Especialização esportiva precoce: uma revisão La especialización deportiva precoz: una revisión Early sports specialization: a review |
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*Santos Futebol Clube Universidade Metropolitana de Santos Faculdade de Educação Física (UNIMES/FEFIS) **Universidade Católica de Santos (UNISANTOS) (Brasil) |
Juliane Jellmayer Fechio* Fernanda Duarte Alves Cichowicz** Natália Martins de Castro** Hélio Alves** |
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Resumo A prática de atividade física regular e esportes são essenciais à saúde e ao desenvolvimento das crianças. No entanto, diversos profissionais têm alertado sobre o risco que o esporte competitivo impõe a esta população. O objetivo deste estudo foi fazer uma revisão da literatura sobre o tema especialização esportiva precoce. A especialização esportiva é o período em que se adotam programas e métodos de treinamento especializados, envolvimento em competições regulares e aprimoramento técnico, tático e físico. Quando o termo precoce é acrescentado, significa dizer que, neste caso, as crianças estão se tornando especializadas em uma determinada modalidade, prematuramente. Estudos indicam que raramente o impacto da prática competitiva e tudo o que ela envolve será neutro nos jovens participantes, podendo expor os atletas a danos físicos, psicológicos e sociais. Esses efeitos podem não se manifestar diretamente, mas no decorrer de temporadas ou a longo prazo. A preparação de jovens atletas é uma etapa muito complexa dentro da iniciação esportiva e um assunto ainda muito controverso e, portanto, novos estudos serão bem-vindos. Unitermos: Iniciação esportiva. Especialização esportiva precoce. Infância.
Abstract The practice of regular physical activity and sports are essential to health and development of children. However, many professionals have warned about the risk that competitive sport requires this population. The objective of this study was to review the literature on the subject early sport specialization. The sport specialization is the period in which they adopt programs and specialized training methods, involvement in regular competitions and improve technical, tactical and physical. When the term is added earlier, this means that in this case, the children are specialized in making a specific embodiment, prematurely. Studies indicate that rarely impact of competitive practice and all that it entails will be neutral in the young participants may expose athletes to physical, psychological and social. These effects may not manifest itself directly, but during the seasons or the long term. The preparation of young athletes is a very complex step in the initiation and sports a subject still very controversial and, therefore, further studies will be welcome. Keywords: Initiation and sports. Early sports specialization. Childhood.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A especialização esportiva precoce é apontada como um grande risco do esporte competitivo durante a iniciação esportiva. A busca incessante pelo prestígio conduz professores e familiares a exporem as crianças a situações de grande exigência e tensão, de treinamentos intensivos e precoces em busca de altos rendimentos (GABARRA, RUBIO e ÂNGELO, 2009).
A prática de atividade física regular e esportes são essenciais à saúde e ao bem-estar das crianças. Estudos têm indicado que o esporte pode contribuir para o desenvolvimento físico, psicológico, cognitivo e social, além de ser importante para promover um estilo de vida saudável na vida adulta (FECHIO et al., 2011). No entanto, desde muito cedo, crianças que buscam a prática esportiva, ou a ela são conduzidas, são levadas a conhecer e a desenvolver atitudes e comportamentos cujo fim máximo é a vitória.
Segundo Rubio et al. (2000) estas crianças são apresentadas e inseridas prematuramente na triste realidade do mundo dos adultos, em que o prazer do lúdico cede lugar à competência e à performance e a recreação transforma-se em competição.
Apesar de inúmeros estudos apontarem que poucas dessas crianças que iniciam treinamentos e competições precoces alcançam a vitória e o sucesso (GABARRA, RUBIO e ANGELO, 2009), a prática esportiva competitiva continua cada vez mais precoce (COELHO e COELHO, 1999; CRAWFORD, 2000; SOUTO, 2002; TODT et al., 2002; BAKER, 2003; MEIRELLES et al., 2009).
O Brasil é um dos países em que esta prática se tem dado em idades cada vez mais precoces, haja vista os campeonatos nas diversas modalidades que vêm sendo promovidos e realizados pelas respectivas federações (SOUTO, 2002). Atualmente, é possível encontrar crianças de 8-9 anos, em disputas competitivas nas modalidades de Ginástica Rítmica Desportiva, Ginástica Artística, Judô, Futebol e outras (FECHIO et al., 2011).
