Análise do consumo máximo de oxigênio em atletas de futsal nas diferentes posições táticas da modalidade Análisis del consumo máximo de oxigeno en jugadores de futsal en las diferentes posiciones tácticas de la modalidad |
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*Educador Físico – UNIFAE/ Especialista em Treinamento Desportivo – UNIFMU Mestrando em Ciências Médicas e Saúde – Motricidade Humana – UdelaR - Uruguai **Educador Físico – UNAERP/ Especialista em Nutrição HCFMRP – USP Mestrando em Ciências Médicas e Saúde – Bioquímica e Nutrição – UdelaR- Uruguai |
Henrique Miguel* Marcus Vinícius de Almeida Campos** prof.henriquemiguel@yahoo.com.br (Brasil) |
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Resumo O Futsal tem se tornado todos os dias, uma das modalidades mais praticadas do Brasil. Desta forma, o presente estudo buscou visualizar diferenças do VO2max entre os jogadores de distintas posições da modalidade. Foram analisados 18 atletas da equipe DERLA/Aguaí e Futsal, com média de idade 17,2±0,4 anos, 164±41 cm de estatura, 68,9±7,9 kg de massa corpórea, IMC de 22,8±1,6, 15,3±2,06 de percentual de gordura corporal e VO2 de 41,6±3,6 (ml / kg.min). Utilizou-se para a avaliação do VO2, o protocolo de 2400 metros, juntamente com a aferição do peso, da altura, percentual de gordura corporal e índice e massa corpórea. Estatisticamente usou-se o modelo descritivo simples através da ANOVA One Way. Após a realização dos testes em todos os jogadores, o tratamento estatístico não encontrou nenhuma diferença significativa na variável avaliada, o que ressalta que mais estudos nesta temática deverão ser realizados para benefício da ciência do treinamento da referida modalidade. Unitermos: Futsal. Capacidade aeróbia. Consumo máximo de oxigênio.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
O Futsal surgiu no Uruguai e rapidamente foi trazido ao Brasil pela proximidade do país vizinho. Logo, este se tornou um dos esportes mais difundidos e praticados dentro dos clubes, agremiações e até mesmo em momentos de tempo ócio. Tal fato deu à modalidade uma estrutura completamente nacionalizada e uma imagem que se atrela aos laços da cultura brasileira. Pelo pouco espaço necessário para sua prática e o menor número de jogadores necessários ao exercício da modalidade, muitos autores já relatam que o Futsal em alguns anos se tornará tão praticado, ou superará o número de adeptos do Futebol (FIGUEIRÊDO, 1996; LUCENA, 1994).
Surgindo como esporte amador, o Futsal não demorou a se tornar uma modalidade de alto-rendimento. Tal fato fez com que os atletas, antes apenas amadores, conseguissem sua profissionalização, bem como as agremiações, times e clubes, que passaram a se tornar empresas pagando salários aos seus empregados do esporte. (SANTANA, 1996).
A profissionalização aumentou o número de competições e o número de nações que passaram a praticar a modalidade. Vários atletas começaram a ser exportados para outros países, difundindo ainda mais a modalidade pelo mundo. Este fato proporcionou a criação de ligas regionais, estaduais e nacionais, campeonatos continentais de seleções e clubes, bem como o campeonato mundial da modalidade, que nos anos 90 passou à tutela da FIFA, onde o Brasil é o maior vencedor com seis conquistas (BRUNORO e AFIF, 1997).
É uma modalidade de constante confronto entre as equipes que disputam uma partida, redobrando a atenção de todos os jogadores envolvidos num contexto de constante ataque e defesa (GARGANTA, 2002).
Como modalidade esportiva, é classificada por ter caráter intermitente, variando de situações de intensidade alta com períodos e momentos de curta recuperação. (CORRADINE e TOLEDO, 2007). Desta forma é difícil o conhecimento com exatidão das exigências físicas, fisiológicas e energéticas que necessitam os jogadores durante a realização da atividade, sobretudo com a imprevisibilidade da partida e do adversário que se vai enfrentar (GARCIA, 2004).
Nota-se claramente que o Futsal, em função da natureza de suas ações motoras, visa deslocamentos variados, paradas bruscas e repentinas, acelerações e desacelerações, saídas rápidas, trocas de direção em alta velocidade, juntamente com as ações de fundamentos que cercam todo o âmbito da modalidade (passar, finalizar, fintar, driblar, entre outras). Entretanto, não devemos esquecer que o desempenho de um jogador de Futsal, é diretamente proporcional com sua capacidade de força e com o desenvolvimento de suas capacidades físicas determinantes (resistência aeróbia e anaeróbia, coordenação e velocidade) que sempre sofrem ajustes funcionais e morfológicos seguindo os princípios exigidos pela modalidade (CORRADINE e TOLEDO, 2007).
