Benefícios e riscos da atividade física para portadores de diabetes mellitus tipo II Los beneficios y los riesgos de la actividad física para portadores de diabetes mellitas tipo II |
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Graduadas pela Universidade do Sudoeste da Bahia UESB Especialistas em Atividade Física para grupos Especiais Faculdade do Salvador (Brasil) |
Alantiara Peixoto Cabral Marla Vanessa Nascimento Santos |
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Resumo O Diabetes Mellitus é uma doença crônico-degenerativa que afeta muitas pessoas no Brasil e no mundo, sendo um dos mais importantes problemas de saúde mundial, pois o número de pessoas afetadas tem aumentado significativamente. Se não tratada desde cedo o paciente pode chegar a morte prematura, além dos custos envolvidos no tratamento serem altos tanto para os pacientes particularmente, como para o poder público. Existem dois tipos de diabetes e, comparando os dois tipos de diabetes mellitus o tipo I e o tipo II, este ocorre com maior incidência entre os indivíduos, estando associada a um alto índice de inatividade física, mau hábitos alimentares como também um aumento no peso corporal (obesidade).Desta forma com a presente pesquisa bibliográfica busca levantar os principais benefícios e riscos da prática de atividade física para as pessoas com Diabetes Mellitus tipo II. Quando um individuo é portador desta patologia necessita de compromisso e responsabilidade por ela durante toda a vida, já que a mesma não tem cura. Ele deve ter cuidados médicos regulares para controlar a doença. E um desses cuidados é prática de atividade física que proporciona muito benefícios, mas também riscos. Unitermos: Atividade física. Benefícios e riscos. Diabetes Mellitus tipo II.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Durante o século XX, com a rapidez e a extensão da urbanização os hábitos alimentares e o estilo de vida da população modificaram, provocando um alto índice de inatividade física. Com a mudança do estilo de vida, os fatores que influenciavam na saúde e na mortalidade das pessoas também modificaram. As doenças infecto-contagioso e materno infantil eram as maiores causas das mortalidades e de uns anos para cá esse quadro mudou, sendo que a mortalidade está sendo decorrente principalmente por causas externas e disfunções classificadas como doenças crônicas degenerativa.
Dentre os exemplos de doenças crônicas degenerativas o diabete mellitus se destaca, ela não ocasiona apenas mortes, mas também causam danos ao individuo e a sociedade no geral, levando habitualmente pessoas a hospitalizações, afastamento do trabalho e muitas vezes a perda total dos mesmos. Desta forma a Diabetes Mellitus está sendo um dos problemas mais importantes de saúde mundial, e tem afetado um número significativo de pessoas, gerando muitos custos para a saúde pública.
O Diabetes Mellitus é uma doença crônico-degenerativa que afeta muitas pessoas no Brasil e no mundo, sendo um dos mais importantes problemas de saúde mundial, pois o número de pessoas afetadas tem aumentado significativamente. Se não tratada desde cedo o paciente pode chegar a morte prematura, além dos custos envolvidos no tratamento serem altos tanto para os pacientes particularmente, como para o poder público. Existem dois tipos de diabetes e, comparando os dois tipos de diabetes mellitus o tipo I e o tipo II, este ocorre com maior incidência entre os indivíduos, estando associada a um alto índice de inatividade física, mau hábitos alimentares como também um aumento no peso corporal (obesidade).
Desta forma com a presente pesquisa bibliográfica busca levantar os principais benefícios e riscos da prática de atividade física para as pessoas com Diabetes Mellitus tipo II
Conhecendo a patologia: Diabetes Mellitus tipo II
O diabetes Mellitus é uma doença endócrina, caracterizada pelo nível elevado de glicose sanguínea (hiperglicemia) e pela presença de açúcar na urina (glisúria). De acordo com Diabetes American Association in Netto (2000),
Diabetes Mellitus é o nome dado a um conjunto de situações resultantes da incapacidade do organismo em manter o nível de glicose no sangue dentro de limites normais, por deficiência ou ausência total de insulina, manifestando-se por anormalidade no metabolismo dos carboidratos, proteínas e lipídeos como também por complicações macrovasculares, microvasculares e neuropáticas.