Os estudos sobre os efeitos dos esportes altamente competitivos no desenvolvimento integral das crianças ainda apresentam muitas controvérsias. Por esta razão, de acordo com TODT et al. (2002), o envolvimento de jovens atletas em processos de treino especializados e intensos, tendo em vista a obtenção de rendimentos elevados e a participação em competições de elevado nível, tem causado crescente preocupação na comunidade científica.
Diversos profissionais têm alertado sobre o risco que o esporte competitivo impõe à criança (GOULD, 2009), incluindo a Federação Internacional de Medicina do Esporte e a Organização Mundial de Saúde (FIMS/WHO, 1998). Vale ressaltar que um dos riscos mais enfatizados se refere às condições e fatores que podem representar uma exigência psicológica e emocional para as crianças-atletas (FECHIO et al., 2011).
O objetivo deste estudo foi fazer uma revisão da literatura utilizando base de dados do LILIACS, SCIELO, GOOGLE ACADEMICO entre outros para a busca das fontes sobre o tema especialização esportiva precoce.
A importância do esporte para o desenvolvimento infantil
A prática de atividades físicas e esportivas é reconhecida como relevante para o ser humano e para a sociedade em geral. Este conceito tem-se tornado mais amplo com a grande divulgação que se faz, atualmente, dos benefícios dessas atividades para o bem-estar das pessoas no âmbito físico, psicológico, cognitivo e social (DE ROSE JR. e KORSAKAS, 2006 e THEOKAS, 2009).
Para um desenvolvimento psicológico e físico harmonioso, crianças e adolescentes necessitam de uma dose suficiente de movimento (WEINECK, 2005). Para todo ser humano, viver é um exercício constante dos atos de aprender, utilizando a mente, e de movimentar-se, utilizando o corpo. Essas atividades, juntamente com a satisfação das necessidades biológicas, são essenciais para a continuidade de nossa vida. Por isso, ao lado da alimentação, do repouso, do trabalho e do estudo, um espaço igualmente importante deve ser destinado à atividade física (CARAZZATO, 1999).
A atividade física é aceita como um dos maiores pré-requisitos para o crescimento e desenvolvimento normal de crianças e adolescentes e também para estabelecer um estilo de vida ativo durante a vida adulta, auxiliando na regulação da adiposidade e facilitando a aquisição de uma boa capacidade funcional, favorecendo assim, o estado de saúde (FECHIO e MALERBI, 2001).
As atividades esportivas, de acordo com Machado (2006), devem ser reconhecidas como um meio primário para ensinar às crianças regras, conceitos e expectativas sociais fundamentais. Os jogos (esportivos) podem influenciar o desenvolvimento moral, cognitivo e social e auxiliar na aquisição de valores sociais (SURYA et al., 2012).
Os benefícios da participação de crianças no esporte são muitos. Há diversos exemplos documentados na literatura de como os esportes podem contribuir para o desenvolvimento físico, psicológico e social desta população. Uma revisão de literatura sobre esse assunto, em mais de quatrocentos artigos, produziu uma lista de objetivos relacionados ao envolvimento de crianças no esporte (BARBANTI, 2005).
Esta lista é apresentada no quadro 1.
Quadro 1. Objetivos dos programas de esporte para crianças identificados na literatura
Em função da valorização da atividade física para a qualidade de vida, a tendência em considerar a prática esportiva tão importante quanto às atividades intelectuais tem crescido bastante nos últimos anos (FERRAZ, 2002).
Além disso, a experiência esportiva da criança pode ter efeitos para toda a vida sobre a personalidade e o desenvolvimento psicológico (WEINBERG e GOULD, 2008).
As atividades esportivas podem contribuir para um desenvolvimento biopsicossocial harmonioso da criança e do adolescente nos diferentes períodos de sua vida. No entanto, programas de treinamento para esta população precisam focar o desenvolvimento esportivo geral e não o desempenho de um esporte específico (ARENA e BOHME, 2000).
A especialização esportiva precoce
Quando o tema esporte na infância e na adolescência é discutido, dois termos são constantemente mencionados e, muitas vezes, confundidos: a iniciação esportiva e a especialização esportiva.
A iniciação esportiva no Brasil ocorre em diferentes ambientes, na educação formal e não-formal. Na educação formal, a escola em especial, pela disciplina de Educação Física, inclui o esporte entre os seus conteúdos. Neste contexto, o esporte é desenvolvido em diferentes níveis de ensino. Com relação à educação não-formal, temos como referência, por exemplo, a promoção de iniciação esportiva em clubes (PAES, 2006).
