Avaliação nutricional e comportamento alimentar em bailarinas Evaluación nutricional y conducta alimenticia en bailarinas Nutritional assessment and feeding behavior in ballet dancers |
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*Nutricionista, Especialista em Nutrição Clínica pelo Programa de Pós-Graduação em Nutrição Clínica, Fundação Universitária de Cardiologia, Porto Alegre, RS **Nutricionista (IMEC) e Educadora Física (UFRGS), Doutora em Ciências Médicas pela UFRGS, Professora da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Santa Cruz, RN |
Cláudia Villela da Silva* Ana Paula Trussardi Fayh* ** (Brasil) |
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Resumo O objetivo do estudo foi avaliar o perfil nutricional e o comportamento alimentar em bailarinas. Foram avaliadas 20 bailarinas com idades entre 20 e 35 anos. Aplicou-se três recordatórios de 24hs para o cálculo Índice de Alimentação Saudável. Para avaliação do comportamento alimentar, aplicou-se o Teste de Atitudes Alimentares com 26 questões (EAT26). Ao final, realizou-se a avaliação antropométrica das bailarinas. As bailarinas apresentaram-se eutróficas, com consumo alimentar parcialmente adequado e sem comportamento alimentar de risco. Não há associação entre o consumo alimentar, perfil antropométrico e o comportamento alimentar no grupo de bailarinas estudado. Unitermos: Bailarinas. Consumo alimentar. Transtornos alimentares. Perfil antropométrico.
Abstract The purpose of this study was to evaluate the nutritional status and feeding behavior of ballet dancers. Were evaluated 20 ballet dancers aged between 20 and 35 years. We applied three 24h recalls for calculating the Healthy Eating Index. To assess feeding behavior, we applied the Eating Attitudes Test with 26 questions(EAT26). In the end, was held Anthropometric assessment of the ballet dancers. The dancers presented themselves eutrofics, with consume food partially adequate and without feeding behavior of risk. No association between dietary consumption, anthropometric profile and feeding behavior in the studied group of ballet dancers. Keywords: Ballet dancers. Feeding consumption. Eating disorders. Profile anthropometry.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O ballet clássico trata-se de uma manifestação artística que envolve o desenvolvimento da agilidade, flexibilidade e força. O corpo considerado ideal para a bailarina deve ser uma figura magra, longilínea e delicada, porém forte e flexível (ROJAS; URRUTIA, 2008). A estética, pré-estabelecida, significa um protótipo de aparência física, por muitas vezes não saudável, focando principalmente no baixo peso (BETANCOURT; ALBIZU-CAMPOS; DÍAZ, 2007). Para alcanço da forma desejada, condutas nocivas à saúde são desenvolvidas por bailarinas, a fim de limitar o ganho de peso e obter um baixo percentual de gordura (BETANCOURT et al., 2007).
A imagem corporal baseia-se no modo como o corpo se apresenta para cada individuo, sendo esta gerada e influenciada a partir de vários fatores e valores inseridos em uma cultura (SAIKALI et al., 2004). No ballet clássico, o corpo recebe uma valorização ainda maior, podendo haver uma percepção da imagem corporal totalmente equivocada, sendo um fator de risco importante do desenvolvimento de transtornos alimentares (TA) (RIBEIRO; VEIGA, 2010). Complicações relacionadas aos TA podem causar graves danos à saúde da bailarina, levando até mesmo ao afastamento de suas atividades (RIBEIRO; VEIGA, 2010). devido a finalidades físicas e estéticas, bailarinas adotam padrões alimentares de dietas hipocalóricas, investindo na escolha de alimentos com pouca densidade energética (KOUTEDAKIS; JAMURTAS, 2004).
