariam de se ver.

    Em se tratando de auto-percepção, Novaes (2001) cita em seus estudos que muitas mulheres, ao se auto-avaliarem como corpo, ser e ambiente, estão intimamente articuladas em sentir e interpretar suas emoções e necessidades pêlos desejos estéticos da sociedade moderna

    Já Goellner (2003, p. 23) afirma que ao desenhar identidades visuais e comportamentais, a mulher toma referencias.A prática esportiva, o cuidado com a aparência, o desnudamento do corpo e o uso de artifícios estéticos, por exemplo, são identificados como impulsionadores da modernização da mulher e de sua auto-afirmação na sociedade e, pelo seu contrário, como de natureza vulgar que a aproxima do universo da desonra e da prostituição.

    O Body Shape Questionnaire, instrumento utilizado neste estudo, teve como objetivo, verificar através de sua aplicação, como os freqüentadores mais assíduos da academia da Unoesc estão percebendo sua imagem corporal. O presente estudo seguiu as premissas da CNS 196/96 e dos parâmetros dispostos no comitê de ética e pesquisa da instituição, como também, os participantes do estudo leram e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, onde abordaram-se os objetivos propostos no estudo e a informação que a participação é de caráter voluntário. Após os esclarecimentos, os participantes preencheram individualmente o Body Shape Questionnaire.

    Em estudos sobre mensuração exata de medidas corporais, muitos autores deixam de lado aspectos e comportamentos sociais que podem influenciar as distorções da imagem corporal. Para detectar sentimentos subjacentes da distorção da imagem corporal e buscar incorporar outros aspectos como a influência do meio social, foi desenvolvido por Cooper et al. em 1987, e traduzido para o português por Cordás, Castilho em 1994, um importante instrumentos para avaliar a distorção da imagem corporal, bem como, o grau de preocupação com a aparência física. (BOSI et al., 2006)

    Este autor descreve o Body Shape Questionnaire (BSQ), como um instrumento que, embora não isento de limitações, apresenta- se como recurso técnico de utilidade em estudos com populações clínicas e não clínicas quando se busca avaliar a imagem corporal.

    O questionário distingue aspectos específicos da imagem corporal, tais como, a insatisfação ou desvalorização da forma física e a distorção da imagem corporal. Este instrumento de pesquisa mede o grau de preocupação com a forma do corpo, a auto depreciação devida à aparência física e à sensação de estar gorda. (CORDÁS, 1999)

    O BSQ é composto de 34 questões e apresentam seis opções de respostas:

    Pontuação: 1) Nunca, esta tem o valor de um ponto. 2) raramente valor de dois pontos. 3) Às vezes valor de três pontos ; 4) freqüentemente valor de quatro pontos; 5) Muito freqüentemente valor 5 pontos e 6) sempre valor de 6 pontos. Assim, as opções de respostas de cada questionário são somadas, e os resultados formam um total de pontos e deverá ser classificado dentro dos seguintes níveis de preocupação com a imagem corporal:

    Menor ou igual 80 pontos: Ausência de distorção da imagem corporal.

    Entre 81 pontos e 110 pontos: Leve distorção da imagem corporal.

    Entre 111 pontos e 140 pontos: Moderada distorção da imagem corporal.

    Acima de 140 pontos: Grave distorção da imagem corporal.

    Segundo Novaes (2001), o desenvolvimento tecnológico e os avanços nos meios de comunicação, buscam mostrar com belas imagens, de corpos modelados, visualmente perfeitos, uma visão de corpo saudável, livre de enfermidades e doenças, transparecendo erroneamente que somente a beleza e a definição muscular são os caminhos para uma vida saudável, deixando de lado, o real entendimento dos objetivos e benefícios dos exercícios físicos, bem como suas funções na busca pela saúde.

Um olhar sobre a imagem corporal

    Becker Jr e Gonçalves (2006) citam que “a imagem corporal pode ser definida como uma representação interna, mental, ou auto-esquema da aparência de uma pessoa”. Já os estudos de Tavares (2003, apud SILVA 2006), tem-se afirmado que a imagem corporal é a maneira pela qual nosso corpo aparece para nós, é a representação mental do nosso próprio corpo. E ainda mais, é a história de uma vida, o percurso de um corpo, percepções das vivências corporais.

    A imagem corporal que um indivíduo tem de si mesmo sofre grande influência do seu meio social, e está intimamente relacionado aos fatores corporais de formas perfeitas preestabelecidas, tais como, corpos sarados, corpos definidos, ditos e vistos pela sociedade como os ideais. (DANTAS, 2005).