Segundo Tsukamoto e Nunomura (2005, p.161), “a iniciação é o primeiro passo na formação esportiva, em que se procura ensinar os aspectos básicos de uma ou mais modalidades e promover as primeiras adaptações no indivíduo para que ele possa responder aos novos estímulos”. Pode ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento na infância, desde que as características motoras, cognitivas, afetivas e sociais sejam respeitadas em situações pedagogicamente adequadas.
É o período em que a criança começa a aprender de maneira específica e planejada a prática esportiva, em que ela inicia a prática regular e orientada de uma ou mais modalidades esportivas, e o objetivo imediato é dar continuidade ao seu desenvolvimento de modo integral, não implicando competições regulares (ARENA e BOHME, 2000).
Seria, neste caso, a formação esportiva norteada pelos princípios socioeducativos, preparando seus praticantes para a cidadania e para o lazer, em que o principal objetivo é o bem-estar e o divertimento (MARQUES e KURODA, 2000).
A especialização esportiva, em contrapartida, é o período em que se adotam programas e métodos de treinamento especializados. É quando a criança faz, sistematicamente, um tipo de esporte, cujas aulas não são diversificadas, envolvendo ainda competições regulares, destinadas ao aprimoramento técnico dos fundamentos, assim como do conhecimento tático e o desenvolvimento das capacidades físicas direcionadas ao desempenho esportivo (WHITEHEAD, 1999).
Quando o termo precoce é acrescentado à especialização esportiva, significa dizer que, neste caso, as crianças estão se tornando especializadas em um determinado esporte mais cedo do que a idade apropriada para tal, ou seja, prematuramente (RAMOS e NEVES, 2008).
A especialização precoce é entendida como um processo que acontece quando crianças são introduzidas antes da fase pubertária a um treinamento planejado e organizado a longo prazo, e que se efetiva em um mínimo de três sessões semanais, com o objetivo do gradual aumento do rendimento, além de participação periódica em competições esportivas (KUNZ, 1994).
Aspectos estruturais e funcionais da especialização esportiva precoce e suas implicações
A preparação de jovens atletas é uma etapa muito complexa dentro da iniciação esportiva. Psicólogos, pediatras e educadores concordam com os benefícios das atividades esportivas na infância, ao mesmo tempo fazem reparos ao aspecto muitas vezes excessivamente competitivo dessa prática (TODT, 2004). Essa temática tem sido estudada há algum tempo. Alguns estudiosos criticam e outros defendem o programa de esportes organizados para crianças (RAMOS e NEVES, 2008).
As críticas feitas pelos estudiosos, assim como por muitos pais e professores são relacionadas ao envolvimento de crianças e adolescentes em práticas esportivas sem restrições. O argumento apresentado diz respeito, principalmente, à precocidade com que crianças são submetidas a competições esportivas e a processos de treinamento sistematizado, podendo provocar efeitos psicológicos negativos ao desenvolvimento harmônico da personalidade (FERRAZ, 2002).
Na verdade, de acordo com Todt et al. (2002), a importância crescente do esporte de rendimento (esporte que é sistematicamente treinado com o objetivo da participação periódica em competições esportivas) tem implicado processos de especialização cada vez mais acentuados e atinge, no desporto de crianças e jovens, uma dimensão que tem sido questionada.
Os teóricos que defendem e reconhecem a importância da especialização precoce, acreditam que ela seja fundamental para otimizar o desempenho e proporcionar uma habilidade maior, embora admitam que a especialização exponha os atletas a danos físicos, psicológicos e sociais (MARK, 2004).
Atualmente o esporte vem seguindo o mesmo rumo de outras áreas da atividade humana, isto é, uma tendência para especialização precoce. Muitas vezes isso acontece de forma obsessiva quando o assunto são crianças e jovens com potencialidades para determinados esportes, com o objetivo de prepará-los, cada vez mais cedo, para obter resultados elevados. Com isso, eles são submetidos, cedo demais, a uma preparação especializada e unilateral, com cargas elevadas de treino. (BARBANTI, 2005).
Nas últimas décadas, no mundo inteiro, muitas crianças foram levadas aos esportes competitivos estruturados da mesma forma que os programas de adultos e, geralmente, organizados, treinados e incentivados pelos pais e professores de Educação Física (MACHADO e PRESOTO, 2001).