A qualidade da alimentação tem se modificado decorrente do estilo de vida atual em mulheres, levando ao aparecimento de diferentes padrões alimentares, saudáveis ou não saudáveis (GOMES; CAMPINO; CYRILLO, 2008). O Índice de Alimentação Saudável (IAS) é um instrumento que avalia as mudanças nos padrões de consumo, servindo de recurso importante para a promoção da saúde e a educação nutricional (VIEIRA; SAUNDERS; SOARES, 2007). Com isso, a aplicação do IAS como forma de avaliação do padrão de dieta torna-se um instrumento importante podendo ser relacionado ao estado nutricional (ARROYO et al., 2009).
A literatura possui estudos realizados com bailarinas avaliando o estado nutricional através da antropometria e distúrbios alimentares envolvidos, bem como o hábito alimentar, com abordagens relacionadas à ingestão diária (BETANCOURT et al., 2009; SILVA; ALVES; NACIF, 2009; ROJAS; URRUTIA, 2008). No entanto, ainda não há ênfase no tipo de alimento consumido por estas bailarinas, bem como a quantidade e o qualidade de suas dietas, já que fazem parte de um grupo de controle com a imagem e cuidado da forma física. Diante destas considerações, o presente estudo objetiva-se em avaliar o perfil nutricional e o comportamento alimentar em bailarinas.
Métodos
Caracterização da população e da amostra
Foram avaliadas 20 bailarinas do sexo feminino de uma Escola de Dança de Porto Alegre (Rio Grande do Sul, Brasil), com idade entre 20 e 35 anos. Como critérios de inclusão, que contenha pelo menos sete anos de prática clássica, com tempo de treinamento de no mínimo 90 minutos cinco vezes na semana e que obedecessem fidedignamente os cuidados na coleta de dados, os quais foram previamente esclarecidos e orientados. As bailarinas foram convidadas a participar do estudo a partir da exposição do projeto de pesquisa, previamente aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição (4443/2010).
Descrição de coleta e análise de dados
O consumo alimentar foi avaliado através da aplicação de três recordatórios alimentares de 24h em cada bailarina, sendo dois de dias da semana e um de final de semana. Os dados dietéticos obtidos em medidas caseiras foram inseridos no programa Avanutri, versão 3.15, para análise nutricional. Os alimentos ou preparações não disponíveis no software, foram acrescentados com informações da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO, 2006), Tabela de Composição de Alimentos (IBGE, 1996), Tabela para Avaliação de Consumo Alimentar em Medidas Caseiras (PINHEIRO et al., 2005) e através dos rótulos disponíveis nas embalagens. Os alimentos foram agrupados de acordo com as porções da pirâmide alimentar (BRASIL, 2005), para posterior análise do valor energético e de nutrientes e realização do cálculo do Índice de Alimentação Saudável, conforme a tabela abaixo.
Tabela 1. Bases para o cálculo do Índice de Alimentação Saudável
A partir da pontuação obtida do IAS, as dietas foram classificadas em boa qualidade (superior a 100 pontos), precisando de melhorias (71-100 pontos) e de má qualidade (inferior a 71 pontos) (MOTA et al., 2008).
Para avaliação do comportamento alimentar anormal e de práticas inadequadas para controle de peso, foi utilizado o Teste de Atitudes Alimentares com vinte e seis questões (EAT-26), traduzido para o português, mantendo as correlações clínicas e psicométricas (BIGHETTI et al., 2003). O ponto de corte, que corresponde à pontuação igual ou superior a 20 pontos indicam que a bailarina está supostamente suscetível ao desenvolvimento de distúrbios de conduta alimentar, além da presença de padrões alimentares anormais (CORDÁS; NEVES, 1999).