Diante disto, pode-se afirmar que o Diabetes Mellitus é causado pela falta ou ineficácia da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas. Este é um órgão localizado abaixo do estômago, formado por dois tipos diferentes de tecidos, ácinos e ilhotas Langerhns. Os ácinos secretam as enzimas digestivas, função exócrina. As ilhotas de Langerhns são tecidos endócrinos formados por quatro tipos principais de células: B (beta), A (alfa), D (delta) e PP (polipeptídio pancreático). A célula B produz insulina, as células A secretam glucagon, as células D contém somatostatina, que suprime tanto a liberação de insulina quanto de glucagon e por fim as células PP, contêm uns polipeptídios pancreáticos que exerce inúmeros efeitos gastrintestinais. (ROBBINS, 2001; McArdle, Katch e Katch, 1998). Neste trabalho será relatado sobre a função endócrina do pâncreas, especificamente insulina e glucagon.
Segundo critérios da Associação Americana de Diabetes, os valores normais de glicose estão entre 70 – 100 mg/dl. Na ocorrência de valores entre 110-125 mg/dl, a pessoa é portadora de glicemia de jejum inapropriado, sendo importante à realização de um exame chamado curva glicêmica, (dosagem de glicemia por até 2 horas em jejum e após receber uma sobrecarga de açúcar) para uma maior avaliação do estado do individuo. Já quando encontra em mais de uma amostra de sangue um valor acima de 125 mg/dl, fica confirmado o quadro de diabetes. Outro diagnostico que é suficiente para confirmar o quadro do diabetes é um valor glicêmico acima de 200 mg/dl, sendo que esses indivíduos devem ter o sintoma da patologia e pode ser colhido o sangue a qualquer hora do dia.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus cerca de 10 milhões de indivíduos são diagnosticados com Diabetes Mellitus, sendo que 7,6 % da população brasileira entre 30 – 69 anos possuí tal doença; essa patologia pode ser classificada em Diabetes Mellitus tipo I, que manifesta em cerca de 5-10% da população com essa enfermidade, Diabetes Gestacional, que manifesta em cerca de 2.5-4 % das mulheres grávidas e o Diabetes Mellitus tipo II, manifesta em cerca de 90-95% da população com essa doença.
Quadro 1. Estimativa da população diabética brasileira: o censo de diabetes
As pessoas com Diabetes Mellitus tipo I e tipo II, geralmente sofrem problemas de saúde relacionados a esta patologia, pois com Diabetes aumenta o risco de aparecimento de várias doenças. MARTINS (2000, p.41) afirma que: “Todos os indivíduos com diabetes tem um alto risco de desenvolver complicações macro e micro vasculares”.
Assim o controle dos níveis açúcar no sangue é uma estratégia eficaz para a prevenção das complicações do Diabetes Mellitus. Segundo NETTO (2000, p. 66): “A evolução do Diabetes rumo às complicações crônicas está inteiramente relacionada com o mau controle da doença e, portanto, com a manutenção de níveis persistentemente elevados da glicemia... níveis de 170 a 200 mg/dL já são suficientes para o inicio do processo de desenvolvimento das complicações”.
Para diminuírem as possibilidades de complicações na saúde dos pacientes em decorrência do Diabetes Mellitus, é necessário o controle glicêmico, já que quanto maior o nível glicêmico, mais graves e mais freqüentes serão as complicações.
Quando um individuo é portador desta patologia necessita de compromisso e responsabilidade por ela durante toda a vida, já que a mesma não tem cura. Ele deve ter cuidados médicos regulares para controlar a doença.