No entanto, raramente o impacto da prática competitiva e tudo o que ela envolve será neutro nos jovens participantes, seja em seu corpo ou em sua personalidade (MACHADO e PRESOTO, 2001).
Segundo Marques e Kuroda (2000), quando a criança é iniciada numa rotina de treinamentos diários, submetendo-se a regras já estruturadas que não permitem questionamentos e, sim, à simples adequação e aprimoramento de habilidades específicas, não importando seus interesses e necessidades, o esporte, que é um instrumento para a saúde, pode trazer prejuízos físicos e psicológicos para ela.
Embora exista alguma evidência empírica de apoio à especialização precoce (BAKER, 2003), há consequências negativas associadas com essa abordagem (BAKER, 2003; BARBANTI, 2005; MIRANDA e BARA FILHO, 2008).
As possíveis consequências de se especializar a criança precocemente estão diretamente ligadas ao fato de se adotar, por longo período de tempo, uma metodologia incompatível com as características, interesses e necessidades dela. Logo, os possíveis efeitos podem não se manifestar diretamente, mas no decorrer de temporadas ou a longo prazo (RAMOS e NEVES 2008).
Os autores explicam que isso acontece porque a especialização precoce permite resultados a curto prazo. Significa dizer que o técnico que incluir métodos de treinamentos especializados obterá melhores resultados (a curto prazo) do que o que priorizar uma iniciação esportiva, com a promoção e a incorporação de valores e idéias indispensáveis ao desenvolvimento humano, valorizando a criança como um ser criativo, espontâneo, em formação. Desvincular o processo de iniciação do treinamento precoce e da excessiva competitividade poderá significar não conquistar medalhas.
Quando temos toda uma orientação voltada para a busca precoce de resultados imediatos, vemos cada vez mais distante uma iniciação esportiva adequada. O problema agrava-se quando sabemos que essa busca pela especialização precoce tende a encontrar mais adeptos no meio esportivo (LEITE, 2007).
O Quadro 2 apresenta alguns dos riscos da especialização esportiva precoce na vida da criança.
Quadro 2. Riscos da especialização esportiva precoce na vida da criança
Segundo Baker (2003) há indícios de que a especialização esportiva precoce pode influenciar no desenvolvimento social e psicológico. Apesar de o esporte ser um meio excelente para desenvolver competências sociais, tais como cooperação e comportamentos socialmente aceitáveis, gastar muito tempo treinando pode levar ao isolamento social.
Juntamente com a participação cada vez maior de crianças no esporte, observamos, também, o fenômeno do abandono precoce do esporte, antes mesmo da pré-adolescência ou da adolescência. A saturação esportiva, de acordo com Todt et al. (2002) acontece quando a aplicação do modelo de treinamento e competição dos adultos é levado para as crianças. Ao mesmo tempo em que este modelo as atrai pelo alto nível da competição, outras vezes as afasta por fatores como excesso e rigidez de exigências advindas deste tipo de preparação e competição.
Investigações com crianças que abandonaram o esporte ou substituíram a modalidade em que competiam pela prática de outra, indicam que a “falta de prazer” foi a principal razão para esta decisão (BAKER, 2003).
Há, também, conforme Baker (2003) e Barbanti (2005), consequências fisiológicas, uma vez que o treinamento excessivo em períodos cruciais de desenvolvimento biológico (como é o caso da infância e adolescência) pode ter um custo muito alto. Isso pode ser observado, por exemplo, na maior susceptibilidade dos jovens a lesão no joelho em função de microtraumas repetitivos.
No entanto, mais problemáticos que os prejuízos à saúde física são, para a maioria dos pesquisadores, os problemas de ordem psicológica. Estes se manifestam e se tornam mais graves, especialmente, nos casos em que houve desilusões, fracassos e até mesmo pela falta de talento para a modalidade ou para o próprio esporte em geral. Nestes casos, o atleta precoce é, ou se sente, excluído do mundo esportivo. Problemas psicológicos desta natureza podem levar a anos de martírio (KUNZ, 1994).