A avaliação nutricional incluiu medidas de massa corporal e estatura para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e dobras cutâneas para o cálculo do percentual de gordura corporal. Para o registro da massa corporal, utilizou-se uma balança digital (Plenna®), e para a medida da estatura utilizou-se uma fita métrica (Sanny®), a qual foi fixada em uma parede, sem rodapé, com limite inferior da fita no chão e o superior a 200 cm do mesmo. Cada bailarina permaneceu em pé, ereta, com os braços estendidos ao longo do corpo e com a cabeça erguida, posicionada centralmente à fita métrica, com os cabelos soltos, calcanhares encostados à parede, assim como ombros e nádegas. Após, foi colocada uma régua sobre o vértex da voluntária, fixando-a contra a cabeça, para que pudesse ser feita a leitura da estatura medida. A partir dos valores encontrados (peso e estatura), foi realizado o cálculo do IMC (kg/m²), que foi classificado conforme os pontos de corte preconizados pela Organização Mundial da Saúde (WHO, 1998). Para medida das dobras cutâneas, utilizou-se um adipômetro científico (Cescorf®), com precisão de 0,1mm. A ordem das medidas realizou-se de forma rotacional, e a avaliação do percentual de gordura seguiu o protocolo proposto por Jackson, Pollock e Ward (1980), para atletas do sexo feminino.
Análise estatística
Os dados foram estruturados e analisados utilizando o pacote estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 18.0 para Windows. Foi utilizada a estatística descritiva para a caracterização da amostra, com freqüências absolutas (médias e desvios padrão) e relativas (%). Para comparação da ingestão calórica e de nutrientes ingeridos pelas bailarinas, bem como a pontuação do Índice de Alimentação Saudável utilizou-se o teste T de Student. Para associação do consumo alimentar com os parâmetros antropométricos e comportamento alimentar, foi utilizado o teste Exato de Fischer. O nível de significância aceito para este estudo foi de 5%.
Resultados
Os dados de caracterização da amostra descritos na tabela 2 apontam que as bailarinas eram adultas jovens, apresentando valores médios de IMC e percentual de gordura abaixo da média populacional para mulheres, porém adequado para este tipo de modalidade de dança. Em relação ao questionário EAT, a pontuação média resultante na amostra, indicou um padrão de comportamento alimentar aceitável e dentro da normalidade, considerando uma pontuação igual ou superior a 20 pontos.
Tabela 2. Dados de caracterização da amostra
Na tabela 3, constam resultados relativos à ingestão calórica e de nutrientes obtidos através do recordatório de 24hs. De uma forma geral, as bailarinas não atingiram suas recomendações de carboidratos, e excederam o consumo de gordura e proteína. Em relação aos micronutrientes, a amostra apresentou um baixo consumo de cálcio, potássio e vitamina E. Para os demais micronutrientes, embora se tenha visualizado diferença estatística em relação às recomendações, o consumo foi considerado satisfatório, pois atingiu o valor mínimo necessário para a manutenção da saúde.
Tabela 3. Ingestão calórica e de nutrientes obtidos através do R24hs
Na avaliação qualitativa da dieta das bailarinas através do Índice de Alimentação Saudável (IAS), observa-se que, de uma forma geral, as bailarinas consomem uma quantidade inferior de porções do grupo de vegetais, frutas e leguminosas. Em relação ao consumo de doces e de gordura total, houve um consumo superior ao adequado. Para os demais componentes analisados, observou-se padrões de consumo considerados saudáveis.
A tabela 4 expressa a comparação entre a pontuação obtida da dieta das bailarinas e a recomendação de pontos do IAS. Embora elas não tenham atingido a pontuação máxima para a maioria dos grupos alimentares, não se pode afirmar que a alimentação estava inadequada. Considerando-se que uma dieta que não saudável teria pontuação inferior a 70 pontos, em média, as bailarinas apresentaram um padrão de consumo alimentar saudável. A amostra apresentou um padrão de consumo considerado adequado em relação à variedade e consumo de colesterol.
Tabela 4. Classificação da dieta pelo Índice de Alimentação Saudável adaptado ao Guia Alimentar da População Brasileira
Quanto às dietas das bailarinas, 85% destas foram classificadas em dieta precisando de melhorias, tendo uma pontuação média de 86,55 pontos. Dez por cento das dietas da amostra classificaram-se em dieta de boa qualidade. Apenas uma bailarina teve sua dieta classificada como de má qualidade, com 69,02 pontos.