Com o tratamento pretende manter a glicose no sangue perto dos níveis normais. Inicialmente o tratamento do Diabetes Mellitus tipo II consiste em dieta e um aumento da atividade física, se essas medidas não forem suficientes, recorre-se a medicamentos, sendo a educação do paciente com relação a doença um ponto muito importante durante o tratamento, pois assim ele poderá fazer seu autocontrole, assumindo os seus próprios cuidados. São quatros os pontos básicos para o tratamento:
Dieta: A terapia nutricional é considerada o mais importante elemento no plano terapêutico dos indivíduos portadores DMNID e junto com a atividade física reduz o número de gordura do corpo, favorecendo para a diminuição ou até mesmo abstenção do medicamento;
Atividade Física: Fator importante do tratamento do DMNID e contribui para melhorar a qualidade de vida nos pacientes. Mais adiante serão abordados mais detalhadamente os benefícios e riscos da atividade física para indivíduos com DMNID;
Medicamento:
Educação: As pessoas com diabetes mellitus independente de ser a DMNID ou DMID, devem assumir o próprio cuidado no controle da doença e para isto é necessário entender o mecanismo da doença, as orientações nutricionais, mecanismos fisiológicos ocorridos com a prática de atividade física e os perfis de ação terapêutica das várias insulinas, como também dos medicamentos utilizados.
Atividade física: Seus benefícios e riscos
A atividade física tem sido recomendada como um importante tratamento para as pessoas portadoras de DMNID, pois além de atuar na redução de glicemia, ajuda a promover a redução do peso corporal, diminuindo os riscos de doenças cardiovasculares e aumentando a capacidade de tratamento do paciente diabético.
Vários estudos estão sendo realizados para compreender a relação de DMNID e atividade física, mesmo assim vários aspectos fisiopatológicos dos mecanismos envolvidos durante a atividade física ainda são desconhecidos, no entanto resultados de estudos mostram que independente dos indivíduos serem tratados ou não com insulina após um período realizando atividade física o nível de glicemia baixou, ouve perda de peso e os próprios sujeitos da pesquisa relatam subjetivamente uma melhora no bem estar (menos queixa sobre depressão, um sono melhor; melhoras nas dores de membro superior e melhor relacionamento social). (SILVA e LIMA, 2002)
Deste modo a prática regular de atividade física melhora significativamente a vida de uma pessoa portadora de DMNID, tanto o físico, social e psicológico.
Como foi mencionado anteriormente os mecanismos envolvidos no aumento da absorção de glicose pelos músculos ativos não são inteiramente conhecidos, mas diversas hipóteses benéficas têm sido proposta. A principal hipótese levantada é que com a atividade física ocorre uma melhora na sensibilidade de insulina, o exercício exalta a ligação da insulina com seu receptor, promove um aumento do número de transportadores ativos da glicose e como conseqüência o número da glicose muscular aumenta independente das modificações dos níveis de insulina. (NETTO, 2000; MARTINS, 2000)
O tipo de atividade mais indicada para pessoas com DMNID são as de naturezas aeróbicas como: nadar, correr, remar, andar de bicicleta e ginástica aeróbica. Elas são mais aconselhadas, pois envolvem grandes grupos musculares e podem ser mantida por um tempo prolongado. A atividade física deve ser prescrita de maneira individual, onde a atividade recomendada levará em conta o tipo, freqüência, intensidade e duração. Além disso para recomendar uma atividade é necessário saber a idade, grau de treinamento anterior, controle metabólico, duração do diabetes e presença de complicações especificas da doença. (MERCURI e ARRECHEA, 2001)
Geralmente é aceito que atividade não deve ser inferior a 20 minutos e não deve ultrapassar os 60 minutos para um mesmo exercício, com uma freqüência de 3 a 5 vezes por semana. Quanto à intensidade são apropriadas as atividades de intensidade baixa e moderada, pois em se tratando de indivíduos com DMNID devemos tomar cuidado com os riscos e agindo dessa maneira buscaremos minimizar os riscos e maximizar os benefícios. (MERCURI e ARRECHEA, 2001; NETTO, 2000; MARTINS, 2000)
Porém se buscar melhorar a resistência cardiovascular, a intensidade dos exercícios deve ser maior ou igual a 50 do VO2 max. Ao realizar atividades de intensidade baixa e moderada além de aumentar os benefícios a saúde, quando comparado aos riscos, propicia um nível de esforço mais confortável e diminui a probabilidade de lesões músculo esqueléticas e lesões por atrito nós pés. (VINICI e LIRA, 2004)
Ao desenvolver atividade física com diabetes mellitus vários benefícios serão encontrados, porém deve-se ter uma atenção aos riscos que esta poderá trazer, contudo estes podem ser minimizados quando os pacientes são submetidos a uma triagem apropriada antes de iniciar a atividade física e forem devidamente acompanhados durante a realização das mesmas. Se assim acontecer os benefícios com a prática de atividade física proporcionará muitos benefícios.