Atividades esportivas que apresentam competitividade excessiva podem levar a situações de estresse, com manifestações de insônia, cefaleia, ansiedade, inapetência, agressividade ou passividade excessivas (SOUTO, 2002). Além disso, a prática esportiva competitiva pode assumir uma importância tal na vida do jovem, que passará a priorizá-la em detrimento de jogos e brincadeiras indispensáveis ao seu desenvolvimento, bem como à sua formação escolar. Como consequência disso, temos os riscos 1 e 3 descritos no quadro 6.
Justamente por causa de todos esses problemas, a criança só deveria ser introduzida no esporte competitivo quando pudesse equilibrar sua tensão psicológica e muscular (BARBANTI, 2005). Esta é outra questão para debate. Qual a idade ideal para esta prática?
Na verdade, questiona-se sobre qual será a idade "ideal", bem como a presença de outros marcadores que possam indicar o início de uma formação sistematizada em uma única modalidade esportiva. No entanto, não há conhecimento de estudos empíricos de referência que possam definir a “idade ótima" de iniciação à especialização esportiva numa modalidade (MILISTETD et al., 2010). O que a literatura tem apontado é que não há uma idade considerada “ideal” ou “melhor” para as crianças começarem a competir no esporte, dependerá do indivíduo e do esporte praticado (BARBANTI, 2005).
Surge dentro deste contexto a noção de “prontidão esportiva”, desenvolvida inicialmente por Robert Malina em 1988, que a definiu como o equilíbrio entre o nível de crescimento, de desenvolvimento e de maturação. De acordo com o autor, quando a demanda for maior que as características individuais, então o indivíduo não estará pronto para competir (DE ROSE JR., 2002a).
É exatamente nesse desequilíbrio que se pode encontrar o grande aspecto negativo da competição infanto-juvenil. Normalmente quando isso ocorre, e a criança e o jovem são submetidos a desafios, surgem problemas já descritos acima, de ordem física, como o aparecimento de lesões importantes, que podem até afetar o processo de crescimento, desenvolvimento e de ordem psicológica, que podem levar a sérias consequências comportamentais (DE ROSE JR., 2002a).
Normalmente a criança está “pronta” para competir quando atinge a maturidade física e psicológica. No entanto, Barbanti (2005) explica que as crianças variam substancialmente na velocidade da maturação física e psicológica, com algumas alcançando a maturidade muito mais cedo do que outras.
Corroborando estas afirmações, a Academia Americana de Pediatria contraindica competições esportivas em crianças muito novas, devido a esta heterogeneidade de maturação, o que pode causar acidentes, e em razão do prejuízo emocional causado àqueles que são malsucedidos no esporte (OLIVEIRA et al., 2007).
Segundo os autores, crianças possuem dificuldade em lidar com a excitação e as pressões da competição intensiva. As crianças menores têm uma dificuldade maior de enfrentar o estresse esportivo que as maiores. O aumento no nível de importância da competição resulta em fatores que podem vir a ameaçar a alegria e a saúde psicológica da criança, como por exemplo, o encorajamento a sua especialização precoce no esporte, ao invés de permitir-lhe a participação em vários outros esportes com tipos de treinamentos diferenciados.
Para que as crianças não vivenciem todos os problemas advindos de uma especialização esportiva precoce, é importante que o processo de treinamento a longo prazo seja realizado por meio de uma preparação planejada e sistematizada, visando um rendimento contínuo e a longo prazo. Isso de acordo com Arena e Bohme (2000) acontece em três etapas.
A etapa de iniciação e formação básica geral, normalmente desenvolvida na fase dos sete aos 12-13 anos de idade. A etapa de treinamento específico, período destinado ao aprimoramento dos gestos específicos da modalidade, ou quando se inicia a organização e sistematização do treinamento, a partir dos 13 anos de idade e a etapa de treinamento de alto rendimento, que compreende a fase de estabilização das capacidades coordenativas com aumento otimizado das capacidades condicionais, recomendada para a fase final da adolescência, a partir dos 17-18 anos de idade.
Diversos autores recomendam que a participação em competições organizadas não se inicie antes dos 11 e os 12 anos, ou mais tarde. Só nestas idades as crianças estariam preparadas para as exigências das competições: do ponto de vista das técnicas e habilidades, da compreensão das relações sociais, de experimentar o sucesso ou o insucesso (MARQUES e OLIVEIRA, 2002).
Os autores ainda enfatizam um último aspecto: não se deve iniciar a participação competitiva antes de as crianças estarem emocionalmente preparadas para tal, para serem confrontadas com a derrota.