Quando associamos os parâmetros de estado nutricional, alimentação saudável e comportamento alimentar de risco, não foram observadas associações significativas entre o comportamento alimentar de risco com a magreza (p=0,533) ou com a alimentação classificada como não adequada (p=0,533).
Discussão
São complexos os estudos que se baseiam na lembrança dos indivíduos, como a análise do consumo alimentar ou questionário de atitudes. Uma limitação desses estudos seria a memória do indivíduo, que pode interferir diretamente no resultado, assim como no caso do presente estudo. Sempre que possível, a associação de variáveis utilizadas para a avaliação nutricional, como parâmetros antropométricos, consumo alimentar e atitude alimentar, pode contribuir para o esclarecimento de hábitos alimentares individuais e populacionais.
O excesso de peso é um fator preocupante e limitante no ballet clássico, fazendo com que as praticantes possuam rígido controle de peso e percentual de gordura corporal (SÁNCHEZ et al., 2008). As bailarinas da amostra, de uma forma geral, estavam eutróficas, sendo apenas duas integrantes classificadas com magreza grau leve, conforme classificações da WHO (1998). Silva, Alves e Nacif (2009), comparando o estado nutricional de estudantes de ballet e bailarinas profissionais, demonstraram que a maioria das bailarinas, de ambos os grupos, apresentaram-se eutróficas, sendo apenas duas estudantes desnutridas. Outro estudo realizado em companhias e escolas de dança de ballet e folclore (BETANCOURT et al., 2009), apontou que as bailarinas profissionais da companhia apresentaram um IMC médio de 18,6kg/m², e as bailarinas da escola clássica tiveram IMC médio de 18 kg/m². Já na escola de danças folclóricas a média de IMC foi de 19,2kg/m². Esses resultados demonstram que as exigências corporais do ballet clássico são mais rígidas quando comparada a outras modalidades de dança. Contudo, é importante mencionar que o IMC possui limitações na capacidade de oferecer informações da composição corporal, principalmente em praticantes de esporte, apresentando-se inferior na sensibilidade quanto à distribuição da gordura (SIANI et al., 2002).
Rojas e Urrutia (2008), na avaliação do percentual de gordura de 24 bailarinas adultas de uma escola de ballet da Costa Rica, observaram que estas tiveram valores médios de percentuais de gordura de 19%, superiores em comparação ao presente estudo, porém baixos quando relacionados a população feminina adulta (KOUTEDAKIS; JAMURTAS, 2004). No entanto, nem sempre um baixo percentual de gordura índica magreza. Betancourt, Aréchiga e Ramírez (2008) enfatizam que uma bailarina pode ser considerada acima do peso no mundo da dança quando apresentar um volume corporal maior, mesmo tendo um baixo percentual de gordura.
Ao avaliar os comportamentos de risco para transtornos alimentares, o teste EAT-26 demonstrou que as bailarinas do presente estudo, de uma forma geral, não apresentaram alterações dos padrões alimentares. Em estudo com 61 bailarinos de ambos os sexos, Ribeiro e Veiga (2010), também encontraram uma baixa pontuação no questionário EAT-26. No entanto, ao avaliarem a imagem corporal através da escala de silhuetas de Stunkard, os autores relataram uma alta freqüência de insatisfação corporal entre os bailarinos, sendo este um fator de risco importante para o desenvolvimento de transtornos alimentares. Warren e colaboradores (2002), ao avaliarem o comportamento alimentar através do EAT-26 em grupo de indivíduos, demonstraram que as bailarinas tiveram uma baixa pontuação no teste quando comparadas aos controles. Porém, todos demonstraram zelo quanto aos hábitos alimentares, indicando um cuidado relacionado à dieta e como forma de controle de peso em bailarinos e não bailarinos.