Desta maneira, a avaliação física dos atletas do Futsal vem sendo cada vez mais detalhada com o intuito de auxiliar na preparação física, técnica e tática, levando o atleta à sua melhor forma, sendo aproveitado da maneira mais correta possível por sua comissão técnica. Uma das avaliações mais corriqueiras realizadas pelos profissionais da preparação física da modalidade em questão é a avaliação do VO2máx dos atletas. O consumo máximo de oxigênio pode ser definido como o maior volume de oxigênio captado por um determinado intervalo de tempo, seguindo a respiração do ar atmosférico durante a realização de algum exercício (BARROS NETO, TEBEXRENI e TAMBEIRO, 2001). Nos desportos o VO2 tem se tornado uma ferramenta de grande importância na predição da performance do atleta, sendo empregada principalmente para avaliar a capacidade respiratória dos atletas (SILVA, et al, 1998).
Garcia (2004) informa em uma de suas pesquisas com o Futsal que, uma partida pode ter duração aproximada de 75 a 90 minutos, onde 54% deste tempo é o resultado da soma de todas as pausas efetuadas entre os intervalos de jogo e 46% do tempo restante corresponde à soma de todos os intervalos de jogo em que a bola está sendo jogada. Além disso, o Futsal demanda de um grande trabalho neuro-muscular, devido à enorme quantidade de ações técnicas realizadas durante todo o tempo de realização da partida, assim como as permanentes trocas de ritmo e intensidade. Neste contexto, observa-se aproximadamente uma média de 670 ações diferentes e consecutivas em intensidades variadas (correr, caminhar, corrida em velocidade, conduzir a bola, finalizar) durante a partida.
Observamos dentro de tal situação que o sistema energético ATP-CP, tem participação freqüente no abastecimento dos esforços breves de intensidade alta, alternado permanentemente com o sistema energético aeróbio, participante das ações energéticas de baixa intensidade (McARDLE, KATCH e KATCH, 1998). O sistema anaeróbio lático participa quando os tempos das ações de alta intensidade tenham duração prolongada (maior que 15 segundos). Seguindo esta linha de raciocínio, um atleta de Futsal percorre durante a partida 3200 a 3400 metros, dos quais 57% são percorridos em intensidade alta e 43% são realizados em baixas intensidades. Um jogador se mantém em contato com a bola em média dois minutos e vinte segundos, o que mostra como é importante o trabalho voltado para a técnica dentro da periodização do treinamento. É necessário que no pouco tempo que esteja com a bola em seu domínio, saiba o que e como fazer da maneira mais proveitosa para a equipe. Mediante tais elucidações, notamos a razão do Futsal ser uma modalidade tão dinâmica que exige alto grau de preparo físico dos atletas que o praticam (BELLO JUNIOR, 1998; GARCIA, 2004). A rápida troca de posições no Futsal torna a modalidade constante em seu processo de rotatibilidade de atletas dentro da quadra de jogo. Seguindo este motivo, algumas pesquisas provenientes de outros autores, vêm tentando auxiliar na caracterização da somatotipia dos atletas em seus respectivos papéis dentro da partida (DANTAS e FERNANDES FILHO, 2002; CHAGAS et al, 2005).
2. Materiais e métodos
2.1. Amostra
Participaram do presente estudo, dezoito atletas do sexo masculino, integrantes da categoria Sub-18, da equipe de Futsal do Departamento de Esportes, Recreação e Lazer da Prefeitura Municipal de Aguaí/SP (DERLA/AGUAÍ), que disputam a Liga Regional de Futsal de São José do Rio Pardo. Os atletas são acompanhados sistematicamente nos treinamentos pela comissão técnica do departamento, sendo que a equipe é composta por quatro goleiros, cinco fixos, seis alas e três pivôs. Os pesquisadores responsáveis fizeram explicação do projeto aos atletas, bem como informaram que não havia despesas pessoais para participação no estudo, assim também, como não haveria compensação financeira. Por fim, foi entregue o termo de consentimento livre e esclarecido que seguiu aos pais dos jovens, validando e confirmando a participação no estudo.
2.2. Coleta de dados
2.2.1. Avaliação antropométrica
A estatura e a massa corpórea dos atletas foram mensuradas através de uma balança mecânica com precisão de 100 gramas, com estadiômetro de tamanho total de 1,95 metros, com precisão de 1 centímetro, capacidade de 150 quilos, modelo M-33 da marca Micheletti®. Todos os atletas foram medidos e pesados vestindo apenas o calção de treino. A estatura e a massa corpórea foram mensuradas em todos atletas pelo mesmo pesquisador.
Através destes dados, foi calculado o IMC dos atletas em uma tabela criada no programa Excel 2003® para Windows XP®.