É importante mencionar que, no início, o esporte é para a criança um importante meio que favorece o desenvolvimento da competência motriz infantil. Mas isto se dá somente enquanto o esporte é desejado pela criança e organizado de modo sensível pelos adultos. Acredita-se que, frequentemente, estas características se perdem quando o esporte começa a ser desejado apenas pelos adultos, que veem uma forma de minimizar suas frustrações, utilizando as crianças como um meio de alcançar seus propósitos (TODT, 2004).
A influência dos pais
Toda prática esportiva oferecida às crianças e aos adolescentes é permeada por ações adultas - dos pais, dos dirigentes, dos professores, dos técnicos, dos árbitros; todos interferem de alguma forma nas experiências esportivas de seus praticantes. Essa influência não diz respeito simplesmente aos comportamentos e às atitudes dos adultos no momento da competição, mas também aos valores e aos princípios que norteiam a forma pela qual o esporte é ensinado e praticado (KORSAKAS, 2002).
A família pode ser considerada, de acordo com Marques e Kuroda (2000), um dos principais responsáveis pela iniciação da criança na prática esportiva. Porém, ela pode servir tanto como elemento facilitador quanto complicador para a permanência nessa prática (HARWOOD e KNIGHT, 2012).
No início da prática esportiva, as crianças, além de sua vontade própria, recebem uma grande quantidade de influências externas, sendo as mais relevantes aquelas vindas da família. Essa relevância pode ser explicada pela importância que os familiares, especialmente os pais, têm na vida da criança (MACHADO, 2006).
A influência dos pais tem merecido grande destaque como parte fundamental no desenvolvimento das crianças-atletas. Especificamente no esporte, vários autores enfatizam a importância da relação pais-atletas no sucesso da carreira esportiva (BYRNE, 1999; HEDSTROM e GOULD, 2004; MORAES, RABELO e SALMELA, 2004; MEIRELLES et al., 2009; FECHIO et al., 2011). Esses autores demonstram o papel crucial dos pais, especialmente durante os anos iniciais de especialização dos atletas. Eles afirmam que, quando os atletas recebem um apoio apropriado dos pais, especialmente na infância, há o enriquecimento da sua participação, possibilitando grandes experiências e permanência no esporte.
No entanto, segundo Paes (2006), os pais podem interferir no processo de ensino e aprendizagem do esporte em duas medidas: negativas e positivas. Pode ser negativa na medida em que os pais, por falta de melhor compreensão do esporte, limitem a prática esportiva à conquista de títulos, e pode ser positiva, quando os pais pensam no esporte como um fenômeno social importante para o desenvolvimento do seu filho.
Analisando a conduta de pais de jovens esportistas, de acordo com Meirelles et al. (2009), verifica-se que existem os que se dedicam a apoiar com sobriedade, outros que nunca estão presentes e ainda outros que só perturbam por sua conduta totalmente desequilibrada. Essa preocupação dos pais pode desencadear reações inversas nas crianças, como a ansiedade e o estresse. Medo de competir, cobrança excessiva e até mesmo o abandono do esporte são alguns casos que podem ser encontrados.
Na verdade, a influência sobre as crianças (positiva ou negativa) dependerá do comportamento dos pais. Alguns pais são controlados, exaltados e outros ainda desinteressados, e esses comportamentos podem interferir no rendimento da criança em uma competição (MEIRELLES et al., 2009). Além disso, é importante mencionar que os pais desempenham um importante papel na promoção da especialização esportiva precoce (BAKER, 2003).
O Quadro 3 apresenta a divisão feita por Byrne (1999) quanto ao comportamento dos pais em relação ao envolvimento dos filhos no esporte.
Quadro 3. Tipo de envolvimento e comportamento dos pais
Independentemente do tipo de envolvimento, a literatura tem demonstrado claramente que os pais influenciam direta e indiretamente a carreira esportiva dos filhos. A motivação, o estresse, o comportamento emocional, dentre outros aspectos, podem estar relacionados ao envolvimento dos pais neste contexto (VILANI e SAMULSKI, 2002).
A competição esportiva como fonte de estresse em crianças
Segundo Hart (2005), nós vivemos em meio a uma cultura excessivamente competitiva. Desde os primeiros anos de vida, precisamos competir para obtermos o que precisamos e nos sentirmos adequados. Muitas crianças são bombardeadas, desde bebês, com a crença popular de “ganhar é tudo”. Porém a filosofia do “ganho a todo custo” não é só moralmente questionável; ela carrega consequências estressantes inegáveis. Se muita competição é introduzida muito cedo na vida de uma criança, ela pode se tornar compulsiva e desenvolver um medo distorcido de falhar. Ambas as situações podem causar bastante estresse.