    Novaes (2001) ainda salienta que os exercícios aeróbicos, aliados a fatores como auto-estima e prazer obtido com a prática contínua, possibilitam a obtenção de equilíbrio entre as funções orgânicas, melhora do tônus muscular, manutenção da estética corporal e conseqüentemente satisfação com a imagem corporal. Em se tratando da auto-percepção, muitas pessoas, ao se auto-avaliarem como corpo, ser e ambiente, estão intimamente articuladas em sentir e interpretar suas emoções e necessidades pêlos desejos estéticos da sociedade moderna. Esta relação indica que elas estão constantemente redescobrindo o seu corpo.

    O processo de formação da imagem corporal, segundo Dantas (2001), pode ser influenciado por diversos fatores, tais como sexo, idade, meios de comunicação, bem como pelas ações realizadas pelo corpo em relação à execução de movimentos, e supostamente, a imagem corporal que um indivíduo tem de si mesmo sofre grande influência do seu meio social, e está intimamente relacionado aos fatores corporais de formas perfeitas preestabelecidas, tais como, corpos sarados, corpos definidos, ditos e vistos pela sociedade como os ideais.

    Os estudos sobre a imagem corporal são objeto de investigação dentro das ciências humanas e sociais, que abrange desde a “estética da existência”, característica da Grécia Antiga de corpo forte e musculoso, e chega aos dias atuais, com a preocupação das formas corporais, até então vistas como ideais pela sociedade moderna. (NOVAES, 2001; DANTAS, 2005).

    A mulher nos tempos primordiais, era desejada pelo seu corpo roliço, onde o depósito de gordura alimentar estava principalmente em quadris, coxas, barriga e mamas. Nesta época, principalmente nos períodos de carência alimentar, a mulher de peso excessivo simbolizava uma mulher forte, a qual poderia enfrentar esses períodos longos, com muita energia. (INAD 2005, apud BOSI et al. 2006).

    A educação da mulher segundo estudos de Goellner (2003, p. 25), reforçam que a educação da mulher, o mercado feminino, a redefinição do papel social das esposas da elite, se por um lado são necessários a esta organização social, por outro, são considerados como uma ameaça ao núcleo familiar.Teme-se, sobretudo a dissolução da família, considerada como responsável pela manutenção da ordem social e pela educação da infância, potencial a ser desenvolvido para o enriquecimento da nação.

    O século XX traz a mulher com uma silueta marcante, caracterizava a “mulher-flor”, apertada num espartilho que moldava sua cintura, onde o ideal era de 42 cm, que dava uma aparência aumentada para os seios e as nádegas. (ASSUMPÇÃO JR. 2004 apud SILVA 2006). A partir da década de 1960 inicia a busca pelo corpo magro, com formas definidas e atléticas, passando a construir um objeto de consumo de um mercado que cresce a cada dia.

    Atualmente, as relações com a imagem do corpo são influenciadas por diferentes fatores socioculturais, os quais afetam principalmente as mulheres, onde o conjunto de preocupações e insatisfações com a imagem corporal induzem a exercitar-se e cuidar do corpo, tendo como objetivo principal melhorar ou manter sua aparência corporal. (DANTAS, 2005)

    Sendo assim, muitas pesquisas tentam confirmar a temática de que a prática de exercícios físicos está associada à melhora da imagem corporal. (MARTIN e LICHTENBERGER 2002, apud VIEIRA et al. 2005). Mas por outro lado, outras pesquisas mostram que algumas pessoas podem permanecer eternamente insatisfeitas com sua imagem corporal, presas a um ideal estético que imaginam nunca alcançar. (DAVIS et al. 1994, apud VIEIRA et al. 2005)

    Conforme Sant’Anna (2000), as modificações do corpo provocadas no passado são fortemente percebidas nos dias atuais, seja para fortalecer ou definir o corpo ou mesmo para impor um estatuto social aparentemente sustentável. Pode-se afirmar, então, que as mulheres estão constantemente redescobrindo o seu corpo, seja por meio dos modismos e ou mistura de culturas e ideais.

    De acordo com Dantas (2005), “o desejo de se conhecer levou o homem a criar o espelho”. Quando as mulheres se olham no espelho e percebem gorduras localizadas e alguma má formação em sua silueta, não conseguem se aceitar. Não contentes com a auto-avaliação no espelho, buscam em academias de ginástica, solução para o seu “problema”. No entanto, ao perceberem-se, estarão sempre buscando uma alternativa para chegar á perfeição em suas curvas, tal “perfeição” corporal dita como ideal. As modificações á respeito do culto ao corpo acontecem principalmente pela importância que a mídia ostenta perante a uma população na maioria das vezes influenciável.