No presente estudo, a avaliação do consumo alimentar demonstrou que, em média, o grupo teve um consumo calórico dentro da normalidade, com relativa adequação de macronutrientes. Porém, as bailarinas tinham um baixo consumo de fibras, quando comparadas as recomendações diárias para população e praticantes de atividade física (DRIS, 2004; CARVALHO et al., 2003). Dados discrepantes foram observados no estudo de Amaral, Pacheco e Navarro (2008), indicando que 50% das bailarinas avaliadas apresentaram um consumo energético considerado insuficiente para o ballet clássico. Ainda, os autores apontaram uma ingestão adequada de carboidratos, proteínas e lipídeos, e um baixo consumo de fibras. Ressalta-se que as pesquisas apresentam discrepância quanto às necessidades de energia, para um bom treinamento e estado físico e a ingestão calórica em bailarinas (WILMERDING; MCKINNON; MERMIER, 2005)
A ingestão de micronutrientes da amostra do presente estudo evidenciou adequação em relação aos micronutrientes ferro, vitamina A, vitamina C, selênio e zinco, demonstrando benefício na função antioxidante, sistema nervoso e na resposta imunológica das bailarinas (DRIS, 2004; CARVALHO et al., 2003). A ingestão de cálcio inferior no estudo torna-se um resultado preocupante, por ser mineral de suma importância na prevenção de fissuras, fraturas e até mesmo a osteoporose, danos problemáticos e comuns em bailarinas clássicas (CARVALHO et al., 2003; KILICARSLAN et al., 2007; PRISK; HAMILTON, 2008). Quanto ao consumo de vitamina E e potássio, os resultados abaixo da recomendação provavelmente seriam devido a pouca ingestão dos grupos fontes como frutas, vegetais e leguminosas. Dados semelhantes foram encontrados no estudo de Rego Filho e colaboradores (2005) com um grupo de adolescentes, no qual 24% apenas consumiam um tipo de fruta diariamente e 44% vegetais, evidenciando que uma dieta inadequada em determinados nutrientes, pode ser fator predisponente ao desenvolvimento de doenças e complicações à saúde.
A avaliação qualitativa da dieta da amostra, pontuada através do Índice de Alimentação Saudável, apontou uma boa variabilidade de alimentos ingeridos. No entanto, observou-se inadequação de alguns grupos alimentares, com altas pontuações para o grupo dos doces e da gordura total e baixas pontuações para os grupos das frutas, vegetais e leguminosas. Resultados semelhantes foram encontrados em outros estudos avaliando bailarinas (ARROYO et al., 2009) e não bailarinas (BIRÓ et al., 2007; NODA et al., 2009), demonstrando que as preferências alimentares eram por alimentos concentrados e pouco saudáveis, ricos em açúcar e gordura. Esses dados ressaltam a importância de uma abordagem nutricional no ballet clássico, enfatizando a importância de cada grupo alimentar para a saúde.
No presente estudo, não foi verificada associação significativa entre o comportamento alimentar com o estado nutricional. Kaufman e colaboradores (2002) também não identificaram correlações significativas entre o peso corporal e a pontuação do questionário EAT-26. No entanto, ressalta-se que a pontuação do teste EAT-26 foi elevada, provavelmente demonstrando padrões relacionados a comportamentos alimentares inadequados.
Em conclusão, a inadequação parcial da alimentação mostra que são necessárias modificações no padrão alimentar desta amostra de bailarinas, a fim de garantir um aporte nutricional balanceado e suficiente para esta modalidade. Destaca-se a necessidade, principalmente no ballet clássico, de acompanhar o estado nutricional utilizando juntamente os guias alimentares, a fim de promover hábitos alimentares adequados e a manutenção de peso de forma saudável, principalmente em grupos vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos alimentares. Com isso, estudos adicionais relacionando padrões alimentares, estado nutricional e atitude de bailarinas, são necessários para esclarecer a interação entre esses fatores.
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