A competição não é um fator exclusivo das experiências esportivas, pois reflete valores e objetivos sociais. Desde o nascimento até a morte, o ser humano compete pela sobrevivência em todos os setores em que atua: família, escola e trabalho, mas é no esporte que ela tem mais evidência, devido à divulgação e à importância do esporte no atual contexto social (DE ROSE JR., 2002b).
O estresse é vivenciado numa competição quando o atleta percebe que não pode enfrentar com sucesso as situações que se apresentam, antecipando consequências negativas, ou quando as desempenha com sucesso, mas tem que mantê-las no mesmo patamar, por um determinado tempo, ou até precisa superá-las em seguida, como em provas classificatórias, por exemplo. É importante ressaltar que crianças nem sempre estão preparadas para isso (PAULINETTI e MACHADO, 1997).
A pressão dos pais para a vitória tem sido considerada, em diversos estudos, como um dos fatores geradores de níveis altos de ansiedade e estresse pré-competitivo em crianças e adolescentes (BERTUOL e VALENTINI, 2006). De acordo com as autoras, em períodos de competição, quando as habilidades atléticas são publicamente testadas e avaliadas, a pressão que o atleta suporta pode tornar-se um fator de influência negativa no desempenho.
Essa pressão pode levar à manifestação de sintomas de fadiga, ansiedade, irritabilidade, insegurança, agressividade e apatia. Muitas vezes, quando passam por experiências competitivas desagradáveis, as crianças podem ter sua autoestima afetada, o que pode causar um alto nível de estresse e levar a consequências indesejáveis, como, por exemplo, o abandono total da atividade (BERTUOL e VALENTINI, 2006).
Toda competição, em qualquer nível, apresenta quatro aspectos que são evidenciados a todo o momento (DE ROSE JR, 2002b): 1) o confronto (entre dois ou mais indivíduos ou equipes, uma vez que não há competição sem confronto; 2) a demonstração (das capacidades e habilidades aprendidas e desenvolvidas durante todo o processo de treinamento e ao longo da carreira do atleta); 3) a comparação (em função de um padrão autodeterminado ou definido externamente, ou seja, quando se compete, sempre há uma comparação com algum padrão, seja ele individual ou estabelecido socialmente) e; 4) a avaliação (o atleta é avaliado pelas pessoas presentes no evento. Esta avaliação, no entanto, nem sempre é feita por pessoas preparadas, e pode levar a sérios erros de julgamento).
Com todos esses aspectos, complementa o autor, espera-se que as pessoas envolvidas no processo competitivo sejam submetidas constantemente a um verdadeiro bombardeio de observações, opiniões e julgamentos que podem criar expectativas, objetivos e pressões inadequados para seu desenvolvimento como atleta, gerando estresse.
A competição é importante para o desenvolvimento (De Rose Jr. e Korsakas, 2006). O esporte sem a competição deixa de cumprir com seus aspectos mais interessantes, que são o confronto, a medição de forças, a busca pelo desafio. Aprender pela competição é possível e saudável. Competir é um aprendizado constante que vale para todos os momentos da vida, seja no esporte ou em qualquer outra atividade do ser humano. O problema é quando os adultos transformam esse processo em um fator de estresse.
Nesse sentido, competição realmente pode ser saudável, mas deve ser balanceada. As crianças devem aprender que um pouco de fracasso é inevitável e normal, e que em algumas ocasiões a falha pode conduzir melhor ao crescimento do que o sucesso constante. Devem também aprender a cooperar, a serem bons jogadores de equipe, e a saberem celebrar as conquistas de outras pessoas. Estas são tarefas difíceis, mas absolutamente necessárias à criança para uma maturação saudável, feliz e livre de estresse (HART, 2005).
O olhar da psicologia do esporte sobre a especialização esportiva precoce
Quando discutimos a questão da especialização esportiva precoce, temos a visão dos técnicos esportivos interessados no esporte de rendimento e tudo que ele acarreta (como o sucesso, por exemplo) e, por outro lado, a visão dos profissionais de Educação Física, em sua função pedagógica, realmente preocupados com as crianças e os jovens que estão sendo conduzidos cada vez mais precocemente e com mais intensidade a esta prática. Dentro deste contexto, surge a dúvida de como a Psicologia do Esporte tem olhado para esta questão.