O percentual de gordura se deu pelo protocolo de Deurenberg (1991), que determina o processo citado, partindo dos dados iniciais do IMC, relacionados a uma pequena fórmula.
2.2.2. Teste do VO2
Devido aos vários protocolos para mensuração do VO2, seguiu-se a opinião de Marins e Giannichi (1998), que citam o teste de 2400 metros de Cooper (Vivacqua & Hespanha, 1992), como perfeitamente adequado a atletas, principalmente para modalidades de jogos com bola. Para que o teste se assemelhasse ao máximo com a realidade dos atletas dentro de quadra, sua realização foi executada num circuito cíclico com extensão de 60 metros, sendo que os atletas teriam que realizar os 2400 metros no menor tempo possível. O local de saída era o mesmo para todos os participantes e a metragem se dava pelo número total de voltas que o atleta conseguisse, somados os metros remanescentes a partir do ponto de saída. O tempo foi delimitado com um cronômetro da marca Oregon®, modelo SL928M, e a distância foi medida com uma trena da marca Starret®, comprimento de 30 metros, precisão de 1 centímetro, modelo S-510/Y5108. A demarcação do circuito do teste pode ser visualizada na figura abaixo.
2.2.3. Tratamento estatístico
Os resultados encontrados foram previamente normalizados por procedimento estatístico descritivo, sendo expressos as seguintes médias e os desvios padrão. Utilizou-se a ANOVA One Way para comparação entre as diferentes posições de jogo, sendo o nível de significância adotado de P≤0,05. O programa adotado para calculo estatístico foi o GraphPad InStat®.
3. Resultados e discussão
Os dados da caracterização dos atletas da equipe de Futsal Sub-18 do Departamento de Esportes, Recreação e Lazer da Prefeitura Municipal de Aguaí, (DERLA/ Aguaí), com as variáveis: idade, estatura, massa corpórea, índice de massa corporal, percentual de gordura e consumo máximo de oxigênio, estão representados na tabela seguinte.
Tabela 1. Caracterização da amostra
Verificando o consumo máximo de oxigênio relacionado com o posicionamento dos atletas em quadra, após os testes realizados com os componentes do grupo de jogadores, observaram-se os seguintes resultados que são descritos na tabela a seguir.
Tabela 2. VO2máx dos atletas segundo posicionamento em quadra
O Futsal é uma modalidade de características distintas, onde mesmo situados em diversas problemáticas de caráter tático, seus atletas devem desempenhar uma enorme variabilidade de movimentações que acarretam num vasto repertório no que diz respeito à intensidade e volume e suas adaptações fisiológicas frente ao jogo. Este processo se difere do Futebol, que possui suas posições mais bem definidas dentro de campo, montando um modelo tático mais bem delineado com menores trocas de posições entre os jogadores de uma determinada equipe (BALIKIAN et al., 2002).
A análise estatística de tal variável não encontrou diferença significativa entre o consumo máximo de oxigênio entre os quatro grupos de jogadores da equipe (p<0,05). A ausência destas diferenças significativas no consumo máximo de oxigênio entre as posições do Futsal corrobora com os dados observados por Bicalho et al (2007).
Essa similaridade pode ter sido acarretada pelas próprias características da modalidade em questão, pois, todos seus atletas, apesar de ocupar nomenclaturas de posições que exercem durante uma partida, estão em constante rodízio com efetivas trocas de posições, onde tal atleta deve desempenhar outras funções várias vezes durante o jogo e com maestria, o que potencializa seu aporte fisiológico (SANTANA, 2006).
Comparando os grupos específicos em pares, também não encontramos diferença significativa dentro da análise estatística (p<0,05).
Desta forma, o Futsal se mostra ser uma modalidade com constante troca de posições, o que leva seus atletas a uma generalização dos fatores fisiológicos, na questão principal, o consumo máximo de oxigênio. Tal fato não pode ser visto da mesma forma quando jogadores de Futsal são comparados com jogadores de Futebol, pois estes últimos possuem valores maiores de VO2máx pelo componente aeróbico da modalidade citada (CHAMARI et al., 2004).
4. Conclusão
Conclui-se com o presente trabalho que, pelo Futsal ser uma modalidade onde seus atletas estão em constantes trocas de posição, o consumo máximo de oxigênio comparado entre os grupos de atletas das quatro posições da modalidade (goleiros, fixos, alas e pivôs) não possui diferença estatística significativa. Também não houve diferença significativa quando comparados em pares entre si.
Desta maneira, é importante ressaltar que novas pesquisas devem ser realizadas com o intuito de englobar cientificamente tal proposta estudo, para que a modalidade continue crescendo tanto no âmbito de conquistas, quanto no ramo da ciência do treinamento.
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