    Segundo Novaes (2001), a era da computação, com seu desenvolvimento tecnológico e os avanços nos meios de comunicação, busca mostrar com belas imagens, de corpos modelados, visualmente perfeitos, uma visão de corpo saudável, livre de enfermidades e doenças, transparecendo erroneamente que somente a beleza e a definição muscular são os caminhos para uma vida saudável, deixando de lado, o real entendimento dos objetivos e benefícios das atividades físicas, bem como suas funções na busca pela saúde humana.

    Becker Jr e Gonçalves (2006), ao citar fatores corporais tais como a corporeidade, estão querendo referir à consciência de si. Afirmam também que “corporeidade” não significa apenas um único indivíduo, isolado, e sim um sistema aberto de complexidades que inter-relacionam-se consigo, com o outro e com o meio.

População, amostra e critérios de inclusão

    A população foi composta por acadêmicas e funcionárias que freqüentam assiduamente a academia do curso de Educação Física da Unoesc campus Xanxerê- RS. A amostra foi composta por 12 indivíduos do sexo feminino, com idades entre 19 a 39 anos.O critério de inclusão com relação ao gênero foi porque a maioria dos freqüentadores da academia são mulheres e o requisito para o preenchimento do questionário foi a participação freqüente na academia há pelo menos 12 meses, no mínimo 03 vezes por semana.

Apresentação dos resultados

    Com base nas respostas obtidas a partir do Body Shape Questionnaire, Assim, as opções de respostas de cada questionário foram somadas, e os resultados formaram um total de pontos e posteriormente foi classificado dentro dos parâmetros do protocolo os seguintes níveis de preocupação com a imagem corporal:

    Verificou-se uma média geral de 84,41 pontos, nos quais encontramos uma pequena diferença numérica, comparado a pontuação menor ou igual 80 pontos que indica ausência de distorção da imagem corporal, segundo os dados indicados no BSQ, e que mostra esta insatisfação corporal, mas em nível baixo, quase que ausente, apontando que as mulheres da amostra desse estudo, não estão plenamente satisfeitas com sua aparência física, pois, pode-se supor que elas ainda buscam melhorar ainda mais sua aparência física.

Tabela 01. Análise do somatório total da amostra do estudo sobre auto imagem das freqüentadoras da academia 

do curso de Educação Física da Unoesc Xanxerê, de acordo com os parâmetros do Body Shape Questionnaire

    A pontuação do somatório total, na tabela 01 enfatiza o resultado obtido em comparação com os dados do instrumento de pesquisa utilizado BSQ, da média geral resultante da estatística básica descritiva, que indica leve distorção da imagem corporal da amostra. Este resultado foi verificado a partir da soma dos 12 questionários analisados, que obteve um total de 1.013 pontos. Para encontrar a média dos pontos, foi dividido á soma total dos pontos 1.013 pelo número de questionários respondidos (12). O resultado deste cálculo indicou a média geral de 84,41 pontos, sendo que esse valor indica leve distorção da imagem corporal, e de acordo com dados do BSQ, constata-se portanto uma insatisfação corporal da amostra constituinte do estudo.

Tabela 02. Percentual de satisfação com a imagem corporal de mulheres que freqüentam a academia

 do curso de Educação Física da UNOESC - Xanxerê, de acordo com o Body Shape Questionnaire

    Percebe-se que na a tabela 02, o percentual de satisfação com a imagem corporal dos participantes do estudo. De acordo com a tabela os dados apontam que do total de mulheres entrevistadas, 05 indivíduos (41,66%) apresentam ausência de distorção da imagem corporal, ou seja, que elas estão satisfeitas com a imagem corporal, enquanto 07 indivíduos (58,34%) do total das mulheres apresentaram algum grau de distorção da imagem corporal, confirmando que essas últimas supostamente não estão plenamente satisfeitas com sua aparência física.

Tabela 03: Classificação dos níveis de distorção da imagem corporal da amostra de mulheres que freqüentam a academia Unoesc campus Xanxerê

    Nos dados da tabela 03, percebe-se pouca diferença nos resultados dos questionários, estando 07 indivíduos (58,34% da amostra) com ausência de distorção da imagem corporal, com pontuação menor de 80 pontos, e 02 indivíduos (16,66% da amostra) com leve distorção da imagem corporal, com pontuação entre 81 e 110 pontos. Os 03 indivíduos (25% da amostra) que apresentaram moderada distorção da imagem corporal, com pontuação entre 111 e 140 pontos, foi representada pela minoria da amostra. O nível grave de distorção da imagem corporal não foi apresentado por nenhum indivíduo da amostra.