Muitas das grandes transformações da Educação Física, em especial na feição competitiva, seriam bem resolvidas, se houvesse a preocupação de analisar e responder a questões como “até que ponto devemos treinar uma modalidade com pessoas tão novas?”, “vale a pena estas crianças competirem no esporte?”, “quantos são deixados para trás, ao separarmos nossas turmas de treinamento?”. Para respondermos a estas perguntas, precisaremos saber se as atitudes dos profissionais de Educação Física estão adequadas aos interesses, necessidades e características das crianças e jovens com os quais trabalham (MACHADO e PRESOTO, 2001).
A Psicologia do Esporte, quando trata da especialização esportiva precoce, busca responder a estas questões. Além disso, tenta entender e explicar quais as repercusões, na esfera psicológica, que o envolvimento em competições esportivas pode trazer às crianças e adolescentes envolvidos.
No entanto, de acordo com Gould (2009), muitos dos envolvidos nos esportes juvenis estão trabalhando em uma perspectiva de mundo muito diferente do que a que é familiar para os psicólogos do esporte, para as comunidades da ciência e da medicina esportiva. Com pouca experiência neste campo, eles são bombardeados com as imagens e mensagens inebriantes do esporte de elite de entretenimento: “vencer é o que conta, e para ganhar, você precisa treinar muito duro e fazer tudo o que for preciso para chegar ao topo”. Esta perspectiva leva a adotar comportamentos negativos usuais, que são veiculados nos meios de comunicação: manipulação de registros de nascimento para facilitar a elegibilidade; abuso por parte dos pais com funcionários, treinadores, e as crianças; subversão de programas e oportunidades acadêmicas para perseguir objetivos esportivos; violação de regras para registrar ilegalmente em vídeo e espionar oponentes, e o uso de drogas que melhoram o desempenho.
Neste sentido, os especialistas da área, incluindo os psicólogos do esporte, devem falar sobre estes assuntos em encontros profissionais e em revistas, devem se envolver em programas locais e divulgar as pesquisa em formas que pessoas leigas possam compreender e em fontes que leem (escrever colunas em jornais locais, informar pelo rádio, internet e espaços de televisão). É importante ouvir aqueles que participam de atividades esportivas juvenis (especialmente os jovens em si), identificar suas necessidades e, em seguida, responder de maneira adequada, sendo necessário, também, estar politicamente envolvidos, ajudando a moldar as políticas do governo e buscar influências para obter maior financiamento à atividade esportiva juvenil ''bem feita'' (GOULD, 2009).
A Psicologia do Esporte tem buscado desenvolver estratégias de intervenção que possam minimizar os riscos da especialização esportiva precoce, bem como prevenir-se por meio de publicações que abordem a importância da iniciação esportiva e da ludicidade em lugar das cobranças. Há, também, de acordo com Souza (2003), a preocupação em desenvolver estratégias de intervenção para evitar influências negativas por parte dos pais.
Além disso, a disciplina de Psicologia do Esporte, presente na grade curricular dos cursos de Educação Física, tem auxiliado na formação dos treinadores desportivos, e isso é um fator muito importante, pois eles têm grande responsabilidade na formação dos futuros atletas (MACHADO, 2006).
Considerações finais
O envolvimento de crianças e jovens em esportes de competição tem preocupado a comunidade científica, principalmente em função das implicações que a busca por resultados competitivos pode ter no desenvolvimento em longo prazo.
Esta ênfase em resultados imediatos não condiz com um trabalho de formação que deve existir nas categorias de base e sim com um processo de especialização esportiva precoce.
Para que as crianças não vivenciem todos os problemas advindos de uma especialização esportiva precoce, é importante que o processo de treinamento seja contínuo, formativo e planejado de forma a favorecer o desenvolvimento integral do indivíduo.
É importante ressaltar que, durante as primeiras etapas do aprendizado esportivo é que se devem estabelecer as bases do futuro desempenho do atleta e, para isso, o trabalho do psicólogo do esporte pode ser fundamental.
A especialização esportiva precoce é um tema que necessita de maiores investigações. Portanto, outros estudos nesta área serão bem-vindos.
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