Segue abaixo alguns benefícios e riscos durante a prática de atividades físicas:
Benefícios
Aumenta a capacidade de glicose pelos músculos;
Aumenta a ação de insulina;
Captação de glicose no período pós-exercício;
Perda de peso;
Reduz os fatores de riscos cardiovasculares;
Aumenta o fluxo de sangue muscular e a circulação de membros inferiores, prevenindo aterosclerose;
Contribui na redução do colesterol e triglicérides no sangue;
Colabora na redução da pressão arterial leve e moderada;
Reduz a perda de massa óssea;
Melhora o perfil psicológico do paciente;
Contribui para retardar e até mesmo prevenir o inicio da DMIND.
Riscos
Hipoglicemia;
Hiperglicemia;
Complicações cardíacas;
Sangramento da retina;
Perda de proteína na urina;
Oscilação excessiva da pressão sistólica;
Desenvolvimento de úlceras nos pés;
Neuropatia autonômica seria;
Hipertemia e super aquecimento.
Considerando os estudos sobre DMIND e a prática de atividade física regular, pode-se admitir que esta reduz os riscos dessa patologia, porém ao iniciá-la certos cuidados devem ser levados em consideração. Sendo a atividade física um importante tratamento ao lado da dieta e quando necessária terapia medicamentosa. O paciente entender sua doença é muito importante para o tratamento, pois por meio da educação do paciente ele poderá combinar corretamente dieta, remédio e o exercício, diminuindo os riscos de hipoglicemia e hiperglicemia.
Independentemente dos benefícios fisiológicos proporcionado pela prática regular de atividade física, ainda ocorre alterações comportamentais que favorecem o cuidado e o auto controle por parte do paciente, contribuindo conseqüentemente para uma melhor qualidade de vida. Melhorando a qualidade de vida do paciente, diminuirá as internações hospitalares, podendo até deixar de usar o medicamento, casa utilize este. Acorrentando assim menores gastos para a saúde publica. Deste modo é importante a prática de atividade física para a prevenção e tratamento do DMNID.
Referencias bibliográficas
MARTINS, Denise Maria. Exercício Física no controle do Diabetes Mellitus. Guarulhos, Sp: Phorte editora, 2000.
Mercuri, Nora. ARRECHEA, Viviana. Atividade física e diabetes mellitus. Jornal Multidisciplinar do Diabetes e das Patologias Associadas, 2001.
NETTO. Eduardo Silveira. Atividade Física Para Diabéticos. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.
ROBBINS et al. Fundamentos de Robbins: Patologia estrutural e funcional. 6° ed. Tradução: Patrícia Josephine Volux. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
SILVA, Carlos A. da. Lima, Walter C. de. Efeito Benéfico do Exercício Físico no Controle Metabólico do Diabetes Mellitus Tipo 2 à Curto Prazo. Arq Brás Endocrinol Metab. Vol 46, n° 5, outubro 2002.
VANCINE, Rodrigo Luiz. LIRA, Caúdio André Barbosa de. Aspectos gerais do diabetes mellitus e exercício. Centro de Estudos de Fisiologia do Exercício. Universidade de São Paulo. 2004.
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