    Ao analisar os resultados que apontam ausência de distorção da imagem corporal em comparação com os outros três níveis de distorção da imagem corporal (leve, moderado e grave), prevalece o achado de que a maioria das mulheres não estão plenamente satisfeitas com a imagem corporal.

    Entretanto, pode ser constatado que este achado se defronta com uma pontuação média (84,41 pontos) que está próximo ao nível de ausência de distorção da imagem corporal (menor ou igual 80 pontos), e afastada do nível moderado de distorção da imagem corporal (entre 111 pontos e 140 pontos), supostamente levando ao entendimento de que os indivíduos que possuem este nível baixo de insatisfação, estão portanto, perto da ausência de distorção da imagem corporal.

    Pode-se então, supor que, mesmo não estando plenamente satisfeitas com a imagem corporal, a busca pelos referidos objetivos prossegue, e que supostamente elas estão melhorando seu físico, por que continuam freqüentando a academia.

Considerações finais

    Com base nos dados coletados sobre a classificação dos níveis de distorção da imagem corporal apontam que 41,66% da amostra apresentaram insatisfação corporal, representado por 02 indivíduos com leve distorção, e com pontuação entre 81 e 110 pontos e apenas 03 indivíduos com moderada distorção, e pontuação entre 111 e 140 pontos. Os outros 58,34% da amostra apresentaram satisfação corporal, sendo representada por 07 indivíduos com ausência de distorção da imagem corporal e pontuação menor de 80 pontos. O nível grave de distorção não foi apresentado por nenhum indivíduo da amostra.

    O culto ao corpo está diretamente associado ao poder, beleza e estatus social, sendo crescente a insatisfação das pessoas com a própria aparência. (FERRIANI et al. 2005, INAD 2004, apud BOSI et al. 2006). A década de 1980 foi marcada pela super mulher, que cuida excessivamente da aparência e do visual. Mulher alta, seios altos, pernas compridas, abdômen firme e pele bronzeada. É jovem e musculosa, e desfila pelas academias de ginásticas para se manter com um corpo de atleta, considerado o ideal. (ASSUMPÇÃO JR. 2004, apud SILVA 2006).

    Sant’Anna (2000) diz que: “À primeira vista o corpo é o que há de mais concreto e natural”. Esta afirmação revela também que, “sempre tivemos ou fomos um corpo”, e que ele é o “registro mais fiel daquilo” que chamamos de “nossa identidade, pois, olhar no espelho e se auto- avaliar como seres humanos modificáveis, não é tarefa fácil para quem busca conhecer a si próprio, e também, reconhecer que com o tempo ocorrem modificações significativas, tanto nas formas físicas de seu corpo, quanto na sua personalidade, e podendo assim reconhecer sua verdadeira identidade, sendo esta visível através da imagem refletida no espelho, mas oculta quando refletida em seu inconsciente.

    Hoje em dia, o corpo que se vê é o corpo que está na moda, aquele que está exposto nas capas das revistas de moda, nos outdoors com imagens de modelos esqueléticos, e também no foco da televisão em novelas e filmes, com um elenco de atores e atrizes, na maioria das vezes auto avaliados como sarados, perfeitos, com toda a forma. A insatisfação com a imagem corporal aumenta á medida que a mídia expõe belos corpos, fato que esta tem determinado, nas últimas décadas, uma compulsão pela busca da anatomia ideal (LABRE 2002, apud VIEIRA et al. 2005).

    O conjunto de preocupações e insatisfação com a imagem corporal induz, principalmente as mulheres, a cuidar de seu corpo, exercitando-se, buscando a melhora da aparência física, reconhecendo que o estresse e a má alimentação somada aos anos de vida e ao sedentarismo formam fatores determinantes das modificações nas formas corporais (Dantas, 2005).

    Partindo-se da premissa de que todas as participantes do estudo já praticam atividades físicas regularmente, sugere-se que seja iniciada uma atividade preventiva, onde o profissional de Educação Física enfatize e proporcione vivências e informações sobre a importância da equilibração física, mental e social, através de atividades voltadas ao bem-estar (Wellness) e anti-stress associadas à prática das atividades que inserem-se no contexto da academia.

Referências

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